Aristóteles

Aristóteles

Aristóteles (384-322 a.C.), um dos maiores e mais influentes filósofos gregos, foi discípulo de Platão (o aluno mais destacado de Sócrates) e mestre de Alexandre Magno. Sócrates, Platão e Aristóteles são considerados os principais fundadores da filosofia ocidental.

Os escritos de Aristóteles abrangeram todos os campos de conhecimento humano que eram estudados em sua época: o mundo material (Física), a Teoria do Conhecimento (Organum), a Política e as Artes (Poética e Retórica).  Aristóteles também escreveu sobre Metafísica, Poesia, Teatro, Música, Biologia, Ética, Zoologia, Lógica, etc.

estátua de Aristóteles

Sua Vida

Aristóteles nasceu em Estagira, na Macedônia (norte da Grécia). Seu pai era o médico pessoal do Rei Amintas da Macedônia. Aristóteles foi educado como um membro da aristocracia.

Aos 17 anos de idade, Aristóteles vai para Atenas, o centro intelectual da época, onde continua seus estudos na Academia de Platão. Dentre os discípulos de Platão, Aristóteles certamente foi o mais notável. Ele permaneceu na Academia durante quase 20 anos, encerrando seus estudos lá apenas após o falecimento de Platão. Ao sair da Academia, Aristóteles se muda para a corte de Hérmias. Lá ele se casa com Pítias, sobrinha de seu amigo.

Em 343, Aristóteles é convidado pelo Rei Felipe da Macedônia a se tornar o tutor de seu filho, Alexandre, que futuramente se tornará Alexandre Magno, Rei da Macedônia. Aristóteles foi também professor de dois futuros reis: Ptolomeu e Cassandre.

O Rei Felipe foi estabelecendo seu domínio na Grécia Continental. Quando ele faleceu, no ano de 336 a.C., seu filho Alexandre subiu ao trono. Alexandre Magno viveu relativamente pouco, mas dedicou sua vida à construção de um Império Macedônico universal, que se tornou conhecido como o Império Helenístico. Além de consolidar o domínio macedônico na Grécia, Alexandre Magno conquistou a Pérsia, a Fenícia, o Egito e parte da Índia. Ele morreu aos 33 anos de idade, em 323 a.C., na Babilônia.

Em meio ao seu expansionismo militar, Alexandre Magno fundou várias cidades que se tornaram centros difusores da cultura grega. Alexandria, no Egito, foi a mais importante delas.

Em 335 a.C., com a aprovação de Alexandre Magno, Aristóteles retorna a Atenas. A exemplo de seu mestre, Platão, ele funda uma escola, o Liceu. Aristóteles vive quase o resto de sua vida no Liceu, onde passa seu tempo pesquisando, ensinando e escrevendo. Acredita-se que foi durante esses anos que Aristóteles escreveu a maioria de seus trabalhos. Acredita-se também que as obras escritas por Aristóteles que sobreviveram ao tempo representam apenas uma pequena fração de tudo que ele escreveu ao longo de sua vida.

Ao final de sua vida, Alexandre Magno passa a suspeitar de que complôs estavam sendo orquestrados contra ele e em suas cartas, passa a ameaçar Aristóteles. Um profundo admirador e conhecedor do mundo grego, Alexandre afirmava ser descendente de deuses e heróis. Ele desenvolveu em torno de si uma mística que o transformava num personagem semidivino. Mas Aristóteles abominava tais alegações; após a morte de Alexandre Magno, o grande filósofo foi acusado de não respeitar os deuses gregos. Aristóteles foi forçado a deixar Atenas, afirmando que não permitiria que os atenienses cometessem um segundo crime contra a Filosofia. Ele fazia referência à condenação e execução de Sócrates, o mestre de seu mestre, Platão.

Aristóteles se estabelece na cidade de origem de sua mãe, Cálcis, onde havia terras pertencentes à sua família. Lá ele vive com sua segunda esposa, Hérpiles, que é também mãe de seu filho Nicômaco. A primeira esposa de Aristóteles havia falecido poucos anos após eles terem se casado. Aristóteles não chega a viver nem um ano em Cálcis, vindo a falecer aos 63 anos de idade.

Suas obras e contribuições

Aristóteles não apenas estudou, mas também contribuiu a todos os campos de conhecimento que eram estudados em sua época. Diz-se que Aristóteles foi provavelmente a última pessoa a saber tudo que poderia ser sabido em sua época.

