Redação UEPG 2018.1

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30 anos de SUS: reflexões essenciais

(Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica)

A Constituição Federal de 1988 consagrou a saúde como "direito de todos e dever do Estado". Foi a partir deste marco histórico que ocorreu a instituição formal do Sistema Único de Saúde, o SUS.

Trinta anos passados, a criação do SUS ainda é vista, em praticamente todo o mundo, como uma das propostas mais avançadas em termos de inclusão social e universalização da assistência.

Isto posto, é essencial refletir sobre o abismo que ainda separa o SUS do papel do SUS da vida real. Hoje, como há 30 anos, quem necessita da saúde pública sofre com a dificuldade de acesso, as filas sem fim, a carência de leitos, falta de medicamentos, unidades de saúde sucateadas, entre outras mazelas.

São muitas as explicações para o Sistema Único de Saúde viver permanentemente à beira do caos. Todos os agentes do setor concordam que o subfinanciamento é uma das principais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a proporção destinada em alguns países à saúde chega a ser três vezes o índice brasileiro. Nos Estados Unidos, ela representa 21,3% do orçamento nacional, contra 22% na Suíça, 23% na Nova Zelândia. Entre nações em desenvolvimento, o índice também é elevado. No Uruguai, 20%, contra 23% na Costa Rica ou 24% na Nicarágua. Aqui, a taxa estava em 6,8% em 2014, último ano disponibilizado pela OMS. É menor do que a média da África, com 9,9% dos orçamentos nacionais para a saúde.

Junto à falta de prioridade por parte do Estado, padecemos com a incompetência de boa parte de gestores e com a corrupção. Até a iniciativa privada joga contra. Existem sugestões que visam somente enriquecer as empresas de seguros e as operadoras, mesmo que, para tanto, seja necessário desmantelar o SUS.

Agora mesmo, tramita no Congresso Nacional propositura de criação de planos de saúde de cobertura limitada, ironicamente batizados de "populares".

Estes planos são extremamente nocivos, pois, além da redução da cobertura, preveem a liberação de reajustes para os planos individuais e o aumento dos prazos para agendamento de consultas e para o acesso a procedimentos.

Também contemplam a exclusão de tratamento de alta complexidade, de procedimentos como quimioterapia, urgências e emergências. Em outras palavras, só suprirão o atendimento básico, enquanto todos os procedimentos mais caros terão de ser pagos pelo SUS.

Todos estes disparates fazem do aniversário de 30 anos do Sistema de Saúde uma espécie de Dia D. Ou nos mobilizamos para defender esse patrimônio de todos nós ou perderemos a guerra para inimigos visíveis e invisíveis.

Adaptado de: http://www.sbcm.org.br/v2/index.php/artigo/3649-30-anos-de-sus-reflexoes-essenciais. Acesso em 05/11/2018.

A saúde brasileira comparada com cinco outros países

(Maylaine Nierg)

Estados Unidos
Se por um lado, o país se destaca na implantação de novas tecnologias desse setor e no uso da medicina preventiva, por outro, os custos do acesso à saúde são dos mais caros do mundo. Quando um paciente é internado por três dias, por exemplo, e não possui um seguro, ele terá que desembolsar cerca de US$ 30 mil (mais ou menos R$ 112.000,00).

França
A administração da saúde na França é uma das melhores do mundo. Assim como o SUS, o sistema de saúde francês é universal e financiado, em boa parte, pelo Estado. Ou seja, todos os franceses têm direito a usufruir do sistema público de saúde. Para custear, os trabalhadores têm uma parte de seu salário descontado.

Reino Unido
O National Health System – NHS (Sistema Nacional de Saúde) foi criado há 63 anos, e é um modelo universal e inteiramente gratuito. Atende a todos, incluindo estrangeiros, imigrantes ilegais, ricos e pobres. Em 2017, o NHS foi apontado pelo Commonwealth Fund, dos EUA, como melhor sistema de saúde do mundo.

