Redação sobre Coronavírus / Covid-19

Redação sobre o Coronavírus e a Pandemia

UPF 2022

PROPOSTA

É fato que a pandemia de covid-19 ainda terá muitos desdobramentos sobre a saúde mental e emocional de todos, especialmente de crianças e adolescentes. Durante dois anos, praticamente isolados em casa, longe de amigos e da convivência tão necessária na escola, eles se mostram mais ansiosos, irritados e com dificuldades de se relacionar com colegas e professores, uma vez que tiveram como principal companhia, no período de confinamento, as telas de celular e computador.

Um estudo recente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revela que 36% dos jovens no Brasil apresentaram sintomas de depressão e ansiedade durante a pandemia. O levantamento on-line com 6 mil crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 17 anos mostra que uma em cada três tem níveis de estresse emocional em uma intensidade que é considerada necessária para uma avaliação.

No fim do ano passado, relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertava que crianças, adolescentes e jovens poderão sentir o impacto da covid-19 em sua saúde mental e bem-estar por muitos anos. As estimativas mais recentes apontam que, globalmente, mais de um em cada sete meninos e meninas, com idades entre 10 e 19 anos, vivam com algum transtorno mental diagnosticado. Cerca de 46 mil adolescentes morrem por suicídio a cada ano.

Em dois anos de isolamento, provocado pela pandemia, a ruptura com a rotina de aulas, atividades extracurriculares, recreação, problemas de saúde em casa e a preocupação com a renda familiar, com pais sobrecarregados ou desempregados, estão deixando muitos jovens com medo, irritados e inseguros em relação ao futuro.

No início do mês, um evento chamou a atenção no Brasil para um fato inusitado: 26 jovens sofreram uma crise de ansiedade coletiva em um colégio estadual no Recife (PE) e tiveram que ser atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os estudantes relataram instabilidades como choro excessivo, falta de ar e tremor. O episódio assustou pais e educadores e acendeu o sinal de alerta sobre o que está acontecendo com a saúde mental das crianças e jovens no pós-pandemia. (...)

(Disponível em https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/04/5002343-visao-do-correio-saude-mental-de-criancas-e-jovens.html)

Considerando as reflexões do texto base e suas leituras e conhecimentos prévios sobre o tema da saúde mental de crianças e adolescentes durante e pós-pandemia, escreva um texto dissertativo-argumentativo, discutindo a seguinte questão: Por que a saúde mental de crianças e jovens foi afetada pela pandemia da Covid-19?

UNICAMP 2021

PROPOSTA

Você se encontra em uma situação de vulnerabilidade socioeconômica que o deixa mais exposto à infecção pelo vírus da Covid-19 e se sente indignado/a com a negligência do Estado, que não adota medidas sérias e eficazes para evitar que você e outros/as trabalhadores/as corram esse risco. Em um ato de resistência psíquica e política, você decide escrever um diário para registrar o seu testemunho dos acontecimentos extraordinários da pandemia da Covid-19 para que as gerações futuras possam entender como as decisões políticas de um dado momento são determinantes para a história da humanidade.

Escreva um texto de entrada para o seu diário, no qual você deve a) narrar um episódio em que você corre o risco de contrair a Covid-19 em razão de seu trabalho e; b) denunciar, a partir desse episódio, a necropolítica como forma de organização de um Estado negligente em relação à saúde dos mais vulneráveis. Lembre-se de que seu diário servirá de testemunho para que seus descendentes tomem conhecimento do exercício da necropolítica que marcou a pandemia da Covid-19. Para escrever seu texto, leve em conta a coletânea apresentada a seguir.

Diário é um gênero textual, geralmente de caráter íntimo, em que se fazem anotações de experiências pessoais cotidianas, e que é organizado pela data de registro dessas anotações. Alguns diários podem ultrapassar o interesse privado do seu autor e interessar a outros possíveis leitores, seja pela pertinência das reflexões pessoais, seja por documentar uma época histórica.