Nas Ciências físicas, Aristóteles estudou Anatomia, Embriologia, Geologia, Meteorologia, Física, Zoologia e Geografia. No campo da Filosofia, ele escreveu sobre Arte, Metafísica, Governo, Ética, Economia, Psicologia, Retórica e Teologia. Ele também estudou Educação, Literatura, Poesia e outras culturas.

Todos os aspectos da filosofia de Aristóteles continuam a ser estudadas nos dias de hoje. Cícero descreveu o estilo literário de Aristóteles como sendo “um rio de ouro”.

A seguir, estudaremos alguns dos ensinamentos de Aristóteles. É importante ressaltar que sua contribuição ao conhecimento humano foi tão significante que é impossível transmiti-lo em apenas uma aula.

O mundo da experiência

Para Aristóteles, a razão é um elemento fundamental do conhecimento humano; entretanto, os dados manipulados pela razão são fornecidos pelos sentidos, ou seja, pela experiência sensorial. Para Aristóteles, o único mundo que existe é aquele no qual nós vivemos.

Aristóteles discordava de quase todas as ideias de seu mestre, Platão. Aristóteles acreditava que a nossa experiência é o que nos leva a conhecer e a entender o mundo. Ele acreditava que todos os seres são fruto da junção da essência e da matéria. Ele não acreditava num “mundo das ideias” que existia além da realidade. Para Aristóteles, o conceito, a essência e as ideias se realizavam apenas no plano material.

Aristóteles foi a primeira pessoa a realmente considerar o problema de evidência. Quando ele se deparava com um problema, examinava o que já havia sido escrito ou falado sobre o assunto. Ele estudava a opinião geral sobre o assunto e procurava fazer um estudo sistemático de tudo que fazia parte ou que estava relacionado ao assunto.

Em seu tratado a respeito de animais, Aristóteles estudou mais de 500 espécies. E quando ele estudou Política, coletou e leu 158 Constituições de Estados gregos.

Ele praticava o raciocínio indutivo: observava o maior número de exemplos possível e, a partir disto, desenvolvia os princípios básicos do conhecimento de um assunto. O raciocínio indutivo é o fundamento do método científico ocidental.

As quatro causas

Aristóteles afirmou que tudo que existe possui quatro causas. Estas são:

- A causa material: o material do qual algo é feito. Por exemplo, argila é o material com o qual um vaso é produzido.
- A causa formal: o modelo ou estrutura de algo. Por exemplo, a causa formal do vaso é seu formato de vaso.    
- A causa eficiente: o processo ou o meio pelo qual algo passa a existir. Por exemplo, um oleiro é a causa eficiente de um vaso.
- A causa final: o propósito ou objetivo, a função ou potencial, de algo. Por exemplo, a causa final de um vaso é que ele é um objeto utilizado para guardar um alimento.

A causa final é a menos científica. Porém, para Aristóteles, era a causa mais relevante. De fato, sabemos que, na maioria dos casos, o propósito de algo é o que lhe dá importância.

Lógica

Os trabalhos de Aristóteles contêm um dos primeiros estudos a respeito da Lógica. No final do século XIX, seus trabalhos foram incorporados ao estudo da Lógica moderna.

Aristóteles buscou encontrar um método universal de raciocínio pelo qual seria possível aprender tudo que poderia ser aprendido sobre a realidade.
Aristóteles criou um sistema de raciocínio dedutivo, que, desde então, tem sido de imensa importância para a aquisição de conhecimento. O sistema de raciocínio dedutivo de Aristóteles é baseado em silogismos – um raciocínio que se baseia em certas premissas para chegar a uma conclusão. Se as premissas são verdadeiras, a conclusão será correta.

Um exemplo clássico de silogismo:

Premissa maior: Todos os seres humanos são mortais.
Premissa menor: Sócrates é um ser humano.
Conclusão: Sócrates é mortal.
Na Idade Média, a Igreja utilizou o sistema de lógica de Aristóteles para explicar suas doutrinas.

Ética

A obra Ética a Nicômaco de Aristóteles aborda assuntos como a moralidade, a ética e o propósito da vida humana. 

Os pontos principais da filosofia ética de Aristóteles são que o sumo bem, o fim de todas as ações humana, é a felicidade. Esta é o objetivo principal da Ética. Abaixo, estudaremos sua definição da felicidade.

A pessoa obtém felicidade por meio de uma vida virtuosa e do desenvolvimento da razão e da sabedoria. Para isso, a pessoa precisa de bens materiais para assegurar a si saúde, bem-estar, laser e a oportunidade para realizar boas ações.

