Redação sobre Solidão

Redação sobre Solidão

Redação ESPM 2019.2

A solidão é a grande ameaça

Qual é a diferença entre comunidade e rede? A comunidade precede você. Você nasce numa comunidade. Por outro lado, temos a rede. O que é uma rede? Ao contrário da comunidade, a rede é feita e mantida viva por duas atividades diferentes. Uma é conectar e a outra é desconectar. A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a você. Na rede, você se sente no controle. Você pode adicionar amigos, se quiser, você pode deletá-los, se quiser. Você controla as pessoas com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam um pouco melhor, porque a solidão, o abandono, são os grandes medos nestes tempos de individualização. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interação razoável. Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um diálogo.

Então, é uma situação ambivalente e, consequentemente, um fenômeno curioso dessa pessoa solitária numa multidão de solitários. Estamos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.

Zygmunt Bauman – Entrevista para o portal Fronteiras do Pensamento
https://www.fronteiras.com/artigos/zygmunt-bauman-la-solidao-e-a-grande-ameaca

PROPOSTA: Com base nas informações do textos e em outras de seu conhecimento sobre o assunto, elabore um texto dissertativo posicionando-se sobre a seguinte questão:

Qual é a importância de se falar com o outro e não para o outro?

Redação FGV EAESP 2018.2

Reino Unido cria Ministério da Solidão

O Reino Unido nomeou nesta quarta-feira, 17 de janeiro de 2018, pela primeira vez na história, uma ministra da Solidão, para enfrentar o que a primeira-ministra britânica, Theresa May, descreveu como “ a triste realidade da vida moderna”. (...) Mais de 9 milhões de pessoas dizem viver permanentemente ou frequentemente sozinhas, de uma população de 65,6 milhões, de acordo com a Cruz Vermelha britânica. A instituição descreve a solidão como uma “epidemia oculta”, afetando pessoas de todas as idades e em todos os momentos de suas vidas, como durante a aposentadoria, na morte do parceiro ou na separação.

Deutsche Welle (DW Brasil). Consultado em 17/01/2018. Adaptado.

Reino Unido cria Ministério da Solidão para solucionar “triste realidade moderna”

A solidão é um problema crônico da sociedade moderna e pode atingir qualquer pessoa de qualquer idade. Muitas vezes, uma mudança aparentemente comum, como uma criança que muda de escola e não se adapta, é o bastante para abrir essa caixa. Diversos estudos indicam que mais de uma em cada três pessoas dos países ocidentais – o que inclui o Brasil – sente-se sozinha habitualmente ou com frequência. Há vários fatores que culminam nessa taxa, como o envelhecimento da população, o crescimento dos afazeres diários, o pouco tempo de lazer, a falta de contato pessoal trazido pelas redes sociais, mas, principalmente, o isolamento social causado pela farta porção de informações que atingem o ser humano todos os dias. (...)

Os médicos alertam que o isolamento social é uma epidemia crescente que pode ter consequências físicas, mentais e emocionais. A solidão também foi classificada como o maior risco de doença cardíaca, diabetes e câncer, de acordo com os pesquisadores da área da saúde.

www.hypeness.com.br. Consultado em 17/01/2018. Adaptado.

Reino Unido escolhe “Ministra da Solidão”

Um acontecimento que você pode considerar muito sinistro ou simplesmente um sinal dos tempos: o Reino Unido apontou um “Ministro da Solidão” para lidar com uma verdadeira epidemia de tristeza que atinge mais de 9 milhões de britânicos. A primeira-ministra britânica se pronunciou sobre o assunto, afirmando que “para muita gente, a solidão é a realidade da vida moderna”, e é por isso que ela tomou a decisão, apontando Tracey Crouch para o cargo (...).

No Brasil, a solidão é um medo que não esconde seus números: em 2017, uma pesquisa realizada com homens e mulheres acima dos 55 anos pela Sociedade de Geriatria e Gerontologia de São Paulo descobriu que 29% dos entrevistados teme a solidão. Mas pessoas jovens também precisavam enfrentar diariamente a pressão da sociabilidade (ou medo da falta dela). Com as redes sociais e as inovações tecnológicas, novas síndromes já surgiram – como a “fomo” (“fear of missing out” em inglês, algo próximo de “medo de perder a oportunidade”). Sabe aquele sentimento ruim que bate quando você passa pela timeline do Instagram e vê todo mundo se divertindo enquanto você está em casa? É Fomo. Estima-se que a solidão pode estar relacionada a 50% dos suicídios cometidos anualmente – cerca de um milhão.

Lucas Barany, Superinteressante. 17/01/2018. Adaptado.

