Redação Unicentro 2020

TEMA 1

(escolher um dos três temas propostos)

Texto Motivador:

Exclusão social, o que é isso?

De algum tempo para cá, a parte da sociedade que mora em favelas e bairros pobres é qualificada como “excluída”. Ou seja, os moradores da Rocinha e do Vidigal, por exemplo, não vivem ali porque não dispõem de recursos para morar em Ipanema ou Leblon, e sim porque foram excluídos da comunidade dos ricos. E eu, com minha mania de fazer perguntas desagradáveis, indago: mas alguma vez aquele pessoal da Rocinha morou nos bairros de classe média alta e dos milionários? Afora um ou noutro que possa ter se arruinado socialmente ou aquele que tenha optado por residir ali, todos os demais foram levados a isso por sua condição econômica ou porque ali nasceram. Então por que considerá-los “excluídos”, se nunca estiveram “incluídos”? No meu pouco entendimento, excluído é quem pertenceu a uma entidade ou a uma comunidade e dela foi expulso ou impedido de nela continuar. Quem nunca pertenceu às classes remediadas ou abastadas não pode ter sido excluído delas. Mais apropriado seria dizer que nunca foi incluído. Ainda assim, se não me equivoco, incorreríamos em erro. Senão vejamos: a Rocinha, o Vidigal, o Borel e a favela da Maré fazem parte da cidade do Rio de Janeiro, não fazem? Seria correto afirmar, então, quer seja do ponto de vista urbanístico, quer do demográfico e social, que o Rio são apenas os bairros em que reside a parte mais abastada da população? Se fizermos isso, então, sim, estaremos excluindo parte considerável do território e da gente que constitui a cidade do Rio e que, portanto, pertence a ela.

[...]

Por que, então, cientistas políticos, sociólogos e jornalistas, entre outros, falam da exclusão social? Por ignorância não será, já que todos eles estão a par do que, bem ou mal, tentei demonstrar aqui. Creio que, consciente ou inconscientemente, procura-se levar a sociedade a pensar que a desigualdade social não é consequência de fatores objetivos, do sistema econômico, mas sim resultado da deliberação de pessoas cruéis que empurram os mais fracos para fora da sociedade e os condenam à miséria.

Em vez de admitir que esse sistema, por visar, acima de tudo, ao lucro e ser, por definição, concentrador de riqueza, é que dificulta, ainda que não impeça, a ascensão dos mais pobres, procura-se fazer crer que a desigualdade é fruto de decisões de pessoas. Ignora-se que, no sistema capitalista, quem não tem emprego também está incluído nele, como exército de reserva de mão de obra, com a função de pressionar o trabalhador a limitar-lhe as reivindicações. A eliminação da miséria beneficia o sistema, pois amplia o mercado consumidor. O empresário pode ser, como você ou eu, bom ou mau, generoso ou sovina, mas, como disse Marx, “o capital governa o capitalista”. O problema está no sistema, não nas pessoas.

Disponível em: <https:/www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/pq1006200725.htm> Acesso em 10 ago. 2019.

Proposta de redação:

O autor dá a seus leitores uma visão clara do que seja inclusão e exclusão social, no Brasil. Sem se prender a teorias conceituais, construa um texto dissertativo-argumentativo, na normapadrão da Língua Portuguesa, analisando a razão da existência de excluídos da sociedade brasileira e a sua relação com o sistema de política social e econômica do país.

TEMA 2

Texto motivador

Cultura de massa, cultura popular e cultura erudita

Cultura, pela definição clássica de Edward Tylor, que é considerado o pai do conceito moderno de cultura, diz que a cultura é “aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.

A cultura de massa é aquela considerada, por sua maioria, sem valor cultural real. Ela é veiculada nos meios de comunicação de massa e é apreciada por ela. É preciso entender que massa não é uma definição de classe social, e sim uma forma de se referir à maioria da população. Essa cultura é produto da indústria cultural, que produz conteúdo para ser consumido, não se prende a técnicas. É produto do capitalismo e feita para ser comercializada. Theodoro W. Adorno, filósofo alemão da Escola de Frankfurt, é defensor da ideia de que cultura de massa é imposta pelos meios de comunicação de massa à população, que apenas absorve aquilo.

Já a cultura erudita é aquela considerada superior, normalmente apreciada por um público com maior acúmulo de capital e seu acesso é restrito a quem possui o necessário para usufruir dela. A cultura erudita está, muitas vezes, ligada a museus e obras de arte, óperas e espetáculos de teatro, com preços elevados.

Como o acesso a esse tipo de cultura fica restrito a um grupo pequeno, ela fica ligada ao poder econômico e é considerada superior. Essa consideração pode acabar tornando-se preconceituosa e desmerecendo as outras formas de cultura. O erudito é tudo aquilo que demanda muito estudo, mas não se deve pensar que uma expressão cultural popular, como o hip-hop, por exemplo, é pior que uma música clássica.