Segundo o filósofo grego, a virtude é o meio, o equilíbrio, entre o excesso e a falta. Em geral, com exceção da virtude, que deve ser maximizada, a vida moral é uma de moderação. O conceito de moderação pode ser definido conforme as circunstâncias. Além disso, nenhum desejo humano é ruim desde que seja controlado pela razão e pelo princípio moral.

A virtude é adquirida por meio da combinação de conhecimento, hábito, atividade e autodisciplina.  O homem tem responsabilidade moral por suas escolhas. A vida virtuosa requer racionalidade nas escolhas das ações que levam à felicidade.  Como o ser humano é um ser racional, a virtude e, portanto, a felicidade, depende do exercício da razão.

O sumo bem e a felicidade

Aristóteles segue a linha de Sócrates e Platão ao considerar que a virtude é o fundamento de uma vida bem vivida.

Na obra Ética a Nicômaco, o termo grego usado para a palavra felicidade é eudaimonia, que pode ser definido como o bem composto de todos os bens. Segundo Aristóteles, a felicidade é o maior objetivo para o ser humano, é o sumo bem – o fim supremo que o homem precisa perseguir.

Segundo o filósofo, a felicidade, almejada por quase todas as pessoas, só pode ser alcançada por meio de uma vida virtuosa. Aristóteles ensinava que desejamos dinheiro, prazer e honra porque acreditamos que isso nos trará felicidade. Todas essas coisas são meios, não o fim. Já a felicidade é o próprio fim.

Aristóteles rejeitava a vida cujo fim é a riqueza. Ele acreditava que bens materiais são apenas um meio, não um fim. Segundo o filósofo, uma vida em que o ganho material é fim, não é uma vida feliz. O mesmo conceito vale para a honra e os outros meios.

A felicidade é a medida de quanto bem vivemos: depende de o homem conseguir atingir seu pleno potencial como ser humano.  Possuir caráter e moral, a virtude completa, é o principal fator para atingir a felicidade. Possuir caráter e moral significar exercer virtudes como a coragem, a generosidade, a justiça, a amizade e a cidadania. Essas virtudes enriquecem e aperfeiçoam a natureza humana. De acordo com Aristóteles, a felicidade só é alcançada pelas pessoas que agem corretamente.

Aristóteles ensinava que a felicidade consiste também em obter, ao longo da vida, as benesses da vida, como saúde, conhecimento, amigos, riqueza, etc. A obtenção desses bens requer que o homem faça escolhas difíceis, pois, frequentemente, o que é menos valioso promete prazer imediato enquanto o que é mais valioso requer que sejam feitas escolhas dolorosas e sacrifícios.  Para desenvolver um bom caráter, é necessário ter muita força de vontade para fazer a coisa certa, mesmo em situações difíceis.

O filósofo ensinava que para viver uma vida de completa virtude, é preciso tomar as escolhas certas e manter os olhos no futuro – no objetivo final que o homem almeja para sua vida. A felicidade não será alcançada se o homem se dedicar apenas aos prazeres momentâneos.  A felicidade não é um estado temporário, ou seja, algo que pode ser ganhado ou perdido em algumas horas. Felicidade significa um fim, que engloba a totalidade da vida de uma pessoa.

Política

Segundo Aristóteles, a virtude moral não pode ser obtida de forma abstrata. Ela requer ações morais em um ambiente social. Na visão de Aristóteles, os seres humanos estão conectados em um contexto social. Já que o homem é um ser social e político, ele não pode realizar a sua perfeição sem o Estado.

A Política de Aristóteles baseia-se na moral e ética. Para ele, o papel do Estado é a virtude – a formação moral de seus cidadãos. Aristóteles ensinava que a Ética e a Política estão intimamente relacionadas, pois ele definia Política como a Ciência de criar uma sociedade na qual o homem poderia viver uma vida boa e desenvolver todo seu potencial. Portanto, de acordo com o filósofo, o papel do Estado e da comunidade é o de proporcionar uma vida boa aos seus membros. Isso é realizado ao preservar a vida das pessoas, ao evitar a injustiça e ao permitir que os cidadãos sejam pessoas virtuosas e felizes. Aristóteles acreditava que o Estado é superior ao indivíduo.

Em Política, Aristóteles conjecturou sobre a origem do Estado, descreveu os méritos relativos dos vários tipos de governo e listou as obrigações de cada cidadão.