1. Necropolítica é um conceito desenvolvido pelo filósofo Achille Mbembe que questiona os limites da soberania quando o Estado, baseado em premissas coloniais, racistas e capitalistas, escolhe quem deve viver e quem deve morrer (...). Segundo a pesquisadora Rosane Borges, racismo, capitalismo e necropolítica são inseparáveis. Um sustenta o outro. Aquilo que o capitalismo acha que não serve mais, ele abate, porque são corpos negros. O que se faz com a massa sobrante do mercado de trabalho? O que se faz com o contingente de pessoas que não são absorvidas pelas novas competências técnicas e tecnológicas do capitalismo? Se mata, se exclui. Obviamente que essa mesma massa sobrante são corpos negros, mulheres negras, que foram fundamentais para a acumulação de capital. Corpos que foram escravizados e que hoje não interessam mais para o capital. São pessoas que estão vivendo nas franjas do sistema social, marginalizadas. Nesse processo de marginalização, a gente cria linhas divisórias entre nós e os outros. E esses outros podem ser alvo de tudo. Inclusive da morte. (Adaptado de O que é necropolítica. Disponível em https://ponte.org/o-que-e-necropolitica-e-como-se-aplica-a-seguranca-publica-no-brasil/. Acessado em 15/01/2021.)

2. Quais são as consequências dessa pandemia no que diz respeito à reflexão sobre igualdade, interdependência global e nossas obrigações uns com os outros? O vírus não discrimina. Poderíamos dizer que ele nos trata com igualdade, nos colocando igualmente diante do risco de adoecer, perder alguém próximo e de viver em um mundo marcado por uma ameaça iminente. A desigualdade social e econômica garantirá a discriminação do vírus. O vírus por si só não discrimina, mas nós, humanos, certamente o fazemos, moldados e movidos como somos pelos poderes casados do nacionalismo, do racismo, da xenofobia e do capitalismo. Quais mortes chorar? Parece provável que passaremos a ver um cenário doloroso no qual algumas criaturas humanas afirmam seu direito de viver a custo de outras, reinscrevendo a distinção espúria entre vidas passíveis de luto e aquelas não passíveis de luto, isto é, entre aqueles que devem ser protegidos contra a morte a qualquer custo e aqueles cujas vidas não valeriam o bastante para serem salvaguardadas contra a doença e a morte. (Adaptado de Judith Butler, O capitalismo tem seus limites. Disponível em https://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2020/03/judith-butler-sobre-a-covid-19-o-capitalismo-tem-seus-limites/. Acessado em 08/09/2020.)

3.

Coronavírus e a Pandemia
(Adaptado de Pedro Conforte / Plantão Enfoco. Disponível em https://www.brasildefato.com.br. Acessado em 28/09/2020.)

4.

Carteira assinada e a pandemia
(Adaptado de Confinada. Roteiro de Triscila Oliveira e Ilustração de Leandro Assis. Disponível em @leandro_assis_ilustra. (Instagram). Acessado em 14/12/2020.)

5. O chefe de governo negou a gravidade do problema, insultou os coveiros, promoveu aglomerações e espalhou desinformação sobre o distanciamento, a higienização e o uso de máscara. Jogou com a vida dos que acreditaram em um remédio inócuo, a cloroquina, e nisso comprometeu o Exército e o SUS. Desmoralizou os médicos Ministros da Saúde, ignorou medidas que inibiriam a evolução da doença e deixou mofar milhões de testes que ajudariam a salvar vidas. Após atribuir poderes políticos às vacinas, o governo federal se dedica agora, negando uma cultura de cem anos, a minar a confiança nelas. Por ele, a pandemia nunca será superada. (Adaptado de Ruy Castro, Os médicos sobre Bolsonaro. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ ruycastro/2020/12/os-medicos-sobre-bolsonaro.shtml. Acessado em 14/12/2020.)

EXPECTATIVAS DA BANCA

PROPOSTA 

Na segunda proposta de redação, solicita-se que os candidatos se imaginem em uma situação de vulnerabilidade socioeconómica que os coloque sob o risco de contrair o vírus da Covid-19. Registra-se, ainda, a negligência do Estado, que não adota medidas eficazes para evitar que trabalhadores sejam contagiados. O tema subjacente a essa situação é, portanto, a necropolítica, que os candidatos devem denunciar por meio de um registro escrito: uma entrada de um diário.

Neste diário, o candidato deve assumir a perspectiva discursiva de um trabalhador para narrar um episódio em que se encontre exposto ao contágio da Covid-19 e, então, denunciar a atuação de um Estado negligente em relação à saúde dos mais vulneráveis. Em seu texto, o narrador-personagem pode deixar aflorar seu sentimento de indignação, mas também de resistência; nesse sentido, seu diário se torna um testemunho histórico acerca os acontecimentos extraordinários da atual pandemia e um alerta às gerações futuras sobre a necropolítica vivenciada no presente.

