Redação sobre o Jeitinho Brasileiro
Redação ESPM 2019
O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”
Aprendemos que há sempre um modo de satisfazer as nossas vontades e desejos, mesmo que isso vá de encontro às normas do bom senso e da coletividade em geral.
A malandragem, ‘o jeitinho’ e o antipático ‘sabe com quem está falando?’ seriam modos de enfrentar essas contradições de modo tipicamente brasileiro.
Fazendo uma mediação pessoal entre a lei, a situação onde ela deveria aplicar-se e as pessoas nela implicadas, de tal sorte que nada se modifique, apenas ficando a lei um pouco desmoralizada, mas, como ela é insensível, não é gente como nós, todo mundo fica, como se diz, numa boa, e a vida retorna ao seu normal...
Roberto DaMatta - O que faz o brasil, Brasil! – Ed. Rocco
PROPOSTA: Com base nas informações do texto e em outras de seu conhecimento sobre o tema, elabore um texto dissertativo sobre a seguinte questão:
Qual relação poderia ser estabelecida entre solucionar situações inesperadas no contexto social e agir de forma ética?
Redação Fatec 2018
Texto 1
Inicialmente, nos anos 1960 e 1970, a resiliência esteve associada à definição dada pela Física. No final dos anos 1980, vemos que o termo já estava se ampliando [....] e passava a se apresentar como a capacidade de ser flexível diante da adversidade. Nas últimas décadas, resiliência vem sendo apresentada como uma capacidade de ser flexível ao atribuir novos significados aos fatos e que pode ser desenvolvida em todo ser humano.
<https://tinyurl.com/y8gkfxqe> Acesso em: 09.03.2018. Adaptado.
Texto 2
[…] o jeitinho (brasileiro) é sempre uma forma “especial” de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida; ou uma solução criativa para alguma emergência, seja sob a forma de conciliação, esperteza ou habilidade. Portanto, para que uma determinada situação seja considerada jeito, necessita-se de um acontecimento imprevisto e adverso aos objetivos do indivíduo. Para resolvê-la, é necessária uma maneira especial, isto é, eficiente e rápida, para tratar do “problema”.
BARBOSA, L. O jeitinho brasileiro: a arte de ser mais igual que os outros. Rio de Janeiro. Editora Campus, 1992.
Texto 3
Não declarar Imposto de Renda, falsificar carteirinha de estudante ou, simplesmente, furar uma fila. A maior parte da população não considera essas atitudes erradas e as encara como parte do cotidiano. [....] Mas esses atos, conhecidos como o famoso “jeitinho brasileiro”, podem ser mais graves do que parecem e configuram, até mesmo, ato de corrupção. O coordenador em Goiás da campanha do Ministério Público “O que você tem a ver com a corrupção” observa que essas atitudes já foram banalizadas e enraizadas culturalmente. Por isso, a campanha visa mostrar à população que esses pequenos atos, tidos como normais, também são desvios de conduta e devem ser repensados. “O Brasil ainda não sedimentou os princípios básicos da honestidade e o conceito de ética varia. É preciso conscientizar as pessoas de que tudo começa com os pequenos atos e uma coisa leva a outra”, acredita.
<https://tinyurl.com/ycmrougx> Acesso em: 10.04.2018. Adaptado.
A partir dessa coletânea, elabore um texto narrativo ou um texto dissertativo-argumentativo explorando o seguinte tema:
O jeitinho brasileiro é uma forma de resiliência ou falta de honestidade?
Orientações
• Narração – explore adequadamente os elementos desse gênero: fato(s), personagem(ns), tempo e lugar.
• Dissertação – selecione, organize e relacione os argumentos, fatos e opiniões para sustentar suas ideias e pontos de vista.
Redação PUC-PR 2012
PROPOSTA
Leia a coletânea a seguir e selecione o que julgar pertinente para a realização da proposta. Articule os elementos selecionados com sua experiência de leitura e reflexão.
