Redação sobre Cultura

Redação sobre Cultura

Culturas diversas
Lanternas de seda. Vietnã.

Redação Mackenzie 2020

Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo.

Obs.: O texto deve ter título e estabelecer relação entre o que é apresentado nos textos da coletânea.

Texto I

Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Zona Norte do Rio de Janeiro, entre a noite de domingo e a manhã da segundafeira do dia 3/9/2018. Maior museu de história natural do Brasil, o local tinha um acervo de 20 milhões de itens, como fósseis, múmias, peças indígenas e livros raros.

Portal Globo.com

Texto II

A exposição Tarsila Popular, encerrada no dia 28/7/2019, bateu um recorde histórico e se tornou a mais visitada na história do Museu de Arte de São Paulo, o Masp. O número total de visitantes foi de 402.850. Em pouco mais de três meses no local, a exposição das obras de Tarsila do Amaral bateu um recorde estabelecido por uma mostra de Claude Monet realizada em 1997, que havia atraído cerca de 401 mil pessoas.

Revista Exame

Texto III

Toda sociedade precisa da elaboração dinâmica de uma memória coletiva, que se transforma em cada indivíduo com a força da apreensão subjetiva das coisas da vida. Nesse sentido, espaços como os museus atuam de forma crucial não só na preservação do passado, mas também na construção do senso ético e estético que permite a cada membro de uma sociedade reconhecimento coletivo e pertencimento a um todo. Apenas nesse processo é que de fato se pode falar de cidadania.

Eloá Indira Fontes, socióloga

Redação Unicentro 2020

Texto motivador

Cultura de massa, cultura popular e cultura erudita

Cultura, pela definição clássica de Edward Tylor, que é considerado o pai do conceito moderno de cultura, diz que a cultura é “aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.

A cultura de massa é aquela considerada, por sua maioria, sem valor cultural real. Ela é veiculada nos meios de comunicação de massa e é apreciada por ela. É preciso entender que massa não é uma definição de classe social, e sim uma forma de se referir à maioria da população. Essa cultura é produto da indústria cultural, que produz conteúdo para ser consumido, não se prende a técnicas. É produto do capitalismo e feita para ser comercializada. Theodoro W. Adorno, filósofo alemão da Escola de Frankfurt, é defensor da ideia de que cultura de massa é imposta pelos meios de comunicação de massa à população, que apenas absorve aquilo.

Já a cultura erudita é aquela considerada superior, normalmente apreciada por um público com maior acúmulo de capital e seu acesso é restrito a quem possui o necessário para usufruir dela. A cultura erudita está, muitas vezes, ligada a museus e obras de arte, óperas e espetáculos de teatro, com preços elevados.

Como o acesso a esse tipo de cultura fica restrito a um grupo pequeno, ela fica ligada ao poder econômico e é considerada superior. Essa consideração pode acabar tornando-se preconceituosa e desmerecendo as outras formas de cultura. O erudito é tudo aquilo que demanda muito estudo, mas não se deve pensar que uma expressão cultural popular, como o hip-hop, por exemplo, é pior que uma música clássica.

A cultura popular é qualquer estilo musical e de dança, crença, literatura, costumes, artesanatos e outras formas de expressão que são transmitidas por um povo, por gerações e geralmente de forma oral. A literatura de cordel dos nordestinos e culinária do povo baiano são algumas das formas de cultura popular que resiste no tempo. É uma cultura que vem das tradições de seu povo, não é imposta por uma indústria cultural, nem pela elite, e nem aprendida nas escolas. A cultura popular é contemporânea, resiste ao tempo e raramente se modifica. Por exemplo, o carnaval é uma festa da cultura brasileira, o frevo é uma cultura brasileira, expressiva no norte do país. Ela representa a diferença de cada povo, desde o micro até o macro.

Disponível m:<https:/WWW.portaleducacao.com.br/comteudo/artigos/conteúdo/cultura/448831> Acesso em 15 ago. 2019. Adaptado.

Proposta de redação

A partir da definição clássica de cultura de Edward Tylor, produza, utilizando a norma-padrão da Língua Portuguesa, um texto argumentativo confrontando cultura erudita e cultura popular e analisando se existe uma supremacia, no plano da valoração, de uma sobre a outra. Justifique a sua posição.

