Instruções: Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões da prova.

O que move a humanidade

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Existem muitas teorias sobre o que fez o Homem
dominar o planeta e construir civilizações enquanto o
joão-de-barro, por exemplo, só consegue construir con-
jugados. Dizem que o cavalo é mais bonito do que o
Homem e a barata é mais resistente, mas não há noticia
de uma fuga a três vozes composta por um cavalo ou
uma liga de aço inventada por uma barata. Tudo se
deveria ao fato de uma linhagem particular de macacos
ter desenvolvido o dedão opositor, com o qual conse-
guiu descascar uma banana e segurar um tacape, as
condições primordiais para dominar o mundo. A vaida-
de, outra característica exclusivamente humana (o pa-
vão também é vaidoso, mas não gasta uma fortuna com
as penas dos outros para fazer sua cauda), também
teria contribuído para que o Homem prevalecesse, pois
de nada lhe adiantariam suas façanhas com o polegar
se não pudesse contar depois. Daí nasceu a linguagem,
e com ela a mentira, e o Homem estava feito.
Mas eu acho que a verdadeira força motriz do
desenvolvimento humano, a razão da superioridade e do
sucesso do Homem, foi a preguiça.
Com a possível exceção da própria preguiça,
nenhum outro animal é tão preguiçoso quanto o Ho-
mem. O desenvolvimento do dedão opositor nasceu da
preguiça de combinar dentes e garras para comer e
ainda ter que limpar os farelos do peito depois. A
linguagem é fruto da preguiça de roncar, grunhir, pular e
bater no peito para se comunicar com os outros e,
mesmo, ninguém aguentava mais mímica. A técnica é
fruto da preguiça. O que são o estilingue, a flecha e a
lança senão maneiras de não precisar ir lá e esgoelar a
caça ou semelhante com as mãos, arriscando-se a levar
a pior e perder a viagem? O que estaria pensando o
inventor da roda senão no eventual desenvolvimento da
charrete, que, atrelada a um animal menos preguiçoso
do que ele, o levaria a toda parte, sem que ele
precisasse correr ou caminhar?
Dizem que a agressividade e o gosto pela guerra
determinaram o avanço científico da humanidade, e se é
verdade que a maioria das invenções modernas nasceu
da necessidade militar, também é verdade que o objeti-
vo de cada nova arma era o de diminuir o esforço ne-
cessário para matar os outros. O produto supremo da
ciência militar, o foguete intercontinental com ogivas
nucleares múltiplas, é uma obra-prima da preguiça apli-
cada: apertando-se um único botão se matam milhões
de outros sem sair da poltrona. Uma combinação per-
feita do instinto assassino e do comodismo. A apoteose
do dedão.
Toda a história das telecomunicações, desde os
tambores tribais e seus códigos primitivos até os sinais
de TV e a internet, se deve ao desejo humano de enviar
a mensagem em vez de ir entregá-la pessoalmente ou
mandar um guri resmungão. A fome de riqueza e poder
do Homem não passa da vontade de poder mandar os
outros fazerem o que ele tem preguiça de fazer, seja
trazer os seus chinelos ou construir as suas pirâmides.
A química moderna é a filha da alquimia, que era a
tentativa de ter ouro sem ter que procurá-lo, ou trabalhar
para merecê-lo. A física e a filosofia são produtos da
contemplação, que é um subproduto da indolência e
uma alternativa para a sesta. A grande arte também se
deve à preguiça. Não por acaso, o que é considerado a
maior realização da melhor época da arte ocidental, o
teto da Capela Sistina, foi feita pelo Micheiangelo
deitado. Proust escreveu Em busca do tempo perdido
deitado. Vá lá, recostado. As duas maiores invenções
contemporâneas, depois do antibiótico e do microchip,
que são a escada rolante e o manobrista, devem sua
existência à preguiça. E não vamos nem falar no con-
trole remoto.
(Luis Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)

REDAÇÃO

INSTRUÇÕES GERAIS
I. Dos cuidados gerais a serem tomados pelos candidatos:
1. Leia atentamente as propostas, escolhendo uma das três para sua prova de Redação.
2. Escreva, na primeira linha do formulário de redação, o número da proposta escolhida. A colocação de um título é optativa, a não ser quando expressamente solicitada.
3. Redija seu texto a tinta (em preto).
4. Apresente o texto redigido com letra legível (cursiva ou de forma), em padrão estético conveniente (margens, paragrafação etc.).
5. Não coloque o seu nome na folha de redação.
6. Tenha como padrão básico o mínimo de 30 (trinta) linhas.

