A Europa no século XIX

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A Europa no século XIX passou por um período revolucionário: uma época de transformações significativas. Na Europa no século XIX, ideais e ideologias, como direitos humanos, democracia e nacionalismo, e mudanças econômicas, como a industrialização e os sistemas de mercado, geraram mudanças e oportunidades. No final do século XIX, o continente europeu atingiu o ápice de seu poder global.

Revoluções de 1848

As revoluções das décadas de 1820 e 1830 haviam desafiado o conservadorismo do Congresso de Viena. Na década de 1840, os movimentos de reforma e independência continuavam em muitas partes da Europa. Problemas econômicos e a falta de liberdade política causaram outra onda de revoluções, em 1848.

Crises Econômicas na Europa

Entre 1846 e 1848, a Europa sofreu uma crise econômica. A Irlanda, em particular, foi vítima da fome. Durante muitos anos, camponeses irlandeses haviam dependido da batata como sua principal fonte de alimento. Em 1845 e 1846, pragas arruinaram quase todas as plantações irlandesas. Aproximadamente 500 mil pessoas morreram de fome e de doenças numa das piores crises da história moderna.

Outros países europeus também sofreram com a falta de alimentos. Uma severa seca atingiu a colheita de grãos na Europa, causando aumento nos preços dos alimentos e resultando em saques e no sofrimento geral da população. Simultaneamente, o comércio europeu fracassava, levando pessoas a se revoltarem contra seus governos e exigirem reformas.

Rebelião na França

bandeira da França

O governo do rei francês Luís Filipe nunca satisfez a maioria da população francesa. O ressentimento contra seu governo era ainda maior entre a classe operária que sofria com o desemprego e baixos salários. As leis na França não permitiam greves e poucos trabalhadores possuíam terras suficientemente extensas para ter direito de voto. O povo francês também contestava a corrupção dos oficiais do governo.

Os operários chegaram à conclusão que eram necessárias mudanças radicais na França e aderiram ao socialismo, filosofia econômica que afirma que empresas, bancos e fábricas devem ser propriedade pública. Alguns socialistas afirmavam que os trabalhadores deviam ser donos das empresas para as quais trabalhavam; outros afirmavam que todas as empresas deveriam pertencer ao governo. Ambos os grupos de pensadores socialistas concordavam que as riquezas de um país deveriam ser divididas com maior igualdade entre o povo.

Cansados da corrupção governamental e da demora na implementação das reformas, multidões enfurecidas rebelaram-se em Paris na noite de 22 de fevereiro de 1848. Luís Filipe desistiu do trono e fugiu da França três dias depois. Assim nasceu a Segunda República francesa.

O novo governo foi liderado por um comitê de dez pessoas. Alguns membros queriam adotar liberdades políticas, mas não reformas sociais. Outros, liderados pelo socialista Louis Blanc, exigiam que o novo governo realizasse mudanças para ajudar os trabalhadores franceses. Como resultado das exigências de Blanc, o governo criou um programa nacional de empregos. Aproximadamente 200 mil pessoas desesperadas por trabalho vieram a Paris para se inscrever. Deste número, por volta de 120 mil encontraram emprego, normalmente na construção de estradas, que pagava baixos salários.

O custo do programa de empregos incomodou muito os franceses que pagavam impostos, incluindo os camponeses e membros da classe média. Quando as eleições chegaram, esses eleitores escolheram representantes mais conservadores para a Assembleia Francesa. Em junho de 1848, o governo fechou as oficinas de empregos e os trabalhadores de Paris protestaram contra a perda de seus empregos. Como consequência houve três dias de lutas nas ruas de Paris entre operários e soldados do governo. Mais de 10 mil pessoas foram mortas ou feridas e milhares foram presas.

A violência dividiu a França. A classe operária agora enfrentava a oposição, sentimentos de ódio, de todos aqueles que tinham propriedades - camponeses, membros da classe média e aristocratas. A maioria do povo francês temia o socialismo e queria ordem e estabilidade, e não mudanças extremas em sua sociedade.

Como resposta à Revolução de Junho de 1848, a Assembleia francesa modificou a Constituição do país para dar mais poderes ao governo. Ao mesmo tempo, porém, deu direito de voto a todos os homens adultos.

Eleitores franceses então elegeram Luís Napoleão como presidente da França. Sobrinho do imperador Napoleão Bonaparte, Luís governou de forma conservadora e tornou-se bastante popular. Mas quando a Legislatura demonstrou oposição ao seu governo, ele dissolveu-a e estabeleceu uma ditadura. Em 1852, os eleitores deram-lhe um novo título, Imperador Napoleão III. O Segundo Império agora substituía a república, criada em 1848.

