Redação sobre Medicina
Redação Puc-Minas 2021
Atente para mais dois pequenos excertos do ensaio mencionado, de Jorge Larrosa Bondia (2002), em que ele discute o sentido existente (ou a falta dele) na aprendizagem linguística e nas atividades que se oferecem às crianças e adolescentes, nos sistemas educacionais ocidentais:
“Costuma-se pensar a educação do ponto de vista da relação entre a ciência e a técnica ou, às vezes, do ponto de vista da relação entre teoria e prática. Se o par ciência/técnica remete a uma perspectiva positiva e retificadora, o par teoria/prática remete, sobretudo, a uma perspectiva política e crítica. [...] Se, na primeira alternativa, as pessoas que trabalham em educação são concebidas como sujeitos técnicos que aplicam com maior ou menor eficácia as diversas tecnologias pedagógicas produzidas pelos cientistas, pelos técnicos e pelos especialistas, na segunda alternativa estas mesmas pessoas aparecem como sujeitos críticos que, armados de distintas estratégias reflexivas, se comprometem, com maior ou menor êxito, com práticas educativas concebidas, na maioria das vezes, sob uma perspectiva política.”
(BONDIA, 2002, p. 19)
“Começarei com a palavra experiência. Poderíamos dizer, de início, que a experiência é, em espanhol, “o que nos passa”. Em português se diria que a experiência é “o que nos acontece”; em francês a experiência seria “ce que nous arrive”; em italiano, “quello che nos succede” ou “quello che nos accade”; em inglês, “that what is happening to us”; em alemão, “was mir passiert”. A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos acontece. Dir-se-ia que tudo o que se passa está organizado para que nada nos aconteça.
[...] Nunca se passaram tantas coisas, mas a experiência é cada vez mais rara. Em primeiro lugar pelo excesso de informação. A informação não é experiência. E mais, a informação não deixa lugar para a experiência, ela é quase o contrário da experiência, quase uma antiexperiência. Por isso a ênfase contemporânea na informação, em estar informados, e toda a retórica destinada a constituir-nos como sujeitos informantes e informados; a informação não faz outra coisa que cancelar nossas possibilidades de experiência.
(BONDIA, 2002, p. 21).
Suponha que você, tendo sido aprovado(a) e já cursando Medicina, na PUC Minas, deva escrever um texto argumentativo que, se selecionado, será publicado como um dos textos integrantes de um jornal eletrônico disponibilizado aos demais estudantes e aos professores.
Relacionando os textos dados – a importância do ato de ler (Paulo Freire) e o valor da experiência para a formação (Jorge Larrosa Bondia), você deverá abordar o seguinte tema (crie seu próprio título):
Demandas da contemporaneidade para a formação do profissional médico: predomínio da técnica ou do humanismo? Da teoria ou da prática? Da informação ou da experiência? Da especialização ou da inte(g)ração? Da quantidade ou da qualidade?
ATENÇÃO:
· Não copie fragmentos do texto. A cópia resultará em anulação da sua redação.
· Dê um título ao seu texto.
· Faça o rascunho de seu texto na página seguinte e, depois, transcreva-o para a folha própria, à caneta, com letra legível.
· Seu texto deverá ter de 20 a 30 linhas.
Redação UFU 2017
Leia com atenção o texto a seguir.
Medicina científica X medicalização da vida
Pessoas saudáveis são pacientes que ainda não sabem que estão doentes, considera o doutor Knock na peça de Jules Romains, em que o personagem convence a todos os habitantes de uma cidade de que estão doentes. A comédia, de 1923, antecipa, de certo modo, uma das características de nosso tempo, a medicalização progressiva de todos os aspectos da vida.
Vivemos um momento privilegiado da história, quando a medicina atingiu um nível incomparável de conhecimentos e recursos tecnológicos. Com criatividade, a ciência conquistou terreno apropriando-se até mesmo de áreas de vida durante séculos fora do alcance de qualquer intervenção que não a religiosa – como as doenças psiquiátricas.
Medicalizar consiste em “passar a definir e tratar algo como problema médico”, ou seja, direcionar conhecimentos e recursos técnicos da medicina para tratar algo que antes não era abrangido por essa área. É natural que, à medida que a ciência avança, novas patologias sejam detectadas, como a depressão ou o autismo, e outras, reinterpretadas e descartadas, caso da histeria e da homossexualidade. Avanços tecnológicos permitem não só diagnosticar melhor, mas diagnosticar mais, mesmo condições que não coloquem a vida em risco ou comprometam sua qualidade. O problema está precisamente na facilidade com que novas doenças podem ser “criadas”, quando situações antes tidas como normais acabam patologizadas. Algumas de formas justificadas, outras, não.
Claro que há “boas” e “más” formas de medicalização. Entre os casos positivos, pode-se citar a introdução da pílula anticoncepcional, que permitiu uma revolução sexual. Um exemplo negativo foi a demonização do mau hálito no começo do século XX, ao ser rebatizado como... halitose. Em virtude disso, uma notável campanha publicitária estimulou a venda de uma nova “necessidade”, o antisséptico bucal. Hoje a lista de “doenças” questionáveis não para de crescer: de características pessoais estigmatizáveis como “calvície”, “síndrome das pernas inquietas”, “timidez”, sem falar nas características estéticas, situações de vida (“tristeza”, “luto”) e mesmo consequências do envelhecimento.
Parece, portanto, que estamos vivendo o apogeu da “má” medicalização – a chamada “mercantilização das doenças”, como provam os absurdos níveis de consumo de fármacos como a ritalina (especialmente entre escolares, muitos sobrediagnosticados com TDAH) e antidepressivos. Remédio é chiclete.
QUILLFELDT, Jorge. Medicina científica X medicalização da vida. Revista Scient American Brasil, ano 13, nº 155. (Texto adaptado)
Com base nas ideias apresentadas no texto, redija uma CARTA ARGUMENTATIVA para o Ministro da Saúde, criticando a “criação” de novas doenças e/ou a medicalização de situações antes tidas como normais. Em sua carta, você, um cidadão brasileiro, deve também cobrar providências da área de saúde em relação a essas questões.
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