Redação Enem 2019

MOTIVADORES
TEXTO I

No dia da primeira exibição pública de cinema — 28 de dezembro de 1895, em Paris —, um homem de teatro que trabalhava com mágicas, Georges Mélies, foi falar com Lumière, um dos inventores do cinema; queria adquirir um aparelho, e Lumière desencorajou-o, disse-lhe que o “Cinematógrapho” não tinha o menor futuro como espetáculo, era um instrumento científico para reproduzir o movimento e só poderia servir para pesquisas. Mesmo que o público, no início, se divertisse com ele, seria uma novidade de vida breve, logo cansaria. Lumière enganou-se. Como essa estranha máquina de austeros cientistas virou uma máquina de contar estórias para enormes plateias, de geração em geração, durante já quase um século?

BERNARDET, Jean-Claude. O que é Cinema. In BERNARDET, Jean-Claude; ROSSI, Clóvis. O que é Jornalismo, O que é Editora, O que é Cinema. São Paulo: Brasiliense, 1993.

TEXTO II

Edgar Morin define o cinema como uma máquina que registra a existência e a restitui como tal, porém levando em consideração o indivíduo, ou seja, o cinema seria um meio de transpor para a tela o universo pessoal, solicitando a participação do espectador. GUTFREIND, C. F. O filme e a representação do real. E-Compós, v. 6, 11, 2006 (adaptado).

TEXTO III

Redação Enem 2019

TEXTO IV

O Brasil já teve um parque exibidor vigoroso e descentralizado: quase 3 300 salas em 1975, uma para cada 30 000 habitantes, 80% em cidades do interior. Desde então, o país mudou.
Quase 120 milhões de pessoas a mais passaram a viver nas cidades. A urbanização acelerada, a falta de investimentos em infraestrutura urbana, a baixa capitalização das empresas exibidoras, as mudanças tecnológicas, entre outros fatores, alteraram a geografia do cinema. Em 1997, chegamos a pouco mais de 1 000 salas. Com a expansão dos shopping centers, a atividade de exibição se reorganizou. O número de cinemas duplicou, até chegar às atuais 2 200 salas. Esse crescimento, porém, além de insuficiente (o Brasil é apenas o 60º país na relação habitantes por sala), ocorreu de forma concentrada. Foram privilegiadas as áreas de renda mais alta das grandes cidades. Populações inteiras foram excluídas do universo do cinema ou continuam mal atendidas:
o Norte e o Nordeste, as periferias urbanas, as cidades pequenas e médias do interior.

Disponível em: https://cinemapertodevoce.ancine.gov.br.
Acesso em: 13 jun. 2019 (fragmento).

PROPOSTA DE REDAÇÃO 

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Redação URCA 2019

PROPOSTA I

CORDEL, PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL

Que venham as Musas e Vênus, o mestre pensamento, Apolo, Dionísio, todas as figuras de retórica e de toda a poesia, o encantamento. Falar sobre cordel não é gesto somente da razão, passa pelos sentidos, pela paixão. Quem é esse livrinho de feira que tanto nos encanta? De onde vem assim tão sedutor, chega mesmo é de fora ou nasceu autóctone no coração do Nordeste do Brasil? Questões desse tipo vêm acompanhando as décadas e décadas de existência do folhetinho e eis que, para alegria de poetas e admiradores, o dia 19 de setembro de 2018 amanhece luminoso, respondendo para o mundo, de maneira digna, afirmativa, a essas e outras tantas indagações. A literatura de cordel é registrada, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, no Livro das Formas de Expressão e recebe o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Para além da visibilidade nacional, da repercussão na mídia internacional, que outras conquistas, estruturantes, poderiam decorrer da vitória é o que os mais atentos se perguntam. Sim, porque o cordel vive muito mais de resistência e teimosia do que de reconhecimento oficial. Vive da jornada contínua de poetas, pesquisadores, professores nos saraus de poesia e eventos literários, nas feiras de livro, nas bibliotecas e escolas, a despeito das consideráveis lacunas em manuais didáticos e livros de historiografia da poesia brasileira, da quase total ausência em cursos de Letras que não conseguem se debruçar sobre a exuberância de tradição constituída de poemas consagrados e continuamente renovada por obras e poetas de talento respeitável. Avançaremos, portanto, com a conquista do título, em direção a um maior discernimento, e consequentes práticas valorativas, acerca deste legado poético, histórico, ancestral, que se move entre nós e é uma das nossas grandes referências culturais?

