O Subcontinente Indiano

O Subcontinente Indiano

O subcontinente indiano é a região peninsular do sul do continente asiático onde se encontram os países da Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Butão. Por motivos culturais, a ilha de Sri Lanka e as Maldivas também podem ser consideradas parte do subcontinente indiano.

Mapa do subcontinente indiano

A Índia, cuja população é de 1,34 bilhão de pessoas, é o segundo país mais populoso e a maior democracia do mundo. É um país de grandes contrastes – tradicional e arcaico, mas também, moderno e inovador. Na Índia, há um sistema de castas e, ao mesmo tempo, uma indústria de tecnologia de ponta. É um país onde se falam 1.600 dialetos e 22 idiomas oficiais. A língua inglesa é falada por apenas 5-10% da população – geralmente por pessoas que vivem em áreas urbanas.

A Índia é um país de grandes disparidades socioeconômicas. O país cresce rapidamente, mas milhões de pessoas ainda se encontram abaixo da linha de pobreza. Apesar da pobreza na Índia ter diminuído, o cenário ainda é alarmante. Em 1981, o percentual de indianos que vivia abaixo da linha da pobreza era 42%; em 2016, era 22%. (Atualmente, a linha da pobreza é medida por uma renda inferior a $1,90 por dia).

O modelo de crescimento da economia indiana foi pautado nos setores de tecnologia da informação, serviços e telecomunicações. O crescimento econômico aumentou a riqueza nas cidades. Contudo, o campo – onde vive aproximadamente 60% da população - não usufruiu dessa prosperidade.

A Índia é uma potência nuclear.

Histórico da Índia

A Índia é o maior país do subcontinente indiano. Colonizada inicialmente pelos portugueses, no século XV, com a fundação de feitorias como Goa, Damão e Diu, foi em seguida ocupada pelos franceses, que fundaram Mahé e Puducherry, Bombaim (Mumbai) e Calcutá.

Lentamente, consolidou-se a hegemonia britânica sobre toda a região, através da Companhia das Índias Orientais. Várias revoltas populares foram esmagadas pelos colonizadores que, em 1876, transformaram a Índia em vice-reino britânico.

No final da década de 1940, a região se dividiu em cinco Estados: Índia, o Paquistão (nas porções oriental e ocidental), Nepal, Butão e Sri Lanka. Separados principalmente por motivos religiosos, ainda hoje são palco de sérios conflitos.

Em 1947, a Índia, onde predominavam populações hinduístas, conquista sua independência, juntamente com o Paquistão, essencialmente muçulmano, que se dividiu em oriental e ocidental. Com as independências, ocorreu o maior êxodo religioso da história: milhões de fiéis cruzaram a fronteira para se estabelecer no país onde predominava a sua religião. No final de 1971, o Paquistão Oriental declara sua independência e torna-se Bangladesh, um dos mais pobres países do mundo, mas o sétimo em população absoluta, com mais de 162 milhões de habitantes.

Sri Lanka, antiga ilha do Ceilão, colonizada inicialmente pelos portugueses, passou para o domínio inglês após 1795. Predominantemente budista, tornou-se independente em 1948, passando por algumas experiências de caráter socialista, como a nacionalização do petróleo, em 1962, e a reforma agrária de 1972. Trata-se de um país de pequena área, cuja base econômica é agricultura, com destaque apenas para o chá e a borracha.

Consolidando seu domínio sobre a região, os ingleses ocuparam, no final do século XIX, o Nepal e o Butão, ao norte da Índia. São áreas muito pobres, localizadas em região de difícil acesso, no Himalaia, tendo como base de sua economia a agropecuária de subsistência.

Geografia Física

Mapa da Índia - Geografia Física

Na Ásia Meridional, distinguem-se três grandes unidades de relevo: a Cordilheira do Himalaia, o Planalto do Decão e a Planície Indo-Gangética.

