Instruções: Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões da prova.

Acompanhando o circo

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Quando se fala em circo, hoje em dia, pode-se
pensar tanto no sofisticado Cirque du Soleil, em que se
mesclam habilidades pessoais com efeitos de
digitalização, como no heroico cirquinho que perambula
pelo interior do país, com sua lona furada e o elenco
reduzido a uma única família. Do salto mortal na praça
pública às acrobacias com direito a efeitos de raio laser,
muita história correu.
Antes de haver o circo tal como o conhecemos −
espaço que congrega artistas e números variados − já
havia acrobatas, contorcionistas, equilibristas. Há
registros em pintura dessas práticas artísticas desde a
China de cinco mil anos atrás. Muitas delas eram
exercícios de guerreiros; com o tempo, passaram a se
sofisticar e a ganhar beleza e harmonia em exibições
públicas. Nas pirâmides do Egito existem pinturas de
malabaristas; na Índia, números de contorção e saltos
fazem parte de milenares espetáculos sagrados. Entre
os gregos, os sátiros faziam o povo rir, atualizando a
linhagem dos palhaços. No Império Romano, teve
grande fama o Circus Maximus, com capacidade para
150.000 pessoas. Suas atrações principais: corridas de
carruagens, lutas de gladiadores, engolidores de fogo,
apresentação de animais ferozes. Destruído por um
grande incêndio, deu lugar ao Coliseu, cujas ruínas
seguem sendo a grande atração na Roma dos turistas.
No início da era medieval, com o fim do império dos
Césares, artistas populares passaram a improvisar apresentações
em praças públicas, feiras e largos de igreja:
nasciam assim as famílias dos saltimbancos, que
viajavam de cidade em cidade para apresentar números
cômicos, pirofagia, dança e teatro. É a origem do circo
moderno, que só em 1768, na Inglaterra, tomou a forma
que hoje todos reconhecemos. Inicialmente a atração
central eram números equestres, que passaram a se
alternar com o desempenho dos palhaços, dos
acrobatas, dos malabaristas, dos trapezistas. Monteiro
Lobato, em sua literatura infantil, ainda se refere,
genericamente, a “circo de cavalinhos”. O sucesso do
modelo inglês foi tão grande que essa forma de circo se
espalhou pelos quatro cantos do planeta.
O circo brasileiro tropicalizou algumas atrações: o
palhaço brasileiro fala muito, ao contrário do europeu,
que é sobretudo um mímico. Além disso, é malicioso,
cultiva um humor picante e valoriza a malandragem
(esta já foi apontada como característica nacional em
mais de uma obra literária). Se os europeus apreciam a
habilidade dos artistas, os brasileiros sentem-se atraídos
pelos números mais perigosos.
Ao longo de sua história, o circo foi incorporando
influências e recursos de outras artes. A dança, o teatro,
as técnicas do cinema e da TV, a digitalização, tudo
passa a constituir atração num espetáculo cuja tônica é
sempre a variedade. Boa parte da magia dos circos está
na exploração dos limites humanos da força muscular,
da destreza dos membros, do equilíbrio: o risco do
fracasso iminente é o tempero da exibição. Os mágicos
valem-se da ilusão de ótica ou de algum expediente da
química para estimular a fantasia do público. Os trapezistas
desenham no alto uma coreografia geométrica e
harmônica, provocando sustos e admiração. Muito
estimados pelo público, os números com animais são
fascinantes, mas há quem lembre o sacrifício que
representam para um leão, para um elefante ou para um
cachorrinho as incontáveis horas de adestramento − a
que não faltam a coerção e o castigo físico, entremeados
com as “recompensas” de um torrão de açúcar
ou um bolinho de carne.
Os modernistas da semana de 22, entre eles Mário
de Andrade, estimavam o caminho popular e a
descontração das artes circenses. O poeta Jorge de
Lima escreveu um belo poema − “O grande circo
místico” −, no qual Edu Lobo e Chico Buarque se
basearam para compor a peça musical que tanto
sucesso fez. É que o circo dá ensejo ao
estabelecimento de um sem-número de tipos e
personagens: a lírica bailarina, o gigante feroz, o
administrador prepotente... Luzes, cores e músicas
entram para sublinhar a força de cada número: o
canhão de luz projeta-se no tríplice salto mortal nos
trapézios, o repicar da percussão anuncia um momento
culminante, os metais desafinados da bandinha acompanham
as estripulias dos palhaços. Ou, no caso de um
Cirque du Soleil, uma valsa de Strauss pode ser
dançada por um casal suspenso no ar. É provável que a
concorrência do cinema tenha obrigado as artes
circenses a se inspirarem em Hollywood: há uma
famosa cena de um filme de Fred Astaire em que esse
grande bailarino dança nas paredes e no teto de uma
sala.
No fundo de tudo isso, há o nosso fascínio pela
força do imprevisível e pelas habilidades excepcionais.
Para além do cotidiano, onde tudo parece estar em seu
lugar, seduz-nos o talento excepcional, o que ocorre,
aliás, com todas as artes. Os coelhos e os pombos que
saem da cartola são de verdade, mas fazem parte de
um truque. A água que se transforma em flores não é
um fenômeno da química, certamente, embora o seja a
combustão fosfórica do que parecia ser uma espada de
ouro. A graça está em desafiar a lei da gravidade,
subverter a fisiologia humana, questionar os limites da
física. Ou, nos pequenos dramas e comédias que os
circos populares costumavam encenar, misturar o riso e
a paixão, satirizar o trágico, bombardear o poderoso,
ridicularizar o ditador (quem não se lembra, no cinema,
de Chaplin circense encarnando um Hitler que fica
chutando a bola de um globo terrestre?). Parece que os
pequenos circos interioranos, enfrentando sem recursos
a concorrência das mídias eletrônicas que nos prendem
aos monitores, estão com os dias contados. Representam
esses sobreviventes a resistência heroica dos
que ainda acreditam que as pessoas de carne e osso,
em cena, exibindo suas habilidades num ato de
presença, são em si mesmas uma atração essencial.
(Salvador Correia, inédito)