E de que servem as nossas referências culturais, senão para compreendermos o mundo e poder simbolizar nossas relações com a vida e a morte? Falar de patrimônio cultural significa, portanto, mais que se ufanar, implica refletir sobre os pilares que constituem um patrimônio cultural: diversidade, sensibilidade artística, identidade, história, imaginário coletivo, memória social. Assim, vislumbramos no cordel mais do que desavisados poderiam ver: a polifonia entre nossas vozes e as vozes de tradições poéticas procedentes da Grécia antiga, de Portugal e Espanha, das narrativas do romanceiro ibérico medieval, da poesia árabe, da poesia provençal disseminada no continente europeu a partir do sul da França. As figuras de retórica são algumas das principais companheiras de poetas desse ramo da tradição.

E há mais refinamentos: o sistema estrófico, a contagem silábica e tônica de cada verso, o ritmo, os temas, as modalidades de estrofe e de figuras de retórica escolhidas conforme a classificação temática, a exemplo das pelejas de cordel que, por serem pelejas, adotam procedimentos linguísticos e formais do repente de viola. Augusto de Campos, no livro Verso reverso controverso, analisa a Peleja do cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, e aponta a semelhança entre os elaborados recursos estilísticos usados pelo autor, Firmino Teixeira do Amaral, e os utilizados pelo poeta provençal Arnaut Daniel, trovador occitano aclamado “o melhor criador”, por Dante, e “o melhor de todos”, por Petrarca.

Cordel, afinal, não é folclore no sentido reducionista, caricato, pejorativo, no qual o conceito às vezes é entendido. Aparentemente fácil de fazer, apreciar e memorizar por conta das rimas e da linguagem coloquial, exige talento e dedicação. Requer não apenas o conhecimento e a prática de quadra, sextilha, setilha, décima. Necessita de entendimento histórico, conhecimento de repertórios para enriquecimento da prática. A respeito da sextilha, inclusive, um equívoco de pesquisa se repetia, atribuindo a invenção da estrofe de seis linhas ao poeta paraibano Silvino Pirauá de Lima (1848-1913). O engano desconsiderava as várias camadas de memórias, de saberes tradicionais. Desconsiderava o fato de a sextilha existir em versos portugueses, inclusive em poemas do século XVI que subsequentemente circularam no Brasil, e também em versos brasileiros, tais como poemas de nosso maior barroco, o baiano Gregório de Matos, que, no século XVII, além de quadras, décimas e outras modalidades de estrofe, praticava o verso de seis linhas.(...)

Neste ano, 2018, mesmo ano em que a literatura de cordel celebra o centenário de morte de Leandro Gomes de Barros e a conquista do título de patrimônio cultural brasileiro, nós nos perguntamos: o que podemos e devemos desejar para o cordel? Que políticas de salvaguarda precisamos propor a nós mesmos, pesquisadores, poetas, declamadores, professores, editores? Como cultivar essa árvore frondosa, secular, que se ramifica pelo Brasil e nos protege e serve de remanso?

(MARIA ALICE AMORIM é jornalista, escritora, pesquisadora de cultura popular e doutora em Comunicação e Semiótica. REVISTA CONTINENTE, 01 de novembro de 2018. Adap.)

PROPOSTA II

Redação URCA 2019

A partir da leitura dos textos motivadores, produza um texto DISSERTATIVO sobre o tema “A importância dos saberes e costumes populares para construção da identidade em uma sociedade pós-moderna”.

Redação Unicamp 2014

TEXTO 1

Você e um grupo de colegas ganharam um concurso que vai financiar a realização de uma oficina cultural na sua escola.
Após o desenvolvimento do projeto, você, como membro do grupo, ficou responsável por escrever um relatório sobre as atividades realizadas na oficina, informando o que foi feito. O relatório será avaliado por uma comissão composta por professores da escola. A aprovação do relatório permitirá que você e seu grupo voltem a concorrer ao prêmio no ano seguinte.
O relatório deverá contemplar a apresentação do projeto (público-alvo, objetivos e justificativa), o relato das atividades desenvolvidas e comentário(s) sobre os impactos das atividades na comunidade.

Na abertura do concurso, os grupos concorrentes receberam o seguinte texto de orientação geral:

As Oficinas Culturais são espaços que procuram oferecer aos interessados atividades gratuitas, especialmente as de caráter prático, com o objetivo de proporcionar oportunidades de aquisição de novos conhecimentos e novas vivências, de experimentação e de contato com os mais diversos tipos de linguagens, técnicas e ideias. As Oficinas Culturais atuam nas áreas de artes plásticas, cinema, circo, cultura geral, dança, design, folclore, fotografia, história em quadrinhos, literatura, meio ambiente, multimídia, música, ópera, rádio, teatro e vídeo.
O público a ser atingido depende do objetivo de cada atividade, podendo variar do iniciante ao profissional. As Oficinas Culturais visam à formação cultural e não à educação formal do cidadão. Pretendem mostrar caminhos, sugerir ideias, ampliar o campo de visão.

