Agropecuária - Sistemas agrícolas

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OS SETORES DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Sistemas agrícolas são classificações que definem como o homem desenvolve a agricultura de acordo com o índice de produtividade e a área cultivada. Os sistemas agrícolas que se referem à agricultura se apresentam de duas formas: agricultura intensiva e agricultura extensiva.

AS ATIVIDADES AGRÍCOLAS

Todas as fases da plantação - a preparação do solo, a colocação das sementes, a utilização de adubos, a eliminação das pragas, a colheita e a venda dos produtos vegetais no mercado - são chamadas de atividades agrícolas. Estas se dividem em dois tipos: agricultura de subsistência e agricultura comercial.

AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA

Produção pequena

  • Produção, em grande parte, consumida pelos próprios produtores
  • Em caso de excedentes, produção vendida para comércio local

AGRICULTURA COMERCIAL

Grande produção para mercados amplos

De acordo com a quantidade de produtos plantados, dois são os tipos de agricultura:

monocultura - plantação comercial de um único produto

policultura - produção comercial ou de subsistência de vários vegetais

Conforme o tamanho e o aproveitamento das terras, quatros são os tipos de propriedades rurais:

TIPOS DE PROPRIEDADES RURAIS

Pequena propriedade - pequena extensão de terra com produção relativamente alta
Minifúndio - pequena extensão de terra com baixa produção
Latifúndio - grande extensão de terras com baixa produção
Grande propriedade - grande extensão de terras com alta produção

OS MODELOS AGRÍCOLAS

Dois são os tipos de modelos agrícolas: o intensivo e o extensivo.

A agricultura intensiva emprega capitais, tecnologia, mecanização e mão de obra qualificada. Em contraste ao sistema extensivo, a agricultura intensiva é caracterizada por capitalização e por um alto índice de produtividade. O sistema intensivo apresenta as seguintes características: uso permanente do solo, rotação de cultivos, uso de fertilizantes, seleção de sementes, seleção de espécies, mecanização, grande rendimento, alta produção por hectare e mão de obra qualificada.

agricultura intensiva

A agricultura intensiva ocorre em áreas que apresentam alto custo da terra. Isto é, a exploração desses terrenos ocorre por meio da aplicação intensiva de trabalho, capital e tecnologia, visando à maior rentabilidade do solo. Esse tipo de agricultura esgota os solos, que se tornam pobres, conduz ao aparecimento de pragas e requer um intenso uso de agroquímico. Quanto à produção pecuária, os animais são mantidos em espaço fechado e alimentados à base de ração.

A agricultura extensiva é caracterizada por pouco capital, pouca tecnologia, técnicas agrícolas rudimentares e mão de obra não qualificada e escassa. Apresenta baixos índices de exploração de terra e baixa produtividade. As técnicas utilizadas são bastante rudimentares. Há pouco ou até nenhum adubo. Esse tipo de agricultura pode ser encontrado em pequenas propriedades e também em grandes propriedades onde predomina a mão de obra humana e há baixa mecanização. Quanto à produção pecuária, os animais pastam em áreas extensas.

Tais definições não estão necessariamente associadas ao tamanho de uma propriedade ou à área de cultivo. Uma pequena propriedade pode apresentar elevados índices de produtividade. Por outro lado, um grande latifúndio pode apresentar baixos índices de produtividade.

Tabela 1. Problemas ambientais locais e externos da agricultura

 

Efeitos Locais

Efeitos Externos (externalidades)

Efeitos Globais (externalidades)

Agricultura Intensiva

(áreas de alto potencias)

Degradação do Solo

(salinidade, perda de material

orgânica)

•Enfraquecimento dos lençóis freáticos

•Poluição de agroquímicos

•Perda de Biodiversidade Local (natural

e agrícola)

•Emissão de gases do efeito estufa

•Doenças animais

•Perda de diversidade do cultivo

e da genética animal

Agricultura Extensiva

(áreas menos favorecidas)

Enfraquecimento dos nutrientes

Efeito local da erosão dos solos

•Efeitos da erosão do solo rio abaixo

(assoreamento dos reservatórios)

•Mudanças hidrológicas (por exemplo, perda

de retenção da água em áreas rio acima)

•Degradação de pastagens em áreas de

propriedade comum

•Sequestro de carbono reduzido (stocks)

por causa da deflorestação e emissão de

dióxido de carbono das queimadas de

florestas

•Perda de biodiversidade

No interior desses dois sistemas existem muitas modalidades de agricultura: tais como a jardinagem, a rotativa, a nômade, a "plantation" e a agricultura mecanizada.

