Redação sobre Imigração

Redação sobre Imigração

Muro na fronteira entre Estados Unidos e México
Muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México

Redação UPF 2018

A Lei da Migração (Lei Nº 13.445, de 24 de maio de 2017) irá garantir direitos e modernizar o tratamento dado aos estrangeiros que vêm ao Brasil. A legislação anterior – o Estatuto do Estrangeiro, criado em 1980 – era voltada para a segurança nacional. Já a nova legislação enfoca o tratamento para os imigrantes, com ênfase aos direitos humanos e ao combate à xenofobia. Para a diretora do Departamento de Migrações do Ministério de Justiça e Segurança Pública, Silvana Borges, o estatuto anterior já não atendia mais às demandas do Brasil, que tem sido mais procurado pelos estrangeiros em busca de oportunidades. “Os haitianos são um bom exemplo: migraram para o Brasil porque foram vítimas de desastres naturais ou então fazem a chamada migração econômica, buscam vida melhor em outros países. Não tínhamos na legislação anterior um visto específico para facilitar a migração dessas pessoas”, conta Silvana. “Foi feito, à época, para atender ao povo haitiano, o visto humanitário. E hoje ele está na nova lei. Então não é mais a exceção à regra: está na lei e vai ser disciplinado”. A acolhida humanitária é um visto temporário específico para aqueles que precisam sair dos países de origem, mas não são considerados refugiados, além de menores desacompanhados e estrangeiros que entram no território nacional para tratamentos de saúde. Além disso, a nova lei disciplina o reconhecimento da apatridia e tipifica o crime de contrabando de pessoas.

(Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2017/05/lei-de-migracao-atendera-melhor-estrangeiros-em-busca-de-oportunidades-no-brasil. Adaptado. Acesso em 7 set. 2017)

Sabe-se que todo movimento migratório dinamiza as sociedades. A saída ou a chegada de pessoas gera novas ou outras configurações sociais que podem trazer processos de hibridização cultural, miscigenação da população, desestabilização econômica, de oferta de trabalho e outros tantos fenômenos sociais.

Com base em suas leituras sobre o tema movimento migratório, escreva um texto dissertativo-argumentativo, explorando as consequências sociais, culturais, econômicas ou religiosas que podem surgir a partir das novas configurações migratórias.

Redação UERR 2018

A crise política e econômica na Venezuela tem levado muitos cidadãos a deixar o país em busca de melhores condições de vida em outro lugar. Estima-se que mais de 1 milhão de venezuelanos já tenha cruzado a fronteira com a Colômbia, enquanto outros 30 mil vieram para o Brasil. A porta de entrada é o estado de Roraima, onde os imigrantes se concentram na capital, Boa Vista, e na cidade fronteiriça de Pacaraima.

Além de prestar atendimento humanitário aos estrangeiros que pedem ajuda, o Brasil tem o desafio de absorver os impactos desse fluxo migratório no funcionamento dos serviços públicos de saúde, segurança, educação, assistência social, entre outros.

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/08/10/migracao-da-venezuela-para-o-brasil-e-tema-de-reportagem-da-radio-senado

Disserte a respeito da situação de imigração dos venezuelanos no estado de Roraima, atentando para a elaboração de um discurso argumentativo.

Redação Unicamp 2017 

TEXTO 1 

Como um(a) aluno(a) do Ensino Médio interessado(a) em questões da atualidade, você leu o artigo “A volta de um Rio que faz sonhar”. Sentindo-se desafiado(a) pelos questionamentos levantados no texto, você decidiu escrever uma carta para a Seção do Leitor da revista Rio Pesquisa. Em sua carta, discuta a relação estabelecida pela autora entre o conceito de Brasil cordial e a presença de estrangeiros no Brasil, apresentando argumentos em defesa de um ponto de vista sobre a questão.

A volta de um Rio que faz sonhar

Reverenciada mundialmente por suas belezas naturais, a cidade do Rio de Janeiro tem se transformado em espaço sonhado para aqueles que buscam construir seu futuro em terra estrangeira. Imigrantes, de origens variadas, vêm chegando à cidade, buscando garantir sua sobrevivência, fugir à pobreza ou transformar seus sonhos em realidade. Esse processo insere-se em um quadro mais geral de transformações. Graças à situação assumida pelo Brasil, como uma das maiores economias do mundo, polo de atração na América do Sul, o país vem se tornando, mais uma vez na história, importante lugar de chegada, em um momento em que políticas de vigilância e controle sobre os estrangeiros aprofundam-se nos países ricos em crise.

