Artigo / Numeral / Preposição

ARTIGO

Artigo é a palavra variável que individualiza o substantivo, particularizando o referente no meio de sua espécie. O artigo determina o substantivo de forma particular (definido) ou geral (indefinido).

O substantivo, isoladamente, é mero designativo de um entre muitos, ou seja, nomeia todos os seres da mesma espécie. Por exemplo, o substantivo MENINA designa qualquer ser humano feminino, em idade infantil. Daí o emprego do artigo ser tão importante.

A anteposição do artigo ao substantivo (POSIÇÃO OBRIGATÓRIA) modifica esse aspecto genérico, amplo, universal.

 

Observe:

Empreste-me a caneta! (Trata-se de uma caneta já conhecida do emissor e do receptor).
Empreste-me uma caneta. (Trata-se de qualquer caneta de que o receptor disponha).

São artigos em português os vocábulos O, A, UM e UMA, com suas flexões numéricas: OS, AS, UNS e UMAS.

Os artigos O, A, OS, AS classificam-se como definidos, pois determinam o substantivo de modo direto, preciso.

Os artigos UM, UMA, UNS e UMAS são classificados como artigos indefinidos, pois designam o substantivo de modo mais impreciso, indireto.

O artigo pode ser combinado com preposições, formando com elas uma só palavra.

Exemplos:

Ela estava no (preposição em + artigo o) cinema.
Eu preciso do (preposição de + artigo o) seu apoio.
Guardou a roupa num (preposição em + artigo um) armário.
Não pude comparecer à (preposição a + artigo a) reunião.

EMPREGO DOS ARTIGOS

1) DEFINIDOS:

O artigo definido serve para selecionar um referente entre outros da espécie, particularizando-o, tornando-o específico, conhecido, determinado.

Emprega-se o artigo definido para:

a) Determinar o número do substantivo: o ônibus; os ônibus.

b) Para indicar familiaridade, intimidade em relação a antropônimos (nomes de pessoas), com que se mantém contato íntimo, de natureza amigável, familiar ou política: o Paulo, Rutinha, a Patrícia.

c) Para substantivar outras classes gramaticais.

Exemplos:

o passado, o sim, o não, o dever, o caminhar, etc.

Nesse caso, ocorre o processo de derivação imprópria.

d) Diante de certos nomes de lugares.

Exemplos:

o Rio de Janeiro, o Amazonas, o Ceará, o Saara, México, a Itália.

Em geral não se emprega o artigo antes de nomes de cidades.

Exemplos:

Paris é uma cidade linda!
Voltei de Barcelona.
Estive em Cairo.
Estudei em Madrid.

Nota: Em geral, emprega-se o artigo antes de nomes próprios de continentes, países, oceanos, montanhas, estados, províncias, rios, florestas, etc.

e) Quando ocorrem alcunhas ou cognomes consagrados:

Exemplos:

Castro Alves, Poeta dos escravos
Bolívar, Libertador
Machado de Assis, Bruxo de Cosme Velho
Rui Barbosa, Águia de Haia

f) Entre o numeral ambos e o substantivo a que se refere.

Exemplo:

O pai chamou ambos os filhos.

g) É opcional o uso do artigo definido antes de pronomes possessivos.

Exemplo:

Não deixo minha filha sozinha.

Não deixo a minha filha sozinha.

2) INDEFINIDOS:

Artigos indefinidos fazem referência a um entre qualquer, não específico no conjunto.

a) Empregam-se em casos de indeterminação do substantivo:

Exemplos:

Dê-me um lápis.
Vi uma criança.

b) Posto antes de um numeral, o artigo indefinido designa quantidade aproximada.

Exemplos:

No ano passado, li uns quinze livros.
Deve fazer uns cinco minutos que ele saiu.

c) todo / toda, quando seguidos de artigo dão ideia de totalidade.

Exemplo:

Derrubaram todo o muro!

 

3) NÃO OCORRE ARTIGO DEFINIDO:

a) nos provérbios e ditos populares:

Exemplos:

"Olho por olho, dente por dente".
"Asno com fome, bugalhos come".

b) antes de pronomes de tratamento:

Exemplos:

"Vossa Majestade não pode receber-nos agora?" (Shakespeare)
Hoje é 1º de maio.

c) diante de nomes ilustres: Camões, Vieira, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade.

d) depois do pronome relativo cujo.

Exemplo:

Esse é o menino cujo pai viajou.

e) antes da palavra casa - no sentido de lar.