TEXTO A
Poucos conceitos se prestam à tamanha confusão quanto o de “homem cordial”, central no livro Raízes do Brasil, do historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982). Muitas pessoas, ao citar inadvertidamente a obra, emprestam à noção do autor uma conotação positiva, ligada à polidez, afeto ou boa educação, que, desde a origem, lhe é estranha. Em resposta, o historiador explicou ter usado a palavra em seu verdadeiro sentido, inclusive etimológico, que remete a coração. Opunha, assim, emoção à razão. O didatismo foi incluído numa nota na segunda edição, de 1947, bastante modificada, e que seria a definitiva.
Apesar do zelo do autor, no entanto, o equívoco persistiu. Afinal, o que haveria de errado na cordialidade brasileira, nesse sentido de afetuosidade típica de um povo? Não haveria nada condenável se a afabilidade se desse em ambiente privado, em relações entre familiares e amigos. O problema surge quando a cordialidade se manifesta na esfera pública. Isso porque o tipo cordial é individualista, avesso à hierarquia, arredio à disciplina, desobediente a regras sociais e afeito ao paternalismo e ao compadrio, ou seja, não se trata de um perfil adequado para a vida civilizada numa sociedade democrática.
A questão é lançada logo na abertura do capítulo que aborda o homem cordial. “O Estado não é uma ampliação do círculo familiar”, afirma o ensaísta. “Não existe, entre o círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma oposição.” Para o homem cordial, personificação do “jeitinho brasileiro”, há, no entanto, uma extensão natural entre os dois planos.
Fragmento retirado de: www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_jeitinho_ do_homem_cordial.html. Acessado em 09/06/2012.
TEXTO B
Em Leite Derramado, último romance de Chico Buarque, o autor deixa transparecer alguns traços evidentes da crítica social de seu pai, o historiador Sergio Buarque de Holanda. Eulálio Assumpção, o protagonista, vem de uma nobre estirpe de funcionários do Estado. Seu trisavô aportou com a família real em 1808, seu bisavô foi barão, o avô político influente e comensal de D. Pedro II, seu pai senador da República Velha; ele, por sua vez, nada construiu. Ao longo da narrativa essas origens são constantemente rememoradas, e o que marca essa volta ao passado é um profundo ressentimento.
A caracterização da personagem lembra em muito as análises de Sérgio Buarque em Raízes do Brasil, pois esse afã de "títulos honoríficos" e "prosperidade sem custo", bem como uma forte repulsa ao trabalho, são traços presentes desde nossos colonizadores – marcas do “homem cordial”. Na psicologia de Eulálio Assumpção podem-se identificar fortes traços do que Sérgio Buarque definiu como "cordialidade": a hipertrofia das relações privadas e familiares sobre o bem público, a confusão entre as relações patriarcais e o Estado democrático.
O que a obra de Chico produz é uma profunda sensação de inadequação. Eulálio é uma metáfora da incapacidade de compreender o Brasil à nossa volta. Chico desenha, desse modo, a intensificação do esvaziamento da dimensão política e social na contemporaneidade. Assim, de certa forma, o filho romancista desenvolve o aparato crítico pensado pelo pai historiador e produz um novo diagnóstico sobre a realidade brasileira, tão lúcido que se torna desolador.
Thiago Lima Nicodemo
Fonte: O Estado de S. Paulo - 28/03/09.
TEXTO C
Proposta de Redação
Dada a coletânea, elabore seu texto dissertativo a partir do seguinte recorte temático:
Os limites entre o Público e o Privado no contexto atual “cordialidade” brasileira: implicações éticas, políticas e sociais.
SOBRE A REDAÇÃO:
1- Discuta os principais problemas acarretados pela perpetuação do “jeitinho brasileiro” na contemporaneidade:
a) Implicações éticas: o esvaziamento do conceito de “cidadania”, o descaso com a “coisa pública”;
b) Implicações políticas: nepotismo, compadrios, eleições e decisões judiciais suspeitas e/ou fraudulentas;
c) Implicações sociais: crônicos problemas estruturais (saúde, educação, moradia, alimentação, segurança etc.).
2- Trabalhe seus argumentos a fim de explicitar a(s) relação(ões) entre os pontos a), b) e c), que são complementares.
3- Explore os argumentos de modo a justificar seu ponto de vista.
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