Essa nova situação exige estudos que ultrapassem as questões pontuais para incluir análises sobre as relações presente e passado; entre o local, o nacional e o internacional e entre as práticas e as representações sobre o “outro”. O recente episódio da entrada abrupta de haitianos no Brasil, sem dúvida, apontou a necessidade dessas análises ampliadas. Para além da conjugação entre a necessidade de partir e o conhecimento adquirido sobre um país que se tornou “próximo” pela presença das tropas brasileiras em solo haitiano, o processo revestiu-se de preocupantes aspectos de mudança. Dentre eles, a ação dos coiotes na efetivação dos deslocamentos, marca indicativa do ingresso do país em um contexto no qual grupos organizados vivem da imigração ilegal e máfias internacionais enriquecem com o tráfico humano. O episódio pode ser visto, assim, como a ponta de um iceberg que tende a envolver a América Latina e o Caribe, considerando-se uma das tendências dos processos migratórios da atualidade: as migrações regionalizadas, realizadas no interior dos subsistemas internacionais.

Brasil: país cordial?

A predisposição do Brasil em receber o estrangeiro de braços abertos é ideia consagrada que necessita sofrer o peso da crítica. Pesquisas variadas têm demonstrado que o país nunca foi imune aos processos de discriminação do “outro”. Um exemplo, entre vários, pode ser dado pela prática da expulsão de estrangeiros na Primeira República (1907-1930), que se caracterizou por extrema violência, mesmo contra aqueles que já eram considerados residentes, portanto com os mesmos direitos constitucionais dados aos brasileiros.

A representação de um Brasil cordial, desta forma, deve ser entendida como uma construção forjada em determinado momento de nossa história. Lógico que as reações diferiam e diferem de acordo com os diferentes tipos de estrangeiros com os quais travamos contato, ocorrendo diferenças de tratamento em relação àqueles que, pelo local de nascimento ou pela cor, classificamos como superiores ou inferiores. Vários indícios vêm demonstrando que as atitudes discriminatórias não ficaram perdidas no passado, mas podem ser encontradas com relativa facilidade, quando treinamos nosso olhar para melhor observar aquilo que nos cerca. As tensões entre brasileiros e bolivianos nos locais onde estes estão mais presentes, por exemplo, já são bastante visíveis. Isso sem falar no triste espetáculo do subemprego e da exploração a que estão sujeitos latino-americanos fixados ilegalmente no país. É urgente, portanto, que nos perguntemos como tendemos a ver e sentir a presença cada vez mais visível de estrangeiros em solo brasileiro, principalmente daqueles que são oriundos de países pobres, muitos deles necessitando do foco dos direitos humanos. Seremos sensíveis aos discursos e às práticas xenófobas? Defenderemos políticas restritivas e repressoras? Caminharemos para a sofisticação dos instrumentos de vigilância sobre um “outro” que possa ser visto como ameaça? Responder a essas questões, aqui e agora, seria um exercício de profecia que não nos cabe fazer. Isso não exclui, entretanto, que a reflexão sobre essas possibilidades esteja proposta, por mais penosa que ela possa ser, principalmente se considerarmos a rapidez dos processos em curso e a tensão mundial presente no embate entre interesses nacionais e direitos humanos.

(Adaptado de Lená Medeiros de Menezes, A volta de um Rio que faz sonhar. Rio Pesquisa, Rio de Janeiro, ano V, nº 20, p. 48-50, set. 2012.)

EXPECTATIVAS DA BANCA

TEXTO 1

A prova de redação da Unicamp é composta por duas propostas, que se complementam, de maneira a permitir que diferentes sub-habilidades de leitura e diferentes sub-habilidades de escrita sejam avaliadas.

A proposta para o Texto 1, que integra leitura e escrita, pressupõe não apenas ser capaz de identificar um ponto de vista sobre uma questão e os argumentos que o sustentam, como também ser capaz de refletir sobre esse ponto de vista e posicionar-se a respeito. Essas sub-habilidades, fundamentais para um aluno universitário, não são requeridas apenas em gêneros da esfera acadêmico-científica, mas também são mobilizadas em diferentes configurações de vários outros gêneros que perpassam a vida do estudante e que também são importantes para o exercício da cidadania.