(Adaptado de Oficina Cultural Regional Sérgio Buarque de Holanda. Disponível em http://www.guiasaocarlos.com.br/oficina_cultural/conceito.asp. Acessado em 07/10/2013.)

Redação Puc-Rio 2012

As refeições em grupo contribuem para estreitar laços de intimidade entre as pessoas uma vez que mexem com os sentidos, as necessidades, os desejos e as emoções humanas. Por isso, degustar comidas de países com tradições culinárias diferentes das nossas pode nos fazer compreender histórias, partilhar vivências e usufruir de experiências bastante enriquecedoras. Os hábitos alimentares dos povos revelam sua cultura e seu grau de abertura para tradições distintas das suas. As facilidades de comunicação e de deslocamentos, provenientes das inovações tecnológicas do século XX, fizeram com que larga diversidade de hábitos e sistemas de alimentação se difundisse pelo mundo. No entanto, ainda há muitos tabus (proibições) e preconceitos alimentares – que dizem respeito a intolerâncias voltadas a aspectos sensoriais (cor, odor, sabor) e culturais (preparo culinário e tipo de alimento consumido) –, contribuindo para a separação entre os povos.

Produza um texto dissertativo-argumentativo – com cerca de 25 linhas e título sugestivo –, discorrendo sobre tabus e preconceitos alimentares.

A seleção de fragmentos de artigos a seguir tem por objetivo ajudá-lo a desenvolver suas próprias ideias acerca do assunto. Alguns desses textos – assim como os demais constantes desta prova – podem ser reproduzidos, em parte, na sua redação, mas em forma de DISCURSO INDIRETO ou de PARÁFRASE, com as devidas fontes mencionadas na redação. NÃO ASSINE.

Texto 1

Filhos de Angelina Jolie comem grilos na refeição
21/07/2011

Grilos estão entre as refeições preferidas dos filhos de Angelina Jolie e Brad Pitt. “Meus garotos amam comer grilos fritos. É a comida favorita deles. A primeira vez que eu dei esse tipo de comida a eles foi porque eu não queria que eles sentissem repulsa de algo que faz parte de sua cultura. Eles comeram como Doritos e não pararam mais”, declarou a atriz. Maddox e Pax, filhos adotivos de Jolie, nasceram no Camboja e Vietnã, respectivamente. Nesses países, faz parte da tradição comer insetos. Angelina - que cria outros quatro filhos com o parceiro Brad Pitt – também diz já ter experimentado alguns pratos locais exóticos, entre eles um que leva baratas, mas, mesmo assim, há algumas iguarias que ela ainda não criou coragem para comer: “Eu quero experimentar tarântulas no palito e sopa de aranha. Não sei se eu tenho estômago, mas acho que você tem que conhecer de perto tudo o que o mundo lhe oferece”.

Texto adaptado de http://ne10.uol.com.br/canal/cultura/noticia/2011/07/21/fi lhos-de-angelina-jolie-comem-grilos-na-refeicao-285055.php e
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:oVBNW0v8jQYJ:www.pop.com.br/mundopop/noticias/celebridades/

Texto 2

Tabus alimentares
Gabriel Bolaffi

Todos nós, em graus variáveis, temos lá nossos tabus alimentares, tão arraigados que, muitas vezes, nem nos damos conta deles. Aparentemente, ninguém, em nossa cultura, tem hábito de comer minhocas, abelhas, baratas, cães, gatos ou gafanhotos, embora saiba de muitas culturas da Amazônia, nas quais a minhoca é iguaria reservada às mulheres grávidas. [...] pelo interior do Brasil, come-se carne de jacaré, cobra, paca, tatu e até cotia. Hoje os restaurantes japoneses se tornaram populares com seus sushis e sashimis, mas houve estranhamento em relação a tais acepipes quando, inicialmente, ouviu-se falar deles: “Peixe cru!?” [...] Mas qual será a origem de tantos tabus e preconceitos alimentares? A explicação mais óbvia para os tabus é a maior familiaridade que temos com determinado alimento. Indivíduos medianos, especialmente crianças, não gostam de alimentos aos quais não estejam acostumados. [...]

Fragmento adaptado do livro A saga da comida: receitas e história (Rio de Janeiro: Record, 2000; p. 291-292).