II. Da elaboração da redação:
1. Atenda, com cuidado, em todos os seus aspectos, à proposta escolhida. Às redações que não atenderem à proposta (adequação ao tema e ao tipo de composição) será atribuída nota zero.
2. Empregue nível de linguagem apropriado à sua escolha.
3. Estruture seu texto utilizando recursos gramaticais e vocabulário adequados. Lembre-se de que o uso correto de pronomes e de conjunções mantém a coesão textual.
4. Seja claro e coerente na exposição de suas idéias.

III. Das propostas:

PROPOSTA I − DISSERTAÇÃO

Leia o editorial abaixo procurando apreender o tema que nele está desenvolvido. Em seguida, elabore uma dissertação em que você exponha, de modo claro e consistente, suas idéias acerca desse tema.

Pesquisadores anunciaram que a cópia da Mona Lisa encontrada no Museu do Prado é quase tão autêntica quanto o original. Isso dá o que pensar. O que torna a Gioconda o quadro mais célebre do mundo? E a resposta, que relutamos em aceitar, é: sua
celebridade.
Não há dúvida de que Da Vinci era bom e Mona Lisa é uma grande pintura. Mas, tecnicamente, ela está no mesmo nível de outros trabalhos do polímata toscano e de outros grandes mestres. Por que ela, e não La Fornarina, de Rafael, por exemplo, se tornou o ícone da arte pictórica?
A rigor, até meados do século 19, Da Vinci não era páreo para Ticiano, Rafael, e a Mona Lisa era um quadro relativamente obscuro. Sua fortuna começa a mudar depois que foi roubada do Louvre por um italiano em 1911. Acabou sendo devolvida, já como celebridade. Sofreria dois outros "atentados" e se tornaria objeto de paródia de autores pop como Duchamp, Dali e Warhol. Hoje, o Louvre estima que 80% de seus visitantes vão ao museu primariamente para ver a Gioconda, segurada em US$ 700 milhões.
A tese do físico Duncan Watts é que o sucesso é circular, a fama do quadro advém de sua fama, que foi precipitada por eventos aleatórios.
O interessante é que Watts tem um experimento para corroborar sua teoria. Ele recrutou 14 mil voluntários que deveriam escutar, avaliar e baixar 48 músicas inéditas de bandas desconhecidas. Os recrutas foram divididos em oito "mundos" incomunicáveis, onde podiam conferira popularidade da canção pelo número de downloads naquele mundo.
Cada mundo evoluiu de modo independente. O que mais pesou foi a fama. A qualidade importou, mas pouco. Músicas muito bem avaliadas nunca foram um desastre, mas, com as canções médias, tudo podia acontecer. Elas podiam estourar ou ser esquecidas. Quem mandava era o caos.
Isso deveria bastar para relativizar as explicações usuais para coisas como sucesso, fracasso e o próprio gênio.

(Folha de S. Paulo, A2 opinião, domingo, 5 de fevereiro de 2012)

PROPOSTA II -DISSERTAÇÃO 

Leia detidamente o seguinte texto, extraído de uma crônica de Luis Fernando Veríssimo:

O "politicamente correto" tem seus exageros, como chamar baixinho de "verticalmente prejudicado", mas no fundo vem de uma louvável preocupação em não ofender os diferentes. É muito mais gentil chamar estrabismo de "idiossincrasia óptica" do que de vesguice. O linguajar brasileiro éstá cheio de expressões racistas e preconceituosas que precisam de uma correção, e até as várias denominações para bêbado (pinguço, bebum, pé-de-cana) poderiam ser substituídas por algo como "contumaz etílico", para lhe poupar os sentimentos.

Com o bom humor que o caracteriza, Veríssimo aborda uma questão delicada e polêmica: a preocupação que se deve ou não ter com o "politicamente correto" no uso da linguagem.

Que pensa você a respeito dessa questão? Escreva uma dissertação, na qual você se posicione com clareza, valendo-se de argumentos e exemplos que sustentem sua posição.

PROPOSTA III - NARRAÇÃO

Atente para o seguinte parágrafo, com o qual se inicia uma narração:

Naquela tarde, eu e meus amigos conversávamos na frente de casa quando encostou um grande caminhão de mudanças junto ao prédio vizinho. Com o barulho, minha mãe apareceu na janela, curiosa, e ficamos esperando que abrissem a carroceria para descarregar a mudança. Desceram o motorista e dois ajudantes. Aberta a porta, ficamos perplexos com o que havia dentro do cami¬nhão, e que nada se parecia com móveis ou utensílios domésticos.

Prossiga essa narrativa, explorando o mesmo narrador e as personagens indicadas. Desenvolva sua história de modo a fazer o leitor interessar-se por ela. Busque um final adequado.

PUC-Campinas 2012 - inverno

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