O Império Austríaco

Em 1848, assim como em 1830, o espírito revolucionário expandiu-se da França para o resto da Europa. No Império Austríaco ocorreram diversas revoltas nacionalistas. Os alemães representavam a nacionalidade com mais habitantes do império, constituindo aproximadamente um quarto da população. Na Hungria, que era a parte oriental do império, os magiares (húngaros) representavam o maior grupo nacional. Alguns povos eslavos, como tchecos e poloneses, reclamaram dos maus tratos que sofriam dos alemães e húngaros. Além disso, outras nações do império, como os italianos, queriam seu próprio governo.

Os governantes Habsburgos na Áustria utilizavam o exército e a burocracia para manter seu império unido. Mas isto se tornou mais difícil, à medida que o espírito de nacionalismo crescia. Tchecos e húngaros protestaram contra a dominação alemã do império. Escritores começaram a escrever em suas próprias línguas, ao invés de usar o latim, alemão e francês que eram ensinados nas escolas.

Menos de um mês após a Revolução de Fevereiro de 1848 na França (não confundir com a Revolução de Junho do mesmo ano), estudantes e operários na capital austríaca de Viena se rebelaram. Eles exigiam uma Constituição e o fim das práticas feudais. Estudantes e operários tomaram o controle de partes da cidade, e camponeses se rebelaram no campo.

O imperador Fernando I, assustado, cedeu às exigências dos rebeldes. Ele aboliu a servidão e prometeu uma Constituição. Fernando também dispensou Metternich, o príncipe que veio a ser odiado pelo povo austríaco.

Poucas semanas após os distúrbios em Viena, uma revolta teve início em Praga, a capital da Boêmia. Simultaneamente, os nacionalistas tchecos na Boêmia reuniram-se em um congresso predominantemente eslavo. Numa tentativa de se livrar da dominação alemã, eles exigiram uma Constituição para a Boêmia. Também pediram que a língua tcheca, assim como o alemão, fosse empregada nas escolas e também pelos oficiais do governo.

Luís Kossuth
Luís Kossuth

A mais grave ameaça ao governo austríaco ocorreu na Hungria. Em março de 1848, Luís Kossuth (também conhecido como Lajos Kossuth), patriota húngaro, incentivou os húngaros a exigirem mais autogoverno. O governante austríaco, enfrentando rebeliões ao longo de seu império, concordou com as exigências. Duas semanas depois, a Hungria adotou uma Constituição onde ficava estipulado que a nação continuaria fazendo parte do Império Austríaco, mas também teria autoridade para cuidar de seus próprios interesses. A Constituição acabou com os privilégios feudais e garantiu liberdade religiosa e de imprensa, além de conceder direito de voto a todos os homens com propriedades.

O objetivo dos revolucionários austríacos, porém, era de formar um estado húngaro baseado na língua e na cultura magiar. Tornou-se claro que os outros grupos étnicos na Hungria - croatas, sérvios, romenos e alemães - não teriam os mesmos privilégios. Estas pessoas, que constituíam mais da metade da população, se opuseram fortemente à dominação magiar.

A Áustria Habsburga aproveitou-se de sua força militar e dos conflitos internos que ocorriam entre os povos da Hungria. Em junho de 1848, tropas imperiais bombardearam Praga e esmagaram a revolta tcheca. Em outubro, os soldados austríacos atacaram estudantes e operários em Viena. Milhares de pessoas foram mortas à medida que o exército tomava a cidade.

Na Hungria, iniciou-se uma guerra civil. Tropas servo-croatas, apoiadas por toda a população não magiar e pela Áustria, lutaram com as tropas magiares lideradas por Kossuth. Incapazes de derrotar os guerreiros de Kossuth, a Áustria decidiu se retirar, trazendo os soldados servo-croatas de volta a Viena. Os magiares, então, proclamaram a Hungria uma república independente, em abril de 1849.

Todavia, a independência húngara não durou muito tempo. O novo imperador austríaco, Francisco José I, de 18 anos, não tinha intenções de perder a Hungria e pediu ajuda ao czar Nicolau I da Rússia. Em junho, o exército russo atacou a Hungria, e em agosto, os rebeldes húngaros foram derrotados. Os Habsburgos dominavam os magiares na Hungria, os nacionalistas tchecos em Praga e os liberais em Viena.

