Redação sobre Fake News

Redação sobre Fake News

Placa alertando sobre Fake News

Redação URCA 2020

Tema: As notícias falsas ameaçam a vida e a cidadania na era da democracia digital

Elementos temáticos: fake news; cidadania; direito à vida; internet; redes sociais.

TEXTO MOTIVADOR

Exemplos e consequências de fake news

Qualquer tipo de informação falsa, da mais simples à mais descabida, induz as pessoas ao erro. Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cercada de outras verdadeiras. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, e suas consequências podem ser desastrosas.

Um caso que ficou conhecido e chegou ao extremo foi o da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, que morreu após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, em 2014. A revolta dos moradores foi em virtude de informações publicadas em uma rede social, com um retrato falado de uma possível sequestradora de crianças para rituais de magia negra. A dona de casa foi confundida com a criminosa e acabou linchada por moradores.

Outro boato que tomou conta das redes e influenciou diretamente o calendário de vacinação infantil foi o de que algumas vacinas seriam mortais e teriam matado milhares de crianças. O impacto foi tão grande que doenças como o sarampo, do qual o Brasil era considerado livre, voltaram a acometer crianças.

Depois da greve dos caminhoneiros em 2018, que durou 11 dias, fechou rodovias de norte a sul do país e provocou desabastecimento de diversos produtos, alguns boatos de uma nova greve geraram tumulto nas grandes cidades. Em alguns municípios, filas de carros formaram-se em postos de combustíveis, pois as pessoas temiam o aumento do preço e até mesmo a falta do produto.

Em época de eleições, é comum candidatos ou eleitores usarem mentiras para levar vantagem. Com a presença de tantos eleitores nas redes sociais, uma mentira bem plantada pode alterar os rumos de uma eleição, como no caso das eleições de 2016 nos Estados Unidos.

Um dado grave que foi constatado pelos pesquisadores do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), nos Estados Unidos, é que a chance de uma notícia falsa ser repassada é consideravelmente maior que a de uma verdadeira. Foram analisadas 126 mil notícias, e percebeu-se que a probabilidade de republicar uma informação falsa é 70% maior do que a de republicar uma notícia verdadeira.

(Adaptado de https://mundoeducacao.uol.com.br/curiosidades/fake-news.htm)

Tendo como fonte o texto motivador acima, produza um texto dissertativo argumentativo sobre o tema “As notícias falsas ameaçam a vida e a cidadania na era da democracia digital” em que a defesa de seu ponto de vista esteja clara. Evite cópias do texto motivador, empregue a norma padrão escrita da Língua Portuguesa e explore o tema de forma ampla, evitando focalizar em um único elemento temático.

Redação Unicentro 2019 

Texto A:

Fake News apelam e viralizam mais do que notícias reais, mostra estudo

Notícias falsas, as chamadas "fake news", espalham-se pelas redes sociais de forma mais rápida, mais fácil e mais ampla do que as notícias reais. O motor da mentira na internet não é composto só por robôs. São as próprias pessoas que, levadas por sentimentos de surpresa, repulsa e medo, compartilham as "fake news" de forma abundante. Esses achados estão no maior estudo já feito sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado na revista Science (...). Pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, analisaram cerca de 126 mil notícias que circularam no Twitter no período entre 2006 e 2017. Elas foram tuitadas por cerca de 3 milhões de pessoas e retuitadas mais de 4,5 milhões de vezes.

No estudo, as notícias foram designadas como verdadeiras ou falsas com base na verificação feita por seis organizações independentes de checagem de fatos. Os pesquisadores buscaram, então, apontar a probabilidade de uma notícia publicada na rede criar uma "cascata" de republicações. A análise dos tuítes e retuítes mostrou que a chance de uma notícia falsa ser repassada é 70% maior do que a de notícias verdadeiras.

Texto adaptado. Folha de S. Paulo, 8 de mar. de 2018, jornalismo. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/03/fakenews- apelam-e-viralizam-mais-do-que-noticias-reais-mostra-estudo.shtml. Acesso em 10 de ago. 2018.

