Redação FGV-ECON 2018 - Obesidade

Texto 1

Como ter um corpo ideal para ir à praia? 1) Tenha um corpo. 2) Vá para a praia. A frase, que ficou conhecida nas redes sociais ao satirizar antigos conselhos disseminados em revistas femininas, é um dos exemplos de um debate que tem ganhado força em páginas e grupos na internet – e sobretudo em frente ao espelho.

Na contramão da onda fitness, ganham força movimentos em prol da aceitação do próprio corpo. “Pesquisas mostram que 92% das mulheres estão insatisfeitas com o corpo. Nós que estamos erradas ou é o mundo que ensinou assim?”, questiona Mariana Cyrne, 30, embaixadora do BIM (Movimento da Imagem Corporal, na sigla em inglês) no Brasil.

Para Joana Novaes, coordenadora do núcleo de doenças da beleza da PUC-Rio e autora do livro Com que corpo eu vou?, movimentos surgem como resistência diante de uma sociedade lipofóbica (com aversão à gordura). “É cada vez mais difícil achar alguém plenamente satisfeito com o próprio corpo”, diz a psicanalista, para quem a sociedade ainda impõe o corpo como instrumento de segregação de classe. “Em momentos históricos em que a comida não era uma facilidade, o corpo gordo era o ideal”, explica.

Ao mesmo tempo em que cresce a discussão, quem ousa quebrar os padrões estéticos também ouve críticas. A principal é a de “apologia à obesidade”. Para quem lida com o tema, porém, não se trata de conformismo – mas, sim, de ter mais foco em saúde do que na estética (em alguns casos, um escudo próprio contra o preconceito). “Não é comer x-bacon como se não houvesse amanhã. Não é um movimento de negligência ou autoabandono. É buscar a saúde de uma maneira que seja compatível com a sua vida, e isso envolve alimentação equilibrada e atividades físicas”, diz a nutricionista comportamental Paola Altheia, autora do site Não Sou Exposição, no qual questiona dietas da moda e aborda os riscos da busca por padrões.

(Natália Cancian. “Contrários à onda fitness, movimentos pregam o fim do ‘corpo ideal’”. www.folha.uol.com.br, 22.08.2017. Adaptado)

Texto 2

Um estudo divulgado no Congresso Europeu sobre Obesidade, em Portugal, pretende quebrar o mito do “gordo saudável”. A pesquisa da Universidade de Birmingham identificou que mesmo os obesos que não apresentavam sinais de risco à saúde – como pressão alta, diabetes e colesterol –, ou seja, eram “metabolicamente saudáveis”, não estavam livres de problemas de saúde no fim da vida e eram mais suscetíveis a ter problemas cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.

Os pesquisadores analisaram 3,5 milhões de pessoas, entre 1995 e 2015, antes de concluir que a afirmação da existência de “obesos em forma” é um mito. De acordo com o estudo, o peso extra é sim um problema. Entre as pessoas analisadas, 61 mil desenvolveram doença coronariana. Segundo a pesquisa, os obesos que pareciam saudáveis tinham risco 50% maior de desenvolver doença cardíaca do que as pessoas com peso normal. Além disso, os pacientes que estavam acima do peso tinham um risco 7% maior de ter doenças vasculares cerebrais e o dobro de risco de ter insuficiência cardíaca. “A prioridade dos profissionais de saúde deve ser promover e facilitar a perda de peso entre pessoas obesas, independentemente da presença ou ausência de anormalidades metabólicas”, afirmou o pesquisador que conduziu o estudo, Rishi Caleyachetty.

No Brasil, o índice de obesos cresceu 60% em dez anos, segundo dados da pesquisa Vigitel, divulgados pelo Ministério da Saúde em abril de 2017. Em 2006, essas pessoas representavam 11,8% da população das capitais do país, agora já correspondem a um índice de 18,9%. Além disso, mais da metade da população está com peso acima do recomendado.

(Pablo Jacob. “‘Obeso saudável é um mito’, diz estudo”. www.oglobo.globo.com, 17.06.2017. Adaptado)

Texto 3

Sou nutricionista e lido diariamente com pessoas que têm os mais diversos tipos de problemas com a alimentação e com a vivência do próprio corpo. Alimentação não é só o que a gente põe na boca. Existem questões familiares, sociais, culturais, psicológicas, cognitivas e emocionais envolvidas. E quando a pessoa não pode ou não consegue se alimentar normalmente, a solução para isso não são ideias de senso comum, como “fechar a boca” ou se tratar com dureza e exigência.

Eu concordo que “belo é ter saúde”, mas ter saúde não é sinônimo obrigatório de ser magro. Existem pessoas magras que são 100% sedentárias, fumam, bebem, se enchem de salgadinhos. Existem pessoas magras que investem tanto na ideia de ser saudável que ficam doentes. Quando uma pessoa é magra, isso significa que ela é… magra. Nada além disso. Para verdadeiramente constatar se uma pessoa é saudável, precisamos fazer uma avaliação completa e investigar seus hábitos de vida.

(Paola Altheia. “Eu preciso de vergonha na cara”. www.naosouexposicao.com.br, 21.08.2017. Adaptado)

Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

A aceitação própria da obesidade incentiva hábitos não saudáveis?

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