Redação UERR 2021

TEMA I

A física explica tudo?

No início do século passado, o surgimento da física quântica — ciência que estuda o movimento dos átomos e partículas subatômicas — causou uma revolução na nossa forma de entender a realidade. Até então, víamos o mundo apenas pelas lentes da física clássica. Com uma boa dose de certeza, conseguíamos avaliar as características dos objetos ao nosso redor e prever seus movimentos. Por exemplo: se você jogar um copo para o alto, sabe que ele vai cair, certo? Também pode calcular sua velocidade, trajetória e a força do seu impacto. Essas leis valem ainda hoje. Mas a física clássica não se aplica ao mundo quântico — no lugar do velho determinismo, é a incerteza que rege o microcosmo. Para começo de conversa, as partículas microscópicas se comportam de maneira imprevisível. Elas são encaradas como ondas de possibilidades. Ou seja, podem estar ali, aqui e acolá. E tem mais: um elétron pode influenciar outro elétron a distância. Esses princípios atiçaram a curiosidade de muita gente e inspiraram as mais variadas interpretações. O que se diz é que nós todos nos comportamos como verdadeiros elétrons — só que em tamanho aumentado, bem entendido. Veja a seguir as fontes da física usadas pelas teorias de autoajuda.

1. Podemos influenciar a realidade
O que diz a física quântica — O elétron não tem uma existência física. Ou seja, ele não é uma pessoa como eu e você. Ele não para quieto e é capaz de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Quando um elétron é observado com um instrumento, ele para em um só ponto, ou seja, interferimos no seu rumo. “Mas não temos nenhum controle sobre o lugar em que a partícula vai parar. Se eu quiser que ela reaja a meu favor, não vou conseguir”, diz o físico Adilson José da Silva, professor do Instituto de Física da USP.

Como esta teoria é apropriada — Esta ideia vem sendo usada para justificar a crença de que a mente é capaz de alterar a realidade. O pensamento positivo, nesse caso, influenciaria tudo e mudaria o rumo dos acontecimentos. Do mesmo jeito que influenciamos a parada de um elétron. “A física quântica dá a você o controle sobre o seu futuro, permitindo que você altere a direção do seu destino”, diz Susan Anne Taylor, psicóloga que faz palestras na área motivacional, no livro A Ciência do Sucesso.

2. Todas as coisas estão conectadas
O que diz a física quântica — Em laboratório, os cientistas conseguem fazer com que os átomos interajam, comuniquem-se entre si. É possível fazer com que eles se comportem de forma interligada — ao mexer em um, outro também se mexe. Esse processo independe da distância entre as partículas, é como se o espaço não existisse. Se você mexer com um átomo em Santos, pode fazer com que outro em Saturno se movimente. Esse fenômeno é conhecido como “entrelaçamento de partículas”.

Como esta teoria é apropriada — Batizado por Albert Einstein, nos anos 30, de “ação fantasmagórica a distância”, esse princípio quântico de entrelaçamento de partículas já foi utilizado por diversas áreas. Tentaram explicar, por exemplo, a telepatia, justificar consultas oraculares a distância e, é claro, reforçar a ideia de que o pensamento pode modificar a realidade. Também deu respaldo à crença na sincronicidade, ou seja, de que não há coincidências e que tudo no Universo está ligado.

3. Você pode curar sua vida
O que diz a física quântica — Os elétrons comportam-se como ondas e se propagam pelo espaço. Mas também são partículas, ou seja, objetos muito pequenos. Essa dupla característica, aparentemente contraditória, é chamada pela física de “dualidade onda-partícula”. Esses dois aspectos, em conjunto, devem ser considerados na observação e no momento de estudo do comportamento e posicionamento dos elétrons. Não se pode levar em conta que um aspecto funciona sem o outro.

Como esta teoria é apropriada — A história da dualidade dos elétrons aconteceria em nossa vida diária. Por isso, com relação à nossa saúde, é preciso unir sempre dois aspectos: mente e corpo, assim como os elétrons no caso da onda-partícula. Para alcançar a cura, é preciso superar esse dualismo. Os físicos Fritjof Capra e Amit Goswami levaram essa ideia além. Eles sugerem a união entre a física quântica e a filosofia oriental como caminho para compreender toda a existência.

Palavra de fé
Conheça algumas religiões que professam a fé no pensamento positivo e nos poderes da mente.

Cultura Racional
O movimento religioso brasileiro que, nos anos 70, teve Tim Maia como integrante mais famoso prega a leitura do livro Universo em Desencanto (com 1.006 volumes) para quem deseja se “imunizar” contra as energias negativas e colher benefícios nos planos físico e astral.

Cientologia
Criada nos anos 50 pelo escritor de ficção científica Ron Hubbard, a Igreja preferida de celebridades como Tom Cruise e John Travolta ensina os poderes da dianética, a “ciência da mente”. Comprando livros, cds e assistindo a palestras, o fiel aprende a potencializar o cérebro para alcançar a realização.

Ciência Cristã
O pecado está apenas na sua mente, dizem os fiéis dessa Igreja fundada no final do século 19, nos EUA, e que faz a própria interpretação da Bíblia. Para os adeptos, é possível curar todos os males com tratamentos à base unicamente de orações.

Seicho-No-Ie
Misto de filosofia e religião focada na cura. Fundada no Japão, nos anos 30, também ensina técnicas de meditação para quem busca sucesso profissional, quer descobrir novos talentos ou deseja solucionar problemas financeiros e amorosos.

(https://super.abril.com.br. Adaptado.)

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Pensamento positivo transforma vidas?”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEMA II

Por volta dos sete anos de idade é comum que os grupinhos de amizade apareçam, isso em razão do amadurecimento da criança, que começa a perceber que existem diferenças entre as meninas e os meninos.