A cultura popular é qualquer estilo musical e de dança, crença, literatura, costumes, artesanatos e outras formas de expressão que são transmitidas por um povo, por gerações e geralmente de forma oral. A literatura de cordel dos nordestinos e culinária do povo baiano são algumas das formas de cultura popular que resiste no tempo. É uma cultura que vem das tradições de seu povo, não é imposta por uma indústria cultural, nem pela elite, e nem aprendida nas escolas. A cultura popular é contemporânea, resiste ao tempo e raramente se modifica. Por exemplo, o carnaval é uma festa da cultura brasileira, o frevo é uma cultura brasileira, expressiva no norte do país. Ela representa a diferença de cada povo, desde o micro até o macro.

Disponível m:<https:/WWW.portaleducacao.com.br/comteudo/artigos/conteúdo/cultura/448831> Acesso em 15 ago. 2019. Adaptado.

Proposta de redação

A partir da definição clássica de cultura de Edward Tylor, produza, utilizando a norma-padrão da Língua Portuguesa, um texto argumentativo confrontando cultura erudita e cultura popular e analisando se existe uma supremacia, no plano da valoração, de uma sobre a outra. Justifique a sua posição.

TEMA 3

Texto motivador

Cultura da prisão no Brasil

O Brasil encara o confinamento como uma única solução para os problemas da criminalidade.

À sociedade civil não interessa se ali o criminoso será tratado com dignidade. Ao contrário, muitos aplaudem as rebeliões que acontecem em alguns centros penitenciários brasileiros, pois acham que, assim, haverá menos bandidos nas ruas.

Numa entrevista realizada em 2017, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre Moraes, comentou sobre as diferenças de penas para crimes tão díspares: “Prendemos quantitativamente, desde o furto de um botijão, em que alguém pula um muro, sem violência ou grave ameaça, até um roubo de carroforte, com fuzil, um roubo qualificado. Um fica 10 meses e outro fica 5. Condutas totalmente diferentes, só que a bandidagem violenta, a alta criminalidade, fica muito pouco tempo na cadeia”.

Essa ideia também é compartilhada pelo professor e Procurador de Justiça de Minas Gerais, Dr. Rogério Greco. Em janeiro de 2017, ele afirmava que as prisões refletiam a desigualdade social no país: “O Brasil prende muito e prende mal. Quem tinha que estar preso, está solto e quem tinha que estar solto, está preso. A gente prende só pobre, só miserável. Essa é a nossa cultura, é a nossa regra. É muito mais fácil prender um miserável que prender um sujeito de classe média ou média alta”.

[...]

As prisões deveriam ter como finalidade recuperar e ressocializar o indivíduo preso. Contudo, no Brasil, a percentagem de presos que estuda é de apenas 11% e somente 25% realizam algum tipo de trabalho interno ou externo.

Disponível em:<https:/WWW.todaamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/>Acesso em 15 ago 2019. Com cortes e adaptações.

Proposta de redação

Com base no texto e nas visões pessoais do Ministro do STF, Alexandre Morais, e do Procurador de Justiça de Minas Gerais, Dr. Rogério Greco, elabore um artigo de opinião em que você aponte os caminhos possíveis para transformar o sistema prisional brasileiro — depósito incontrolável de encarcerados, cujo procedimento é quantitativo e não qualitativo — num centro de recuperação e de ressocialização desses detentos.

O Educabras prepara você para o Vestibular e o Enem. Entre na faculdade de sua escolha e siga a carreira de seus sonhos!
Conteúdo e recursos para otimizar seu tempo de estudo e maximizar sua nota no Vestibular e no Enem.

Mais informaçõesimage
image

Agilize e facilite seu trabalho!
- Conteúdo didático para elaborar aulas e usar em classe.
- Banco de dados com milhares de questões por matéria.
- Elabore provas em alguns minutos! Opção de imprimir ou baixar provas e salvá-las em seu cadastro para usá-las no futuro.

Mais informaçõesimage
image

ESTUDO PERSONALIZADO

Programa de Estudo Personalizado com foco nos vestibulares que você prestará:
- Otimize o tempo de estudo: concentre-se nos assuntos relevantes para os vestibulares de sua escolha.
- Opção de incluir o Enem em seu Programa de Estudo Personalizado.
- Conteúdo e Ferramentas: Aulas, resumos, simulados e provas de Vestibulares e do Enem.
* Confira se os vestibulares de sua escolha fazem parte do Programa de Estudo Personalizado

Mais informaçõesimage

Colégios

O Educabras ajuda o colégio a melhorar o desempenho acadêmico dos alunos no Enem e no Vestibular e aumentar o índice de aprovação nas mais conceituadas faculdades do Brasil.
Pacotes de assinaturas: contrate assinaturas a um valor menor para seus professores e alunos.

Mais informaçõesimage