Ministério da Solidão

E que tal um ministro para a solidão? (...) Confesso que a ideia me parece absurda. (...) Theresa May está errada quando acredita que a solidão é uma “realidade” moderna. Não é. A solidão, tal como a tristeza e o fracasso, faz parte da condição humana, provavelmente desde o momento em que os membros da espécie adquirem consciência de si próprios. Além disso a solidão é, sob certos aspectos, uma condição indispensável à constituição da dimensão reflexiva do sujeito humano. Mas ela também está errada por outro motivo: e se o grande problema da “vida moderna” não for excesso de solidão, mas a sua escassez? A vida moderna é uma gigantesca conspiração para abolir a solidão. Basta escutar os desejos utópicos de um qualquer Zuckerberg ensandecido: para os novos profetas do Vale do Silício, o ideal é atingir um mundo de conversas contínuas, em que a privacidade não passa de uma relíquia – e todos podem espiar todos.

João Pereira Coutinho, Folha de S. Paulo. 20/02/2018. Adaptado.

O que a criação de um “Ministério da Solidão”, no Reino Unido, nos revela sobre as sociedades de nossa época? Tendo em vista as ideias sobre essa questão, presentes nos textos acima reproduzidos, além de outras informações que você considere relevantes, redija uma dissertação em prosa sobre o tema:

As sociedades contemporâneas e a solidão.

Redação UFGD 2017

Motivador 1 – A condição humana

A solidão é o fundo último da condição humana. O homem é o único ser que se sente só e que procura um outro. PAZ, Octavio. O Labirinto da Solidão. Tradução Eliane Zagury. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1984. (Fragmento).

Motivador 2 – A solidão

A solidão, como estado natural de ser, expõe a premissa de que ‘somos e estamos sós’, ‘nascemos e morremos sós’, a convivência em sociedade, portanto, demanda um esforço além de ser, implica ter. Ter habilidade, segundo Bauman, para o “entendimento sem palavras” um “entendimento natural”, que culmina por diluir “o ser”, em detrimento de um “estar” em comunidade, pertencer, isto é, afirmação da identidade.

BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. (Adaptado).

Motivador 3 - Natureza humana versus condição humana

[...] A filósofa contemporânea Hannah Arendt compreende essa condição (a humana) como o exercício do que ela denomina uma vita activa ('vida ativa', em latim), que se desdobra nas três atividades humanas fundamentais: o trabalho, a obra e a ação. O trabalho é a atividade do corpo humano, em seu aspecto biológico. A obra é a atividade da existência, que consiste em transformar a natureza e criar cultura. A ação é uma atividade política, aquilo que os indivíduos realizam entre si. A cada uma dessas atividades corresponde uma condição humana. Ao trabalho corresponde a própria vida, pois ela é a condição para a realização de todas as atividades. À obra corresponde a mundanidade, na medida em que os seres humanos criam um mundo por meio da cultura e é o mundo que possibilita a obra. À ação, por fim, corresponde a pluralidade, pois ela é a condição para que a política possa ser feita por todas as pessoas.

A condição humana é, pois, aquilo que nos permite que, exercendo uma vida ativa, sejamos humanos de fato. Mas, ressalta Arendt, essa noção não explica, não define o que somos; ela nos condiciona, nos dá um horizonte no qual construímos nossa vida, mas não nos determina de modo absoluto. Uma natureza humana só poderia ser conhecida do ponto de vista de uma divindade, de um ser que estivesse acima dos humanos; já as condições humanas podem ser conhecidas, dando aos seres humanos o referencial do qual podem se mover e criar. Natureza humana versus condição humana.

Disponível em http://filosofiacompartilhada.blogspot.com.br/2016/05/natureza-humana-versus-condicaohumana. html. Acesso em 14/nov/1016. (Fragmento).

Motivador 4 – A imagem

[...] a Fotografia, historicamente, deve ter alguma relação com a “crise de morte”, que começa na segunda metade do século XIX; de minha parte, preferiria que em vez de recolocar incessantemente o advento da Fotografia em seu contexto social e econômico, nos interrogássemos também sobre o vínculo antropológico da Morte e da nova imagem. Pois é preciso que a Morte, em uma sociedade, esteja em algum lugar; se não está mais (ou está menos) no religioso, deve estar em outra parte: talvez nessa imagem que produz a Morte ao querer conservar a vida. Contemporânea do recuo dos ritos, a Fotografia corresponderia talvez à intrusão, em nossa sociedade moderna, de uma Morte assimbólica, fora da religião, fora do ritual, espécie de brusco mergulho na Morte literal. A vida / a Morte: o paradigma reduz-se a um simples disparo, o que separa a pose inicial do papel final.

