Redação sobre Racismo

Redação sobre Racismo

Etnias - diversidade racial

Redação Unicap 2022 - Medicina

TEXTO 1

Tardiamente, a escravidão foi abolida no Brasil há 133 anos, e ainda hoje o racismo estrutural permeia a sociedade, nas instituições, nas relações interpessoais, nos espaços de poder, sendo muitas vezes pelo jeito de falar. Tendo em vista que a luta pela igualdade racial também acontece com mudança de hábitos preconceituosos, a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) destaca o significado de algumas expressões racistas para fazer refletir e, assim, moldar o vocabulário do cotidiano.

(www.to.gov.br/cidadaniaejustica/noticias - adaptado)

TEXTO 2

A língua está em constante evolução, novas palavras surgem, enquanto outras caem no esquecimento e algumas são incorporadas no cotidiano. Assim como o comportamento social muda ao longo dos anos, é necessário repensar e substituir vocábulos em desuso. Afinal, sabemos que, muitas vezes, o que fazia sentido há vinte anos, talvez, hoje, não faça mais.

(https://rspress.com.br – Larissa Hanstenreiter)

TEXTO 3

Em diversas línguas, expressões e palavras cotidianas e de uso frequente para algumas pessoas, em determinadas situações, são carregadas de metáforas e de origens racistas. Em português, “inveja branca” é inveja boa. “Denegrir” é tornar algo negro e diminuir o valor. “Dia de branco” é dia bom de trabalho.

(www.cnnbrasil.com.br)

TEXTO 4

Redação Unicap 2022 - Medicina
(NASCIMENTO, G. Racismo Linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo. São Paulo: Letramento: 2019.)
(https://www.editoraletramento.com.br/gabriel-nascimento-16048018)

Com base nos quatro textos apresentados e em seu conhecimento de mundo, produza uma dissertação-argumentativa em que se perceba sua opinião acerca do fato de que algumas expressões linguísticas contribuem para a manutenção do racismo.

Redação Ucpel 2021

A partir das ideias dos textos motivadores e dos seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema O posicionamento antirracista: uma atitude necessária que respeite a norma padrão da língua portuguesa e os direitos humanos. Estruture e relacione argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista, atentando para a coesão e a coerência.

Redação Ucpel 2021

Disponível em: https://diariodorio.com/rio-de-janeiro-registra-880-casos-de-racismo-e-injuria-racial-dejaneiro- setembro-deste-ano

Redação Santa Casa 2020

Texto 1

Em Casa-grande & senzala, obra publicada em 1933, Gilberto Freyre oferece um novo modelo para a sociedade multirracial brasileira, invertendo o antigo pessimismo. O “cadinho1 das raças” aparecia como uma versão otimista do mito das três raças: “Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena e/ou do negro”, o que tornava a mestiçagem uma questão de ordem geral.

Era assim que o cruzamento de raças passava a singularizar a nação nesse processo que leva a miscigenação entre diferentes grupos sociais a se transformar num modelo de sociabilidade. A novidade do seu argumento estava em destacar a intimidade do lar, suavizar a vida dura do eito2 e fazer de tudo material de exaltação: enfim uma “boa escravidão”, como se essa não fosse uma contradição em seus termos.

Em resumo, a proposta do livro era repisar, sob novo ângulo, a ideia de uma sociedade misturada e pioneira em função da ausência de segregação e de uma miscigenação extremada e feliz. Gilberto Freyre executou a façanha analítica de dar caráter positivo ao mestiço — atribuindo a ele não o atraso do país, e sim sua grande vantagem de futuro.

(Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling. Brasil: uma biografia, 2015. Adaptado.)

1 cadinho: recipiente em material refratário, geralmente de barro, ferro ou platina, utilizado para as reações químicas em altas temperaturas.

2 eito: roça em que trabalhavam escravos.