A banca se preocupou inicialmente em esclarecer o gênero textual solicitado, o diário, para, em seguida, nos textos 1 e 2 da coletânea, explicar o conceito-chave da proposta: a necropolítica. O primeiro texto, retirado de uma entrevista com a pesquisadora Rosane Borges, apresenta a definição de tal conceito, criado pelo filósofo Achille Mbembe. Com ele são questionados os limites da soberania do Estado, quando suas ações, sustentadas por premissas coloniais, racistas e capitalistas, acabam por determinar quem deve viver e quem deve morrer. Para a entrevistada, racismo, capitalismo e necropolítica seriam indissociáveis. Na lógica capitalista do descarte, são os corpos negros os mais excluídos, justamente aqueles que, como escravizados, foram fundamentais para a acumulação do capital. Eles são agora desnecessários, não interessam mais ao sistema, são massa sobrante do mercado de trabalho. São, por isso, marginalizados e constituem a maioria subalternizada e desempregada do Brasil. Como corpos negros descartáveis, podem ser alvo de tudo, inclusive da morte.

O segundo texto da coletânea destaca os efeitos sociais da Covid-19. Se, por um lado, o vírus é um fato biológico que, "por si só, não discrimina", mas, ao contrário, nos trata "com igualdade, nos colocando igualmente diante do risco de adoecer" e de morrer, a dinâmica do capitalismo, por outro, com sua brutal desigualdade social e econômica, imprimiria uma discriminação movida pelos poderes do "nacionalismo, do racismo, da xenofobia e do capitalismo". Diante desse cenário de injustiças estruturais, estabelece-se a "distinção espúria entre vidas passíveis de luto e aquelas não passíveis de luto". O argumento principal de Judith Butler centra-se no modo como a estrutura de poder do capitalismo gera não apenas desigualdade socioeconômica mas também uma multidão de vidas dispensáveis.

Os textos 3 e 4 sugerem, por sua vez, possíveis narrativas a serem construídas pelos candidatos. São imagens que oferecem subsídios na criação de seus episódios. A foto de Pedro Conforte (texto 3), por exemplo, flagra o contraste entre um homem branco, de máscara, fazendo sua atividade física, e um homem negro, também de máscara, que carrega as mercadorias em uma bicicleta: provavelmente um entregador que leva compras feitas online a consumidores salvaguardados em suas residências. Ambos são suscetíveis de contrair o vírus, mas a foto expõe que há os que podem e os que não podem não sair; os que podem ou não fazer home office; enfim, os que podem sair a bel-prazer e os que devem sair para fazer seu trabalho.

Já o quarto texto traz um recorte de uma história em quadrinhos, narrada por Triscila Oliveira e ilustrada por Leandro Assis. Ela descreve vidas de trabalhadores informais e registrados, que se arriscam diariamente no transporte coletivo quando se deslocam para o seu trabalho. É o "novo normal" estabelecido pela pandemia, aqui tratado com ironia: "novo normal" para o patrão ou para o empregado? Para o primeiro, a pandemia pode ter instaurado um "novo normal" em sua rotina; para o segundo, o "novo normal" nada traz de efetivamente "novo", apenas a precariedade de sempre: o transporte público lotado e, ainda, o risco de contrair a Covid-19.

No último texto, Ruy Castro elenca provas da negligência do chefe de governo brasileiro durante a pandemia: "negou a gravidade do problema, insultou os coveiros, promoveu aglomerações e espalhou desinformação" ao ridicularizar o distanciamento social, a higienização e o uso de máscara, e ao promover um remédio sem eficácia comprovada contra a Covid-19, além de constantemente questionar a eficiência das vacinas. Ao negar a ciência, agiu na contramão da tarefa de salvar vidas: ignorou medidas para contenção da doença, deixou mofar testes e atribuiu poderes políticos à vacina.

A expectativa é que as melhores redações sejam aquelas capazes de apresentar um episódio em que o narrador-personagem consiga narrar a sua situação de vulnerabilidade socioeconômica, que o coloca em risco de contrair a Covid-19, vinculando-a à denúncia de uma necropolítica hoje observada no Brasil.

Fonte: Unicamp

UEL 2021

Leia os textos a seguir.

Família deverá pagar R$ 20 mil por desrespeitar isolamento social em Mato Grosso

O juiz Fábio Petengill, da 1ª Vara Cível de Juína, em Mato Grosso, condenou quatro pessoas de uma mesma família ao pagamento de danos morais coletivos no valor de R$ 20 mil por descumprirem o isolamento social. O grupo foi colocado em isolamento depois de entrar em contato com um familiar diagnosticado com o novo coronavírus. Os quatro chegaram a assinar um termo com órgãos sanitários do município e receberam orientações sobre a necessidade de cumprimento da medida. No entanto, eles deixaram a residência em que vivem, ignorando o termo.

