Redação UECE 2017.2 - Escola e Leitura

PROPOSTA DE REDAÇÃO - UECE 2017.2

Prezado(a) Candidato(a)

Considerando a presença da leitura, da escrita e do computador na vida moderna, apresentamos os textos I, II e III, que ilustram esse fato. Leia-os atentamente e, em seguida, escolha uma das propostas abaixo para redigir seu texto.

Proposta 1: A partir dos textos ilustrativos apresentados, escreva um artigo de opinião, tecendo considerações positivas e ou negativas sobre o modo como esses três elementos — leitura, escrita, computador — se relacionam em nossos dias. Apresente justificativas para suas considerações.

Proposta 2: Narre um fato real ou imaginário em que uma criança se sacrificou, lutou, transpôs obstáculos para frequentar uma escola. Especifique em que consistiu esse sacrifício, essa luta, esses obstáculos e demonstre que essa criança foi uma vencedora.

TEXTO I
Leitura on-line

Se a leitura é definida como “a compreensão do sentido da linguagem escrita”, então ela não será diferente no futuro do que tem sido no passado. Os olhos e o cérebro dos leitores de hoje já estão preparados para qualquer coisa que as situações de leitura do futuro possam apresentar. A diferença estará na extensão das situações em que haverá oportunidade de leitura e na variedade das respostas que serão exigidas dos leitores nessas situações. Nestes dois aspectos – da necessidade da leitura e do que se espera que os leitores realizem – as exigências sobre os leitores podem ser muito maiores do que as atuais, não sobre os olhos ou as funções cognitivas das pessoas, mas sobre suas experiências.

A leitura nunca foi uma simples questão de compreender os símbolos que estão sobre o papel, mesmo quando os termos como leitura e alfabetização ficam restritos à linguagem escrita. (Todos os outros usos dos termos como “leitura do rosto” ou “alfabetização visual” são metafóricos.) A linguagem escrita já é encontrada em uma variedade de meios de comunicação – não somente no papel, mas em madeira, pedra, metal, plástico entre outros.

Razões para a leitura

Por que as pessoas vão ler on line? Exatamente pelas mesmas razões por que elas já leem – pelo prazer, pela informação, pela identificação e pela experiência. Já existe o acesso eletrônico a listas, enciclopédias, manuais e recursos científicos e profissionais, arquivos de bibliotecas, guias de entretenimento, catálogos comerciais, horários de meios de transporte, previsão do tempo, listas de bens imóveis, pronunciamentos políticos, receitas, resultados esportivos e inúmeros outros recursos além de – ou em vez de – fontes impressas.

A leitura é um vício para muitas pessoas, os computadores são um vício para muitas pessoas, e a combinação da leitura com os computadores pode tornar-se irresistível, assim como muitas pessoas já estão viciadas em jogos eletrônicos ou em meditar esotericamente nas entranhas dos próprios computadores.

Milhões de escritores reais ou potenciais da Internet estão contando as histórias de suas vidas, reais ou imaginárias e falando de suas esperanças e temores, verdadeiros e fictícios. Nunca houve uma linha divisória clara entre a realidade e a fantasia, o fato e a ficção, o desejo e o medo, a intenção e o ato, a observação e a participação, e as distinções podem desaparecer completamente com a escrita espontânea, com a leitura instantânea e com as perspectivas ilimitadas de assuntos e experiências na Internet. Em princípio, todos podem ler tudo e interagir com todos. A quantidade de material que poderia ser lido – e lido com utilidade – pode superar a imaginação. Mas os textos impressos têm sido produzidos com uma abundância maior do que a possibilidade de que alguém os lesse durante séculos. A tecnologia eletrônica simplesmente torna a escolha ainda maior – e a tarefa de descobrir e localizar algo realmente interessante ainda mais difícil.

Assim como haverá oportunidades e até demanda de muito mais leitura, também haverá oportunidades e demanda de muito mais escrita.

Haverá novos tipos de leitura? Há o hipertexto, que é uma aglomeração de textos que fica cada vez maior, sem início, meio ou fim, que você pode começar a ler em qualquer ponto, pular para novos assuntos sempre que assim o desejar e parar no momento que quiser. Não há um “caminho certo” de leitura para esse material; nunca duas pessoas o lerão da mesma maneira.