A Cordilheira do Himalaia, dobramento moderno mais portentoso do mundo, ocupa toda a área fronteiriça da Ásia Meridional com o Tibete numa extensão de aproximadamente 2400 km. Nessa Cordilheira, há mais de mil picos com mais de 7000 km de altitude, tal como o Everest (8848 m), o pico culminante do planeta, localizado entre Nepal e Tibete.

O Planalto do Decão, formado por rochas muito antigas e, portanto, bastante aplainadas pela erosão, ocupa a porção meridional da península. Na Índia, esse planalto ocupa aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados, sendo cercado por dobramentos antigos, cujas altitudes raramente ultrapassam 200 m, como os Gates Ocidentais e Orientais.

A Planície Indo-Gangética, uma das áreas mais populosas e povoadas do mundo, situa-se entre o Himalaia e o Planalto do Decão. Trata-se de uma planície aluvial, formada pela ação das águas pluviais (chuvas) e fluviais (rios), drenada pelos mais importantes rios da região.

Na rede hidrográfica da Ásia Meridional destacam-se os rios Indo, Ganges e Brahmaputra.

O rio Indo, com 3180 km, é o mais importante do Paquistão, onde forma um amplo delta antes de desaguar no Mar Arábico. Esse rio drena o trecho mais seco de toda a Ásia Meridional, situando-se a leste do seu curso o deserto mais extenso da região, o de Thar, localizado em terras do Paquistão e da Índia.

Com 3700 km o Ganges é o rio mais importante da Índia, onde forma, a leste, o maior delta do mundo, antes de desembocar no Golfo de Bengala. Ao longo do Ganges identificamos importantes cidades como Délhi, Varanasi (antiga Benaris) e Calcutá, localizada no seu delta.

O Rio Brahmaputra (2900 km) é o mais importante de Bangladesh. Esse rio é afluente do Ganges e seu delta ocupa cerca de 1/4 do território de Bangladesh.

Quadro Humano

A Ásia Meridional é uma das regiões mais populosas e povoadas do mundo. A Índia é o país mais populoso da região e o segundo do mundo, abrigando ao redor de 1,19 bilhão de indivíduos. As densidades demográficas são bastante elevadas, sobretudo em Bangladesh, onde há mais de 1257 habitantes por quilômetro quadrado. A distribuição populacional, entretanto, não é uniforme, pois a maioria da população, devido à forte dependência agrícola, concentra-se ao longo dos rios e seus deltas, formando verdadeiros formigueiros humanos.

PAÍSES ÁREA
(em km)

POPULAÇÃO 2013

POPULAÇÃO RELATIVA
(2013) (Hab./km2)

ANO DE INDEPENDÊNCIA
Índia 3.287.590 1.220.800.000 410 1947
Paquistão 803.943 193.239.000 250 1947
Bangladesh 143.998 163.655.000 1.257 1947
Sri Lanka 65.610 21.676.000 335 1948
Nepal 140.791 30.430.000 212 1950-52
Butão 46.620 725.000 18,9 1949

A Ásia Meridional compreende os países localizados na Península do Decão (voltada para o Golfo de Bengala, no Oceano Índico) e arredores: Paquistão, Índia, Nepal, Butão.

A população da Ásia Meridional apresenta as mesmas deficiências sociais observadas, como regra geral, nos países subdesenvolvidos. São exemplos dessas deficiências a elevada taxa de mortalidade infantil, que oscila de 44,6 (por 1000 nascimentos) na Índia a 47,3 (por 1000 nascimentos) em Bangladesh, e o analfabetismo, que atinge cerca de 37,2% dos indianos e 45,4% dos paquistaneses.

As principais religiões na Ásia Meridional são o hinduísmo, seguido por cerca de 81% dos indianos, e o islamismo, professado por aproximadamente 96,4% da população no Paquistão e 89,5% em Bangladesh. As diferenças religiosas na península têm sido causas de conflitos de grandes proporções.

