Redação sobre Adoção

Redação sobre Adoção

UECE 2021

Prezado(a) Candidato(a),

Sabe-se que a adoção é um processo complexo e multifacetado. Os motivos para as crianças e os adolescentes encontrarem-se em situação de adoção são os mais variados: falta de condição financeira, falecimento dos genitores, desequilíbrio psicológico e até mesmo maus-tratos. Nesses casos, o Estado, amparado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aciona mecanismos de proteção que propiciam o acolhimento desse público em abrigos e o insere no cadastro do Sistema Nacional para Adoção e Acolhimento (SNA). Muitas vezes, essas crianças e adolescentes passam anos no Sistema ou mesmo entram nele tardiamente. Tendo como base seus conhecimentos sobre a temática, bem como os dois textos motivadores, escolha UMA das propostas a seguir e componha seu texto.

Proposta 1:

Suponha que você submeter-se-á ao edital do Ministério Público do Estado do Ceará, destinado à publicação da coletânea “Os desafios para a adoção de crianças e adolescentes no Estado do Ceará”. Escreva um artigo de opinião no qual você irá argumentar sobre, pelo menos, dois desafios para tal e como o poder público poderia intervir a fim de superá-los. Para isso, atente para a norma padrão culta da escrita de língua portuguesa, sabendo que seu texto deve se adequar a um público amplo.

Proposta 2:

Imagine que você foi convidado(a) para escrever o seu depoimento, enquanto uma pessoa que se submeteu ao processo para adotar crianças ou adolescentes, em geral, preteridas nos processos de adoção por motivos de idade, gênero, raça etc. Seu texto fará parte de uma cartilha de incentivo à adoção. Para a composição de seu depoimento, lembre-se de registrar seus sentimentos, medos, angústias, tristezas e alegrias durante o processo. Faça isso em forma de narrativa, elencando personagens, ações, situação-problema e desfecho. O texto deve ser narrado em primeira pessoa (singular ou plural). Atente para a norma padrão culta da escrita de língua portuguesa (se transcrição de fala de personagens, pode haver adequação a outras normas).

TEXTO I

Um filho nasce quando nos abrimos para recebê-lo, e isso independe da idade dele ou da maneira como foi concebido, dentro ou fora da gente.

A vida começou a me preparar, desde muito cedo, para a adoção. Tenho lembranças de filmes que tocaram meu coração na infância e já abordavam esse assunto.

Ainda pequena, devia ter no máximo 9 anos, assisti diversas vezes ao filme Bancando a Ama Seca, com Jerry Lewis, no qual o personagem se deparava com três bebês em sua porta. Eu ficava imaginando que um dia isso poderia acontecer na minha casa também. Aliás, eu vivia questionando minha mãe se isso seria possível, mesmo já tendo mais quatro irmãos. Outro filme que me marcou muito foi “As Crianças Que Ninguém Queria”. Nessa história, um jovem de 21 anos vai “adotando” vários meninos e meninas bem maiores, que surgem em seu caminho. Mas, por ser um pai solteiro, acaba tendo muitos contratempos para conquistar o direito da paternidade. Analisando hoje, enxergo esses e muitos outros fatos como uma preparação para que eu e meu marido adotássemos nosso filho, que chegou até nós quando estava com pouco mais de 5 anos.

Me casei aos 36. Eu e meu marido, L., sempre sonhamos em ter filhos, então, após o casamento, resolvemos não demorar para colocar o plano em prática, mas a gravidez natural não veio. Primeiro tentamos fazer alguns tratamentos, sem sucesso. Foi aí que a adoção começou a tomar forma em nossa vida. Sabíamos que queríamos ter um filho e não necessariamente uma barriga, mas isso só ficou claro para nós dois depois de dois anos de tentativas, frustrações, tristezas, luto e amadurecimento para mudar o rumo da nossa história – o apoio e o amor do meu companheiro foram fundamentais para redesenharmos nossos sonhos em comum.

Em setembro de 2009, decidimos, então, procurar a Vara da Infância para entrar na fila da adoção. O primeiro passo foi deixar o nome para participar de um curso, que ocorreu em fevereiro de 2010. Saímos de lá com a seguinte impressão: se você não tem certeza em relação à sua decisão, desiste naquele momento. O curso é como um banho de água fria, pois os futuros pais têm que aceitar que a espera pode ser bem longa, podendo chegar a até dez anos e, ainda, que não podemos esperar por uma criança ideal, mas sim conhecer a criança real.

[...]

MARSON, KÁTIA MARGARETE CAMARGO. O que aprendi ao adotar uma criança mais velha. Disponível em https://vidasimples.co/conviver/adocao-tardia-o-que-aprendi-ao-adotar-uma-crianc%CC%A7a-mais-velha/. Acesso em 20 de maio de 2021. Texto adaptado.