Texto 2

Redação Santa Casa 2020

“Machado de Assis era um homem negro. O racismo o retratou como branco”. Essas são as primeiras frases da campanha feita pela Faculdade Zumbi do Palmares, de São Paulo, em parceria com a agência de publicidade Grey. A ação, lançada em abril — no mês do Dia Mundial do Livro —, tem como propósito ressaltar a identidade negra de um dos maiores escritores brasileiros e fundador da Academia Brasileira de Letras.

Com o título “Machado de Assis Real”, o projeto incentiva que as pessoas participem de um abaixo-assinado para que as editoras parem de publicar livros com fotos nas quais ele aparece embranquecido e substitua a fotografia distorcida por uma em que o autor apareça com cor e traços físicos negros.

No manifesto da iniciativa, a universidade ainda afirma que “o racismo escondeu quem ele era por séculos. Sua foto oficial, reproduzida até hoje, muda a cor da sua pele, distorce seus traços e rejeita sua verdadeira origem” e diz que “já passou da hora de esse erro ser corrigido”.

Luiz Maurício Azevedo, editor-executivo da editora Figura de Linguagem e pós-doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ressalta que “popularmente, pessoas negras estão ligadas à força física e à animalização, não a seu potencial intelectual. Quando estes indivíduos ganham projeção por seu talento na literatura, por exemplo, criam-se mecanismos para manter os negros no lugar de subcategoria. Por isso, transformam uma pessoa negra em branca, porque socialmente negras e negros ‘não podem ter’ o status de autor. E a história valeu- -se da frágil documentação da época para reforçar a imagem de um Machado de Assis não negro. O Brasil promove a hierarquia das raças por ter suprimido aquilo que era entendido como diferente”. E acrescenta: “Este país vive em conflito, não vivemos em harmonia como prega a democracia racial. Houve e ainda há derramamento de sangue”.

(Iarema Soares. “Campanha de universidade recria foto de Machado de Assis para retratá-lo negro”. https://gauchazh.clicrbs.com.br, 01.05.2019. Adaptado.)

Texto 3

“Quanto mais acentuados os traços faciais que evidenciam a origem negra-africana, maior é o impacto do racismo sobre as pessoas. Assim, socialmente, quanto mais clara a pessoa negra, maiores chances de êxito na vida ela terá, o que não significa que ela também não seja vítima de racismo”. A explicação dada por Renata Aparecida Felinto dos Santos, professora adjunta de Teoria da Arte e de Cultura Africana e Afro-Brasileira na Universidade Regional do Cariri (CE), é o início da compreensão sobre o que é colorismo. Esse conceito é relativamente recente. Foi cunhado em 1982 pela escritora Alice Walker, no ensaio “If the present looks like the past, what does the future look like?” (em português, “Se o presente parece o passado, com o que parece o futuro?”).

Presidente do Conselho Municipal de Política e Cultura de Londrina (PR) e especialista em comunicação popular e comunitária, Luiza Braga esclarece que o colorismo se trata de algo muito ligado à estética: “A aceitação de uma pessoa negra pela sociedade é julgada pelos traços mais finos, os cabelos mais lisos. Isso não tira a negritude de quem é mais claro. Esse indivíduo tem a consciência de que é discriminado por ser negro, mas que não sofre tanto quanto o negro de pele escura.” Já a advogada Elisama Santos, que hoje atua como escritora e educadora parental, afirma que “A sociedade quer embranquecer o negro. Se perceber que a pele mais clara permite uma adequação ao padrão eurocêntrico, haverá uma força para que os cabelos sejam alisados, para que se use uma maquiagem que ‘disfarce’ os traços negros. É uma pressão que as pessoas muitas vezes nem percebem, pois está incrustada na convivência”. É importante destacar que, quanto mais clara for a pessoa negra, a mais privilégios ela terá acesso, mas sempre será uma pessoa negra.

(Raquel Drehmer. “Entenda o que é e como funciona o colorismo”. https://mdemulher.abril.com.br, 08.05.2019. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Legado da escravidão no brasil: entre o racismo e a democracia racial

Redação UEPG 2019

TEXTO 1

Algumas expressões racistas que deveríamos tirar do nosso vocabulário

A escravidão negra é um capítulo muito marcante da história do Brasil. A influência desse período está presente, inclusive, no vocabulário da língua portuguesa. Várias expressões que usamos cotidianamente têm origem em situações adversas – e na maior parte das vezes muito dolorosas – que foram vividas por negros.