Na decisão, o magistrado afirmou que a família deve ser punida independentemente de terem transmitido o vírus ou não. “A finalidade da imposição de isolamento era preventiva, de precaução do interesse coletivo e não um ato condicionado ao resultado delituoso (a transmissão de moléstia grave aos que com eles mantiveram contato)”, afirma.

A decisão responde a uma ação civil pública proposta pela 1ª Promotoria de Justiça Cível do Ministério Público de Mato Grosso. Os fatos chegaram ao conhecimento do MP após a Vigilância Sanitária, com o apoio da Polícia Civil, se deslocar até a residência da família e confirmar o descumprimento das medidas de isolamento.

sindiconet.com.br/informese

Chegada de 2021 é marcada por aglomerações pelo país

Mesmo com as restrições a aglomerações por governos estaduais e municipais, e com o cancelamento de tradicionais eventos de Réveillon pelo Brasil, a virada de ano foi marcada por aglomerações e flagrantes de festas em diversos estados.

Uma festa clandestina que reunia cerca de 300 pessoas, a maioria jovens e adolescentes, na Zona Sul de Macapá, foi encerrada por militares do Batalhão Força Tática, da Polícia Militar (PM), na noite de quinta-feira (31). O encontro que acontecia numa residência foi encerrado por promover aglomeração e desrespeitar os decretos sanitários de prevenção à Covid-19.

No Distrito Federal, um hotel fazenda foi interditado na noite de sexta-feira (1º) por realizar uma festa clandestina e violar os protocolos de combate à Covid-19. Segundo o DF Legal, órgão responsável pela fiscalização, em Brasília, os responsáveis pelo espaço foram multados em R$ 35 mil.

Em São Vicente, no litoral paulista, milhares de jovens se reuniram em uma festa, conhecida como “pancadão”, na madrugada do sábado (2). Imagens obtidas pelo G1 mostram os jovens sem máscaras de proteção e provocando aglomerações nas ruas. O desrespeito às medidas de segurança contra a Covid-19 e o barulho causaram transtornos aos moradores, que chegaram a pedir intervenção da Polícia Militar.

Adaptado de: //g1.globo.com/bemestar

Estudo revela perfil antissocial de pessoas que não cumprem medidas na pandemia

Dar importância ou minimizar as medidas de contenção do coronavírus e ao perigo da COVID-19 está ligado a características psicológicas e comportamentais de empatia e de antissociabilidade, respectivamente. Pessoas empáticas tendem a uma maior preocupação em usar máscara, higienizar as mãos e adotar medidas de isolamento e distanciamento social para evitar a transmissão da doença. Já os antissociais minimizam a importância dessas ações e até mesmo a gravidade da doença.

As diferenças no nível de engajamento com essas medidas são resultado de um estudo realizado pelo professor Fabiano Koich Miguel, do Departamento de Psicologia e Psicanálise do Centro de Ciências Biológicas (CCB), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e o professor Lucas de Francisco Carvalho, da Universidade São Francisco (USF), de Campinas (SP). O trabalho ainda conta com a participação de Gisele Magarotto Machado, orientanda em nível de mestrado do professor Lucas de Carvalho, e Giselle Pianowski, que realizou pós-doutorado na USF e participa de várias pesquisas do grupo. Fabiano Koich Miguel explica que foram ouvidas 1.578 pessoas entre 18 e 73 anos de idade. Foram usados dois questionários para avaliar os construtos psicológicos: um para avaliar a personalidade antissocial (PID-5) e outro para avaliar empatia (ACME). “Ambos são questionários utilizados internacionalmente em pesquisas com essas características psicológicas, e já foram adaptados e estudados também no Brasil”, explica o professor. “O convite para a pesquisa foi feito via mídias sociais, predominantemente, o Facebook”.

Um terceiro questionário foi elaborado pelos pesquisadores, especificamente para a pesquisa, abordando a experiência dos entrevistados com a pandemia.

Os resultados do estudo foram publicados, em língua inglesa, na revista Personality and Individual Differences – v. 168, nº 1, jan. 2021 – publicação da base internacional Elsevier.

//operobal.uel.br/.

Com base nos textos, escreva um texto dissertativo-argumentativo no qual discuta as razões que levam as pessoas a, propositalmente, transgredir as medidas de enfrentamento do coronavírus. Utilize, para isso, de 20 a 25 linhas.