Exemplo:

Ele foi para casa.

Contudo, quando a palavra casa não é utilizada no sentido de lar, ocorre artigo:

Exemplo:

Ele foi para a casa do Michel.

Observação: Se todo / toda não forem seguidos de artigo, passam a significar cada, qualquer:

Exemplos:

Tenho dormido bem toda noite. (cada noite).
Estão tentando resolver todo problema. (qualquer, cada problema).

NUMERAL 

Numeral é a palavra que quantifica os referentes, indicando a sua pluralidade, ordem, fração ou multiplicação. Os numerais classificam-se em:

a) Cardinais

Cardinais indicam quantidade, número exato de seres.

Exemplo:

Nesta classe, há quarenta alunos.

Observações:

1. Na leitura e na escrita dos cardinais, usa-se a palavra e entre as centenas e as dezenas e também entre as dezenas e as unidades.

Exemplo:

45.455: quarenta e cinco mil, quatrocentos e cinquenta e cinco

2. Os cardinais milhão, bilhão, etc. são masculinos. Portanto, é incorreto dizer "duas milhões de pessoas". O correto é "dois milhões de pessoas".

b) Ordinais

Ordinais indicam a ordem do substantivo:

Exemplo:

Ele é o vigésimo aluno da classe.

c) Fracionários

Fracionários indicam fração, parte do todo:

Exemplo:

Ele acertou dois terços das questões da prova.

d) Multiplicativos

Multiplicativos indicam multiplicação, quantidade de vezes:

Exemplo:

Nesta prova ele acertou o dobro do número de questões que acertara na prova anterior.

Observação: O numeral fracionário meio deve concordar com o substantivo a que se refere.

Exemplos:

O avião partirá ao meio-dia e meia (hora).
É incorreto falar: meio-dia e meio

Outro exemplo:

Ele tomou duas meias garrafas de água.

Os numerais podem exercer função sintática própria do substantivo: são os chamados numerais substantivos. Podem também exercer função sintática própria do adjetivo: são os chamados numerais adjetivos.

Veja:

Tantos tipos de livros à venda, mas só comprei três. (numeral substantivo)
Tantos tipos de livros à venda, mas só comprei três livros de receitas. (numeral adjetivo).

VEJA A LISTA COM ALGUNS NUMERAIS ORDINAIS, AO LADO DOS CARDINAIS CORRESPONDENTES:

CARDINAIS

ORDINAIS

um

primeiro

dois

segundo

três

terceiro

quatro

quarto

cinco

quinto

seis

sexto

sete

sétimo

oito

oitavo

nove

nono

dez

décimo

onze

décimo primeiro / undécimo

doze

décimo segundo / duodécimo

treze

décimo terceiro

dezesseis

décimo sexto

vinte

vigésimo

vinte e um

vigésimo primeiro

trinta

trigésimo

quarenta

quadragésimo

cinquenta

quinquagésimo

sessenta

sexagésimo

setenta

septuagésimo / setuagésimo

oitenta

octogésimo

noventa

nonagésimo

cem

centésimo

duzentos

ducentésimo

trezentos

trecentésimo

quatrocentos

quadrigentésimo / quadricentésimo

quinhentos

quingentésimo

seiscentos

sexcentésimo

setecentos

setingentésimo / septingentésimo

oitenta

octingentésimo

novecentos

noningentésimo / nongentésimo

mil

milésimo

dois mil

bimilésimo

milhão

milionésimo

dois milhões

bimilionésimo

bilhão

bilionésimo

trilhão

trilionésimo

ALGUNS NUMERAIS MULTIPLICATIVOS:

2 vezes

Dobro

3 vezes

Triplo

4 vezes

Quádruplo

5 vezes

Quíntuplo

6 vezes

Sêxtuplo

7 vezes

Sétuplo

8 vezes

Óctuplo

9 vezes

Nônuplo

10 vezes

Décuplo

11 vezes

Undécuplo

12 vezes

Duodécuplo

100 vezes

Cêntuplo

São, ainda, considerados NUMERAIS: ambos, ambas, o par, o casal, dezena, dúzia, vintena, etc.

CARACTERÍSTICAS DOS NUMERAIS

1) QUANTO AO GÊNERO:

a) Cardinais: são invariáveis, exceto um - uma; dois, duas.

b) Ordinais: são variáveis: primeiro - primeira; décimo - décima; trigésimo - trigésima, etc.