REDAÇÃO

INSTRUÇÕES GERAIS
I. Dos cuidados gerais a serem tomados pelos candidatos:
1. Leia atentamente as propostas, escolhendo uma das três para sua prova de Redação.
2. Escreva, na primeira linha do formulário de redação, o número da proposta escolhida. A colocação de um título é optativa, a não ser quando expressamente solicitada.
3. Redija seu texto a tinta (em preto).
4. Apresente o texto redigido com letra legível (cursiva ou de forma), em padrão estético conveniente (margens, paragrafação etc.).
5. Não coloque o seu nome na folha de redação.
6. Tenha como padrão básico o mínimo de 30 (trinta) linhas.

II. Da elaboração da redação:
1. Atenda, com cuidado, em todos os seus aspectos, à proposta escolhida. Às redações que não atenderem à proposta (adequação ao tema e ao tipo de composição) será atribuída nota zero.
2. Empregue nível de linguagem apropriado à sua escolha.
3. Estruture seu texto utilizando recursos gramaticais e vocabulário adequados. Lembre-se de que o uso correto de pronomes e de conjunções mantém a coesão textual.
4. Seja claro e coerente na exposição de suas idéias.

III. Das propostas:

PROPOSTA I − DISSERTAÇÃO

Leia o editorial abaixo procurando apreender o tema que nele está desenvolvido. Em seguida, elabore uma dissertação em que você exponha, de modo claro e consistente, suas idéias acerca desse tema.