Por isso, assim como precisamos deixar para trás preconceitos que surgiram durante a escravidão, podemos repensar algu-mas palavras que usamos.

Denegrir: de acordo com o dicionário Michaelis, a palavra significa "tornar negro" ou "difamar" e tem origem em "de negro ir". A expressão é ofensiva porque considera algo negro como negativo.

Fazer nas coxas: não se sabe exatamente quando a expressão entrou para o nosso vocabulário, mas a versão mais popular da origem é a de que o termo viria do hábito dos escravos moldarem telhas em suas coxas. Como eles tinham corpos de diferentes formatos, as telhas acabavam não se encaixando corretamente e, por isso, estariam mal feitas.

Mulata(o): o termo é usado para se referir a pessoas negras de pele clara. Da língua espanhola, a palavra faz referência ao filhote do cruzamento de cavalo com jumenta ou de jumento com égua. Ou seja, compara uma pessoa negra a um animal. A expressão se torna ainda mais pejorativa quando usada como "mulata tipo exportação", reforçando a visão do corpo da mulher negra como mercadoria.

Doméstica: a expressão designava as escravas que trabalhavam dentro das casas das famílias brancas. Normalmente, elas tinham a pele mais clara e traços semelhantes aos dos europeus, por isso tinham um "status superior" ao dos escravos da lavoura. Por receberam uma educação diferenciada e aprenderem algumas lições de bons modos, eram tidas como escravas "domesticadas", como se fossem animais selvagens.

Mercado negro, lista negra, ovelha negra... Assim como em "denegrir", o uso do adjetivo "negro" em palavras como "mercado negro", "lista negra" e "ovelha negra" tem peso muito negativo, tornando-o pejorativo. Esse juízo de valor acaba afetando também as pessoas negras, reforçando o preconceito estrutural.

Adaptado de: Natália Eiras. universa.uol.com.br/noticias/redacao/2019/04/21/10-expressoes-racistas-que-deveriamos-tirar-do-nosso-vocabulario.htm

TEXTO 2

Nexo Jornal: É comum que pessoas acusadas de racismo tentem justificar ou esclarecer a situação negando serem racistas, argumentando não se tratar de preconceito ou dizendo ter havido um mal entendido. Por que isso acontece?

Silvio Almeida: Quando a gente fala de racismo estrutural, o adjetivo estrutural indica que o racismo não é apenas o resul-tado de atos voluntários, que se limitam ao plano individual. O racismo está para além disso. Ele é, na verdade, um processo no qual, até mesmo de maneira inconsciente, as pessoas reproduzem as condições em que a desigualdade racial é possível. Quando a pessoa [acusada de racismo] diz que foi um mal entendido, de fato, o racismo só pode acontecer numa sucessão de mal entendidos. O racismo é isso. Ele se manifesta nos espaços vazios, no mal entendido, naquilo que não é dito – e exatamente pelo fato de não ser dito e ser possível o mal entendimento é que o racismo consegue se naturalizar.

Adaptado de: Juliana D. de Lima. www.nexojornal.com.br/entrevista/2019/02/12/O-racismo-estrutural-no-cotidiano-do-pa%C3%ADs-segundo-este-autor

PROPOSTA

Os textos que você acabou de ler trazem informações sobre manifestações cotidianas de racismo, que configuram o que é chamado de racismo estrutural, ou seja, aquele que é praticado até mesmo de maneira inconsciente. A partir da leitura dos textos motivadores acima e utilizando os conheci-mentos que obteve em sua formação escolar, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:

Qual é a pior consequência do racismo estrutural no Brasil contemporâneo?

Não esqueça de seguir as seguintes orientações:

- Seu texto deve deixar claro o seu ponto de vista, sustentando-o com argumentos, além de ser escrito na variante formal de nossa língua.
- Não é necessário colocar um título.
- Não faça cópias literais dos textos motivadores.

