Império Espanhol
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Império Espanhol
O Império Espanhol, também conhecido como Monarquia Católica, foi um dos maiores impérios na história. O início do Império Espanhol está relacionado às Grandes Navegações. O Império Espanhol foi considerado o primeiro império global da história: era o mais poderoso do mundo entre os séculos XVI e a primeira metade do século XVII.
Durante a Idade Média, a Espanha prosperou sob o domínio muçulmano. Porém, os reinos cristãos do norte do país estavam determinados a reconquistar o resto da península. Gradualmente, os cristãos foram obtendo sucesso em sua Reconquista: por volta do século XVI, toda a Espanha estava unificada sob o domínio de um monarca católico, e se tornou o principal estado da Europa.
Em 1469, os herdeiros dos dois maiores reinos da Espanha, Isabela de Castela e Fernando de Aragão, se casaram. Eles continuaram a reinar como monarcas separados, mas tomaram medidas para unificar a Espanha: reduziram o poder da nobreza espanhola e obtiveram o apoio da Igreja católica. Uma aliança com o papado deu a Isabela e Fernando o poder de nomear bispos na Espanha e nas colônias espanholas. Isabela e Fernando também estavam determinados a completar a Reconquista da Espanha dos muçulmanos. Granada, o último reino muçulmano na Espanha, foi capturada pelos exércitos católicos em 1492. Fernando e Isabela reunificaram a Espanha após oito séculos de divisão política.
Perseguição Religiosa
Isabela e Fernando iniciaram uma cruel campanha de perseguição religiosa, pedindo à Igreja que reativasse a Inquisição, punindo assim severamente as pessoas acusadas de serem hereges. Os judeus foram forçados a se converter ao cristianismo; aqueles que se recusavam, ou que ousavam praticar o judaísmo secretamente, eram torturados e até mesmo queimados vivos. Em 1492, os monarcas ordenaram que todos os judeus que recusassem o batismo deixassem a Espanha.
Os muçulmanos que permaneceram na Espanha após a reconquista de Granada foram inicialmente permitidos a continuar praticando sua religião. Mas em 1502, os governantes católicos insistiram que eles se convertessem ao cristianismo. Alguns muçulmanos assim o fizeram, porém continuaram a seguir alguns costumes islâmicos. Aqueles que se recusaram, foram expulsos da Espanha.
A campanha de terror religioso de Isabela e Fernando resultou em consequências desastrosas para a Espanha. Tanto os judeus como os muçulmanos haviam contribuído para as artes, cultura e vida intelectual espanhola. Muitos deles eram grandes empreendedores e comerciantes e ajudaram a trazer grande prosperidade para a Espanha. Os muçulmanos haviam desenvolvido métodos de cultivo avançados, contribuindo assim para o desenvolvimento da agricultura espanhola. As políticas de intolerância religiosa dos governantes espanhóis acabaram por prejudicar a riqueza cultural e intelectual do país.
O Reino de Carlos V
Carlos V, neto de Isabela e Ferdinando, nasceu em 1500. Ele foi membro da influente família Habsburgo da Áustria e herdeiro do império espanhol. Quando tinha seis anos, Carlos herdou a Holanda de seu pai e nove anos depois, foi proclamado Rei da Espanha. Em 1520, ele havia herdado as terras dos Habsburgos no oriente europeu: Áustria, Hungria e Boêmia. Foi também coroado Sacro Imperador Romano.
Carlos V
Inicialmente, os espanhóis consideravam Carlos V como um estrangeiro, mas o monarca lentamente ganhou a lealdade de seu povo, trabalhando na unificação e fortalecimento da Espanha. Durante seu reino, exploradores espanhóis conquistaram o Peru e o México e exploraram parte do que é hoje a região sul dos Estados Unidos. A prata e ouro das colônias nas Américas começaram a ser trazidos em grandes quantidades para a Espanha.