Aristóteles acreditava que o ideal para a sociedade seria que a soberania política fosse entregue ao povo – como ocorre em uma democracia – em vez de a alguns homens notáveis – como ocorre em uma oligarquia ou aristocracia. Ele argumentava que, mesmo que um indivíduo por si só não tivesse a capacidade de julgar corretamente, a união de vários cidadãos resultaria no cumprimento da justiça, pois a agregação de várias pessoas reúne as qualidades que cada uma delas possui. Assim, segundo Aristóteles, a democracia era superior às outras formas de governo porque reunia as qualidades de muitas pessoas e neutralizava os defeitos de indivíduos.

Em Política, Aristóteles afirma que a única justificativa para a existência da monarquia é se a virtude do rei e de sua família for maior que a de todos os outros cidadãos em conjunto. Sabe-se que Aristóteles foi professor de vários reis e que ele encorajou Alexandre Magno em suas conquistas no Oriente. Aristóteles aconselhou Alexandre Magno a ser "um líder para os gregos e um déspota para os bárbaros".

A escravidão

Aristóteles desenvolveu uma teoria sobre a escravidão, denominada escravidão natural.  Ele acreditava que a escravidão era natural e que existe dois tipos de seres humanos – escravos e não escravos. Segundo sua teoria, a maioria dos seres humanos pode ser legitimamente escravizada, pois se trata de "escravos por natureza".  

Religião

Foi graças aos filósofos árabes do sul da Espanha que a Igreja Católica descobriu Aristóteles. As ideias do filósofo grego tiveram grande importância na formação do pensamento católico durante a Idade Média.

Alguns dos principais eruditos da Idade Média se dedicavam ao estudo da Bíblia e de outros textos religiosos. Eles consideravam o cristianismo como sendo a base de todo o conhecimento humano. Quando os ensinamentos filosóficos e científicos dos antigos gregos foram disseminados na Europa, esses grandes acadêmicos se depararam com um conflito: a filosofia e sabedoria grega contradiziam muitas das ideias cristãs. Muitos desses acadêmicos passaram a rejeitar a filosofia grega e a menosprezar aqueles que a estudavam. Para esses estudiosos, a fé cristã estava absolutamente acima da lógica grega.

Porém, outros acadêmicos medievais, conhecidos como os escolásticos, discordavam e alegavam que a razão poderia ser usada para explicar os ensinamentos cristãos. O mais brilhante dos escolásticos foi Tomás de Aquino, um integrante da ordem Dominicana de monges, no século XIII. Aquino afirmava que a razão e os ensinamentos cristãos eram Divinos e que, portanto, a lógica e a fé se complementavam. Seu livro, Suma Teológica, utilizou a metodologia lógica de Aristóteles para explicar alguns conceitos do cristianismo. Sua obra exerceu uma influência fundamental sobre as ideias e os ensinamentos de futuros pensadores cristãos.

A filosofia Aristotélica se tornou a filosofia oficial da Igreja Católica. Consequentemente, algumas descobertas científicas ocorridas durante a Idade Média e durante o Renascimento foram criticadas por não se encontrarem nos escritos de Aristóteles. É uma ironia da história da Ciência que as obras de Aristóteles serviram de pretexto para impedir a ciência observacional.

Onde Aristóteles divergia significativamente dos pensadores da Idade Média e da Idade Moderna era em sua cresça de que o universo nunca teve um começo e nunca terá um fim – de que o universo é eterno.

A filosofia Aristotélica influenciou também a filosofia judaica e islâmica da Idade Média. 

Biologia

Aristóteles foi o verdadeiro fundador da Zoologia, pois foi ele quem propôs a primeira divisão do Reino Animal. Aristóteles classificou os animais em aéreos, terrestres e aquáticos. Os animais eram classificados de acordo com o ambiente em que viviam. O filósofo também distinguia os animais com sangue vermelho dos que não possuem sangue vermelho e os animais úteis dos nocivos.

Aristóteles dissecou crustáceos, distinguiu as baleias e os golfinhos dos outros tipos de peixes e descreveu o estômago dos animais ruminantes, o desenvolvimento embrionário de um pintinho, a organização social das abelhas etc.

No campo da Zoologia, algumas de suas observações foram confirmadas como sendo corretas apenas no século XIX.

No estudo da Genética, Aristóteles escreveu um tratado no qual discutia o desenvolvimento e a hereditariedade dos animais, defendendo a ideia de que há, no sêmen do pai, algum tipo de substância responsável pela herança genética. Ele descartava as ideias de sua época que atribuíam as semelhanças entre pais e filhos exclusivamente a causas espirituais e emocionais.