Texto B

Perigo nas Redes
Notícias falsas põem vidas em risco

Um morador de Manguinhos foi ameaçado ao ser chamado de ‘carcereiro de Sérgio Cabral’. O alerta chegou, via WhatsApp, quando Leandro Santos de Paula voltava de ônibus do curso pré-vestibular que faz na Fiocruz, para sua casa, em Manguinhos. Amigos avisaram que sua imagem vinha circulando em redes sociais, ao lado da informação de que ele seria agente penitenciário em Bangu 8, onde o ex-governador [do Rio de Janeiro] Sérgio Cabral está preso. Como Leandro e Cabral já haviam se conhecido, oito anos antes, o sangue da internet ferveu. Em 2009, o exgovernador chamara o então adolescente de “otário”, ao ser questionado sobre obras do governo e a ação policial em sua rua. O próprio Leandro gravou a grosseria.

O vídeo de 2009 e a notícia de 2017 viralizaram. Sites publicaram a suposta reviravolta na relação entre Leandro e Cabral, e os internautas reproduziram a informação com gosto. Era a vingança que todos queriam contra o ex-governador, mas também o início do tormento para mais uma vítima dos boatos de internet — as fake news, como são conhecidas no mundo as notícias falsas, cuja repercussão tem o potencial de influenciar eleições ou destruir reputações.

Texto adaptado. MIRANDA, André. Perigo nas Redes. Jornal O Globo. Disponível em https://oglobo.globo.com/brasil/noticias-falsaspoem- vidas-em-risco-21113323. Acesso em 09 de ago. 2018.

A partir da leitura dos textos selecionados e, com base em seus conhecimentos, redija um texto dissertativoargumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema “Fake news no ambiente digital e suas implicações sociais na atualidade”.

Redação Unicamp 2018 

TEXTO 1

Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado pelo Grêmio Estudantil para fazer uma palestra aos colegas sobre um fenômeno recente: o da pós-verdade. Leia os textos abaixo e, a partir deles, escreva um texto base para a sua palestra, que será lido em voz alta na íntegra. Seu texto deve conter: a) uma explicação sobre o que é pós-verdade e sua relação com as redes sociais; b) alguns exemplos de notícias falsas que circularam nas redes sociais e se tornaram pósverdade; e c) consequências sociais que a disseminação de pós-verdades pode trazer. Você poderá usar também informações de outras fontes para compor o seu texto.

TEXTO A: 

Verdade - Penso, logo existo. Pós-Verdade - Acredito, logo estou certo

TEXTO B:

O que é “pós-verdade”, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford

Anualmente, a Oxford Dictionaries, parte do departamento de imprensa da Universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-verdade” (post-truth).

A palavra é usada por quem avalia que a verdade está perdendo importância no debate político. Por exemplo: o boato amplamente divulgado de que o Papa Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump não vale menos do que as fontes confiáveis que negaram esta história. Segundo Oxford Dictionaries, a palavra vem sendo empregada em análises sobre dois importantes acontecimentos políticos: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o referendo que decidiu pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia, designada como Brexit. Ambas as campanhas fizeram uso indiscriminado de mentiras, como a de que a permanência na União Europeia custava à Grã-Bretanha US$ 470 milhões por semana, no caso do Brexit, ou a de que Barack Obama é fundador do Estado Islâmico, no caso da eleição de Trump.

Em um artigo publicado em setembro de 2016, a influente revista britânica The Economist destaca que políticos sempre mentiram, mas Donald Trump atingiu um outro patamar. A leitura de muitos acadêmicos e da mídia tradicional é que as mentiras fizeram parte de uma bem-sucedida estratégia de apelar a preconceitos e radicalizar posicionamentos do eleitorado. Apesar de claramente infundadas, denunciar essas informações como falsas não bastou para mudar o voto majoritário.

Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a forma como o feed de notícias funciona foram decisivos para que informações falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados para explicar a ascensão da pós-verdade.

Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e mentiras. Grande parte dos factoides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de legitimidade das histórias. Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de vista, formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos à esquerda ou à direita.

(Adaptado de André Cabette Fábio. O que é ‘pós-verdade’, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford. Nexo, 16/11/2016. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/16/O-que-é-‘pós-verdade’-a-palavra-do-ano-segundo-a-Universidade-de-Oxford. Acessado em 01/12/2017).