Espera-se que os candidatos estejam familiarizados com a questão dos recentes movimentos migratórios no país e no mundo, a partir da leitura de jornais e revistas e de discussões ocorridas no ambiente escolar. Pressupõe-se, portanto, que os estudantes disponham de referências para elaborar seus textos, relacionando-as às questões colocadas pelo texto-fonte.

O enunciado, que orienta a elaboração do texto a partir da leitura proposta, deixa claro que o candidato deveria se colocar na posição de um enunciador interessado em questões da atualidade e que, tendo lido o texto "A volta de um Rio que faz sonhar", aceita o desafio proposto pela autora de fazer uma reflexão sobre o conceito de Brasil cordial e a presença de estrangeiros no país.

O gênero do texto a ser escrito pelo candidato é uma carta do leitor a um meio de comunicação. Em função do propósito e das condições de produção, esse gênero pode apresentar configurações distintas, o que permite sua utilização em diferentes contextos e com diferentes objetivos. Nesta proposta, trata-se de uma carta argumentativa, um instrumento que permite ao leitor expressar sua opinião sobre assuntos atuais e relevantes que circulam na mídia e, com isso, ter uma participação social mais ativa. O enunciador, nesse caso, é um leitor do artigo "A volta de um Rio que faz sonhar" e o interlocutor é a revista Rio Pesquisa e, por extensão, a própria autora do texto. É importante lembrar, ainda, que como a carta será publicada na revista, também são interlocutores os seus leitores. A interlocução, nesse caso, é fundamental, como em qualquer outra carta, e não se constitui pela simples inclusão de marcas formais. Dada a natureza da revista, a carta deve ser adequada à modalidade escrita formal.

No texto-fonte, a historiadora Lená Medeiros de Menezes questiona a ideia de Brasil cordial, ao chamar a atenção para a complexidade dos processos migratórios, salientando a necessidade de análises ampliadas face à carência de teorias capazes de abordar essa complexidade. O texto, finalizado com questionamentos, revela-se especialmente estimulante, convidando o leitor a refletir e a se posicionar.

Para o cumprimento do propósito da tarefa, o candidato deverá, em primeiro lugar, ser capaz de identificar a relação estabelecida pela autora entre o conceito de Brasil cordial e a presença de estrangeiros no Brasil. Menezes afirma que a ideia de Brasil como um país acolhedor e predisposto a "receber o estrangeiro de braços abertos" não se sustenta. A cordialidade não seria, portanto, necessariamente constitutiva do brasileiro, mas parte de um conceito construído em determinado momento de nossa história, uma vez que a convivência com estrangeiros tem sido por vezes conflituosa. Para justificar tal afirmação, a autora ressalta o fato de que "o país nunca foi imune aos processos de discriminação do 'outro'", trazendo exemplos de tensões passadas e recentes entre brasileiros e estrangeiros. Em segundo lugar, o candidato deverá posicionar-se a respeito dessa relação entre o conceito de Brasil cordial e a presença de estrangeiros no Brasil, apresentando argumentos em defesa de um ponto de vista. Para tanto, existem diferentes possibilidades. Ao reafirmar que a cordialidade é construída e não necessariamente constitutiva do brasileiro, o candidato poderia defender diferentes posições, mobilizando diferentes argumentos. Uma possibilidade seria defender a entrada e permanência de estrangeiros e de refugiados, enfatizando a garantia aos direitos humanos; outra poderia ir em direção contrária, relegando os direitos humanos ao segundo plano, ao priorizar políticas de manutenção dos interesses nacionais. O candidato também poderia afirmar que a cordialidade é constitutiva do brasileiro, defendendo, por exemplo, que as reações negativas à entrada desses estrangeiros, principalmente quando comparadas ao que vem ocorrendo em outros países, são fatos isolados que não expressam o pensamento da maioria da população. Nos três casos, para construir sua argumentação, o candidato utilizaria elementos do texto-fonte, como a prática de expulsão de estrangeiros na Primeira República ou a entrada dos haitianos no país ou, ainda, as tensões entre brasileiros e bolivianos. Não se espera, contudo, que o candidato elabore propostas de solução, o que, por vezes, pode distanciá-lo do cumprimento do propósito da tarefa por reduzir a complexidade da questão em pauta e, consequentemente, comprometer o exercício de reflexão.