Redação FGV-RJ 2018

Negros e brancos no mercado de trabalho

Não passa muito tempo sem que a imprensa divulgue alguma pesquisa “demonstrando” que os negros são discriminados no mercado de trabalho. É como se não somente os departamentos de recursos humanos mas todos os departamentos de nossas empresas fossem dirigidos por racistas inveterados. Do tipo que olha para um candidato a algum posto de trabalho e pensa: “É negro, pago menos.” Não há mal-intencionados entre esses pesquisadores, mas a visão é torta.

Vejamos o caso do Instituto Ethos, que luta com muito esforço para promover o conceito de responsabilidade social nas empresas. A cada dois anos, este instituto, em parceria com outras entidades, divulga um estudo sobre a participação do negro nas quinhentas maiores empresas do país. E sempre lamenta, em coro com os jornais, o mau posicionamento do negro no mercado de trabalho. A grande grita sempre gira em torno do fato de que uma parte expressiva das empresas não sabe responder quantos negros há em cada nível funcional. Em 2003, o número era de 27%; em 2006, caiu levemente para 24%. Esses dados sempre são divulgados como indício de que, no Brasil, existe racismo. Um paradoxo.

Quase um terço das empresas demonstra a entidades seriíssimas que “cor” ou “raça” não são filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razão, as empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas são acusadas por aquilo que as absolve. Tempos perigosos, em que pessoas com ótimas intenções não percebem que talvez estejam jogando no lixo o nosso maior patrimônio: a ausência de ódio racial. (...)

Não, nada é simples. O mal deste país não é o racismo. Ele existe aqui, como em todo lugar, mas, entre nós, nem de longe se transformou na marca de nossa identidade. Sempre nos orgulhamos do nosso ideal de nação, um país de miscigenados, em que o próprio conceito de raça faz pouco sentido. (...)

O nosso problema não é o racismo, mas a pobreza e o modelo econômico que, ao longo dos anos, só fez concentrar a renda: os que eram pobres permaneceram pobres ou ficaram mais pobres; e os que eram ricos, ricos ficaram ou enriqueceram ainda mais.

O Brasil deveria estar unido para resolver esse problema, distribuindo renda e investindo maciçamente em educação. Quando os pobres deste país tiverem uma educação de qualidade, todos terão a mesma chance no mercado de trabalho. E as distorções entre brancos e negros terão um fim.

Ali Kamel, Não somos racistas: uma reação aos que querem nos transformar em uma nação bicolor. RJ, Nova Fronteira, 2006. (Excerto).
Ali Kamel, Diretor de Jornalismo da Rede Globo.

Diferença de renda entre brancos e negros cresce com o desemprego.

O avanço do desemprego fez a desigualdade de renda entre brancos e negros voltar a crescer, interrompendo um processo de redução que se iniciara na década passada.

Entre 2015 e o primeiro trimestre deste ano, a remuneração recebida por brancos em todos os trabalhos teve variação positiva de 0,8%. Já o rendimento de pardos caiu 2,8% no período, e o de pretos, 1,6%, de acordo com dados e classificação do IBGE. (...)

O impacto da recessão econômica foi maior sobre negros do que sobre brancos porque eles estão concentrados no setor informal, mais vulnerável a oscilações, mas também, segundo especialistas, pela sobrevivência de uma visão racista no mercado de trabalho, à qual profissionais qualificados no setor formal não estão imunes. (...)

“Além de serem preferencialmente demitidos, os negros também são preferencialmente recusados”, afirma Caio Magri, presidente do Instituto Ethos, que desde 2001 estuda o perfil racial e de gênero das quinhentas maiores empresas com atuação no Brasil.

Segundo a edição mais recente do estudo, publicada em 2016, os negros concentram-se nos níveis de aprendiz (57,5%), estagiário (28,8%) e trainee (58,2%), cenário que reflete a ampliação do acesso ao ensino superior, resultado das políticas de financiamento Pro Uni e Fies.