EXPECTATIVAS DA BANCA

TEXTO 1

A proposta para o Texto 1 pressupõe que os candidatos sejam capazes de relacionar os dois textos-fonte apresentados a seus conhecimentos prévios, de forma a produzir um texto que esclareça um importante fenômeno da atualidade – a “pós-verdade”. Estão em jogo habilidades de leitura relativas à construção dos sentidos dos textos, a inferências e ao estabelecimento de relações entre textos (intertextualidade), além das habilidades envolvidas na organização de um texto expositivo-explicativo que sirva de base para uma palestra. São, portanto, habilidades de leitura e escrita que vão além da esfera acadêmica e que são fundamentais não apenas para o jovem estudante universitário como também para todo cidadão que deseje ter vez e voz na sociedade. Daí a importância da produção de um texto base do gênero oral público palestra. 

Espera-se que o candidato esteja minimamente familiarizado com a discussão sobre a circulação de notícias falsas (fake news) nas redes sociais e com o chamado “efeito bolha”, para que, a partir da leitura dos textos-fonte, possa produzir um texto que esclareça o fenômeno da “pós-verdade”. Pressupõe-se, portanto, que o candidato disponha de referências para elaborar seus textos, relacionando-as aos excertos apresentados. 

Na proposta doTexto 1, oferecem-se à leitura dois textos-fonte: a) uma charge e b) trechos de uma matéria publicada pelo Jornal Nexo, em 16/11/2016, intitulada O que é ‘pós-verdade’, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford.

O enunciado que orienta a elaboração da redação cria uma situação em que o candidato se coloca na posição de um estudante que deve produzir um texto base para uma palestra, explicando aos colegas o fenômeno da “pós-verdade”. O enunciado traz implicitamente uma diferenciação entrenotícia falsa(fake news) epós-verdade(post-truth) que precisa ser considerada pelo candidato, o qual deve, ainda, relacionar o fenômeno com as redes sociais, dar exemplos de pós-verdades e mencionar suas possíveis consequências. A charge traz um dos pontos-chave para a diferenciação entre fake news e “pós-verdade”: o que está em questão não é só a publicação ou a crença em notícias falsas (que sempre existiram), mas a percepção de uma situação em que crenças e opiniões valem mais do que fatos. O segundo texto articula essa ideia ao papel das redes sociais na legitimação de notícias falsas, destacando o efeito dos algoritmos utilizados pelas principais redes sociais na constituição do “efeito bolha”: a rapidez e a intensificação do fluxo de informação ratificam um ponto de vista e produzem um “efeito verdade”. 

Redação PUC-PR 2018

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre: “A relação entre tecnologia, educação e os efeitos da disseminação de notícias falsas”.

Selecione, organize e relacione fatos e opiniões para defesa de seu ponto de vista.

Sua redação será anulada se você:
- reproduzir partes dos textos da coletânea;
- fugir ao recorte temático ou não escrever um texto dissertativo-argumentativo;
- apresentar letra ilegível, impropérios, desenhos ou qualquer outra forma de identificação no texto;

TEXTO I

Fake news - pessoas com mãos sangrando usando o celular
MONTANARO, João. Folha de S. Paulo, 19/3/18, p. A2.

TEXTO II
'Fake news' se espalham 70% mais rápido que as notícias verdadeiras, diz MIT

As notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e alcançam muito mais gente. A conclusão é do maior estudo já realizado sobre a disseminação de notícias falsas na internet, realizado por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos. O novo estudo foi publicado nesta quinta-feira na revista Science.

Os cientistas analisaram todas as postagens que foram verificadas por 6 agências independentes de checagem de fatos e que foram disseminadas no Twitter desde 2006, quando a rede social foi lançada, até 2017. Foram mais de 126 mil postagens replicadas por cerca 3 milhões de pessoas.

De acordo com o estudo, as informações falsas ganham espaço na internet de forma mais rápida, mais profunda e com mais abrangência que as verdadeiras. Cada postagem verdadeira atinge, em média, mil pessoas, enquanto as postagens falsas mais populares – aquelas que estão entre o 1% mais replicado – atingem de mil a 100 mil pessoas.