Tentativas de Unificação da Itália

O anseio italiano por uma Itália independente e unificada vinha crescendo desde o Congresso de Viena. O ressentimento entre os italianos contra os governantes austríacos era especialmente forte nos estados da Lombardia e Vêneto. Em 1831, Giuseppe Mazzini iniciou uma sociedade secreta chamada Jovem Itália. Seus membros queriam estabelecer a república, tendo Roma como capital.

Giuseppe Mazzini
Giuseppe Mazzini

Em 1848, ocorreram rebeliões na Itália. Alguns governantes dos estados italianos implementaram reformas liberais, mas os revolucionários queriam mudanças mais drásticas. Em março de 1848, houve revoltas em Veneza e Milão. O rei da Sardenha, o único estado sob o domínio italiano, declarou guerra contra a Áustria. No fim do ano, o Papa fugiu de Roma e, em fevereiro de 1849, os italianos proclamaram a República Romana.

Mas em meados de 1849, os austríacos haviam retomado o controle da Itália. Eles derrotaram os sardenhos, recapturaram Milão e bombardearam Veneza até a sua rendição. A França enviou um exército que derrotou a República Romana e restaurou o Papa ao poder. O sonho dos revolucionários de uma Itália unificada havia sido adiado.

Tentativas de Unificação da Alemanha

Muitos alemães também sonhavam com a unificação de sua nação. As revoluções na França e no Império Austríaco inspiraram os trabalhadores e liberais da classe média, que, em março de 1848, se manifestaram nas ruas de Berlim e em outras cidades alemãs. Aterrorizado com o consequente derramamento de sangue, o rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, deu a seus súditos uma Constituição e formou uma Assembleia. Outros governantes alemães seguiram seu exemplo. Isto encorajou os liberais da classe média a eleger representantes para uma Assembleia Nacional, em Frankfurt, que se reuniu de maio de 1848 a maio de 1849.

A Assembleia de Frankfurt desenvolveu planos para uma Alemanha unificada, que incluiria todos os estados alemães, com exceção da Áustria. Convidaram Frederico Guilherme IV para ser o imperador da nova nação, mas ele recusou o convite, afirmando que nunca aceitaria ser coroado por plebeus. Sentindo-se ameaçado com os planos da Assembleia de Frankfurt, o rei da Prússia a dispensou, adotou uma Constituição mais conservadora e, portanto, impediu a tentativa de unificação alemã.

Porém, o fracasso de unificação da Alemanha e da Itália foi apenas temporário. No final do século XIX, os estados alemães passaram a ser liderados por um único governante. A Itália também foi unificada, principalmente com os esforços do Reino da Sardenha.

Grã-Bretanha – reformas políticas, sociais e econômicas

Diferente dos Estados Unidos, a Grã-Bretanha não desenvolveu uma Constituição. Seu sistema de governo foi originado da tradição de lei comum e documentos tais como a Carta Magna e a Petição de Direitos.

Carta Magna
Carta Magna

Até hoje, a Grã-Bretanha é uma monarquia, mas desde o século XVII, é o Parlamento que exerce o poder. A monarquia manteve o direito de vetar ou rejeitar um ato do Parlamento, mas nenhum rei ou rainha fez isso desde 1707.

A estrutura do Parlamento Britânico permaneceu inalterada por mais de 600 anos. O Parlamento consiste da Câmara dos Lordes e da Câmara dos Comuns. Os membros da Câmara dos Lordes herdam seus lugares ou são nomeados. Os membros da Câmara dos Comuns são eleitos pelo povo inglês. Por vários séculos, a Câmara dos Lordes dominou o Parlamento, mas durante o século XVIII, o poder foi efetivamente adquirido pela Câmara dos Comuns. Isso facilitou o crescimento da democracia na Grã-Bretanha.

O cargo de primeiro-ministro também ganhou importância durante o século XVIII. Hoje, o primeiro-ministro é normalmente o líder do partido político que possui mais representantes na Câmara dos Comuns. O primeiro-ministro e outros altos oficiais do governo determinam a política interna e externa da Grã-Bretanha.

Os partidos políticos têm exercido um papel importante na Grã-Bretanha desde o final do século XVII. Os dois primeiros partidos ingleses foram os Whigs e os Tories, que em meados do século XIX tornaram-se respectivamente o Partido Liberal e o Partido Conservador. Ambos existem até hoje e são os dois maiores partidos da Grã-Bretanha.