ÍNDIA

POPULAÇÃO

Com uma população absoluta superior a 1,22 bilhão de habitantes, a Índia é o segundo país mais populoso do mundo. É também bem povoado, pois apresenta uma população relativa de 410 hab./km2. Sua distribuição demográfica, no entanto, é irregular e seu rápido crescimento demográfico tem acentuado essa irregularidade.

Em função do tipo de agricultura milenarmente praticado (em 2013, 53% da população ativa estava no campo), as maiores concentrações estão nas regiões de maior pluviosidade. As áreas mais vazias estão ao norte, devido às grandes altitudes, e a oeste, devido ao clima árido.

Embora as taxas de natalidade da população indiana venham caindo - graças às intensas campanhas de controle de natalidade - o crescimento vegetativo é positivo, situando-se em torno de 1,28%, pois as taxas de mortalidade têm se reduzido com maior regularidade.

O PIB per capita da população indiana é de 3.900 dólares (ano 2013), situação agravada pela sua má distribuição. Como reflexo disso, o analfabetismo atinge 37,2% da população, a mortalidade infantil é de 44,6 em mil e a expectativa de vida situa-se em 66 anos para os homens e 68,7 para as mulheres.

Outra característica da Índia é seu problema linguístico. A língua mais falada é o hindu, usada por 41% da população, mas há ainda 15 outras línguas oficiais, além de cerca de 1.650 dialetos em uso.

A Índia possui a maior população de trabalhadores jovens do mundo. Isso se deve ao fato de 28% da população indiana ser jovem. De acordo com muitos especialistas, a vantagem demográfica da Índia foi um dos principais fatores do crescimento econômico do país.

As Castas

As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado hindu, O Código de Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 a.C. Define-se casta como um grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas de seu próprio grupo. Estão predeterminados também sua profissão, hábitos alimentares, vestuário etc., levando à formação de uma sociedade estática.

Originalmente, as castas eram apenas quatro: os brâmanes (religiosos e nobres), os xátrias (guerreiros), os vaixás (camponeses e comerciantes) e os sudras (escravos). À margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta, ou intocáveis, hoje chamados de haridhans ou haryans. Com o passar do tempo, tem havido centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar.

Desde sempre, os párias são condenados aos trabalhos mais degradantes e mal pagos, apesar da luta de Gandhi, após a independência, e de inúmeras leis criadas na tentativa de eliminar ou amenizar os problemas que o sistema de castas acarreta. Todavia, essas leis revelam-se impotentes diante da tradição, e o sistema subsiste.

O sistema de castas é a base do hinduísmo. A religião se torna, então, um poderoso elemento social disciplinador e apaziguador: virtude e resignação são as palavras-chave na postura moral do indivíduo.

O hinduísmo é uma das mais antigas religiões do mundo. Não tem uma organização estrutural (igreja, padres etc.), nem um livro sagrado, como a Bíblia do cristianismo ou o Corão do islamismo, sendo praticado de formas diferentes em regiões distintas. Caracteriza-se pelo politeísmo - são adorados mais de 240.000 deuses - mas as principais divindades são Brahma (espírito da criação, ser inalcançável), Shiva e Vishnu, formando uma trindade em torno da qual se agrupam os outros deuses.

Os seguidores do hinduísmo creem na imortalidade da alma, no ciclo de reencarnação, que visa a libertação dela, e na fusão final com Deus, através da purificação, do culto e da prática religiosa. Segundo o Karma de cada indivíduo (o caminho rumo à perfeição), o homem tem muitas vidas, e seus sofrimentos correspondem aos obstáculos desse caminho.

Ascetismo e disciplina e a prática da ioga são meios de purificar o corpo, na busca da pureza da alma. Devem ser seguidas também normas ligadas à alimentação, celebrações, peregrinações etc.

Sumário

- Histórico 
- Geografia Física 
- Quadro Humano 
- Índia 
I. População 
II. As Castas 
- Clima e Vegetação 
- Economia 
I. Agricultura 
II. A Revolução Verde 
III. Indústria 

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