Instruções: Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões da prova.

Entre filmes e histórias

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A invenção do cinema, a partir dos procedimentos
físicos e químicos que tornaram possíveis a filmagem e
a projeção das “fitas”, trouxe consigo um novo universo
simbólico, uma nova arte. E os homens passaram a ver
na tela sua História e suas histórias, reconstituídas e
inventadas. Filmes de todos os gêneros, do documentário
à ficção científica, da comédia ao drama, da
tragédia ao musical, passaram a integrar nosso cotidiano,
tornar-se parte da nossa cultura. Vistos com desconfiança
pelos críticos da indústria cultural, os filmes
falam de tudo: não haverá um único tema de relevância
histórica que já não tenha sido abordado pelo cinema.
Da subida de Moisés à montanha às paixões de
Cleópatra, do Nilo à travessia do mar, revelando inscrições
em pedra ou mensagens em papiros, os clássicos
históricos focalizaram muitas civilizações antigas. Na
Grécia, o desfiladeiro das Termópilas foi o cenário sangrento
dos “Trezentos de Esparta” combatendo os persas
até à morte. “Ben Hur”, “O manto sagrado” e tantos
mais tinham Cristo como coadjuvante ou protagonista.
Kirk Douglas está glorioso como Espártaco, o insurreto
escravo-general e mártir.
Cenários grandiosos, também, e igualmente palcos
de batalhas, são os canyons americanos, as grandes
planícies, as formações rochosas ou os desertos
com os grandes cactos, onde colonos e índios, soldados
e malfeitores cruzaram armas. Claro que a pólvora,
municiando revólveres, canhões e bananas de dinamite
levava enorme vantagem sobre flechas, lanças e machadinhas.
Nesses filmes de horizonte ampliado, a tela
grande ganhava especial relevância, ajudava a criar a
ilusão dos espaços gigantescos que se abriam diante do
espectador comendo pipoca. E a Idade Média, quantos
filmes já terá rendido? Rotulados como “de capa e
espada”, eles vão de Carlos Magno à Inquisição, retratam
os castelos com pontes levadiças, os domínios
feudais e os pequenos burgos, as fortificações e as batalhas,
com as temíveis catapultas e os banhos de óleo
fervente. No papel de galã e espadachim, Errol Flynn
era imbatível: apagava uma vela no fio da espada.
Também não faltam os cenários sombrios: em “O nome
da rosa”, as escadas em labirinto, as bibliotecas lúgubres,
os livros envenenados e as mortes misteriosas
falam mais do terror que da religião. Muito depois da
época medieval, edificações majestosas, como a Catedral
de Notre Dame, continuam a ser cenário, por
exemplo, para um impossível romance entre o virtuoso e
corcunda e a bela cigana Esmeralda. Num filme recente,
Woody Allen valeu-se dos diversos tempos e espaços
de Paris para falar tanto da Belle Époque como dos
anos de 1920, do pintor Toulouse Lautrec, com suas
telas de tanta cor e luz, e da impetuosa ficção de
Hemingway, cujo romance “O velho e o mar” teve belíssima
adaptação para o cinema.
Essa possibilidade de transportar o espectador
para onde quiser, para o tempo que quiser, dota o cinema
dos poderes de uma espécie de máquina do tempo.
Em “2001: uma odisseia no espaço”, num átimo saltamos
dos primatas, quando descobrem a transferência
da força do braço e o controle do fogo, aos viajantes
interplanetários e à cibernética. A criatura monstruosa
criada pelo Dr. Frankenstein, o super-homem e o gigantesco
King são aberrações fascinantes, entre assustadoras
e românticas, que ganham vulto nas telas. Afinal,
a ficção permite brincar com as leis da física, assustar
os biólogos, promover reações fantásticas nos laboratórios.
O tempo tanto é marcado pela ampulheta como
pelo relógio digital; um parque moderníssimo, controlado
por computadores, abriga dinossauros chocando
ovos. Não há matéria de sonho que não ganhe um roteiro
e um investimento milionário. Hollywood tornou-se,
não há dúvida, o centro das mais fantásticas viagens
humanas.
Mas nem tudo é história monumental: há as intrigas
em famílias, os desajustes amorosos, os dramas
íntimos. O grande Hitchcock, em “Janela indiscreta”,
valeu-se da câmera fotográfica como metáfora do
curiosíssimo olhar humano, espreitando a vida dos
vizinhos, e também como arma, que dispara flashes e
enceguece momentaneamente o vilão míope. E há também
quem se valha da nossa ingenuidade ou distração
para simular uma situação falsa: a do repórter perdido
numa geleira, ou num pântano, ou num deserto, falando
do perigo de morrer ali, sozinho, enquanto a equipe de
produção filma seu desespero de abandonado.
Creio que o Brasil já ganhou registros de seus
ciclos econômicos, de sua diversidade geográfica, de
seus estratos sociais. Pode-se ir dos coronéis do cacau,
de “Gabriela”, aos engenhos de açúcar da Paraíba, da
caatinga de “Vidas secas” à Salvador de “Dona Flor e
seus dois maridos”, das coxilhas gaúchas de “O tempo e
o vento” às praias cariocas de “Todos os homens do
mundo”, do palácio do Catete de Getúlio Vargas à
Brasília de Juscelino. Em “Central do Brasil”, a trama
desenrola um fio que vai da enorme estação de trem à
vilazinha nordestina, documentando festas religiosas,
procissões, hábitos interioranos. A violência urbana tem
alimentado produções recentes, fatalmente polêmicas,
como em “Tropa de elite”.
O cinema amplia o nosso olhar, instalando-o nas
mais diversas perspectivas, e serve-nos também de
espelho, onde podemos nos reconhecer melhor. É uma
extraordinária combinação de fotografia, dramaturgia,
literatura, música, artes plásticas, tudo submetido à
animação e a critérios de edição, com os quais o filme
ganha identidade e assinatura. É a possibilidade de o
homem se ver e se contar em imagens e de maneiras
quase infinitas.
(Simão Tolentino, inédito)