Fonte: Unicamp

Redação Puc-Campinas 2017

DISSERTAÇÃO 

Leia o editorial abaixo procurando apreender o tema nele desenvolvido. Em seguida, elabore uma dissertação, na qual você exporá, de modo claro e coerente, suas ideias acerca desse tema.

A despeito de algumas dúvidas quanto a seus efeitos, o texto da nova Lei de Migração, aprovado pelo Congresso Nacional, é meritório e merece a sanção presidencial.

Sua virtude mais indiscutível é aposentar o arcaico Estatuto do Estrangeiro, legislação dos tempos da ditadura militar repleta de dispositivos inspirados por preocupações caducas − como os que proíbem os não brasileiros de participar de atividades políticas, incluindo "desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza".

O projeto votado pelo Legislativo pode ser descrito como uma peça moderna e generosa, que desburocratiza as exigências para a entrada de imigrantes e procura combater a xenofobia e o racismo.

Não obstante, o texto tem sido alvo de ataques veementes de grupos mais conservadores, que chegam a pedir que o presidente Michel Temer (PMDB) o vete por inteiro.

Há grande dose de exagero nas críticas. Parece difícil sustentar, por exemplo, que o novo diploma escancare as fronteiras do país para terroristas e traficantes.

Sua redação mostra especial cuidado em evitar a entrada de pessoas condenadas ou processadas por crimes dessa natureza − ou mesmo que simplesmente figurem como suspeitos de tais atividades em listas de órgãos internacionais.

A novidade é exigir que as autoridades apresentem razões objetivas para negar a entrada de alguém no país. Isso, convenhase, é princípio que deveria nortear todos os atos administrativos.

Outro temor é que a extensão aos imigrantes de todos os direitos garantidos aos brasileiros − já prevista, embora de maneira menos explícita, na legislação hoje em vigor − cause grande pressão sobre as finanças públicas.

Entretanto nada indica que o Brasil, cujo retrospecto econômico está longe de despertar a admiração global, corra o risco de receber multidões em busca do acesso ao SUS ou ao Bolsa Família.

É possível que surjam dificuldades decorrentes da maior liberalização, mas só as conheceremos na prática. Muitas delas, ademais, provavelmente serão solucionáveis com mudanças na regulamentação da lei, sem que seja necessário sacrificar os princípios que a norma enuncia.

Não raro o senso comum vê estrangeiros como ameaça; vários estudos acadêmicos mostram, porém, que sua atração traz mais efeitos positivos do que negativos para o progresso da sociedade.

Especialmente num momento em que boa parte do mundo se fecha aos imigrantes, é importante que o Brasil, historicamente forjado por um mosaico de povos e culturas, demonstre entender a importância da contribuição deles.

(Folha de S. Paulo. 13/05/2017)

Redação UEG 2016

Em um dos maiores êxodos da história recente, milhões de pessoas fugiram da Síria desde o início do conflito armado, a maioria delas mulheres e crianças. A esse respeito, leia a coletânea a seguir.

Texto 1

As cenas de frágeis barcos rebocados em alto mar ou de centenas de pessoas amontoadas em improvisados campos de refugiados causam indignação, insuflam a solidariedade e obrigam as autoridades a tomar atitudes para a resolução do problema. Por outro lado, a chegada de milhares de imigrantes muçulmanos, negros e ciganos vem aumentando o sentimento xenófobo de parte da população europeia, o que pode ser exemplificado pela ação da cinegrafista húngara Petra Lászlö, flagrada chutando sírios na fronteira com a Sérvia – não por acaso, a Hungria tem a maioria das cadeiras do Parlamento ocupadas por partidos de direita e extrema-direita. Diante da crise econômica, que parece global, os fascistas e neonazistas vêm ampliando o espaço político na Europa, notadamente na Alemanha, Áustria, França, Suécia, Grécia, Itália e Irlanda. É curioso, porque justamente a Alemanha, o Império Austro-Húngaro, a Itália, a Irlanda e a Suécia despejaram, no século XIX, milhões de camponeses esfomeados para fora de suas fronteiras, o que provocou um reequilíbrio demográfico, possibilitando o reerguimento econômico no século seguinte. Estes, que deveriam ser os primeiros a abrir as portas para os estrangeiros, veem em uma dimensão cada vez mais larga crescer o preconceito étnico e religioso.

RUFFATO, Fernando. Imigração e Xenofobia. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/autor/luiz_fernando_ruffato_de_souza/a/>. Acesso em: 1 mar. 2016.