"As conclusões do nosso estudo podem ser extrapoladas para qualquer outro país, incluindo o Brasil. O estudo teve foco nos Estados Unidos e nós estudamos as postagens feitas em inglês no Twitter em todo o mundo que passaram pela verificação de agências de checagem de fatos. No entanto, os padrões de disseminação das informações falsas que detectamos foram os mesmos em diversos países de língua inglesa e certamente se aplicam a postagens em outras línguas também", disse o autor principal do estudo, Sinan Aral, pesquisador do MIT. De acordo com o estudo, quando a notícia falsa e ligada à política, o alastramento é três vezes mais rápido. Outra conclusão é que, ao contrário do que se pensava, os robôs aceleram a disseminação de informações falsas e verdadeiras nas mesmas taxas. Isso significa que as notícias falsas se espalham mais que as verdadeiras porque os humanos – e não os robôs – têm mais probabilidade de disseminá-las, de acordo com Aral. "Nós já esperávamos que as notícias falsas se espalhassem com mais rapidez e de forma mais abrangente que as verdadeiras. O resultado que realmente nos surpreendeu no estudo é que os robôs não são determinantes como pensávamos para a divulgação dessas notícias", disse Aral.

Outra conclusão que pode contrariar o senso comum, segundo ele, tem relação com o perfil das pessoas que divulgam notícias falsas na internet. "É bem natural imaginar que características dessas pessoas – como a popularidade, por exemplo – poderiam explicar por que as mentiras viajam mais rápido que a verdade, mas nossos dados mostram o contrário. Os usuários que espalham notícias falsas no Twitter têm menos seguidores, seguem menos gente, são menos ativos e estão no Twitter há menos tempo, em comparação aos usuários que replicam notícias verdadeiras", disse ele. Avaliando a reação dos usuários que replicam informações encontradas no Twitter, o estudo também mostrou que, enquanto as mentiras inspiram "medo, desgosto e surpresa", as histórias verdadeiras inspiram "expectativa, tristeza, alegria ou confiança".

Na mesma edição da Science, um outro grupo de 15 cientistas publica um artigo convocando a comunidade científica internacional para realizar um esforço interdisciplinar de pesquisas para estudar as forças sociais, psicológicas e tecnológicas por trás das fake news, a fim de desenvolver um novo ecossistema de notícias e uma nova cultura que valorize a promoção da verdade.

Segundo eles, os métodos dos disseminadores de notícias falsas estão cada vez mais sofisticados e é preciso partir para o combate. Eles dizem ainda que empresas como Google, Facebook e Twitter têm "responsabilidade ética e social que transcende as forças do mercado" e devem contribuir para a pesquisa científica sobre fake news. - Jornal do Comércio

Disponível em: <http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/03/geral/615457-fake-news-se-espalham-70-mais-rapido-que-as-noticias-verdadeirasdiz-mit.html>. Acesso em: 8/3/18.

TEXTO III 

Você já compartilhou notícia falsa?

Você sabe de onde vêm as notícias que recebe? Checa as informações? Antes de compartilhar notícias você consulta se foram publicadas em uma mídia clássica? Disfarçadas, com linguagem alarmante e sem apuração jornalística, elas estão influenciando leitores que não conseguem identificar o que é verdadeiro e o que é falso. Não compartilhe informações sem checar a fonte! Com conteúdo comprovadamente consistente, as revistas produzem reportagens seguras e confiáveis, seja na versão impressa, on-line, no celular ou em vídeo.

Disponível em: < http://www.aner.org.br/revistaseuacredito/midia/Verde_205X275mm.pdf>. Acesso em: 12/2/18.

Redação PUC-GO 2018

COLETÂNEA

TEXTO 1

TSE monta estratégia para combater fabricantes de fake news

Leonardo Cavalcanti, Bernardo Bittar

[...]

De Berlim, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministro Gilmar Mendes, explicou ao Correio que a instituição criou uma “força de trabalho especial para o combate de notícias falsas nas eleições”. Os encontros começaram ainda em 2017 e foram retomados na primeira quinzena de janeiro. “É uma tentativa de, além de combater as fake news, alertar a população para o perigo que elas representam. Então, a ideia é conseguir antecipar situações e encontrar maneiras de prevenir. Com a ajuda de diversos setores, a Academia da Coordenação dos Serviços da Internet está dialogando com o intuito de criar mecanismos eficazes para as eleições de 2018.”