REDAÇÃO

INSTRUÇÕES GERAIS
I. Dos cuidados gerais a serem tomados pelos candidatos:
1. Leia atentamente as propostas, escolhendo uma das três para sua prova de Redação.
2. Escreva, na primeira linha do formulário de redação, o número da proposta escolhida. A colocação de um título é optativa, a não ser quando expressamente solicitada.
3. Redija seu texto a tinta (em preto).
4. Apresente o texto redigido com letra legível (cursiva ou de forma), em padrão estético conveniente (margens, paragrafação etc.).
5. Não coloque o seu nome na folha de redação.
6. Tenha como padrão básico o mínimo de 30 (trinta) linhas.

II. Da elaboração da redação:
1. Atenda, com cuidado, em todos os seus aspectos, à proposta escolhida. Às redações que não atenderem à proposta (adequação ao tema e ao tipo de composição) será atribuída nota zero.
2. Empregue nível de linguagem apropriado à sua escolha.
3. Estruture seu texto utilizando recursos gramaticais e vocabulário adequados. Lembre-se de que o uso correto de pronomes e de conjunções mantém a coesão textual.
4. Seja claro e coerente na exposição de suas idéias.

III. Das propostas:

PROPOSTA I − DISSERTAÇÃO

Leia o editorial abaixo procurando apreender o tema que nele está desenvolvido. Em seguida, elabore uma dissertação em que você exponha, de modo claro e consistente, suas idéias acerca desse tema.