CARACTERÍSTICA DA JARDINAGEM

  • Feita em canteiros ou jardins
  • Uso de pouca terra
  • Utilização de pouca mão de obra
  • Exemplos de jardinagem: horticultura (produção de verduras) e floricultura
  • A jardinagem é muito comum em certos países da Ásia, principalmente na China e no Japão

AGRICULTURA ROTATIVA

O terreno é dividido em duas partes. Numa, ao longo de um ano, planta-se, por exemplo, soja; noutra planta-se trigo. No ano seguinte, são trocadas a produção para que as terras estejam sempre recuperadas. A Europa Ocidental é a região onde mais de adota a agricultura rotativa.

AGRICULTURA NÔMADE

Modo de plantio muito usado nas áreas mais pobres, caracterizando-se por plantios itinerantes, pois os agricultores vivem mudando de lugar para lugar, saindo de terras cansadas pela utilização de técnicas de plantio erradas, como queimadas por exemplo, que desgastam os solos.

PLANTATION

  • Latifúndio monocultor dedicado à produção de gêneros primários e voltada ao mercado externo.
  • Foi o sistema agrícola utilizado, a partir do século XVI, na colonização dos países americanos pela Europa.
  • Largamente difundida nas nações subdesenvolvidas, particularmente na África Negra e em alguns lugares do continente Asiático.
  • Mão de obra escrava, ou semiescrava ou com salários baixos. Em certas regiões, o trabalho é "pago" por moradia ou alimentação, sem salários em dinheiro.

AGRICULTURA MECANIZADA

  • Intenso uso de equipamentos e máquinas agrícolas.
  • Grande produtividade.
  • Pouca mão de obra com elevado salário.
  • Proprietários capazes de grandes investimentos.

Nos países pobres, nas regiões onde se utiliza agricultura mecanizada ocorre grande êxodo rural. Esse tipo de atividade agrícola exige grande especialização técnica. Isso provoca a ida de trabalhadores rurais sem estudo e pouco adaptados aos modernos equipamentos e técnicas agrícolas para as cidades. Aí, ou ficam desempregados ou subempregados, muitas vezes partindo para atividades criminosas, fator da crescente violência urbana.

A REFORMA AGRÁRIA

Nos países subdesenvolvidos, um dos mais graves problemas das áreas rurais é a má distribuição da propriedade agrária: alguns possuem muitas terras enquanto a maioria da população rural não é dona nem de um pedaço de terra. No Brasil, vários grupos e organizações - a exemplo do Movimento dos Sem Terra, apoiado por boa parte da Igreja Católica - pedem uma reforma agrária do tipo distributivista: a divisão dos latifúndios, sempre improdutivos, entre pequenos proprietários. Historicamente, este modelo de reforma agrária - como aconteceu no México - acaba fracassando. De fato, dividir terras sem fornecer créditos rurais, maquinas agrícolas e sem proporcionar uma educação especializada para o homem do campo não resolve o problema rural. Progressivamente, o pequeno agricultor, cada vez mais empobrecido, acaba vendendo suas terras aos grandes proprietários. Talvez, a melhor solução para os problemas agrícolas seja a adoção do sistema de cooperativas: a associação de diversos pequenos proprietários para comprar máquinas, adubos e inseticidas e, também, para a obtenção de orientação técnica e comercial. De fato, a cooperativa tem condições de contratar não só especialistas em técnicas rurais, como também administradores de empresas que ajudariam na escolha dos produtos de maior venda nos mercados e na criação de firmas de distribuição de produtos de propriedade da própria cooperativa.

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