O ministro acredita que, diante de problemas ocorridos nas recentes disputas eleitorais nos Estados Unidos e na França, “o Brasil não pode fingir que isso não vá ocorrer aqui”. Tínhamos reclamações em 2014, mas, agora, com as mudanças da reforma política dando protagonismo à internet, esse campo deve ser ainda mais explorado por quem quer espalhar as fake news. A tentativa de implementar mudanças é necessária, especialmente porque as próprias decisões judiciais perdem efetividade diante da difusão tão intensa das mensagens na rede. Não adianta você mandar tirar uma informação dos sites de busca, por exemplo, porque eles apenas mostram onde está a notícia. E notificar todos os portais com os mandados é um trabalho inglório e pouco palpável.” A segunda reunião do Conselho Consultivo estabelecido pela Presidência do TSE debateu, na última segunda-feira, as novas regras para a propaganda eleitoral na internet, especialmente no que se refere às fake news. A reunião foi conduzida pelo secretário-geral da Presidência do TSE, Luciano Fuck. “É importante passar as informações para juízes, eleitores e candidatos conseguirem diferenciar quais ferramentas são apropriadas, definir o que é o impulsionamento positivo que a legislação permitiu, daqueles outros mecanismos de spam que prejudicam bastante os serviços e que podem prejudicar até os procedimentos das eleições.”

[...]

Na pauta do encontro estiveram os seguintes temas: levantamento da legislação pelo mundo; modelagem Interface de Programação de Aplicativos (API); cartilhas de conscientização e manuais de procedimentos; criação de ambiente virtual para recebimento de denúncias e sugestões; e composição do Conselho Consultivo. De acordo com o secretário-geral do TSE, o foco do Conselho Consultivo não está na punição, mas na prevenção do que pode ser feito para coibir a utilização das fake news durante as eleições de 2018.

O juiz Carlos Alberto Martins, que esteve à frente da Coordenação de Organização e Fiscalização da Propaganda Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) nas últimas eleições, garante que, “com a previsão de que as campanhas vão se fortalecer na internet, as ameaças de fake news aumentam”. Por isso, garante, é importante que o TSE organize e distribua as diretrizes a serem seguidas em 2018. “Temos que contar com esse planejamento, pois, da mesma forma que um rumor não se cria do dia para a noite, os mecanismos de segurança para combatê-los também não.”

Para o professor da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Falcão, doutor em direito eleitoral, “a gente corre o risco de esbarrar em uma legislação muito frágil, porque ainda é tudo novo demais. A primeira vez que um presidenciável teve problemas reais com boatos desmedidos contra candidatos na internet foi nas eleições do Trump, há 14 meses. Há bastante força no tema, principalmente no TSE, mas o combate ainda é um grande mistério. Muito mais de que quem vai ganhar, a grande dúvida é vermos quem vai resistir.”

O diretor executivo da Fundación Para El Nuevo Periodismo Iberoamericano, Ricardo Corredor, acredita que “as notícias falsas não são um fenômeno novo, pois a manipulação e a desinformação existem desde sempre. Nesses momentos do jornalismo, vale lembrar os princípios básicos da profissão: investigação rigorosa com vários pontos de vista, reportagem com fontes primárias, narração verdadeira que busque dar contexto e a perspectiva dos leitores. É uma ética com base na independência, na responsabilidade e na transparência”, afirma Ricardo Corredor, responsável pela instituição criada pelo escritor colombiano Gabriel Garcia Marques, com sede em Cartagena, na Colômbia.

À frente da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV DAPP), Marco Aurélio Ruediger participou da mesa de debate “Propaganda Eleitoral e Bots”, no TSE, apresentando recente pesquisa da instituição sobre interferências de contas automatizadas em momentos-chave da política brasileira. O estudo “Robôs, redes sociais e política no Brasil” identificou que os bots — mecanismos de disseminação de informações eletrônicas — chegaram a responder por mais de 20% das interações ocorridas no Twitter na greve geral de abril do ano passado. Durante as eleições presidenciais de 2014, os robôs geraram mais de 10% do debate. Esse levantamento é um dos pontos de partida para as soluções que o Tribunal Superior Eleitoral busca implementar.