Texto 2

O homem, responsável pela humanidade, sentirá angústia ao escolher, pois esta escolha implica o abandono de todas as outras possibilidades. Porém, a ideia de que a existência precede a essência permite outros desdobramentos. O homem não pode responsabilizar a sua existência a natureza alguma. Não há nada que legitime seu comportamento, não há nada que o determine. O homem faz-se a si próprio, é livre: tem total liberdade para escolher o que se torna, é responsável por sua paixão. Assim, não há nada que justifique seus atos. O homem está desamparado, condenado à sua própria escolha. Já a moral para Kant afirma que devemos tratar as pessoas como fim, e não como meio. Porém, ao escolher algo como fim, as outras opções serão tratadas como meio. Então, seria o sentimento que determina nossa escolha pela moral a ser seguida? Só podemos dizer que fizemos algo por amor, depois que já tivermos realizado. Justificar uma ação pelo sentimento terá seu valor apenas depois que o ato se concretizar: o sentimento se constituiu pelos atos praticados. Portanto, não podemos consultar nossos sentimentos como guia de nossas ações e não há também nenhuma moral que me guie: o homem é livre para escolher e tem a constante possibilidade de se inventar. L'APICCIRELLA, Nadime. O Existencialismo de Jean Paul Sartre. Disponível em:

<http://www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/sartre.html>. Acesso em: 2 mar. 2016.

Texto 3

Cartum sobre sírios fugindo da guerra civil e partindo para a Europa
Disponível em: <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/41596/charge+do+latuff+sirios+fogem+de+guerra+civil+e+partem+para+europa.shtml>. Acesso em: 3 mar. 2016.

Texto 4

Justificativas das mais diversas são divulgadas para tentar amenizar a relutância dos europeus em não aceitar os refugiados sírios. Dentre estas, o medo do terrorismo, a indignação em ter que trabalhar e pagar impostos por estes imigrantes que são acusados de não querer trabalhar, mas sim viver por conta dos nativos. Aliado a tudo isso, tem o receio de os refugiados não voltarem para seus países de origem quando a guerra terminar. Talvez esses refugiados sírios desejem até voltar para suas terras, sua cultura, suas casas, suas famílias, mas como retornar se a guerra só se intensifica a cada dia mais? Por outro lado, como ficar em um lugar onde as pessoas fazem questão de ser xenofóbicas e deixar bem claro que eles são “pragas” que só fazem mal para o ambiente, economia e vida do país? Entendemos que é difícil para um indivíduo ver a sua casa sendo “invadida” por pessoas com cultura, costumes diferentes e que estão desesperadas por uma oportunidade. Mas enquanto não aprendermos a nos colocar no lugar do outro, possivelmente os maiores conflitos da humanidade continuarão. Talvez, bom seria se, como diz o filósofo Baruch Spinoza, conseguíssemos entender que todo ser humano é fruto dos afetos trocados em seus diversos encontros. Isso justifica muito o jeito de ser do outro e a forma como retribuímos ao próximo. Provavelmente, assim, teríamos uma sociedade menos xenofóbica.

FERREIRA, Lúcia. Refugiados árabes e a xenofobia na Europa. Disponível em:< http://www.unasp-ec.com/canaldaimprensa2/index.php/refugiados-arabes-e-a-xenofobia-na-europa/>. Acesso em: 1 mar. 2016.

Texto 5

Nós vivemos num tempo que se caracteriza pela irracionalidade dos comportamentos gerais, e por aqui um pouco de senso comum, no sentido de que, acima de tudo, o que há a proteger é a vida [...] é quase impossível... E mais, se esse ser humano enfrenta outro ser humano porque crê num outro deus, ou porque, ao ter uma outra tradição, vê o outro como um inimigo... A partir do momento em que vemos o próximo como inimigo, a guerra está declarada. A intolerância não é uma tendência, é uma brutal realidade.

A INTOLERÂNCIA é uma Brutal Realidade. Disponível em: <http://www.citador.pt/textos/a-intolerancia-e-uma-brutal-realidade-jose-de-sousa-saramago>. Acesso em: 3 mar. 2016.