No início do século XIX, a democracia política na Grã-Bretanha ainda era limitada. As mulheres não podiam votar, e as exigências de posse de propriedades impediam muitos homens de votar ou de possuir cargos públicos. Restrições religiosas mantinham judeus, católicos e outros povos não anglicanos excluídos da Câmara dos Comuns.

Em 1829, porém, o Parlamento impôs o Catholic Emancipation Act (Ato de Emancipação Católica), que abria as portas de quase todos os cargos políticos para os católicos. Judeus e certos outros grupos religiosos permaneciam sem estes direitos, já que os oficiais do governo, advogados e estudantes universitários precisavam ser cristãos. Contudo, as restrições foram lentamente retiradas e os judeus foram eventualmente permitidos de exercer cargos políticos, servir em júris e exercer a lei.

Em 1830, o Parlamento ainda era dominado por aristocratas e ricos proprietários de terra. A classe média – industriais, banqueiros e comerciantes – almejava uma maior participação na vida política britânica. A Revolução de 1830 na França preocupou os líderes parlamentares, que temiam que a violência revolucionária se espalhasse pela Grã-Bretanha. O Parlamento logo criou o Reform Bill (Lei de Reforma) de 1832, que deu às novas cidades industriais uma maior representação no Parlamento. Uma modificação na exigência de posse de propriedade estendeu o direito de voto para os homens da classe média.

Todavia, muitos trabalhadores ainda não tinham o direito de votar. A Lei de Reforma incentivou-os a exigir direitos democráticos. Em 1838, eles emitiram The People’s Charter (A Carta do Povo) que pedia direito de voto a todos os homens e a prática de voto secreto, além do fim das exigências de posse de propriedades para poder servir no Parlamento. Apesar de esse movimento ter falhado, ele convenceu muitas pessoas de que os trabalhadores requeriam mudanças sensatas e justas. Futuramente quase todas as exigências da Carta do Povo de 1838 tornaram-se lei na Grã-Bretanha.

Ao passar dos anos, os trabalhadores das indústrias continuavam a pedir por reformas políticas. O Reform Bill (Lei de Reforma) de 1867 deu o direito de voto aos homens da classe operária, duplicando assim o número de eleitores na Grã-Bretanha. Benjamin Disraeli, escritor, político e posteriormente primeiro-ministro britânico, exerceu papel fundamental nessa reforma. Alguns dos membros de seu Partido Conservador temiam que o aumento do número de eleitores fosse arruinar a nação. Disraeli, porém, declarou que esses avanços democráticos iriam fortalecer os laços entre o estado e seus cidadãos.

Benjamin Disraeli
Benjamin Disraeli

O trabalho da reforma eleitoral foi prosseguido pelo Partido Liberal sob a liderança de William Gladstone, que serviu como primeiro-ministro quatro vezes entre 1868 e 1894. Os Liberais foram responsáveis pelo Ballot Act (Ato Eleitoral) de 1872, que implementou o voto secreto. Antes da aprovação dessa medida, empresários muitas vezes ameaçavam despedir seus empregados caso não votassem nos candidatos indicados por eles. Outra nova lei, chamada de Reform Bill (Lei de Reforma) de 1884, aumentou significantemente o número de eleitores ao dar o direito de voto aos trabalhadores rurais. Quase todo homem na Grã-Bretanha agora poderia votar.

William Gladstone
William Gladstone

As mulheres britânicas, porém, sofriam desigualdade política e social. Contudo, quanto mais direitos de voto os homens adquiriam, mais as mulheres passaram a exigir o mesmo. Elas também queriam o direito de manter cargos políticos e de herdar, comprar e vender propriedades. Em 1867, John Stuart Mill – filósofo, economista e membro do Parlamento – propôs que o direito de voto fosse concedido às mulheres. O Parlamento rejeitou sua proposta, porém mais de um quarto dos membros votou a favor.

John Stuart Mill
John Stuart Mill

As mulheres na Grã-Bretanha continuaram a lutar por seus direitos, especialmente pelo direito eleitoral. Muitas organizaram sindicatos sociais e políticos, outras recorriam aos protestos violentos. Apesar de muitos cidadãos se ultrajarem com essas atitudes das mulheres britânicas, o Parlamento estava começando a tomar consciência da importância dos direitos femininos.