EXPECTATIVA DE RESPOSTA

Resposta esperada: Espera-se que o candidato seja capaz de analisar criticamente os dados disponíveis na coletânea e relacioná-los de maneira coerente na produção de sua redação, pois quanto maior a capacidade de ler criticamente os textos, de relacioná-los entre si e de se elaborar hipóteses sobre o tema proposto, maior será a chance de o candidato alcançar uma boa pontuação em sua redação. Dados não constantes da coletânea, mas que se mostrem pertinentes para comprovar hipóteses ou servir de exemplificação no texto produzido, podem e devem ser utilizados pelo candidato.

A delimitação do tema é de fundamental importância para que não haja tangenciamento e, nesse sentido, a leitura atenta da coletânea oferecerá um conjunto de informações que auxiliará o candidato a relacioná-las de maneira coerente na produção de seu próprio texto, não apenas no que diz respeito à estrutura organizacional, mas também à consistência argumentativa.

Além da obediência às regras da gramática normativa, deve haver por parte do candidato um compromisso com a coesão e coerência internas, a autoria marcada pela criatividade no trato com a linguagem, além do adequado desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo, respeitando a estrutura canônica desta tipologia textual, que tem como objetivo persuadir e convencer, ou seja, levar o leitor a concordar com uma tese defendida sobre o tema proposto.

Fonte: UEL

UECE 2020.2

Prezado(a) candidato(a), No início do ano de 2020, o mundo foi assolado pela Pandemia da Covid-19. O planeta, praticamente, parou! Essa situação trouxe à tona diversas questões que, antes, estavam colocadas em segundo plano, como a importância da vida, a necessidade de um mundo mais empático e a importância da pesquisa para a solução de diversos dilemas sociais. Tendo como base os textos motivadores dispostos abaixo, escolha UMA das seguintes propostas e componha seu texto:

Proposta 1

Suponha que você faça parte do Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus no Ceará. Neste grupo, você é o representante da Universidade Estadual do Ceará. Sua tarefa é redigir uma carta aberta à sociedade cearense a ser veiculada em um jornal de grande circulação do Estado. Nesta carta, você deverá apresentar argumentos que induzam as autoridades a investirem mais em pesquisa. Para isso, lembre-se de que a carta aberta é um gênero com predominância de sequência argumentativa, pois visa a informar, instruir, alertar, protestar, reivindicar ou argumentar sobre determinado assunto. Trata-se de um veículo de comunicação coletiva destinado a várias pessoas, escrito em norma culta da língua portuguesa.

Proposta 2

Para combater a pandemia de Coronavírus, os brasileiros viveram dias de isolamento social e, você, nesse período, para se sentir menos sozinho, resolveu participar de um concurso de redação criado pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará. Sua participação, então, será a de criar um texto em prosa de teor narrativo, considerando a seguinte situação: nos dias de isolamento social que os cearenses viveram, muitas pessoas precisaram de ajuda para superar este momento tão difícil. No seu texto, você deverá relatar uma história de como o cearense (ou você) criou estratégias solidárias para auxiliar a população mais carente no combate à pandemia do Corona Vírus, sabendo que o relato é um texto que pode ser escrito em primeira ou terceira pessoa, na norma culta escrita da língua portuguesa.

CIENTISTA QUE MAPEOU CORONAVÍRUS DESTACA INVESTIMENTO À PESQUISA

Em entrevista à Agência Brasil, a cientista Ester Sabino ressaltou a importância de haver investimento em pesquisa no país: “não se faz sem recursos”, ressaltou. A brasileira foi uma das coordenadoras do grupo de especialistas que sequenciou o genoma do Coronavírus em apenas 48 horas — em outros países, isso levaria cerca de 15 dias para ser realizado. Com mais de 30 anos de carreira, Sabino foi também diretora do Instituto de Medicina Tropical, da Universidade de São Paulo, e desenvolveu trabalhos em diversas áreas médicas.

Atualmente, ela se dedica a conduzir sua carreira conforme a necessidade e incentivo financeiro do Brasil ou exterior. “Eu faço pesquisa sob demanda. Então, muitas vezes, trabalho com assuntos muito diferentes. Porque, se é uma oportunidade de ter o recurso para fazer, eu vou estudar”, destacou ao veículo.