Texto 6

Jane Austen publicou Orgulho e Preconceito em 1813. É um grande romance de costumes, que revela os pensamentos e os valores dos (mais ou menos) privilegiados na Inglaterra de 1800. A moral da história ainda vale: por orgulho e preconceito, podemos desperdiçar nossa vida, renunciando a amores verdadeiros. Depois de assistir ao filme “Orgulho, preconceito e zumbis”, de Burr Steers, vi que, apesar dos Zumbis, o filme é fiel ao espírito do livro de Austen. Construir uma muralha ao redor da cidade para impedir a entrada dos zumbis? Inventar controles rigorosos para identificá-los? Isso é na Inglaterra de 1800 ou na Europa de 2016? São refugiados ou zumbis se pendurando no trem que atravessa o canal da Mancha? Ou derrubando portões entre Grécia e Macedônia? Você dirá que os refugiados, à diferença dos zumbis, não mordem. Eu concordo com você, mas não sei se os europeus concordam conosco. Primeiro, é sempre difícil fazer a diferença entre os que querem entrar para participar do baile e aqueles que, ressentidos, querem acabar mesmo com a festa. Segundo, faz 1500 anos que os europeus se defendem de zumbis de todo tipo, e a memória coletiva é um tipo de herança genética - ela age em nós, mesmo que a ignoremos.

CALLIGARIS, Contardo. Orgulho, preconceito e zumbis. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2016/03/1745699-orgulho-preconceito-e-zumbis.shtml>. Acesso em: 08 mar. 2016.

Com base na leitura da coletânea, escolha UMA das três propostas de construção textual (dissertação, narração ou carta argumentativa) apresentadas a seguir e discuta a questão-tema abaixo:

Rejeição aos refugiados: precaução, xenofobia ou falta de humanidade?

DISSERTAÇÃO

O artigo de opinião é um gênero textual no qual são apresentados argumentos para convencer os leitores a respeito da validade de um ponto de vista sobre determinado assunto.
De posse dessa orientação, amparando-se na leitura dos textos da coletânea e ainda em sua visão de mundo, imagine-se na função de articulista, de uma revista ou de um jornal de circulação nacional, e escreva um artigo de opinião posicionando-se acerca da questão-tema desta prova.

NARRAÇÃO

O gênero crônica, em sentido atual, é uma narrativa que se caracteriza por basear-se em considerações do cronista acerca de fatos correntes e marcantes do cotidiano. Em torno desses fatos, o autor manifesta uma visão subjetiva, pessoal e crítica.
Tendo em vista essa definição de crônica, crie uma narrativa a partir da seguinte situação: na loja em que você atua como encarregado de seleção, surgiram três vagas de trabalho. No dia da entrevista havia cinco refugiados e sete brasileiros na fila para concorrer aos empregos. Quando você chegou para realizar as entrevistas, já havia um clima de tensão entre os concorrentes brasileiros e os estrangeiros... Conte, em um texto em prosa, qual foi a sua reação e medida tomada diante do fato observado. Não deixe de transmitir suas possíveis reflexões e impressões sobre a situação criada, obviamente, relacionando-a com o tema desta prova. Sua narração, portanto, deverá ser em primeira pessoa.

CARTA ARGUMENTATIVA

A carta de leitor é um gênero textual, comumente argumentativo, que circula em jornais e revistas. Seu objetivo é emitir um parecer de leitor sobre matérias e opiniões diversas publicadas nesses meios de comunicação.
Considerando a definição desse gênero textual, a leitura da coletânea e, ainda, suas experiências pessoais, escreva uma carta de leitor a um jornal ou revista de circulação nacional, emitindo seu ponto de vista − contrário, favorável ou outro que transcenda esses posicionamentos − a respeito da situação exposta no Texto 4 da coletânea.

OBSERVAÇÃO: Ao concluir sua carta, NÃO a assine; subscreva-a com a expressão UM (A) LEITOR (A).

Redação UERR 2016

A migração tem se tornado tema de debate nos dias atuais. Cenas de violência e morte, oriundas de correntes migratórias, têm feito as pessoas repensarem as relações interpessoais e mesmo entre países. Disserte sobre a corrente migratória atual.

Redação PUC-PR 2015

Com base na leitura dos textos motivadores e em suas reflexões sobre o tema, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você aborde POSSÍVEIS CAUSAS E EFEITOS DA REALIDADE APRESENTADA. Selecione e organize ideias que respeitem os direitos humanos e sejam mobilizadas em defesa de um ponto de vista.

Limite: 15 a 20 linhas. Não ultrapasse o final da 20ª linha.

O título é opcional, se empregado, conta como linha.