Na Europa, porém, Carlos V enfrentava difíceis desafios. Ele estava em constante desavença com os príncipes luteranos na Alemanha que se recusavam a aceitar sua autoridade como Sacro Imperador Romano. Os esforços de Carlos V para trazer a Itália sob o domínio espanhol não foram bem-sucedidos. Posteriormente, durante o século XVI, os turcos otomanos invadiram a Europa Central, ameaçando as terras dos Habsburgos. A luta contra o império romano desgastou os Habsburgos - militar e financeiramente - durante mais de um século.
Incapaz de enfrentar todas essas dificuldades, Carlos V renunciou ao trono em 1556 e se aposentou num mosteiro. Seu irmão Ferdinando I herdou o título de Sacro Imperador Romano e os territórios orientais dos Habsburgos. O filho de Carlos, Felipe II, herdou a Espanha, a Holanda e as terras espanholas na América e na Itália.
O Governo de Felipe II na Espanha
Felipe II foi o rei da Espanha durante os anos 1556-1598. Seu principal objetivo como monarca foi o de fortalecer o poder da Espanha e da Igreja Católica. Assim como outros governantes espanhóis, Felipe II desejava que toda a Espanha fosse católica e, portanto, ordenou que todos os protestantes residentes no país se convertessem ou emigrassem. Espanhóis que se recusaram à conversão eram presos, torturados e assassinados. O protestantismo começou a desaparecer do país.
Felipe II
Felipe II também passou a atacar os mouros - muçulmanos que haviam se convertido ao cristianismo, mas que mantinham sua cultura e praticavam o islamismo em segredo. Quando Felipe baniu o uso da língua árabe e impôs outras restrições em 1569, os mouros de Granada se rebelaram. Após uma difícil batalha, os mouros foram derrotados pelos católicos e exilados para outras regiões da Espanha. Suas crianças foram sequestradas e adotadas por lares cristãos. Em 1609, o filho de Felipe II, Felipe III, obrigou os 300.000 mouros remanescentes no país a deixarem a Espanha.
O monarca espanhol objetivava conquistar Portugal. Em 1580, com a morte do rei português, Felipe II tornava-se sucessor do trono de Portugal. Mas os portugueses não queriam ser governados pela Espanha e, portanto, Felipe II enviou tropas para abafar qualquer rebelião. Portugal tornou-se parte da Coroa Espanhola e Felipe II adquiriu as ricas e extensas colônias portuguesas.
Rebeliões na Holanda
Felipe II acreditava que a Espanha deveria tirar proveito de suas posses territoriais na Holanda. Assim sendo, ele aumentou os impostos de holandeses e impôs leis comerciais que favoreciam comerciantes espanhóis. Em 1566, a Holanda iniciou uma rebelião que durou muitos anos. O líder holandês foi Guilherme, príncipe de Orange, conhecido como Guilherme, o Silencioso. Com o passar do tempo, o país foi dividido. O norte se declarou uma república em 1581, mas levou muitos anos para a Espanha reconhecer a sua independência. As províncias do sul, que eram em sua maioria católica, participaram da rebelião, mas depois retornaram ao domínio espanhol, denominadas de Holanda espanhola.
Conflitos com a Inglaterra
A guerra na Holanda resultou em um conflito entre Espanha e Inglaterra. A rivalidade entre os dois países já existia, em função dos constantes ataques dos piratas ingleses, contratados pelo governo, aos navios que carregavam tesouros espanhóis ao redor do mundo. Quando a revolta holandesa eclodiu, Elizabete I, rainha protestante da Inglaterra, enviou tropas para auxiliar os protestantes na Holanda. O apoio inglês aos holandeses enfureceu o rei espanhol.
Armada Invencível
Em 1588, Felipe II, rei da Espanha, enviou uma frota, chamada de Armada Invencível, para invadir a Inglaterra. Aproximadamente 130 navios espanhóis, carregando 3.000 canhões, partiram em direção à Inglaterra. No entanto, em vez de obter a gloriosa vitória que Felipe II esperava, a Armada enfrentou grandes dificuldades, tendo deparado com a marinha inglesa que estava pronta para defender seu país. Os navios ingleses eram menores e mais rápidos, e seus capitães e tripulação eram mais habilidosos que os espanhóis. Em uma batalha naval no Canal da Mancha, os ingleses combateram a Armada e afundaram diversos navios espanhóis. Tempestades arrastaram muitos navios espanhóis remanescentes em direção ao Mar do Norte. Para retornar à Espanha, o comandante da Armada levou sua frota ao longo da Escócia e Irlanda. No entanto, mais navios espanhóis foram perdidos na viagem de volta, e apenas metade da Armada original finalmente retornou à Espanha. A derrota foi terrível para a monarquia espanhola.
