Revolução de 1930
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Revolução de 1930
A Revolução de 1930, ocorrida no dia 24 de outubro de 1930, foi um golpe de estado que derrubou o presidente Washington Luís, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e encerrou à República Velha. A Revolução de 1930 foi articulada pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. Fatores que fomentaram a revolução foram a crise econômica de 1929 e o assassinato do político João Pessoa.
O governo de Washington Luís (1926-1930)
Presidente Washington Luís
Enquanto a política do café com leite ainda vigorava, o Presidente Artur Bernardes foi substituído por Washington Luís, que apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, foi politicamente ativo em São Paulo.
O governo de Washington Luís iniciou-se com estabilidade política e econômica. O lema do Presidente era “governar é abrir estradas” e ele implementou a construção das rodovias Rio-São Paulo e Rio-Petrópolis. Assim como seu antecessor, Washington Luís trabalhou para derrotar a inflação e buscou realizar uma reforma econômica que estabilizasse a moeda corrente nacional. Para isso, ele criou a Caixa de Estabilização com objetivo de igualar a quantidade de papel-moeda produzida no Brasil à reserva de ouro do país. Porém, a crise econômica mundial reduziu as reservas de ouro e os empréstimos de outros países, o que levou à falência da Caixa de Estabilização.
Em relação ao crescente movimento operário, Washington Luís declarou: “A questão operária é uma questão de polícia”.
O fim do governo de Washington Luís foi marcado por uma grave crise econômica devido à Grande Depressão, que atingia grande parte do mundo no início de 1929, devido à quebra na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Os Estados Unidos e a Europa, regiões que mais faziam empréstimos ao Brasil e que eram os principais consumidores do café nacional, foram os mais prejudicados pela Depressão.
Além disso, o Brasil produziu uma safra recorde de café em 1928, o que resultou na queda dos preços. Produzia-se mais do que o necessário para a exportação, e a crise externa era tão grave que o governo federal não poderia mais privilegiar os cafeicultores por meio de empréstimos fáceis e da aquisição do excesso de produção. Isto causou irritação entre as oligarquias, e o governo não conseguia mais solucionar os conflitos econômicos que estavam sendo gerados pela crise. Os cafeicultores de Minas Gerais e Rio de Janeiro queriam que o comando da política cafeeira, que desde 1924 estava a cargo do Instituto do Café de São Paulo, fosse transferido para o governo federal. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, os produtores de charque e arroz reclamavam, acusando o governo federal de não levá-los em consideração. No Norte e Nordeste do Brasil, os produtores de tabaco, cacau e algodão faziam reivindicações semelhantes.
Resumo: República Velha
A Aliança Liberal
Em 1929, iniciava-se novamente o processo de sucessão presidencial. Era esperado que, como durante a Primeira República, o presidente indicasse um candidato oficial que seria apoiado por todos os grupos dominantes nos Estados. Mas nessas eleições a concorrência política não ocorreu entre os candidatos representantes dos Estados dominantes e os Estados de segunda grandeza; ocorreu entre o próprio grupo dominante. Já que Washington Luís representava São Paulo, de acordo com a política do café com leite, o próximo presidente seria de Minas Gerais. Entretanto, o presidente demonstrou que não honraria mais seu acordo e nomeou como seu sucessor um outro paulista, Júlio Prestes.
Porém, os mineiros não aceitaram que os paulistas continuassem no poder por mais um mandato. A divergência entre São Paulo e Minas Gerais abriu espaço para outras divergências que haviam sido reprimidas no passado. Antônio Carlos de Andrada - governador de Minas Gerais e candidato à presidência - abriu mão de sua candidatura e organizou uma chapa de oposição: ele apoiava para a presidência o governador do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, e para vice-presidente o paraibano João Pessoa.
Estava formada a Aliança Liberal, cuja base de sustentação eram Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraíba e mais alguns grupos que se opunham ao governo federal – tais como o Partido Democrático de São Paulo e outros grupos de civis e militares que não estavam contentes com a situação do País.
A Aliança Liberal expressava as aspirações das classes dominantes regionais que não estavam ligadas aos cafeicultores. A plataforma da Aliança Liberal estava voltada para conquistar o apoio das classes médias e de alguns setores operários. O programa propunha medidas de proteção ao trabalhador – lei de férias, regulamentação do trabalho do menor e da mulher – e uma reforma política no Brasil que incluiria o voto secreto, justiça eleitoral e anistia aos presos políticos.
Nas eleições de 1930, foi lançado um candidato a presidente da República pelo Bloco Operário Camponês (BOC) que era patrocinado pelo Partido Comunista. Apesar desse candidato obter uma votação praticamente insignificante, sua indicação simbolizava a demanda de participação política dos trabalhadores.
A Revolução de 1930
Movimento revolucionário de 1930
Assim como nas eleições anteriores, houve fraude nesta eleição. Até mesmo a Aliança Liberal, que prometera lutar contra a corrupção, também cometeu fraude política, principalmente no Rio Grande do Sul. Contudo, o resultado final foi a vitória do candidato paulista, Júlio Prestes.
Ambas as chapas haviam concordado em respeitar os resultados. Os elementos mais moderados da Aliança Liberal, tais como João Pessoa, aceitaram o resultado, e declararam que preferiam dez Júlio Prestes a uma revolução. Entretanto, outros membros da Aliança Liberal, especialmente os mais jovens, não aceitaram o resultado. Os tenentistas uniram-se a eles e esboçaram uma conspiração contra o presidente recém-eleito. Em pouco tempo, foi formado um movimento de conspiração para depor Washington Luís e liquidar o regime oligárquico da Primeira República.
Preocupado com as rebeliões e com a volta do movimento tenentista, até mesmo os líderes mais conservadores das oligarquias divergentes decidiram assumir o controle da conspiração. Eles estavam preocupados que, caso não tomassem o controle, o golpe seria muito mais radical.
Um acontecimento importante e inesperado deu força à conspiração revolucionária. Em 26 de julho, João Pessoa foi assassinado em Recife e se tornou um mártir. Sua morte e a “degola” de muitos deputados eleitos de Minas Gerais e da Paraíba fizeram com que as antigas oligarquias apoiassem o golpe. Eles foram cautelosos, e colocaram no comando do movimento revolucionário Goés Monteiro, que tinha a confiança dos políticos gaúchos. Em 3 de outubro de 1930, uma revolta irrompeu no Rio Grande do Sul, e foi seguida por outras no Nordeste, sob liderança de Juarez Távora.
As tropas revolucionárias no Sul e as forças do governo federal estavam prontas para um confronto em Itararé, no estado de São Paulo. No dia 24 de outubro, os generais Tasso Fragoso, Mena Barreto e Leite de Castro, e o almirante Isaías de Noronha depuseram o presidente Washington Luís no Rio de Janeiro e constituíram uma junta provisória de governo. Essa junta tentou permanecer no poder, mas ela era bastante heterogênea. As oligarquias dissidentes queriam mais poder e proteção econômica, enquanto os tenentistas queriam a centralização política e a implementação de algumas reformas sociais. Já o Partido Democrático queria controlar São Paulo politicamente e criar um Estado liberal. A pressão de revolucionários vindos do Sul e manifestações populares fizeram com que a junta entregasse o poder a Getúlio Vargas, que tomou posse na presidência da República a 3 de novembro de 1930.
A República Velha havia sido encerrada.
Sumário
- O governo de Washington Luís- A Aliança Liberal
- A Revolução de 1930