Aparece a vergonha e, em razão dela, afastam-se uns dos outros, evitam as brincadeiras juntas, as conversas também são bem diferentes, os interesses começam a se delimitar pela sexualidade, como: meninos devem gostar de carros, lutas, futebol, enquanto meninas devem brincar de bonecas, panelinhas e assistir desenhos do tipo “Ursinhos Carinhosos” (criados pela American Greetings, 1981).

Esses aspectos são impostos pela sociedade desde muito cedo. É normal vermos críticas em relação a um menino, porque este manifesta interesse em brincar de boneca e panelinha. Mas como se tornar um bom pai de família, participativo nas atividades domésticas, se quando criança não o deixaram que descobrisse a importância dessas tarefas? E a mulher, como aprender a ser competitiva, ir à luta profissionalmente, se quando pequena foi estimulada às atividades domésticas? Essas são as diferenças impostas pela sociedade, que acredita não prejudicar na formação de nossas crianças, mas que as afasta da realidade, criando um mundo de faz de conta não vantajoso, onde as meninas devem ser delicadas, sonhadoras e os meninos, fortes, agressivos.

Pais e educadores da atualidade devem abrir espaço para essas descobertas, fazendo com que as crianças experimentem o mundo como ele é, tendo que enfrentar e resolver problemas em todas as áreas da vida.

É necessário que o menino aprenda a mostrar suas fragilidades, bem como a menina divulgar suas fortalezas, pois esses são recursos fundamentais para se viver em harmonia consigo mesmo.

Ninguém pode ser frágil o tempo todo, aceitar de forma passiva as imposições de outras pessoas. Do mesmo modo, ninguém pode ser só fortaleza e agressividade para se autoafirmar como machão. Homem que é homem consegue usar uma camisa cor-de-rosa e trocar as fraldas do filho sem mexer com sua masculinidade e, pode ainda, chorar diante dos problemas e emoções que a vida traz. E a mulher, bem, essa já possui uma fortaleza natural para suportar as pressões sociais. Basta aprender e ter a chance de usá-la.

(https://mundoeducacao.uol.com.br. Adaptado.)

A partir da leitura do texto motivador e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os pré-conceitos em relação ao gênero criados pela sociedade no resultado comportamental dos indivíduos”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEMA III

Trabalhador menos qualificado será o mais atingido pelo desemprego; veja cenários para o mercado de trabalho pós-pandemia.

Pandemia aumentou ainda mais o número de desempregados e trouxe cautela nas contratações; especialistas creem que jovens serão os mais atingidos, salários serão mais baixos e que haverá explosão da informalidade.

A pandemia trará um efeito devastador no mercado de trabalho, afetando principalmente os trabalhadores menos qualificados e mais jovens, segundo previsão de especialistas.

Além de estatísticas oficiais já mostrarem o aumento do desemprego no país mês a mês, pesquisas mostram que as empresas já estão congelando ou reduzindo contratações, salários e promoções e preveem enxugar ainda mais o quadro de funcionários.

Em abril, a taxa de desemprego estava em 12,6%, atingindo 12,8 milhões de pessoas. Somente no trimestre terminado naquele mês, quase 5 milhões de postos de trabalho foram fechados em relação ao trimestre terminado em janeiro, segundo a Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos 4,9 milhões de pessoas a menos na ocupação, 3,7 milhões foram de trabalhadores informais. O emprego com carteira assinada no setor privado teve uma queda recorde também, levando ao menor contingente de pessoas com carteira assinada, que é de 32,2 milhões.

Os números do IBGE do 1º trimestre também mostram que o desemprego é maior entre trabalhadores com escolaridade mais baixa e entre os jovens:

• O desemprego é maior na faixa etária de 14 a 17 anos (44%) e de 18 a 24 anos (27,1%)
• No Nordeste, o desemprego na faixa entre 14 e 17 anos chegou a 34,1%
• O desemprego é maior entre as pessoas com ensino médio incompleto (20,4%)
• Para o grupo com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 14%, mais que o dobro da verificada para aqueles com nível superior completo (6,3%).

Os impactos da pandemia na atividade econômica levaram ainda ao fechamento de 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada entre os meses de março e abril. Apenas em abril, foram fechados 860,5 mil postos de emprego formal, o pior resultado para um único mês em 29 anos, segundo dados do Caged, do Ministério da Economia.

Juliana Inhasz, coordenadora da graduação em economia do Insper, afirma que os efeitos para o trabalhador desempregado com renda mais baixa serão mais perversos porque, no geral, ele possui qualificação menor e terá de disputar vagas com aqueles que têm qualificação maior. […]

Para Juliana, a recolocação deve ser difícil especialmente para quem não tem nenhuma qualificação nem diferencial, porque o mercado estará concorrido, e a volta ao mercado se tornará mais fácil à medida que ele voltar se aquecer, mas não há como prever quando isso vai acontecer. […]

Daniel Duque, pesquisador do FGV Ibre, considera que, quando há uma crise no mercado de trabalho, os mais atingidos são os que têm menor qualificação, em especial, os jovens com menos experiência e menos a oferecer. […]

Segundo ele, o comércio e serviços dos informais dependem muito de aglomerações para ter viabilidade econômica. E a redução do movimento de pessoas com a pandemia gera perda de ocupação dos informais também.

Duque prevê que a chamada economia de bicos vai crescer muito. “Ela vai gerar cada vez mais um novo normal na economia. E isso vai ter um efeito ruim para o mercado de trabalho no sentido de que as pessoas vão ter cada vez mais volatividade nos rendimentos”, diz. […]

(https://g1.globo.com. Adaptado.)

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Qualificação e o futuro do emprego depois da pandemia”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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