Desenho

O desenho é uma forma de arte ou técnica em que se produz imagens em uma superfície – geralmente no papel. Quando se fala sobre o desenho como forma de arte, está se referindo, principalmente, ao uso da linha por um artista para fazer um desenho. Contudo, a definição de desenho pode ser expandida e incluir a utilização de cor, de sombreado e de outros elementos além da linha. Um desenho é geralmente feito com lápis, tinta, grafite, giz, carvão ou pastel. 

Às vezes, o desenho inclui palavras, mas geralmente é uma linguagem visual que comunica ideias e informações por meio de imagens. O desenho é caracterizado pela ênfase na forma em vez de na massa e na cor, como em uma pintura.

Os desenhos podem ser representacionais ou abstratos, podem conter conteúdo narrativo e simbolismo e podem comunicar ideias – emocionais, espirituais, políticas ou filosóficas.

Os desenhos podem ser produzidos como obras de arte, mas também por outros motivos. Uma das principais funções do desenho é o de ser o primeiro passo no preparo de uma obra de arte, seja uma pintura, uma escultura ou uma planta baixa (Arquitetura). O estudo do desenho também serve como treino para se trabalhar com outras formas de arte.

Desenhar em qualquer meio é uma atividade que envolve reações dos olhos e das mãos. Exige um olho afiado, a habilidade de visualizar o que se viu e uma mão firme.

História do Desenho                  

A história do desenho é tão antiga quanto a da própria humanidade. O homem desenhava mesmo antes de aprender a escrever. Com o passar do tempo, o desenho, assim como as outras formas de arte, mudou e se desenvolveu. Um estilo gerou outro. A evolução dos estilos de desenho se assemelha ao desenvolvimento da pintura. À medida que mudaram os estilos de desenho, mudaram também os materiais de desenho.

O desenho ajuda o homem a se comunicar. Os primeiros desenhos foram as pinturas rupestres, que foram feitas, evidentemente, para comunicar mensagens. As pinturas rupestres mais famosas são as de Lascaux, na França. Acredita-se que foram feitas 35.000 anos atrás.

Desenho - rupestre
Lascaux, France

Alguns arqueólogos acreditam que a Arte Pré-Histórica é puramente decorativa. Outros, porém, acreditam que o homem pré-histórico atribuía poderes sobrenaturais às figuras. Acredita-se que pintavam-se figuras para ensinar técnicas de caça aos jovens e para retratar aspectos da vida cotidiana.

Os antigos egípcios (3000 a.C.) decoravam as paredes de seus templos e tumbas com desenhos que retratavam a vida diária. Tais desenhos, cujo estilo é plano e linear, retratam ídolos, animais e seres humanos.

O desenho grego (antes de 800 a.C.) não foi registrado em papel ou pedra, e sim, em cerâmica. Os vasos eram decorados com desenhos geométricos e com desenhos que retratam os eventos da época, particularmente a prática de esportes. As imagens eram geralmente retratadas como siluetas. Após 500 a.C., os desenhos se tornaram mais realistas: passaram a serem feitos com proporções naturais e com atenção aos detalhes.

Vaso Grego
Amfora 530 - 520 AC

Apesar de ter sido inventado na China por volta do ano 105 d.C., o papel não foi produzido na Europa até os anos 1100. Inicialmente, o papel era caro e difícil de se obter. Os artistas desenhavam em peles de animais - pergaminho e couro. Ao longo dos séculos, os artistas fizeram desenhos preparatórios e pinturas em tábuas feitas de ardósia, madeira e cera. Alguns pintores faziam os desenhos preparatórios diretamente no painel ou na parede a ser pintada.

Desde a Civilização Bizantina até a Idade Média, os artistas produziam imagens para glorificar Deus e usavam convenções baseadas em geometrias simples. Já os artistas romanos desenhavam e pintavam nas paredes de gesso de suas casas, desenhos com semelhanças mais realistas. Muitos artistas romanos e barrocos pintavam cenas de histórias da Bíblia. Os artistas medievais usavam sua criatividade para servir à Igreja e expressar sentimentos religiosos.

O século 15, com o início do Renascimento, foi uma época de mudanças dramáticas. A Arte do Renascimento se desassociou de temas religiosos e passou a retratar os interesses da época: passou a celebrar o ser humano ao retratar rostos e figuras humanas. No Renascimento, a prioridade era reconhecer a beleza e saber expressá-la.

