Condutores em Equilíbrio Eletrostático
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Condutores em Equilíbrio Eletrostático
Campo e Potencial do Condutor
Um bom condutor possui elétrons livres. Se esses elétrons não apresentarem nenhum movimento ordenado, diremos que o condutor está em equilíbrio eletrostático. Para que isso ocorra, o campo elétrico no interior do condutor deve ser nulo pois se o campo fosse diferente de zero, provocaria movimento dos elétrons.
No interior de um condutor em equilíbrio eletrostático o campo elétrico é nulo. |
Na superfície do condutor pode haver campo elétrico não nulo, desde que ele seja perpendicular à superfície.
Por exemplo, se tivermos um condutor eletrizado positivamente (Fig. 1), na superfície o campo tem o sentido de afastamento e se o condutor for eletrizado negativamente, o campo é de aproximação (Fig. 2).
A necessidade de o campo ser perpendicular à superfície decorre do fato de o condutor estar em equilíbrio. Se o campo fosse inclinado em relação à superfície, como ilustra a figura 3, haveria uma componente tangencial que provocaria o movimento das cargas.
Consideremos agora dois pontos quaisquer A e B pertencentes a um condutor em equilíbrio eletrostático.
Se os potenciais de A e B fossem diferentes, haveria movimentação de elétrons livres do potencial mais baixo para o potencial mais alto o que contraria a hipótese de equilíbrio. Portanto concluímos que os pontos A e B devem ter o mesmo potencial:
Todos os pontos de um condutor em equilíbrio eletrostático devem ter o mesmo potencial. |
Distribuição de Cargas
Quando um condutor está eletrizado, tem um excesso de cargas positivas ou negativas. Na situação de equilíbrio essas cargas tendem a se afastar o máximo possível e assim ficam na superfície do condutor. Se o condutor for esférico e isolado (longe da influência de outros condutores ) as cargas distribuem-se uniformemente pela superfície. (Fig. 5) Mas se o condutor tiver outra forma, as cargas concentram-se mais nas regiões mais pontudas.
Para caracterizar essas diferenças define-se a densidade superficial de cargas. Se uma "pequena" superfície de área contiver uma carga Q, a densidade de cargas nessa superfície é definida por:
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(I) |
Assim, no caso do condutor esférico isolado, a densidade é constante ao longo da superfície. Porém para condutores de outras formas, a densidade é maior nas pontas.
Blindagem Eletrostática
Na figura 7 representamos um condutor neutro Y situado no interior de um condutor oco X. Independentemente do fato de X estar ou não eletrizado, o campo elétrico no seu interior é nulo. Desse modo, o condutor X protege o condutor Y de ações elétricas externas. Se aproximarmos, por exemplo, um condutor eletrizado A, (Fig. 8) este induzirá cargas em X mas não em Y. dizemos então que o condutor X é uma blindagem eletrostática para o condutor Y.
Essa blindagem é usada na proteção de aparelhos elétricos para que estes não sintam perturbações elétricas externas. A carcaça metálica de um automóvel ou avião e a estrutura metálica de um edifício também são exemplos de blindagens eletrostáticas.
Campo e Densidade
Consideremos um condutor em equilíbrio eletrostático. O campo elétrico em um ponto exterior P, "muito próximo" do condutor, tem intensidade dada por:
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(II) |
onde é a densidade superficial da cargas nas proximidades de P e E é uma constante denominada permissividade do meio. Essa constante está relacionada com a constante lei de Coulomb pela relação:
Assim, no vácuo, temos:
Em um ponto S da superfície do condutor, a intensidade do campo é a metade da intensidade no ponto P:
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(III) |
Das equações II e III percebemos que o campo é mais intenso onde a densidade de cargas for maior. Por outro lado, sabemos que a densidade é maior nas "pontas".
Portanto, o campo elétrico é mais intenso nas "pontas" de um condutor e esse fato é conhecido como poder das pontas.
Exemplo 1
Um condutor esférico de raio R = 2,0.10-2m está eletrizado com carga Q = 7,5.10-6C no vácuo. Determine:
a) a densidade superficial de carga
b) a intensidade do campo elétrico num ponto externo muito próximo do condutor
c) a intensidade do campo sobre o condutor
Resolução
a) supondo que o condutor esteja isolado as cargas distribuem-se uniformemente pela superfície. Lembrando que a área da superfície é temos:
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b) num ponto P externo é "muito próximo" do condutor, o campo tem intensidade dada por:
c) num ponto S da superfície, o campo tem intensidade igual à metade da intensidade no ponto próximo:
Condutor Esférico
Consideremos um condutor esférico, eletrizado, em equilíbrio e isolado. Como já sabemos, o excesso de cargas distribui-se uniformemente pela sua superfície (Fig. 10 e Fig. 11).
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No interior do condutor o campo elétrico é nulo. Porém no exterior o campo é não nulo e sua intensidade pode ser calculada como se toda a carga do condutor ( Q ) estivesse concentrada no centro da esfera, usando a equação válida para uma carga puntiforme:
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(para d > r) ( IV) |
Para calcular a intensidade num ponto "muito próximo", fazemos d = R:
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(V) |
É fácil verificar que esta equação dá o mesmo valor fornecido pela equação II:
Na superfície o campo tem intensidade igual à metade da intensidade no ponto "muito próximo":
Desse modo o gráfico da intensidade do campo em função da distância d ao centro da esfera, tem o aspecto representado na figura 12.
O potencial em pontos externos também pode ser calculado supondo toda a carga concentrada no centro e usando a equação da carga puntiforme:
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(VI) |
Na superfície do condutor, o potencial é obtido fazendo d = R:
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(VII) |
Como todos os pontos do condutor têm o mesmo potencial, a equação VII nos dá o potencial de todos os pontos do condutor. Assim, o gráfico do potencial em função da distância d ao centro da esfera tem o aspecto da figura 13 para Q > 0 e o da figura 14 para Q < 0.
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Aulas relacionadas
Sumário
- Campo e Potencial do Condutor- Distribuição de Cargas
i. Blindagem Eletrostática
ii. Campo e Densidade
- Condutor Esférico
- Capacitância
i. Fórmulas
ii. Capacitância de um Condutor Esférico