Argentina
Na Argentina, o sistema de saúde é dividido em três setores: público, privado e segurança social. A gestão da saúde na Argentina vem enfrentando crises desde 2001, com gastos maiores que os do Brasil (de 4,58% em 2006 para 9,5% em 2009). Segundo pesquisa de 2014, o sistema de saúde público é o mais procurado, atendendo cerca de 60% da população.

Portugal
A saúde pública em Portugal não é gratuita. Uma consulta com um médico em um posto de saúde, por exemplo, custa em torno de €5 (mais ou menos R$ 21,00). Já a emergência em um hospital custa em média €20 (cerca de R$ 85,00). Os portugueses podem contar ainda com o Seguro Saúde, pelo qual pagam um valor mensal.

Adaptado de: http://observatoriodasauderj.com.br/a-saude-brasileira-comparada-com-cinco-outros-paises/ Acesso em 05/11/2018.

Os textos que você acabou de ler trazem informações sobre a crise e os problemas enfrentados pelo Sistema Único de Saúde brasileiro, bem como comparam seu modelo com os que existem em outros países. A partir da leitura dos artigos reproduzidos acima e utilizando os conhecimentos que obteve em sua formação escolar, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:

Qual deve ser o futuro da saúde pública no Brasil?

Não esqueça de seguir as seguintes orientações:

- Seu texto deve ser escrito na modalidade formal de nossa língua.
- Não é necessário colocar um título.
- Não faça cópias literais dos textos-base.

VESTIBULAR DE VERÃO – 2018
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROVA DE REDAÇÃO

Para atender à proposta de redação do vestibular de Verão 2018, o candidato deveria produzir um texto dissertativo-argumentativo que respondesse ao questionamento: qual deve ser o futuro da saúde pública no Brasil?

Para disponibilizar ao vestibulando os recursos necessários para uma reflexão sobre este tema, foram incluídos na prova dois textos adaptados de diferentes fontes. O primeiro, “30 anos de SUS: reflexões essenciais”, apresenta o início do modelo, alguns dos problemas do sistema e propostas que ameaçam sua continuidade. Já em “A saúde brasileira comparada com cinco outros países” são apresentados rapidamente outros modelos existentes pelo mundo.

Assim, espera-se que o texto produzido tenha como foco a proposição de caminhos, inspirados pelos modelos apresentados ou baseados em conhecimentos prévios dos estudantes, para a superação dos desafios elencados no primeiro texto-base. Claro, obviamente, que podem existir diferentes pontos de vista sobre qual seria o modelo futuro adequado ao sistema brasileiro, porém em qualquer caso é necessária a construção de uma justificativa minimamente lógica para a opção escolhida.

Certamente, o tema suscitará casos em que candidatos quererão expor suas experiências prévias e exemplos pessoais relacionados ao sistema de saúde da nação. Nestas situações, devemos ficar atentos para que tais exemplos não caracterizem textos eminentemente narrativos em vez de dissertações, além de criteriosamente analisarmos a relevância de tais testemunhos para o esclarecimento de um texto que deveria analisar o sistema globalmente.

Embora as possibilidades de elaboração de argumentos variem de acordo com o caminho futuro escolhido pelo candidato, podemos imaginar que muitos se limitarão às reafirmações elementares do direito da população à saúde e da necessidade de se garantirem investimentos sólidos para a área, opções que podem ser vistas como exemplos de argumentações previsíveis.

Discursos inspirados pelo senso comum que apenas busquem destacar os elementos negativos do sistema de saúde nacional ignorando as informações do primeiro texto de referência também devem ser vistos como deficientes no cumprimento da proposta, assim como os que apenas elencam os malefícios da corrupção ou de esferas governamentais, desviando, portanto, do foco inicial pretendido para a produção textual. Da mesma forma, o candidato é solicitado a produzir um texto formal. Espera-se, por conseguinte, uma elaboração dissertativa que tente mobilizar as experiências escolares do vestibulando com este modelo, o que deve se refletir em suas escolhas vocabulares e sintáticas. Igualmente, devemos ter em mente, durante o processo de correção, os critérios de avaliação e os motivos para as redações receberem “pontuação zero” apresentados no Manual do Candidato.

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