Texto 3

Salada de frutas
Luís da Câmara Cascudo

O consumo de salada de frutas é quase contemporâneo em nosso país. Até o século XIX, ninguém ousaria afrontar o tabu, servindo-se de várias frutas ao mesmo tempo – respeito apavorante por uma proibição de caráter centenário sob imposição doméstica. As populações repeliam a ideia sinistra da salada de frutas. A manga causava susto quando avistada no meio das outras frutas. Ninguém admitia a possibilidade de não ser veneno implacável a reunião da laranja, mamão, abacaxi, etc., mesmo com o açúcar, que era contraveneno clássico. [...] Os próprios médicos desaconselhavam, discretamente. Depois de 1914, porém, o hábito começou, lentamente, a se espalhar no Brasil. A propaganda pela persuasão, no entanto, operou muito vagarosamente, vencendo por força da experiência e da repetição. A inclusão da salada de frutas gelada nos menus de hotéis e restaurantes demorou mais um pouco. Ainda não era comum no Rio de Janeiro de 1922, Centenário da Independência, aparecendo somente em certas casas de famílias [...] com atrevido espírito reformador.

Texto adaptado do 2o volume da História da alimentação no Brasil (Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1983; p. 556-557), de L. da Câmara Cascudo (1898-1986).

Texto 4

Educação nutricional
Rejane Andréa Ramalho e Cláudia Saunders

Tanto o ato da busca de alimentos – que inclui escolha e consumo – como as proibições do uso de certas substâncias comestíveis, em todos os grupos sociais, são ditados por regras sociais diversas, carregadas de significados. O alimento constitui uma linguagem – algo com significado cognitivo. Ademais, o comer não satisfaz apenas a necessidade biológica, mas preenche também funções simbólicas e sociais. A comensalidade – camaradagem à mesa – permeia todas as relações sociais de diferentes classes de uma mesma sociedade, apresentando sempre uma dimensão cultural.

Fragmento adaptado do artigo “O papel da educação nutricional no combate às carências nutricionais”, de Rejane Andréa Ramalho e Cláudia Saunders. In: Revista de Nutrição. Campinas, 13 (1): 11-16, jan./abr. 2000; p. 11.

Redação UESB 2013 

Razão em coma

Pobres bibliotecas vazias
sem títulos e sem Borges*,
O tempo, indiferente
ao jogo dos relógios,
não é mais dos livros.
O saber é um desconforto
de uma civilização
que vive ao redor do imediato
e humilha a memória.

(ALMANDRADE. Razão em coma. Malabarismo das pedras: poemas, edições MAC. Feira de Santana-BA, 2010. In: A Tarde, Salvador, 1o nov. 2012. p. 2.)

*Jorge Luis Borges - escritor argentino de renome internacional.

[...] Museus e outras instituições passam a ser casas de hospedaria de eventos, exposições, espetáculos e entretenimentos e deixam de exercer suas funções de promover enunciados críticos. A programação e a construção de seu acervo ficam à mercê de apoio pontual. O que define a pauta é a garantia de patrocínio e não a qualidade do que deve ser mostrado, comprometendo a liberdade, a sustentabilidade e a função da instituição.

(ALMANDRADE. A cultura da política cultural. A Tarde, Salvador, 1o nov. 2012. p. 2)

A partir da leitura do poema e do fragmento em evidência, escreva um texto dissertativo, enfocando criticamente a relação entre o imediatismo e a falta de reflexão da sociedade contemporânea e a consequente desvalorização da cultura.

OBSERVAÇÕES:

• Utilize a norma culta escrita da língua portuguesa.
• Discuta, de forma crítica, a necessidade de o homem preservar a sua memória, os seus valores culturais.
• Reforce os seus argumentos com exemplos e/ou fatos consistentes.

Redação Udesc 2012 

Redija um texto dissertativo com base na leitura dos textos motivadores abaixo, enfocando o tema: A importância da preservação da cultura popular.

TEXTO 1

"Emilie não respondeu, mas meu avô disse que Verne era um viajante incansável, um andarilho que colecionava lendas e mitos da Amazônia. Um homem que se apropriava da cultura dos nativos com a esperança de salvá-los."

HATOUM, Milton. A cidade ilhada. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 100.

TEXTO 2

- "Todas as estórias e lendas de que o povo destas terras está se esquecendo vão ser estudadas e escritas por esse menininho quando ele crescer. Tudo. Estórias que as avós contavam para os netinhos; as benzeduras e rezas que as velhinhas não conseguem mais passar para suas filhas e netas vão ser anotadas por ele."

QUEIROZ, Júlio de. O abençoado. In: Treze Cascaes, p. 62. 

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