Conforme se sobe na hierarquia empresarial, porém, o porcentual de negros cai para 6,3% no nível de gerência, 4,7% no quadro executivo e 4,9% no conselho de administração, aponta o estudo. “Existe uma percepção cultural inconsciente de que, para uma mesma tarefa, o branco vai ser melhor que o negro”, diz o diretor do Ethos.

Um exemplo recente do que Magri se refere foi denunciado pelo presidente da filial brasileira da multinacional Bayer, Theo van der Loo. Segundo o executivo, um conhecido negro “com uma excelente formação e currículo” foi reprovado em processo seletivo por sua cor.

‘’Quando o entrevistador viu sua origem étnica, disse à pessoa de RH que ele não sabia deste detalhe e que não entrevistava negros!”, afirmou em rede social.

O profissional, que atua na área de tecnologia da informação, afirmou em entrevista à “BBC Brasil” que essa não foi a primeira vez que foi vítima de racismo em sua carreira – já foi chamado de “macaco” e ouviu que tinha sorte por “não ser burro”.

Fernanda Perrin, Repórter de Economia. Folha de S. Paulo. 20.05.2017. (Excerto).

Os textos aqui reproduzidos apresentam visões opostas da questão do racismo no Brasil. Com base nas ideias neles veiculadas, bem como em outras informações que você considere pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você apresente seu ponto de vista sobre o tema

Brasil: país sobretudo orgulhoso de sua miscigenação ou predominantemente racista?

Redação FEI 2018

A partir das suas experiências e reflexões, relacione a charge de Junião aos textos da prova e elabore um texto dissertativo-argumentativo, usando o padrão formal da língua portuguesa. Apresente ao menos dois argumentos para fundamentar o seu ponto de vista, que deve respeitar os direitos humanos.

Redação FEI 2018
www.juniao.com.br/

Redação ENEM 2016

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I

Ascendendo à condição de trabalhador livre, antes ou depois da abolição, o negro se via jungido a novas formas de exploração que, embora melhores que a escravidão, só lhe permitiam integrar-se na sociedade e no mundo cultural, que se tornaram seus, na condição de um subproletariado compelido ao exercício de seu antigo papel, que continuava sendo principalmente o de animal de serviço. [...] As taxas de analfabetismo, de criminalidade e de mortalidade dos negros são, por isso, as mais elevadas, refletindo o fracasso da sociedade brasileira em cumprir, na prática, seu ideal professado de uma democracia racial que integrasse o negro na condição de cidadão indiferenciado dos demais.

RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 (fragmento).

TEXTO II

LEI N° 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989

Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor

Art. 1° — Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 25 maio 2016 (fragmento).

TEXTO III

Racismo ou Injúria Racial?

TEXTO IV

O que são ações afirmativas

Ações afirmativas são políticas públicas feitas pelo governo ou pela iniciativa privada com o objetivo de corrigir desigualdades raciais presentes na sociedade, acumuladas ao longo de anos.
Uma ação afirmativa busca oferecer igualdade de oportunidades a todos. As ações afirmativas podem ser de três tipos: com o objetivo de reverter a representação negativa; para promover igualdade de oportunidades; e para combater o preconceito e o racismo.

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que as ações afirmativas são constitucionais e políticas essenciais para a redução de desigualdades e discriminações existentes no país.

No Brasil, as ações afirmativas integram uma agenda de combate à herança histórica de escravidão, segregação racial e racismo contra a população negra.

Disponível em: www.seppir.gov.br. Acesso em: 25 maio 2016 (fragmento).

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "Caminhos para combater o racismo no Brasil", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Redação Puc-Campinas 2014

DISSERTAÇÃO

Leia o editorial abaixo procurando apreender o tema que nele está desenvolvido. Em seguida, elabore uma dissertação em que você exponha, de modo claro e consistente, suas idéias acerca desse tema.