2) QUANTO AO NÚMERO:

a) Cardinais: indicam pluralidade, exceto um - uma

b) Ordinais: são variáveis: primeiro - primeiros; décimo - décimos; trigésimo - trigésimos, etc.

3) NA INDICAÇÃO DE SÉCULOS, REIS, CAPÍTULOS, PAPAS:

a) Usamos o ordinal até dez:

Exemplos:

Século IV: Século quarto.
D. João II: D. João segundo.
Capítulo X: Capítulo décimo.
Paulo VI: Paulo sexto.

b) Acima de dez usamos o cardinal:

Exemplos:

Século XX: Século vinte.
Luís XV: Luís quinze
Capítulo XII: Capítulo doze.
João XXIII: João vinte e três.

4) FORMAS VARIANTES:

Exemplos:

catorze: quatorze

NOTA: É incorreta a forma cincoenta.

LEITURA DO CARDINAL

Deve-se colocar a conjunção e entre as centenas e dezenas e entre as dezenas e a unidade.

Exemplo:

75325 - setenta e cinco mil trezentos e vinte e cinco

LEITURA DO ORDINAL

a) Quando o ordinal é inferior a 2000, ele é lido como ordinal.

Exemplo:

1854 - milésimo octingentésimo quinquagésimo quarto

b) Quando o ordinal é superior a 2.000, lê-se o primeiro algarismo como cardinal e os demais como ordinais.

Exemplo:

2737 - dois milésimo septingentésimo trigésimo sétimo

LEITURA DO FRACIONÁRIO

O numerador de um número fracionário é sempre lido como cardinal. Já o denominador pode assumir uma de duas leituras.

a) se for igual ou inferior a 10, ou se for um número redondo, é lido como ordinal.

Exemplos:

3/4 - três quartos
6/100 - seis centésimos

As exceções são: 1/2 = meio e 1/3 = um terço

b) se for superior a 10, e se não for um número redondo, é lido como cardinal, seguido da palavra avos.

Exemplos:

3/17 - três dezessete avos
5/34 - cinco trinta e quatro avos

PREPOSIÇÃO

As preposições são vocábulos relacionais, isto é, estabelecem uma relação semântica entre dois termos. Em cada caso, elas se impregnam de determinado sentido. Convém saber quais são as preposições e seus possíveis sentidos relacionais.

As preposições essenciais são aquelas que sempre exercem o papel de preposição. Elas exigem os pronomes pessoais nas formas oblíquas (mim, ti, etc.)

São elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre e trás.

As preposições acidentais não são efetivamente preposições; são palavras de outras classes que podem eventualmente funcionar como preposições. Elas exigem os pronomes pessoais nas formas retas (eu, tu, etc.)

São elas: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc.

LOCUÇÕES PREPOSITIVAS

Locuções prepositivas são conjuntos de duas ou mais palavras com valor de preposição. Toda locução prepositiva termina por preposição.

Eis algumas locuções prepositivas

abaixo de

acerca de

acima de

a despeito de

adiante de

a fim de

além de

antes de

ao lado de

ao redor de

a par de

apesar de

a respeito de

atrás de

através de

de acordo com

de baixo de

de cima de

defronte de

dentro de

depois de

diante de

embaixo de

em cima de

em frente a

em frente de

em lugar de

em redor de

em torno de

em vez de

graças a

junto a

junto de

para baixo de

para cima de

para com

perto de

por baixo de

por causa de

por cima de

por detrás de

por diante de

por entre

por trás de

As preposições podem combinar-se com outras palavras. Quando na junção não há alteração fonética, há combinação. Caso a preposição sofra redução, há contração.

Combinação

Contração

ao (a + o)

aos (a + os)

aonde (a + onde)

do (de + o)

dum (de + um)

desta (de + esta)

no (em + o)

neste (em + este)

A preposição a pode juntar-se com um outro a, gerando a crase: à.

Importante regra de preposição:

É errado fazer a contração da preposição de com os artigos definidos com os pronomes retos eu, ele, ela, eles, elas e com os demonstrativos este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo. Note que todas as palavras mencionadas são iniciadas por vogal. 

Dica: Você corre o risco de cometer esse erro quando depois vem um verbo no infinitivo (pessoal ou impessoal).

Exemplos:

Chegou a hora do presidente discursar. (errado)
Chegou a hora de o presidente discursar. (certo)

Observe que o de é parte da expressão hora de.

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Sumário

- Artigo
- Numeral
- Preposição
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