A Cultura na Espanha
Apesar da derrota para os ingleses, a Espanha permaneceu sendo uma poderosa nação. O melhor período da cultura espanhola, que durou do império de Felipe até meados do século XVII, é conhecido como a Idade de Ouro.
O mais conhecido trabalho literário espanhol da Idade de Ouro é Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Poetas e autores teatrais escreveram importantes obras, muitas delas com temas religiosos. Alguns dos mais belos livros foram escritos por místicos espanhóis - pessoas que acreditavam que tinham o poder se comunicar com o Divino por meio da meditação. Inácio Loyola e São João da Cruz foram alguns dos mais importantes escritores religiosos espanhóis.
Inácio Loyola e São João da Cruz
A devoção religiosa dos místicos foi amplamente demonstrada nas obras de El Greco, um dos maiores pintores espanhóis. El Greco normalmente usava santos e mártires como temas de suas obras, e combinava cores fortes com formas distorcidas para produzir a sensação de profunda espiritualidade. Outro famoso pintor espanhol foi Diego Velazquez, cujos retratos dos membros da corte espanhola mostravam a riqueza, o orgulho e o poder da Espanha em seu auge.
O Declínio Espanhol
Em meados do século XVI, a Espanha era considerada um dos mais poderosos estados da Europa. No decorrer de um século, contudo, o país perdeu grande parte de seu poder e em 1700, a dinastia da família Habsburgo na Espanha chegou ao fim. Foram várias as razões para o seu declínio:
1. Guerras
As guerras ocorridas nos reinados de Carlos V e Felipe II foram extremamente caras para a Espanha. A economia do país não conseguiu suportar tamanhos gastos militares.
2. O declínio do comércio e da indústria
Quando judeus e muçulmanos foram expulsos da Espanha, a vida econômica do país começou a decair. A sociedade espanhola não valorizava a indústria e o comércio; jovens eram incentivados a se tornar soldados, membros do clero ou oficiais governamentais. Jovens espanhóis interessados em construir fortuna e se aventurarem deixavam o país em direção às Américas.
3. A negligência da agricultura
Como o comércio de lã era lucrativo, o governo espanhol concedia privilégios especiais a criadores de ovelhas. As terras que podiam ser utilizadas para o cultivo eram utilizadas apenas para a criação de ovelhas. Muitos fazendeiros então desistiram das plantações, o que resultou na diminuição de alimentos no país, fazendo com que a Espanha gastasse grandes quantias de dinheiro com a importação de comida.
4. A dependência da riqueza colonial
Grande parte da prosperidade espanhola no século XVI devia-se à prata e ao ouro dos incas e astecas. Em vez de investir a riqueza vinda das Américas, os espanhóis a utilizaram para financiar guerras e importar alimentos e produtos manufaturados. Esta política resultou em inflação e fez com que a Espanha se tornasse dependente de suas colônias. Ataques surpresa aos navios de tesouro espanhóis por piratas ingleses e holandeses resultaram na diminuição da riqueza do governo espanhol. Além disso, a quantidade de prata extraída das minas nas colônias espanholas foi diminuindo gradualmente, mas os monarcas espanhóis continuaram a gastar como se a riqueza do país não estivesse decrescendo. No século XVII, a Espanha Habsburga estava fraca e pobre e nunca mais reconquistou a posição de domínio na Europa.
Sumário
- Perseguição Religiosa
- O Reino de Carlos V
- O Governo de Felipe II na Espanha
- Rebeliões na Holanda
- Conflitos com a Inglaterra
- A Cultura na Espanha
- O Declínio Espanhol