Aristóteles fez diversas críticas à pangênese – uma teoria aceita até o século XIX para explicar a hereditariedade. Segundo Aristóteles, tal hipótese não explicava como era possível que uma pessoa herdasse características que eram presentes em seus avôs e ausentes em seus pais. O filósofo se baseou no exemplo de uma mulher branca casada com um homem negro cujo filho era branco e o neto tinha pele quase negra.  

PANGÊNESE: Primeira hipótese a respeito da hereditariedade. Proposta em 410, por Hipócrates – médico e filósofo grego (460 a.C. – 377 a.C. ) – conhecido como o “pai” da Medicina, que é também um dos “pais” da Genética.

Segundo a pangênese, cada órgão ou parte do corpo de um organismo vivo produziria partículas hereditárias chamadas gêmulas, que seriam transmitidas aos descendentes no momento da concepção. Essas gêmulas, produzidas e provenientes de todas as partes do corpo, migrariam para o sêmen e seriam passadas para os filhos. O novo ser construiria seu corpo, portanto, a partir das gêmulas recebidas dos pais.   

A pangênese foi uma das explicações mais duradouras a respeito da herança biológica, sendo aceita até o final do século XIX. O próprio Charles Darwin chegou a adotá-la como explicação para a hereditariedade, o que, mais tarde, trouxe críticas à sua teoria evolucionista.

Aristóteles também escreveu sobre a origem da vida. Segundo ele, a vida surgiu através de geração espontânea, ou seja, a partir da matéria bruta (sem vida) na qual existia um “princípio ativo” ou “força vital” capaz de produzir a vida. Essas ideias foram aceitas até meados do século XVII, quando começaram a ser experimentalmente combatidas por Francisco Redi. Tal teoria foi derrubada, definitivamente, por Pasteur (1860 – século XIX).

Física

A Física originou na Grécia antiga. Os pré-sofistas já procuravam uma explicação racional para tudo que acontecia no Universo.

Antes dos filósofos, os fenômenos eram explicados por meio dos mitos. Assim, por exemplo, para explicar os relâmpagos, dizia-se que estes eram arremessados pelo deus Zeus, do alto do Monte Olimpo.

A palavra "física" deriva da palavra grega "physis", que significa "natureza". Portanto, a Física era, naquele tempo, o ramo da filosofia que se preocupava com a natureza em sua totalidade, incluindo os seres vivos (que hoje são estudados em Biologia).

As ideias de Aristóteles sobre as leis da Física só foram substituídas pela Física de Newton.

A Terra como o centro do Universo

No século IV a.C., Aristóteles apresentou a ideia de que o Sol, a Lua e os planetas giravam ao redor da Terra. Esta visão geocêntrica do Universo foi apoiada pelo astrônomo grego Cláudio Ptolomeu, no século II d.C., e pela Igreja Cristã durante a Idade Média. Na época, as pessoas observavam o Sol viajando pelo céu durante o dia e notavam a mudança de rota das estrelas à noite. Como a Terra não parecia se mover, era lógico acreditar que nosso planeta era o centro fixo do universo.

A teoria geocêntrica de Aristóteles só foi questionada no século XVI, por Nicolau Copérnico, clérigo, médico e astrônomo polonês. Copérnico acreditava que o Sol se situava numa posição fixa no centro do Universo e que a Terra era um dos planetas que giravam ao seu redor. A teoria heliocêntrica de Copérnico marcou o início da astronomia moderna e do pensamento científico atual.

Mas é notável que durante quase 2000 anos, a teoria geocêntrica de Aristóteles foi considerada como sendo verdadeira e inquestionável.

O legado de Aristóteles

Aristóteles nos legou uma extensa obra em que apresentou a mais complexa sistematização do conhecimento da antiguidade. Seu prestígio foi tamanho que durante quase 2000 anos, suas principais ideias foram consideradas como se fossem verdades indiscutíveis.

Os ensinamentos de Aristóteles moldaram os estudos medievais. Suas ideias foram realmente questionadas apenas a partir do século XV, quando houve o Renascimento e, posteriormente, um grande movimento cultural chamado de Revolução Científica. A partir de então, vagarosamente, alguns ramos da Filosofia foram se destacando e formando Ciências particulares: a Física, a Química, a Biologia, a Sociologia, a Psicologia etc.

Sumário

- Sua Vida
- Suas obras e contribuições
i. O mundo da experiência
ii. As quatro causas
iii. Lógica
iv. Ética
v. O sumo bem e a felicidade
vi. Política
vii. A escravidão
viii. Religião
ix. Biologia
x. Física
- O legado de Aristóteles