BARTHES, Roland. A câmara clara. Nota sobre a fotografia. Tradução de Júlio Castanon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. (Fragmento).

Motivador 5 - A fábula africana do macaco e do peixe

Um macaco passeava-se à beira de um rio, quando viu um peixe dentro de água. Como não conhecia aquele animal, pensou que estava a afogar-se. Conseguiu apanhá-lo e ficou muito contente quando o viu aos pulos, preso nos seus dedos, achando que aqueles saltos eram sinais de uma grande alegria por ter sido salvo. Pouco depois, quando o peixe parou de se mexer e o macaco percebeu que estava morto, comentou – que pena eu não ter chegado mais cedo!

“A fábula africana do macaco e do peixe”, narrada por Mia Couto. Disponível em http://www.contioutra.com/a-fabula-do-macaco-e-do-peixe-mia-couto/. Acesso em 14/nov/2016.

Motivador 6 - Em um café

Redação UFGD 2017
"Em um café" (A bebedora de absinto) 1875-6, óleo sobre tela Musée d'Orsay, Paris. Disponível em: http://www.auladearte.com.br/historia_da_arte/degas htm#ixzz4Pz508npi. Acesso em 14/nov/ 2016.

Motivador 7 - Redes sociais e a solidão

Redação UFGD 2017

Eu tenho 422 amigos e me sinto sozinho. Falo com eles todos os dias, mas nenhum deles realmente me conhece.

Dei um passo para trás, abri os meus olhos e percebi que essa mídia que chamamos de social é tudo, menos social. Quando ligamos nossos computadores e celulares fechamos nossas portas. Toda essa tecnologia é apenas uma ilusão.

Quando você se afasta, você acorda e enxerga um mundo de confusão. Um mundo onde somos usados pela tecnologia que criamos. Onde as informações são vendidas por interesse próprio, autoimagem e autopromoção. Onde compartilhamos nossos melhores momentos, mas deixamos de lado nossa emoção.

Nós editamos e exageramos, ansiamos pela bajulação. Fingimos não perceber o isolamento social em que vivemos. Colocamos nossas melhores palavras para que nossas vidas pareçam perfeitas, mas nem sabemos se tem alguém nos escutando.

Estar sozinho não é o problema, mas quando você está em público e se sente sozinho. Você não precisa olhar para a sua lista de contatos, basta falar com o outro, aprender a coexistir. Não suporto ouvir o silêncio em um trem lotado, quando ninguém quer falar com outra pessoa por medo de parecer louco. Estamos nos tornando insociáveis, nada nos satisfaz. Estamos cercados por crianças que desde o nascimento nos observam a viver como robôs, e acham que isso é normal. Não é provável que você seja um bom pai se não consegue divertir uma criança sem usar um smartphone ou tablet.

Quando eu era criança eu nunca ficava dentro de casa, ficava do lado de fora com meus amigos, andando de bicicleta, tinha buracos nas calças e esparadrapos nos joelhos. Agora os parques estão vazios e silenciosos, e isso me deixa arrepiado, somos uma geração de telefones inteligentes e pessoas burras.

Desligue a tela de seu celular, observe o que está acontecendo em sua volta, aproveite o dia de hoje. Apenas olhar para outro lado, para perceber que estar presente pode fazer muita diferença. Você não precisa contar para centenas de pessoas o que acabou de fazer. Apreciamos o momento que vivemos quando prestamos atenção na vida que estamos vivendo.

Quando você está ocupado demais olhando para baixo, você não vê as chances que perde. Então desvie o olhar do seu telefone, desligue a tela, temos uma existência finita. Não gaste sua vida preso na rede, digitando enquanto falamos e lendo enquanto conversamos, passando horas juntos sem fazer um contato visual. Dê amor para as pessoas, não simplesmente o seu "like".

Desconecte-se da necessidade de ser ouvido e ser definido. Saia para o mundo e deixe as distrações para trás. Desvie o olhar do seu telefone, desligue a tela e viva a vida.

Adaptação do texto de Gary Turk, em seu vídeo "Look Up". Ilustração: "Social Media", por Koren Shadmi. Disponível em http://www.tautonomia.com/2015/07/redes-sociais-e-solidao.html. Acesso em 14/nov/2016.

PROPOSTA ÚNICA:

Considerando os motivadores apresentados e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação redija, em Língua Portuguesa, uma Crônica Argumentativa de 15 a 30 linhas sobre o tema “A solidão em um referencial moderno da condição e da natureza humana”. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e informações para constituição de seu texto. Utilize o espaço abaixo como rascunho.

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