Reformas Econômicas e Sociais 

Para solucionar os problemas criados pela Revolução Industrial, os reformistas britânicos começaram a promover mudanças. Um dos primeiros problemas era a difícil situação das crianças que trabalhavam nas minas e fábricas. Como consequência da pressão exercida pelos reformistas, o Parlamento impôs o Factory Act (Ato das Fábricas) em 1833. Este ato proibiu o emprego de crianças com menos de nove anos. As crianças entre nove e 13 anos não poderiam trabalhar mais de oito horas por dia, e os jovens de 13 a 18 anos não poderiam trabalhar mais de doze horas por dia; ainda assim elas continuavam sujeitas a perigosas e inseguras condições de trabalho.

O Ato das Fábricas foi uma lei revolucionária por introduzir a ideia de que o estado poderia agir para proteger seus empregados. Leis posteriores reduziram ainda mais a jornada de trabalho para crianças e jovens, e também regulou os horários de trabalho para as mulheres. No começo do século XX, a carga de 10 horas de trabalho por dia foi estabelecida na Inglaterra para todos os trabalhadores acima dos 14 anos.

Os líderes e reformistas britânicos também começaram a dar grande ênfase à educação. Eles acreditavam que a educação ajudaria a acabar com a pobreza, com o crime e com crenças supersticiosas. Tendo início em 1833, o Parlamento começou a alocar pequenas quantias de dinheiro para a educação básica. O Education Act (Ato Educacional) de 1870 deu ao governo local o poder de estabelecer escolas. Por volta de 1891, estas escolas tornaram-se públicas. Todas as crianças da Grã-Bretanha eram obrigadas, por lei, a frequentar a escola.

No início do século XIX, muitos trabalhadores habilidosos foram substituídos por máquinas. Perturbados com essa situação, os empregados começaram a organizar grupos para impedir a perda de mais empregos. Já que um único empregado não tinha o poder de enfrentar uma grande companhia, trabalhadores uniram-se para formar sindicatos – organizações criadas para representar os interesses dos trabalhadores. Para conseguir mudanças, os sindicatos muitas vezes organizavam greves, e seus membros se recusavam a trabalhar até que seus empregadores concordassem em aumentar seus salários e melhorar suas condições de trabalho.

O Parlamento inglês se opôs aos primeiros sindicatos. Em 1799 e 1800, o Parlamento estabeleceu os Combination Acts que baniam os sindicatos no país. Apesar dessas novas leis, os trabalhadores ingleses continuaram a se unir. O Parlamento eventualmente repeliu o Ato de Combinação em 1824 e os sindicatos tornaram-se legais na Grã-Bretanha. Porém, uma série de sucessivas greves alarmou o governo. Portanto, em 1825, o Parlamento impôs uma nova lei que permitia que os trabalhadores formassem sindicatos, mas proibia o direito de greve. Apenas em 1871 foi concedido novamente o direito de fazer greve.

Sindicatos e Políticas

Quando os sindicatos britânicos se fortaleceram, seus líderes adentraram a política do país. No século XX, representantes de vários sindicatos criaram um partido político para representar seus interesses. Em 1906, vinte e nove membros do Partido Trabalhista foram eleitos para o Parlamento.

Um outro partido, o Partido Liberal, venceu as eleições de 1906. Mas apesar de controlar o Parlamento, o Partido Liberal entendeu o significado do grande número de votos recebidos pelo Partido Trabalhista: quanto menos ajuda recebesse a população pobre do país, mais ela iria apoiar o Partido Trabalhista. Para evitar isso e uma consequente perda de poder, o Parlamento liderado pelo Partido Liberal, introduziu reformas legislativas entre 1906 e 1914.

Essas novas reformas criaram um sistema de assistência social aos cidadãos britânicos. Refeições eram servidas nas escolas e os alunos eram atendidos em clínicas do governo. Pais que não cuidassem da saúde de seus filhos eram legalmente punidos. O governo também passou a oferecer pensões para pessoas acima de 70 anos.

Outras leis britânicas foram criadas para proteger os trabalhadores e exigir que os donos de fábricas oferecessem condições de trabalho mais seguras. Os empregados ganharam o direito de serem compensados em caso de sofrerem acidentes no trabalho. Centros governamentais foram formados com o propósito de ajudar os desempregados a encontrar empregos. O National Insurance Act (Ato Nacional de Seguro) de 1911 criou o seguro desemprego e seguro saúde para trabalhadores britânicos.

Sumário

- Revoluções de 1848
i. Crises Econômicas na Europa
ii. Rebelião na França
iii. O Império Austríaco
iv. Tentativas de Unificação da Itália
v. Tentativas de Unificação da Alemanha
- Grã-Bretanha – reformas políticas, sociais e econômicas
i. Reformas Econômicas e Sociais
ii. Sindicatos e Políticas

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