TEXTO I 

redação PUC-PR 2015

TEXTO II 

Desastres recentes com imigrantes no Mediterrâneo

- Outubro de 2013: Mais de 360 pessoas, a maioria eritreus e somalis, morreram quando o barco afundou próximo a Lampedusa.
- Setembro de 2014: Pelo menos 300 imigrantes naufragaram em Malta, quando traficantes de pessoas empurraram o barco depois que as pessoas a bordo se recusaram a mudar para uma embarcação menor. Sobreviventes disseram que era um "assassinato em massa".
- Fevereiro de 2015: Pelo menos 300 imigrantes teriam se afogado quando quatro botes entraram em apuros depois de deixarem a Costa da Líbia com condições climáticas muito ruins.
- Abril de 2015: Cerca de 400 imigrantes se afogaram quando o barco deles virou na costa da Líbia.
- Abril de 2015: Cerca de 800 imigrantes teriam se afogado após o barco virar próximo a Lampedusa.

TEXTO III

A tragédia explicada aos nossos filhos

Artur, 5 anos e meio:

– Mãe, por que essas pessoas vêm ao nosso país?
– Porque estão desesperadas.
– E por que as deixamos morrer no mar?
– Porque não conseguimos salvar todos: os barcos deles são muito pequenos e eles são muitos!
– Mas então devemos ir com os nossos barcos buscá-los. Se eu morasse lá, queria que alguém viesse me ajudar.

O psicoterapeuta Fulvio Scaparro considera diálogos assim benéficos, pois permitem que a criança demonstre sua solidariedade, principalmente em um tempo em que as tragédias no mar tornaram-se regra, não mais exceção.

Corriere della Sera, 22 abr. 2015, p.3.

TEXTO IV
África e Europa: Naufrágio da dignidade humana

embarcação fugindo do continente africano

O Continente Africano foi, por muitos séculos, e ainda é, alvo da ganância e da superexploração por parte de países ricos – leia-se “brancos” – sobretudo da Europa. Apesar da conquista da independência formal, muitos países africanos não romperam totalmente suas relações com as ex-metrópoles e essa continuidade de opressão originou o surgimento do neocolonialismo, que se trata de um modelo de continuidade da dominação estrangeira na política e na economia das nações africanas. Ainda hoje as forças do capital e do racismo subjugam a maior parte do território e da população do continente africano, em que pese a permanente luta desse povo.
Como resultado, as condições socioeconômicas precárias, a violência, o (re)aparecimento de doenças, a fome e a falta de perspectiva levam milhares de seres humanos africanos a buscar o sonho de uma vida melhor em países europeus. É importante lembrar isso para não parecer que o genocídio negro continuado que vemos também por causa dos seguidos naufrágios de embarcações lotadas de africanos é apenas fruto do descuido ou irresponsabilidade dos que se dispõem a correr esses riscos.

Disponível em: www.cartacapital.com.br/2015/04/28. Acesso em: 28 abr. 2015.

Redação Unisc 2015

Novos feudos

Um mundo que amplia as redes de transporte e derruba barreiras à circulação de mercadorias ergue muros contra o livre trânsito de pessoas. Muitas barreiras caíram nos últimos anos, em tempos de globalização: capitais viajam instantaneamente, mercadorias vão para o outro lado do globo, até empregos mudam de país com o deslocamento de fábricas. Saltam à vista o movimento de integração econômica global e o livre trânsito financeiro, impulsionados pelas tecnologias de informação e comunicação (as chamadas TICs) e por fortes interesses empresariais. Quanto à circulação de pessoas, porém, o cenário não é o mesmo. É verdade que os meios de locomoção - aviões, trens, navios - estão mais desenvolvidos do que nunca. Mas, ao mesmo tempo, vemos surgir muros e cercas para fechar o caminho a populações inteiras, com o reforço de fronteiras, o isolamento de territórios e a segregação de comunidades.

Como você vê esse fenômeno mundial? Produza um texto argumentativo.

Redação ACAFE 2015.2

Proposta 1

Boa parte dos haitianos que imigraram para o Brasil em busca de uma vida melhor tem se decepcionado com o país. Encontraram emprego, mas não a tão falada hospitalidade brasileira, muito menos a democracia racial tão apregoada pelos quatro cantos do mundo. A xenofobia e o racismo que têm varrido a Europa também fazem morada no Brasil.