(CAVALCANTI, Leonardo e BITTAR, Bernardo. TSE monta estratégia para combater fabricantes de fake News. Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2018/01/22/internas_polbraeco,654720/tse-monta-estrategia-para-combater-fabricantes-de-fake-news.shtml. Acesso em: 25 jan. 2018. Adaptado.)

TEXTO 2

Criminalizar a prática de fake news é a solução?

Luiz Augusto Filizzola D’Urso

No Espírito Santo, ocorreu o indiciamento, pela Polícia Federal, de um empresário capixaba, em razão do compartilhamento de uma pesquisa eleitoral falsa, durante a campanha ao governo do Estado, nas eleições de 2014. Trata-se de um dos primeiros indiciamentos por compartilhamento de fake news ocorrido no Brasil, pois, para os casos de divulgação de pesquisa falsa, essa conduta já é prevista como crime.

O dano provocado pelas fake news é indiscutível, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), preocupado com o tema, já está se mobilizando para monitorar e combater as fake news durante as campanhas para as eleições de 2018. Também a Polícia Federal tem-se ocupado do tema, e cogita apresentar um projeto de lei para criminalizar tal conduta, pois, à exceção da divulgação de pesquisa falsa, a publicação de notícias falsas na internet não é punida criminalmente.

Atualmente, é possível localizar facilmente fake news sendo compartilhadas com a utilização de uma das três redes sociais mais populares dentre os brasileiros (Facebook, Youtube e WhatsApp).

Os brasileiros são os usuários que mais compartilham conteúdo no Facebook, e o Brasil é o segundo país com maior número de usuários no Facebook, em relação ao resto do mundo. Com o costume de compartilhamento, as fake news têm ganhado muito espaço na internet.

As fake news, apesar de serem danosas e mentirosas, proliferam-se, pois o seu criador se aproveita da internet e do compartilhamento irresponsável feito pelos usuários para disseminar notícias falsas.

No entanto, a criminalização da conduta de publicar fake news não solucionará o problema, pois não há comprovação de que a utilização do Direito Penal, para combater um comportamento, resulte em uma redução significativa de sua prática.

Inclusive, mesmo se houvesse a criminalização das fake news, não seria fácil identificar o autor para puni-lo, muito mais complexo seria identificar aqueles que compartilharam. Isso porque, após a viralização, com milhares de compartilhamentos, seria muito difícil ter certeza da origem e autoria da notícia falsa, até porque ela poderia ter sido alterada diversas vezes, durante os milhares de compartilhamentos. Seria muito complexo, também, identificar e punir todos aqueles que compartilharam a falsa notícia de má-fé.

Outro problema nas investigações seria no caso das fake news que se disseminam pelo WhatsApp, pois o aplicativo conta com a criptografia, o que mantém em segredo quem compartilha, impedindo o rastreamento do conteúdo.

Portanto, o combate imediato às fake news deve ser realizado com a colaboração de todos, que devem verificar a informação antes de compartilhá-la ou publicá-la. Assim agindo, irá se verificar uma diminuição na viralização de notícias falsas na internet e uma evolução no combate às fake news, pois de nada adiantará a criação de uma notícia falsa.

Criminalizar essa conduta não será a solução.

(D’URSO, Luiz Augusto Filizzola. Criminalizar a prática de fake news é a solução? Disponível em: http://politica.estadao.com.br/ blogs/fausto-macedo/criminalizar-a-pratica-de-fake-news-e-a-solucao/. Acesso em: 27 jan. 2018. Adaptado.)

TEXTO 3

Mentiras em rede

Editor da Folha de São Paulo

Notícias falsas sempre circularam. Sobretudo nos estratos menos expostos ao jornalismo e a outras formas de conhecimento verificável, boatos encontram terreno para se propagar.

Basta recordar a persistente crença sobre a falsidade das viagens tripuladas à Lua, cujas imagens teriam sido forjadas pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA). No âmbito nacional, murmurou-se durante anos que o presidente Tancredo Neves fora vítima de um atentado que se dissimulara como doença.

A novidade é que as redes sociais da internet se mostram o veículo ideal para a difusão de notícias falsas. Não apenas estapafúrdias, como seria de esperar, mas às vezes inventadas de modo a favorecer interesses e prejudicar adversários.

A circulação instantânea, própria desse meio, propicia a formação de ondas de credulidade. Estimuladas pelos algoritmos das empresas que integram o oligopólio da internet, essas ondas conferem escala e ritmo inéditos à tradicional circulação de boatos.