Dentre as contribuições de Ester Sabino à ciência nacional e mundial estão estudos ligados aos vírus do HIV e Zika. “Quando teve a epidemia de Zika surgiram muitas oportunidades e recursos de fora para fazer pesquisa. Como a gente no instituto tem dificuldade em conseguir recursos, fui atrás. Eu já era diretora, tinha uma equipe trabalhando com essa questão. Com isso, conseguimos alguns recursos de fora”, apontou.

Incentivo permitiu avanço da pesquisa

No caso do sequenciamento do Coronavírus, o resultado rápido foi possível, devido à estrutura já existente para investigação de doenças oriundas de mosquitos — como dengue, febre amarela e Zika —, além de financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e colaboração de instituições do Reino Unido. A partir dessa tarefa, outros cientistas poderão aprofundar os estudos quanto ao vírus e buscar meios de combater a doença.

Sobre o assunto, Sabino ainda disse ter ficado surpresa com a repercussão do trabalho da equipe brasileira em todo o mundo. “Talvez tivesse alguma notícia no jornal. Mas não imaginei que tivesse a repercussão que teve”, disse. “Na carreira científica, tenho outros trabalhos muito mais interessantes”, completou.

O Coronavírus (COVID-19) foi descoberto no final de 2019, depois de casos confirmados na China. No momento, a doença já infectou mais de 100 mil pessoas em todo o mundo e fez mais de 30 vítimas confirmadas no Brasil.

Com sintomas similares ao de uma gripe e infecções respiratórias, a COVID-19 é transmitida por contato, portanto, é essencial haver a higienização constante das mãos e evitar aglomerações. Em caso de suspeita, é essencial buscar atendimento médico urgente.

Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/ciencia/150986-cientista-mapeou-coronavirus-destaca-investimento-pesquisa.htm Acesso em 15 de agosto de 2020.

PARAISÓPOLIS CONTROLA MELHOR A PANDEMIA DO QUE A CIDADE DE SÃO PAULO

Graças às iniciativas de moradores da favela, taxa de mortalidade por Covid-19 é menor do que no resto da capital paulista. Em outras regiões pobres, porém, o cenário é diferente.

A favela de Paraisópolis, em São Paulo, tem melhor controle da pandemia de Covid 19 do que outros bairros da capital paulista. Em 18 de maio de 2020, a taxa de mortalidade pelo novo coronavírus na região era de 21,7 pessoas por 100 mil habitantes, enquanto a média municipal era de 56,2. Os números são do Instituto Pólis, organização da sociedade civil que realiza pesquisas no Brasil e no exterior. "Desde a confirmação dos primeiros casos em São Paulo, logo em março, a associação de moradores de Paraisópolis desenvolveu estratégias para suprir a falta de políticas públicas para a comunidade", explicam os responsáveis pelo estudo em um relatório publicado em junho.

Logo no início da pandemia, os moradores da favela criaram o sistema de "presidentes de rua", em que uma pessoa de cada rua ficou responsável por monitorar e ajudar as outras, orientando sobre os sintomas da doença, distribuindo cestas básicas e até combatendo a disseminação de fake news.

Além disso, a comunidade contratou ambulâncias para atender os sintomáticos e recrutou médicos e enfermeiros para suprir a favela 24 horas. Outros 240 moradores foram treinados como socorristas para apoiar as 60 bases de emergência criadas com a presença de bombeiros civis.

Com mais de 70 mil habitantes, a densidade demográfica de Paraisópolis chega a 61 mil hab/km². Tendo isso em vista, a associação de moradores pediu ao governo estadual para utilizar duas escolas públicas como centro de isolamento de pessoas infectadas. A medida possibilitou que os sintomáticos se isolassem de forma eficaz, sem colocar pessoas próximas e familiares em perigo.

Para os pesquisadores, as ações tomadas pelos moradores de Paraisópolis deixam claro que iniciativas de atenção básica à saúde e ações voltadas para garantir a segurança alimentar e outras despesas são essenciais em tempos de pandemia. "A favela, apesar das condições de precariedade e vulnerabilidade, tem sido eficiente em baixar a média de mortalidade do distrito como um todo", afirma o relatório.

Outras regiões, outra realidade

Enquanto em Paraisópolis a situação parece estar menos preocupante, em outras regiões pobres da capital paulista o cenário não é o mesmo. Um documento divulgado também neste mês pelo Instituto Pólis indica que as áreas com maior situação de precariedade urbana são as mais castigadas pela Covid-19. As mais afetadas são Brasilândia, Sapopemba, Grajaú, Capão Redondo e Jardim Ângela.
Disponível em
https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2020/06/paraisopolis-controla-melhor-pandemia-do-que-cidade-de-sao-paulo.html

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