Disponível em: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/jornalismo-wando/opreconceito- contra-haitianos-no-brasil-191733467.html. Acesso em: 23/05/2015. Fragmento adaptado.

Em 2015 até o dia primeiro de maio, mais de 65 mil imigrantes conseguiram alcançar a Europa. Desde a Segunda Guerra Mundial, esta é a maior crise de refugiados no continente Europeu, que atrai fugitivos, mas também sonhadores, como o rapaz que teve que pilotar um barco de imigrantes quando tinha 15 anos de idade. Hoje adulto, morando em Roma, capital da Itália, ele diz que um dia, ainda na África, também teve um sonho: virar jogador de futebol num grande time da Inglaterra.

Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/05/para-chegareuropa- imigrantes-sao-forcados-trabalhar-paraquadrilhas. html. Acesso em 23/05/2015. Fragmento adaptado.

Aproximadamente 175 milhões de pessoas vivem hoje fora de seu país. Esse número engloba tanto os que deixaram sua terra natal por vontade própria e decidem viver no exterior – de forma legal ou ilegal – quanto os refugiados.

(Fonte: Revista Veja. Fragmento adaptado)

Considerando os textos motivadores da proposta 1 de redação, escreva uma dissertação sobre a imigração na atualidade.

Redação ENEM 2012

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O MOVIMENTO IMIGRATÓRIO PARA O BRASIL NO SÉCULO XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Ao desembarcar no Brasil, os imigrantes trouxeram muito mais do que o anseio de refazer suas vidas trabalhando nas lavouras de café e no início da indústria paulista. Nos séculos XIX e XX, os representantes de mais de 70 nacionalidades e etnias chegaram com o sonho de “fazer a América” e acabaram por contribuir expressivamente para a história do país e para a cultura brasileira. Deles, o Brasil herdou sobrenomes, sotaques, costumes, comidas e vestimentas.

A história da migração humana não deve ser encarada como uma questão relacionada exclusivamente ao passado; há a necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes.

Disponível em: http://www.museudaimigracao.org.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Acre sofre com invasão de imigrantes do Haiti

Novo Lar - Rota de migração dos haitianos para o Brasil

Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500 haitianos entrou ilegalmente no Brasil pelo Acre, elevando para 1.400 a quantidade de imigrantes daquele país no município de Brasileia (AC). Segundo o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos, do Acre, José Henrique Corinto, os haitianos ocuparam a praça da cidade. A Defesa Civil do estado enviou galões de água potável e alimentos, mas ainda não providenciou abrigo.

A imigração ocorre porque o Haiti ainda não se recuperou dos estragos causados pelo terremoto de janeiro de 2010. O primeiro grande grupo de haitianos chegou a Brasileia no dia 14 de janeiro de 2011. Desde então, a entrada ilegal continua, mas eles não são expulsos: obtêm visto humanitário e conseguem tirar carteira de trabalho e CPF para morar e trabalhar no Brasil.

Segundo Corinto, ao contrário do que se imagina, não são haitianos miseráveis que buscam o Brasil para viver, mas pessoas da classe média do Haiti e profissionais qualificados, como engenheiros, professores, advogados, pedreiros, mestres de obras e carpinteiros. Porém, a maioria chega sem dinheiro.
Os brasileiros sempre criticaram a forma como os países europeus tratavam os imigrantes. Agora, chegou a nossa vez - afirma Corinto.

Disponível em: http://www.dpf.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Trilha da Costura

Os imigrantes bolivianos, pelo último censo, são mais de 3 milhões, com população de aproximadamente 9,119 milhões de pessoas. A Bolívia em termos de IDH ocupa a posição de 114o de acordo com os parâmetros estabelecidos pela ONU. O país está no centro da América do Sul e é o mais pobre, sendo 70% da população considerada miserável. Os principais países para onde os bolivianos imigrantes dirigem-se são: Argentina, Brasil, Espanha e Estados Unidos.

Assim sendo, este é o quadro social em que se encontra a maioria da população da Bolívia, estes dados já demonstram que as motivações do fluxo de imigração não são políticas, mas econômicas. Como a maioria da população tem baixa qualificação, os trabalhos artesanais, culturais, de campo e de costura são os de mais fácil acesso.

OLIVEIRA, R.T. Disponível em: http://www.ipea.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

INSTRUÇÕES:

  • O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  • O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
  • A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
  • A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
  • A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
  • A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

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