Novas formas de escrita estão sempre surgindo, não somente em novos formatos de textos, mas em novas maneiras de formular perguntas e respostas, de saudações e de expressão do estado de espírito. As maneiras esperadas de relacionar-se com outras pessoas se estabelecem nas interações eletrônicas da mesma forma como ocorrem em outros ambientes sociais. E tudo o que é novo e se exige daqueles que escrevem deverá ser aprendido por aqueles que leem.

(Frank Smith. Leitura Significativa –Trad. Beatriz Neves. 1999 - Texto adaptado)

TEXTO II
Os livros antes de tudo

A foto de Rivânia Silva, 8 anos, carregando livros em uma jangada durante uma enchente em Pernambuco comoveu o Brasil. A avó, Maria Ivone da Silva, 67 anos, explica o amor da neta pela leitura.
Onde a senhora estava quando começou a enchente?

Eu estava sozinha com a Rivânia em casa. Nós moramos perto do rio. Choveu o tempo todo nos dois dias antes da enchente, e o nível subiu. Acordamos com a água na porta de nossa casa. Percebi que não tinha mais jeito quando a água estava na altura da cintura da Rivânia. Disse a ela que precisávamos sair dali. Mandei ela pegar suas coisas mais importantes e ir para a casa de uma amiga que mora longe do rio. Ela separou em uma mochila apenas os livros da escola e subiu na jangada de um vizinho, que a levou para longe.

Por que ela quis salvar só os livros?

Ela é muito estudiosa. Sempre gostou de ler, escrever. Raramente falta à escola. As aulas, que foram suspensas por causa do volume da água, voltaram nesta semana. Ela ficou muito feliz porque não gosta de ficar sem aula.

(Revista Veja, 14 de junho, 2017)

TEXTO III
Falando e escrevendo

Por que escrevemos?

Bem, não é fácil enumerar todos os motivos pelos quais escrevemos, tantos são eles. Eis alguns: escrevemos para dar ordens, para avisar alguém, para reclamar, para receitar, para advertir, para pedir, para tirar uma boa nota, para pedir socorro, para não esquecer, para dizer um pouco de tudo que sentimos num diário que só nós lemos, para dizer um pouco de tudo aos outros em forma de poesia, para contar uma história, e escrevemos por muitas, muitas outras razões.

Mas todos esses motivos particulares pelos quais escrevemos podem ser explicados por uma razão geral: escrevemos para resolver problemas que a fala, a linguagem oral, não consegue resolver. Podemos até dizer que o homem inventou a escrita, há milhares de anos, quando só a conversa não conseguiu dar conta de todas as suas necessidades.

O domínio da escrita é tão importante que, durante séculos, só se permitia que uma pequeníssima parcela da sociedade aprendesse a ler e a escrever. Escrever era uma questão de segurança social, política ou religiosa: só pessoas de determinadas classes ou castas tinham esse direito, exercido sempre sob estrito controle. Não só não era qualquer um que escrevia, como os que escreviam não podiam escrever qualquer coisa. Mesmo depois da invenção da imprensa com tipos móveis, por Gutemberg, já no fim da Idade Média, que popularizou extraordinariamente os livros (antes escritos à mão em quantidade mínima), a escrita continuava restrita a uma pequena faixa da população, enquanto a vigilância sobre o que se escrevia aumentava. Muitos foram parar na fogueira da Inquisição por escreverem o que não era permitido.

Porém, nenhuma vigilância conseguiu mais segurar a popularidade da escrita, de modo que, hoje, a sua absoluta democratização é uma exigência fundamental da sobrevivência dos valores – e da produção de riquezas – da civilização. Apesar de tudo, continuamos “vigiados”. O nosso alegre e criativo inventor que esculpiu a primeira letra na pedra, hoje teria de ir para a escola aprender gramática, como se grafa certo, que palavras devem levar acento, o que é a crase e até mesmo escrever redações sem assunto com o único objetivo de passar de ano. É até possível que diante de tantas regras, horários, chateações, cópias, ele desistisse da caneta e voltasse ao tacape, resmungando: não, essa invenção não vai dar certo!

Mas o fato é que a invenção deu certo. Tente por um segundo imaginar um mundo sem palavras escritas. Bem, dá para imaginar, mas seria um outro mundo, diferente do nosso sob todos os aspectos da vida.

(Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza – Oficina de Texto. 2003. Texto adaptado)

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