O paradoxo costuma rondar sistemas democráticos. Até que ponto se pode tolerar a intolerância, ser liberal com quem pretende demolir as liberdades, assegurar os direitos dos que não os reconhecem?
Em alguns casos, a dúvida se resolve facilmente. Criminaliza-se a tentativa de derrubar pela força um governo legítimo. Atentados terroristas recebem sanções severas, não importando a fundamentação política que possam ter.
Nos chamados crimes de opinião, todavia, o debate se torna mais complexo. Poucas coisas são mais repugnantes e estúpidas do que o preconceito racial, e têm sido frequentes manifestações desse tipo nos estádios de futebol.
Do Reino Unido ao Peru, do Japão ao Brasil, registram-se atos de insulto a jogadores afrodescendentes por parte de alguns (ou muitos) torcedores que estão prontos a aplaudir o jogador negro ou mulato quando estes fazem gols para seus times de dileção.
Várias iniciativas se tomam para punir os responsáveis. Uma equipe peruana foi condenada a pagar multa (meros US$ 12 mil) depois de seus torcedores terem emitido gritos de "macaco" para agredir o jogador Tinga, do Cruzeiro. No Brasil, um time gaúcho perdeu nove pontos e foi rebaixado pelo fato de seus fãs terem atirado bananas contra um árbitro.
A questão é saber se punições como essas cumprem um papel determinante, pedagógico e civilizatório, no sentido de modificar a mentalidade do torcedor racista.
A repressão a um sentimento, por mais odioso que seja, não o desarma. Pode-se desencorajar, pela lei, certos comportamentos que o manifestem de forma explícita. Seu fundo de ressentimento e destrutividade permanece e pode até fermentar, depois de recalcado.
Não poderia ser mais educativa − no que teve de superioridade, humor e indiferença − a reação do brasileiro Daniel Alves, que soberanamente comeu a banana que lhe fora atirada.
Uma agência publicitária tomou daí a inspiração, a pedido do atacante Neymar, também hostilizado nos campos espanhóis, para campanha contra o racismo.
"Somos todos macacos", diz o slogan, obtendo a adesão de inúmeras celebridades. Torna-se moda, nas redes sociais, divulgar fotos com a fruta em mãos; o insulto se neutraliza, o agressor se desconcerta, o símbolo inverte o sentido.
É no campo das formas de expressão que o embate se leva a efeito. Gesto contra gesto, solidariedade contra particularismo, ironia contra estupidez: ainda que essa luta jamais tenha fim, é bom que seu lado mais inteligente tenha, também, as armas mais inteligentes a seu dispor.

(Folha de S. Paulo. 01/05/2014)

Redação UESB 2013

O programa Zorra Total, da Rede Globo de Televisão, está sendo questionado na Justiça por causa da personagem “Adelaide”, interpretada pelo ator Rodrigo Santanna. O ator se faz passar por uma mulher negra, desdentada, com toda a estética de uma pedinte e que, em determinado programa, expressou falas de conteúdo preconceituoso. Na mais impactante das cenas, ela, ao encontrar uma palha de aço, diz que se tratava do cabelo da filha. Várias pessoas denunciaram o quadro à Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, órgão ligado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.

O advogado Humberto Adami protocolou ação civil pública contra o programa, alegando desrespeito ao capítulo VI do Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288). Adami lembra que essa é a única personagem negra do programa e que aparece nessa condição.

Os defensores do programa e do quadro apresentam a argumentação de sempre, em prol da “liberdade de criação”, e de que se trata apenas de um programa humorístico. Mas será que a expressão humorística é descolada da realidade?

(OLIVEIRA, Denis. Sobre Adelaide, Zorra total e o racismo sem graça. Forum, São Paulo: Publisher Brasil, n. 115, ano 12, p. 33, out. 2012)

Leia a matéria em destaque e, com base em suas ideias e em sua experiência do dia a dia junto à sua comunidade, escreva um texto opinativo em que você exponha o seu ponto de vista sobre a temática objeto da polêmica referida no texto.

OBSERVAÇÕES:
• Utilize a norma culta escrita da língua portuguesa.
• Discuta a questão do preconceito racial no fato de o programa ridicularizar a condição de ser negro.
• Posicione-se sobre a validade de, em nome da liberdade de criação e expressão, incitar-se o preconceito étnico-social.
• Reforce seus argumentos com exemplos e/ou fatos consistentes.