Não é de hoje que se aventa a ideia de destinar às mulheres um espaço segregado no transporte público como forma de protegê-las dos lamentáveis episódios de assédio sexual. Tampouco são novos, contudo, o fracasso e as limitações desse tipo de política.
Ainda no início do século 20, algumas cidades do Japão estabeleceram, em seus sistemas de trens, vagões reservados ou exclusivos. Até hoje, porém, registram-se milhares de casos de violência sexual no transporte público do país.
Experiências mais recentes em outros lugares do mundo também ficaram aquém do desejado. A socióloga Amy Dunckel- Graglia acompanha a Cidade do México desde o começo dos anos 2000.
Naquele momento, as autoridades reconheceram que, por causa do perigo a que estavam expostas − um problema em si −, as mulheres sofriam restrições em seu direito de participar da vida urbana.
Na tentativa de melhorar esse cenário, instituiu-se o transporte segregado inclusive em ônibus e táxis. A violência de gênero, no entanto, permaneceu. Em 2008, uma pesquisa constatou que 80% das mulheres tinham sofrido algum tipo de abuso sexual no transporte público nos 12 meses anteriores.
Até mesmo São Paulo, onde a Assembleia Legislativa recentemente aprovou projeto que obriga o metrô e a CPTM a terem vagões exclusivos para mulheres, já teve experiência similar nos anos 1990.
Depois de receber um abaixo-assinado, a CPTM aderiu ao transporte segregado. Não foi só a violação ao princípio constitucional da igualdade de gêneros que levou ao fracasso da iniciativa. Também se impôs a realidade: num sistema sobrecarregado, é operacionalmente problemático restringir vagões a um grupo de pessoas.
A situação tornou-se mais grave com o passar dos anos. O transporte público paulistano sobre trilhos hoje opera no limite de sua capacidade − e já são muitas as dificuldades para garantir a idosos, gestantes e deficientes o embarque prioritário nos horários de pico.
Seria melhor, portanto, buscar outro modelo. Na própria Cidade do México e em Londres, têm gerado bons resultados projetos destinados a deixar as mulheres mais confortáveis quando precisarem reportar casos de violência sexual.
Treinamento de policiais para lidar com esse tipo de denúncia, unidades de atendimento nas estações e campanhas que reforçam o direito de viajar sem assédio colaboram para reduzir a quantidade de agressões e aumentar a notificação dos crimes. Ampliar o monitoramento por câmeras também ajudaria a inibir certos abusos.
Aos olhos do governo, talvez os vagões rosas tenham uma vantagem: sua implantação é mais simples. A sociedade, entretanto, não pode aceitar meros paliativos.

(Folha de S.Paulo. 12/07/2014)

PROPOSTA II − DISSERTAÇÃO

Leia detidamente os dois textos seguintes:

I. O planejamento urbano, sobretudo nos grandes centros, deve incentivar a desaceleração do transporte pessoal, criando todas as condições para o aperfeiçoamento e aprimoramento do sistema de transporte coletivo. O automóvel, aspiração de tantos, em pouco tempo deixará − felizmente − de condicionar as edificações urbanas.

II. Desde que se adotou o uso do transporte pessoal como referência para o planejamento urbano, a necessidade urgente dos grandes centros é a criação de sistemas de engenharia viária que garantam ao cidadão o direito de transportar-se em veículo próprio, sendo o transporte público uma opção pessoal.

A partir do que dizem os textos I e II, que apresentam diferentes visões de uma mesma questão, escreva uma dissertação em prosa, na qual você escolherá a visão que lhe parece mais acertada e argumentará em favor dela.

PROPOSTA III − NARRAÇÃO

Leia com atenção o texto seguinte:

Suponha que, em determinada época, o divertimento da moda entre jovens era, em grupo, se aventurarem em passeio noturno num cemitério. Numa ocasião dessas, algo absolutamente inesperado ocorreu, motivando muita curiosidade sobre o episódio e suas consequências.

Redija uma redação em que você relate essa noite surpreendente, caracterizando tanto o fato imprevisível, como suas consequências, que podem ter atingido um ou mais dos jovens, ou até o lugarejo ou a cidade em que o episódio ocorreu. Narre em primeira pessoa, como participante do grupo, escolhendo ser ou não o protagonista. Seja criativo ao decidir o motivo pelo qual você teve de fazer o relato.

PUC-Campinas 2015 - verão

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