TEXTO II
Adoção Tardia: quando não se define idade para amar

Adoção tardia se refere ao processo de adoção de crianças maiores de 8 anos, faixa etária em que o número de pretendentes começa a diminuir drasticamente.

No Brasil, a fila para quem deseja adotar uma criança é composta por 46,2 mil pretendentes. Deste total, 93,2% não aceitam adotar crianças maiores de 8 anos. O problema é que 62,9% das crianças no Cadastro Nacional de Adoção têm 8 anos ou mais.

No perfil desejado pela maioria dos que estão na fila está a criança idealizada: um bebê, branco, sem irmãos e sem histórico de doenças ou deficiências. “Quando você trata de adoção com uma pessoa, ela não pensa em um adolescente. No imaginário popular está a imagem de um bebê”, comenta o juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Guarulhos e assessor da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, Iberê de Castro.

Para a psicóloga da instituição Aconchego – Grupo de Apoio à Convivência Familiar e Comunitária, essa figura que está no imaginário popular quando se trata de adoção atrapalha a relação entre a criança e o adotante. “Os casos de retorno da criança ao acolhimento são frutos de uma adoção idealizada. A família cria uma ideia daquela criança e quando ela não supre essas expectativas, a família simplesmente desiste, em vez de buscar suporte”.

A Aconchego promove encontros com famílias que adotaram e com quem está no processo de adoção, justamente para desmistificar essa visão. Um dos grupos é dedicado à adoção tardia, tratando da relação dos pais com essas crianças maiores.

“Trabalhamos a quebra da criança idealizada através do vínculo. Essas crianças e jovens vão testar o afeto da família adotiva com birras, violência, e com um comportamento mais infantil. É esperado, já que elas passaram por tantas perdas e querem se proteger”.

A psicóloga já atuou em casas de acolhimento e sabe da importância de se desenvolver o sentimento de segurança com essas crianças e adolescentes. “Elas chegam com uma dor de perda. Ficam desconfiadas, fechadas no mundo delas e expõem menos o que sentem. Ficam resistentes aos afetos e aos vínculos. Isso impacta muito as relações delas no futuro”.

O juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Guarulhos não aprova a utilização do termo adoção tardia. “Esse ‘tardia’ passa a impressão de que é algo feito tarde, fora do tempo. E não é assim, porque adoção não tem tempo, não tem idade. Nenhuma adoção é tardia, tecnicamente falando”.

Para diminuir esse quadro que separa adotantes de crianças e adolescentes que estão fora dos perfis procurados, o Tribunal de Justiça de São Paulo lançou em 2017 o programa Adote um Boa-Noite. “Eram crianças pelas quais não havia nenhum interessado. Acreditamos que campanhas como esta acabam incentivando a adoção de crianças com mais idade”, diz o juiz Iberê de Castro.

Ele ressalta que um dos intuitos desta iniciativa é fazer com que as pessoas saibam da possibilidade de adotar crianças mais velhas e que reflitam sobre esse desejo. “Será que essas pessoas que querem adotar não vão se satisfazer como pais de uma criança de 10 anos?” É importante que se reflita sobre isso [...]

LIMA, Mariana. Disponível em https://observatorio3setor.org.br/carrossel/adocao-tardia-quando-nao-se-define-idade-para-amar/. Acesso em 20 de maio de 2021. Texto adaptado.

O Educabras prepara você para o Vestibular e o Enem. Entre na faculdade de sua escolha e siga a carreira de seus sonhos!
Conteúdo e recursos para otimizar seu tempo de estudo e maximizar sua nota no Vestibular e no Enem.

Mais informaçõesimage
image

Agilize e facilite seu trabalho!
- Conteúdo didático para elaborar aulas e usar em classe.
- Banco de dados com milhares de questões por matéria.
- Elabore provas em alguns minutos! Opção de imprimir ou baixar provas e salvá-las em seu cadastro para usá-las no futuro.

Mais informaçõesimage
image

ESTUDO PERSONALIZADO

Programa de Estudo Personalizado com foco nos vestibulares que você prestará:
- Otimize o tempo de estudo: concentre-se nos assuntos relevantes para os vestibulares de sua escolha.
- Opção de incluir o Enem em seu Programa de Estudo Personalizado.
- Conteúdo e Ferramentas: Aulas, resumos, simulados e provas de Vestibulares e do Enem.
* Confira se os vestibulares de sua escolha fazem parte do Programa de Estudo Personalizado

Mais informaçõesimage

Colégios

O Educabras ajuda o colégio a melhorar o desempenho acadêmico dos alunos no Enem e no Vestibular e aumentar o índice de aprovação nas mais conceituadas faculdades do Brasil.
Pacotes de assinaturas: contrate assinaturas a um valor menor para seus professores e alunos.

Mais informaçõesimage