Dado que as pessoas, nas redes sociais, tendem a se agregar por afinidade de crenças, não é difícil que os rumores se disseminem sem ser confrontados por crítica ou contraponto.

O melhor antídoto para os males da liberdade de expressão é a própria liberdade de expressão, que tende a encontrar formas de se autocorrigir. E o melhor antídoto contra as falsidades apresentadas como jornalismo é a prática do bom jornalismo, comprometido com a veracidade dos fatos que relata e com a pluralidade de pontos de vista no que concerne às questões controversas.

Numa reportagem que serve como exemplo de jornalismo bem realizado, o repórter Fábio Victor comprovou, no caderno “Ilustríssima” da Folha de São Paulo, que existem no Brasil sites dedicados à exploração comercial de notícias falsas ou distorcidas.

Embora haja remédios legais para reparar os excessos, a maioria dos casos passará despercebida no ruído incessante da internet. E parece improvável que as providências anunciadas às pressas pelo Facebook sejam mais que jogo de cena.

O fenômeno se associa de modo preocupante à política populista de direita que volta a empolgar multidões. Exemplo máximo dessa maré, o presidente norte-americano, Donald Trump, move campanha obstinada contra os veículos dedicados ao jornalismo profissional.

Bastaria isto para ressaltar a que tipo de interesses convém a confusão entre notícia e falsidade. No Brasil, de Jânio Quadros a Fernando Collor e Lula, guerras contra a imprensa são antigo costume dos governantes que não querem prestar contas de seus atos.

(Mentiras em rede. Editorial da Folha de São Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/02/1862060-mentirasem-rede.shtml. Acesso em: 27 jan. 2018. Adaptado.)

TEXTO 4

Hmm...Google está dizendo que você é fake...

PROPOSTA 1 – ARTIGO DE OPINIÃO

Artigo de opinião é um gênero do discurso argumentativo, em que o autor expressa a sua opinião sobre determinado tema, deixando bem marcada uma argumentação que sustente a defesa do ponto de vista apresentado. Imagine que você é articulista de uma revista semanal e foi convidado a escrever sobre “Fake News”. Escreva, então, um artigo de opinião em que apresente o seu ponto de vista sobre o tema: Como impedir a disseminação das Fake News? Você deverá usar argumentos convincentes e persuasivos.

PROPOSTA 2 – CARTA ARGUMENTATIVA

A carta argumentativa é um gênero textual que permite ao cidadão se manifestar em relação aos problemas sociais. Possui como característica fundamental a persuasão, dada a intenção de o emissor convencer o interlocutor (normalmente uma pessoa responsável ou uma autoridade) a tomar uma atitude no sentido de solucionar um determinado problema.

Imagine que você é um político preocupado com o crescente aumento das notícias falsas disseminadas pela internet, especialmente em ano de eleição. Diante da acirrada discussão sobre o assunto na sociedade, resolve se manifestar. Escreva, então, uma carta argumentativa para o presidente do TSE, apresentando seu ponto de vista sobre o tema: Como impedir a disseminação das fake news? Utilize a coletânea e seus conhecimentos prévios sobre o assunto. Considere as marcas de interlocução peculiares ao gênero carta na construção do seu texto e apresente argumentos convincentes

PROPOSTA 3 – CONTO FANTÁSTICO

O conto fantástico é um gênero em cuja estrutura há, como na maioria dos contos, apresentação, complicação, clímax e desfecho. Ele se organiza de modo que fatos absurdos aconteçam ao longo da narrativa, criando tensão e suspense e despertando no leitor um estranhamento, provocado pela oposição entre o comum e o insólito, o natural e o sobrenatural.

Imagine a seguinte situação: a publicação de uma fake news provoca uma grande confusão e prejudica a persona gem envolvida na notícia de tal forma que esta resolve descobrir os autores da falsa notícia e se vingar deles. Por meio de um estratagema que envolva uma solução fantástica, a personagem consegue seu intento e desmascara os autores da notícia falsa, impossibilitando, assim, a criação de novas “fake news”. A partir dessa proposta de texto, escreva um conto fantástico em que aborde o tema: Como impedir a disseminação das fake news?

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