Instruções: Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões da prova.

“O que você quer ser quando crescer?”

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Toda criança ouve essa pergunta dezenas de vezes.
Quase sempre há uma resposta, dada por ela mesma
(bombeiro! piloto de fórmula 1! mágico! cantor!) ou pelos
zelosos paizinhos (médico! engenheiro! advogado!). Ao que
parece ninguém dá muita importância ao que se designa por
"vocação", do latim vocare, isto é, chamar: somos levados a
exercer uma profissão para a qual fomos chamados. Vinda
de fora ou de dentro de nós, essa “voz” nos leva a ser
professores, músicos, atores, malabaristas − e até médicos
e engenheiros, por que não? Essa voz atua com muita
força, mas muitos de nós acabam por se desviar dela.
Há vocações irresistíveis, como a do renascentista
Michelangelo: diante da escultura recém-finalizada de
Moisés, bateu no joelho de mármore e gritou: − Fala!
Reconheceu, ali, a força viva da obra que criara e, com ela,
a de uma plena vocação. E há vocações macabras: o
fisiologista francês Antoine Louis, ao tempo da Revolução
Francesa, inventou a guilhotina; cientistas vocacionados e
bem-intencionados acabam inadvertidamente contribuindo
para a criação de armas de eliminação em massa, como a
bomba atômica, de catastrófica lembrança ao final da
II Guerra. São numerosas as vocações que não se
cumprem: Maquiavel podia ter sido um príncipe italiano, na
dividida Itália do século XVI, pois escreveu um tratado
clássico sobre essa figura poderosa, mas se limitou a ser
um escritor e diplomata. Por sua vez, Napoleão Bonaparte,
que leu e comentou Maquiavel, tinha fortes aspirações de
escritor. Entre nós, D. Pedro II parecia amar mais a
literatura do que o poder imperial: protegeu escritores ao
longo de seu reinado. Poeta, Manuel Bandeira confessava
ter preferido ser músico, e Carlos Drummond de Andrade
formou-se em Farmácia sem jamais exercer o ofício,
trabalhando como funcionário público e jornalista: seus
estudos farmacêuticos renderam-lhe tão-somente uma
referência aos álcoois, num de seus poemas. Na prosa,
Graciliano Ramos era um escritor tão vocacionado que até
seus relatórios administrativos de prefeito tornaram-se
documentos de valor literário.
Décadas atrás, um jovem ingressante do ensino médio,
então chamado “curso colegial”, decidia-se já pelas
humanidades (o “Clássico”), pelas exatas (o “Científico”) ou
pela pedagogia (o “Normal”). No atual sistema de seleção
do vestibular, pretende-se quase sempre que o aluno tenha
noções básicas de todas as disciplinas. De Pitágoras e
Sócrates a Darwin e a Einstein, dos tempos homéricos à
fissão nuclear, o vestibulando de hoje enfrentará uma
espécie de radiografia fundamental do saber e da história
dos homens de todas as épocas.
A modernidade trouxe consigo uma multiplicação
extraordinária de profissões e ocupações possíveis.
Somente na área da Informática, o jovem tem diante de si
desde a programação de softwares e hardwares até a
criação de blogs, da publicidade digital à manifestação
política nas redes sociais. A parafernália eletrônica continua
em expansão: quem saberá dizer quais próximos passos
determinarão quais novas especialidades?
O que não se pode esquecer é que o atendimento a uma
vocação − seja ela qual for − é praticamente uma garantia
de realização pessoal. Descontadas as condições indignas
em que um trabalho se dê − caso da escravatura, da
exploração de mão de obra barata, das atividades
insalubres etc. − toda atividade pode ser intrinsecamente
gratificante. Há o pequeno lavrador que ama a terra, o
funcionário que esbanja sociabilidade em sua função, o
motorista zeloso e amigo dos passageiros. Se o executivo
se embebeda em casa para esquecer a ambição que o faz
infeliz no escritório, estará ele atendendo a alguma
vocação? E o palhaço do circo pobre, lutando contra todas
as dificuldades, não pode refletir em si mesmo a alegria que
distribui?
Vocare, chamar, chamamento: somos capazes de ouvir
bem essa voz supostamente instalada dentro de nós?
Concorrendo com ela, ou contra ela, há as vozes poderosas
do “mercado”, essa entidade que acaba por reger tantas
vidas. Em vez da vocação, a “boa oportunidade”, o “melhor
ganho”: traça-se uma linha reta entre os pretendentes e
algum pote de dinheiro, e começa a corrida. Entre o químico
promissor e o laboratório surge a corrida da Bolsa; entre o
provável grande biólogo e os estudos genéticos de ponta
arma-se a promessa do dinheiro fácil das vendas; entre o
jovem violoncelista e as sonatas clássicas surge um cargo
burocrático insosso mas estável. E é de se perguntar: e os
políticos, quantos estarão cumprindo de fato a vocação
original de cuidar bem da polis, ou seja, dos interesses
públicos?
As vocações bem atendidas são mais que simples
realizações pessoais: são as células saudáveis que
constituem da melhor forma o melhor tecido social.
(Adalberto Cruz e Silva, inédito)

REDAÇÃO

INSTRUÇÕES GERAIS
I. Dos cuidados gerais a serem tomados pelos candidatos:
1. Leia atentamente as propostas, escolhendo uma das três para sua prova de Redação.
2. Escreva, na primeira linha do formulário de redação, o número da proposta escolhida. A colocação de um título é optativa, a não ser quando expressamente solicitada.
3. Redija seu texto a tinta (em preto).
4. Apresente o texto redigido com letra legível (cursiva ou de forma), em padrão estético conveniente (margens, paragrafação etc.).
5. Não coloque o seu nome na folha de redação.
6. Tenha como padrão básico o mínimo de 30 (trinta) linhas.