Redação Mackenzie 2012

Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo.

Texto I

Ao ler-se em um dicionário, por sinal extremamente bem conceituado, que a nomenclatura “cigano” significa “aquele que trapaceia, velhaco”, entre outras coisas do gênero, ainda que deixe expresso que é uma linguagem pejorativa, ou, ainda, que se trata de acepções carregadas de preconceito ou xenofobia, fica claro o caráter discriminatório assumido pela publicação.

Cléber Eustáquio Neves, procurador

Texto II

Agora há novamente paladinos da sociedade perfeita, o que lá seja isso, que querem censurar dicionários. De vez em quando, aparece um desses. Censurar a lexicografia é uma curiosa inovação. Dicionário é um trabalho lexicográfico, não uma peça normativa. O lexicógrafo não concorda ou discorda do uso de uma palavra ou expressão qualquer. Obedecendo a critérios tão objetivos e neutros quanto possível, constata o uso dessa palavra ou expressão e tem a obrigação de registrá-la. Eliminar do dicionário uma palavra lexicograficamente legítima não só é uma violência despótica, como uma inutilidade, pois a palavra sobreviverá, se tiver funcionalidade na língua, para que segmento seja. João Ubaldo Ribeiro, escritor

Texto III

O Ministério Público entendeu que houve racismo nos itens 5 e 6 do verbete “cigano” e, por isso, entrou com uma Ação Civil Pública contra a Editora Objetiva, que publica o Dicionário Houaiss, e contra o Instituto Antônio Houaiss. O MPF espera conseguir na justiça uma indenização por dano moral coletivo e a retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição das edições do dicionário que apresentem as expressões que depreciam os ciganos. A significação atribuída pelo Houaiss aos ciganos violaria o artigo 20 da Lei 7.716/89, que tipifica o crime de racismo.

Adaptado do portal de notícias newsrondonia.com.br

Texto IV

Quando a gente pensa que já viu tudo, não viu. Faz algum tempo, dentro do horroroso politicamente correto que me parece tão incorreto, resolveram castrar, limpar, arrumar livros de Monteiro Lobato, acusando-o de preconceito racial, pois criou entre outras a deliciosa personagem da cozinheira Tia Nastácia. [...] Se formos atrás disso, boa parte da literatura mundial deve ser deletada ou “arrumada”. Primeiro, vamos deletar a palavra “negro” quando se refere a raça e pessoas, embora tenhamos uma banda Raça Negra, grupos de Teatro Negro e incontáveis oficinas, açougues, borracharias “do Negrão”, como “do Alemão”, “do Portuga” ou “do Turco”. Vamos deletar as palavras. Quem sabe, vamos ficar mudos, porque ao mal-humorado essencial, e de alma pequena, qualquer uma pode ser motivo de escândalo.

Lya Luft, escritora

Redação  ACAFE 2009

O Homo sapiens europaeus é branco, sério e forte. O Homo sapiens asiaticus é amarelo, melancólico e avaro. O Homo sapiens afer é negro, impassível e preguiçoso. E o Homo sapiens americanus é vermelho, mal-humorado e violento.

Essa caracterização da espécie humana, proposta, em 1767, pelo naturalista sueco Carl Linnaeus (1707-78), marca a primeira divisão "científica" da humanidade em "raças". Somado a crenças ancestrais e estudos científicos posteriores, o trabalho de Linnaeus colaborou para a consolidação do conceito de que a humanidade se divide em "raças" e para a justificação de todos os subprodutos dessa lógica, como o racismo.

“Tratar um indivíduo com base na cor da sua pele ou na sua aparência física é claramente errado, pois alicerça toda a relação em algo que é moralmente irrelevante com respeito ao caráter ou ações daquela pessoa", afirma o doutor em genética humana Sérgio Pena, no livro Humanidade sem raça.

Disponível in: http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u451586.sht ml. Acesso em: 23/10/2008. Adaptado.

Considerando as informações acima e a posição de Sérgio Pena, escreva uma redação sobre “a caracterização da espécie humana em raças”.

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