O desenho moderno se iniciou na Europa durante o Renascimento. A redescoberta da arte clássica, um novo interesse pela Ciência, o desenvolvimento do patrocínio artístico e o novo papel do artista como profissional foram os principais fatores que impulsionaram a enorme expansão do conceito de desenho.

O desenho passou a ser considerado a base para se trabalhar com todas as outras formas de artes. Os estudantes de Arte aprendiam a desenhar antes de aprender pintura, escultura e arquitetura. A maioria dos desenhos feitos no Renascimento eram desenhos construtivos – esboços preparatórios utilizados em atividades de arte como arquitetura, pintura, escultura e outras formas de arte decorativa – mosaicos, tapeçarias, vitrais, ilustrações, etc.

O desenho era especialmente útil para aqueles que visavam a produzir uma escultura ou pintura da figura humana, pois os esboços permitiram que se explorassem, de forma irrestrita, os tons de pele e os músculos de seres humanos. Exemplificando: a desconstrução de expressões faciais. Ao longo desse movimento artístico, a representação da figura humana se tornou ainda mais realista. 

O Renascimento produziu grandes gênios artísticos. Leonardo da Vinci e Michelangelo influenciaram o desenho para que este retratasse descrições e visões da natureza. Eles dissecavam corpos para investigar os detalhes dos ossos e músculos sob a pele humana. A partir de Leonardo da Vinci e Michelangelo, os desenhos autônomos se tonaram mais aceitáveis.

Leonardo da Vinci
Homem Vitruviano (1487) - Leonardo da Vinci.

Da Vinci retratou o que o artista acreditava ser as proporções perfeitas da anatomia humana.

Leonardo da Vinci
 Cabeça da Virgem, 1508–12, Leonardo da Vinci

Durante o Neoclassicismo, ressurgiu a simplicidade, que foi uma das principais características desse movimento, ao invés dos exageros do Barroco. Muitos desenhos que retratavam a natureza – plantas, animais e paisagens – foram produzidas durante esse período.

A partir do século XIX, a uniformidade contínua que havia acompanhado a história do desenho foi rompida. Muitos estilos diferentes se desenvolveram simultaneamente durante os anos 1800s: romanticismo, realismo, impressionismo, expressionismo, fauvismo, cubismo, realismo, futurismo, etc. Cada um dos estilos era um meio para o artista expressar a forma como enxergava a sociedade a qual pertencia.

O lápis foi produzido no início do século 19. Tornou-se a ferramenta de desenho preferida por muitos artistas.

A invenção e difusão da fotografia foi de importância fundamental para o uso do desenho nas artes. A fotografia superou o desenho como forma de representar com precisão o mundo visual. A partir de então, tornou-se menos necessário copiar a “realidade” por meio do desenho, pois a máquina fotográfica poderia fazê-lo. Os artistas passaram a abandonar as práticas tradicionais de desenho. Este se tornou mais abstrato.  

Uma transformação radical no conceito do desenho ocorreu durante o século 20. Muitos artistas passaram a criticar o conceito tradicional de desenho e ampliaram sua definição. Assim, o desenho passou a ser definido como praticamente qualquer coisa que o artista desejasse que fosse.

Todos os movimentos de Arte Moderna são representados pelo desenho. Picasso, por exemplo, era famoso por seus desenhos. Desde que produziu suas primeiras obras, na época que aprendia de seu pai – que também era um artista –, Picasso demonstrou incríveis habilidades para o desenho. Ao longo de sua vida, ele explorou uma grande variedade de assuntos em seus desenhos, incluindo a natureza morta, a forma humana, os animais e a mitologia.

Pablo Picasso
"Portrait de Françoise" (1946) - Pablo Picasso

Picasso introduziu novos métodos dessa forma de arte. Gjon Mili, um fotógrafo famoso e inovador de iluminação, juntou-se a Picasso para produzir uma série de fotografias, conhecidas como os “desenhos de luz de Picasso”. Estes foram feitos com uma pequena lâmpada elétrica em um quarto escuro. Gjon Mili os fotografou. As imagens desapareceram assim que foram criadas – mas continuam a existir por meio das fotos.  

Pablo Picasso
Desenhos de luz de Picasso (1949)

Em nosso mundo moderno, os artistas continuam a se expressar por meio do desenho, assim como nossos antepassados sentiam a necessidade de desenhar nas paredes de cavernas.

Sumário

- História do Desenho
- Caricatura
- Perspectiva
- Carreiras
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