II. Da elaboração da redação:
1. Atenda, com cuidado, em todos os seus aspectos, à proposta escolhida. Às redações que não atenderem à proposta (adequação ao tema e ao tipo de composição) será atribuída nota zero.
2. Empregue nível de linguagem apropriado à sua escolha.
3. Estruture seu texto utilizando recursos gramaticais e vocabulário adequados. Lembre-se de que o uso correto de pronomes e de conjunções mantém a coesão textual.
4. Seja claro e coerente na exposição de suas idéias.

III. Das propostas:

PROPOSTA I − DISSERTAÇÃO

Cresceu em todo o Brasil, nos últimos anos, a demanda por médicos generalistas, que centralizam os cuidados com o paciente, supervisionam as medicações e indicam especialistas quando necessário.
Segundo reportagem publicada nesta Folha, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade estima que, dos cerca de 5.000 profissionais ligados à entidade, 10% trabalhem em consultórios particulares − até há pouco atuavam apenas na rede pública.
O movimento não se limita a especialistas em saúde da família. A função de médico primário também pode ser desempenhada por clínicos gerais e profissionais de áreas mais abrangentes, como cardiologia, endocrinologia e geriatria.
A redescoberta do velho médico de família ilustra algumas das contradições da medicina moderna. Numa descrição caricatural, a oposição se dá entre o atendimento personalizado, proporcionado pelo generalista, e o massificado, no qual são vistos órgãos e moléstias, mas não o doente como um todo.
Embora uma combinação de romantismo e saudosismo faça a primeira opção soar mais atrativa, a verdade é que as duas abordagens são necessárias e não excludentes.
As estatísticas, onde elas existem, atestam que profissionais e centros hiperespecializados, que realizam procedimentos em escala industrial, têm resultados muito superiores aos de médicos e hospitais que não lidam tão frequentemente com o problema. Padronização e experiência levam a menores taxas de erros e complicações.
Dessa constatação empírica não decorre que o generalista deva ser mera porta de entrada que leva ao especialista. Não só porque a esmagadora maioria dos problemas podem ser resolvidos com intervenções simples, mas também porque é importante − e em alguns casos fundamental − que um único profissional esteja à frente do processo.
Conhecendo bem o paciente e tendo com ele uma relação de confiança, o "médico personalizado" encoraja a adesão ao tratamento, sobretudo quando implica mudanças no estilo de vida ou o uso contínuo de remédios. Facilita, também, a adoção de medidas preventivas.
Com a centralização, além disso, evita-se que sejam prescritas ao mesmo paciente drogas que, tomadas em conjunto, provocam interações indesejáveis ou fatais.
A procura por generalistas revela o quanto o sistema de saúde precisa ser mais racional, tanto na rede privada como na pública. Combinados, o profissional próximo ao paciente e os especialistas tendem a proporcionar cuidados mais eficazes e economia de recursos.

(Folha de S. Paulo, 29/01/2015)

PROPOSTA II − DISSERTAÇÃO

Leia atentamente os textos abaixo.

Texto I

As redes sociais, frequentadas por milhões de usuários da internet, trazem consigo a vantagem de democratizar as informações e as opiniões. Sendo imediatas as respostas, promove-se um amplo debate acerca de questões importantes, incluindo-se aí a política nacional. Não há como desprezar uma tal oportunidade de debate e de crítica.

Texto II

Ainda que possam ser úteis em vários aspectos, como na ampla divulgação de informações atualizadas, as redes sociais promovem debates políticos insuflados por ódios e ressentimentos. Nesse ambiente, não há como promover uma polêmica saudável, conduzida por uma argumentação equilibrada e racional: predominam o destempero e a violência verbal.

Com base no que afirmam ambos os textos, redija uma dissertação, na qual você se posicionará diante das opiniões antagônicas neles representadas.

PROPOSTA III − NARRAÇÃO

Leia atentamente o texto seguinte:

Em meio a uma sessão de cinema, a projeção do filme é interrompida e as luzes de emergência se acendem, com a falta de energia. Um grupo de espectadores passa a comentar o filme a que estão assistindo, enquanto aguardam a retomada da projeção. Os gostos se dividem, cada um tem uma opinião sobre o filme, e passam a prever o possível final da história.

Escreva uma narração partindo da situação apresentada acima, caracterizando os espectadores envolvidos. Utilize um narrador posicionado como alguém que apenas observa o debate com muito interesse. Se achar conveniente, recorra a diálogos. 

PUC-Campinas 2015 - inverno

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