Às voltas com grave crise econômica, a Espanha trouxe ao noticiário do final de ano um exemplo de manifestação bemhumorada, mas nem por isso menos expressiva.
Uma associação de mães de uma comunidade com cerca de 3.000 habitantes na região de Valência decidiu publicar um calendário para 2013 trazendo imagens delas mesmas em atitudes provocantes.
Tratava-se de chamar a atenção para o corte nos serviços de transporte escolar na localidade.
Sem recursos para providenciar ônibus particulares que evitassem a longa caminhada dos filhos pela tortuosa paisagem rural, as mães valencianas acrescentaram mensagens de protesto ao comedido apelo erótico das suas fotografias. Esperam, assim, arrecadar fundos para o custeio de algo que o governo antes oferecia gratuitamente.
A iniciativa poderia passar como um ato isolado, não estivesse, entre os fatos marcantes de 2012, a grande visibilidade obtida pelas mulheres do movimento Femen. Iniciado na Ucrânia em 2008, o método de acompanhar protestos variados com cenas de nudez ganhou o mundo e foi adotado no Brasil em diferentes ocasiões.
Ativistas já se manifestaram no Rio de Janeiro contra o turismo sexual e surgiram num desfile de Sete de Setembro em Brasília com dizeres genéricos contra o machismo.
Mais importante, sem dúvida, foi a atitude de uma jovem egípcia que se despiu em Estocolmo, ao lado de outras militantes do Femen, num protesto contra a inspiração fundamentalista presente na nova Constituição de seu país.
Midiáticas? Com certeza. Não fosse a audácia de seus métodos, contudo, dificilmente colocariam em pauta com a mesma ênfase os abusos cometidos, não só contra mulheres, pelo governo ditatorial de Alexander Lukashenko, de Belarus − para ficar num exemplo.
Num mundo que não se cansa de usar o corpo feminino como atrativo para o consumo, as mulheres do Femen e as mães de Valência tentam inverter o jogo: o objeto de fantasias se torna assim um instrumento de mobilização.
É que as imagens da miséria e da infelicidade hoje parecem incapazes de despertar consciências para os problemas da sociedade global. A exibição do corpo, tão banalizada em outros contextos, aparece como recurso para o ativismo.
Em vez da violência, comum nos movimentos de revolta, surge o sexo. Resta saber quais suas chances na trivialização dos tempos.

(Folha de S.Paulo, A2 opinião, segunda-feira, 7 de janeiro de 2013)

PROPOSTA II − DISSERTAÇÃO

Atente para o texto abaixo:

Jamais se fotografou tanto. A explosão de celulares com câmeras, além de outros dispositivos igualmente equipados, fez com que um novo hábito se alastrasse por toda a parte: fotografar tudo, a começar pelo próprio fotógrafo que dispara, feliz, contra seu rosto, para conferir a imagem no segundo seguinte. Instantâneas, as fotografias multiplicam-se, podem captar tudo o tempo todo.
Isso é bom ou é mau? Há controvérsias, há duas correntes de opinião. A primeira entende que essa nova tecnologia barateou ao extremo e democratizou a produção de fotos; todos somos fotógrafos, agora, e eventualmente artistas; tudo pode ser documentado, a qualquer momento, o que é ótimo. A segunda corrente acha, no entanto, que está ocorrendo uma banalização de imagens que todos veem mas ninguém guarda, que passamos a desviar nosso olhar das coisas mesmas que devem ser olhadas: em vez de contemplá-las, enquadramos, clicamos, conferimos e descartamos.

Considere as duas correntes de opinião expostas no segundo parágrafo do texto e redija uma dissertação em prosa, na qual você defenderá sua posição diante da controvérsia entre as duas correntes de opinião.

PROPOSTA III − NARRAÇÃO

Atente para a seguinte situação:

Na fila da padaria, o menino pediu ao balconista:
− Me vê aí oito pãozinho.
Uma senhora de óculos corrigiu o menino. Na fila estavam também, além de você, uma mocinha, um senhor de terno e um jovem todo tatuado, com a cabeça raspada.

Desenvolva a situação acima numa pequena narração, na qual você deverá dar voz às personagens presentes, mostrando suas reações e explorando as linguagens que julgar mais adequadas para elas. Busque criar um final imprevisível. 

PUC-Campinas 2013 - inverno

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