REDAÇÃO


Instrução: Leia atentamente os textos seguintes.

Crianças de Marajó se prostituem por hot dog


        No grupo há mais de dez meninas. Elas andam sozinhas, depois da meia-noite, pelas ruas vazias de Breves, a maior cidade da Ilha de Marajó, um arquipélago de 104 mil km2 no norte do Pará.
        Elas gritam e dão pulinhos, animadas pela festa logo ao lado, próxima à zona portuária, num galpão com mais de sete metros de pé-direito, todo feito de madeira – como boa parte das construções na cidade.
        Não parecem ter mais do que 15 anos. Mas, como é comum em Breves, vestem roupas de adultas: shorts que não chegam à metade das coxas, blusas minúsculas. Na festa, diz uma placa, menores não entram, mas ninguém pede seus RGs.
        Dentro, na semiescuridão, elas se mesclam às centenas de pessoas, a maioria delas mais velhas, atingidas pela potência de uma caixa de som do tamanho de uma parede, que toca os hits recentes do melody, uma variação do tecnobrega, música que mistura batidas eletrônicas com ritmos caribenhos.
        O repórter está próximo de duas meninas do grupo. Afirmam ter 17 anos e pedem uma cerveja. Pouco depois, sem constrangimento aparente, dizem de maneira seca que, se ele pagar a bebida, poderá escolher uma para sair dali.
        A prostituição de adolescentes e crianças na Ilha de Marajó foi formalmente denunciada ao governo federal em abril de 2006 pelo bispo local, mas a fiscalização, que aumentou, não brecou uma situação já enraizada.
        A reportagem passou cinco dias na região e viu que crianças e adolescentes se prostituem por dinheiro suficiente para se divertir à noite ou consumir artigos como roupas, celulares ou um simples hot dog.
        Em cidades com alguns dos piores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) do país, o dinheiro parece corromper mesmo quem, à primeira vista, não tem nada a ver com o negócio do sexo.
        Dependendo do valor, um taxista pode se tornar agenciador de adolescentes, e um vigilante de rua pode tentar arranjar um local para o encontro ocorrer.
        Não há exatamente prostíbulos em Breves ou em Portel, outra cidade visitada pela Folha. As meninas são “arranjadas” por terceiros ou estão pelas ruas, por vezes abordando o “cliente” em potencial, sempre como se pedissem dinheiro.
        Logo após a festa, quando voltava para o hotel, em cujas portas há o aviso de que é proibido entrar com menores, o repórter encontrou Maria (nome fictício) sentada numa calçada.
        Pelo rosto, ninguém diria que ela tinha os 17 anos que afirmou ter, e sim que mal havia completado 14. Imediatamente, pediu R$ 10. Com a recusa, pediu R$ 2. Para quê? “Queria ir até ali comprar um cachorro-quente”. Em troca, afirmou, aceitava fazer um programa. (...)

(João Carlos Magalhães. Folha de S.Paulo, 22.06.2009.)

 

Nativos da geração digital


O círculo de amizades de Lucas da Costa Moura, estudante paulistano de 17 anos, é formado por meio milhão de pessoas. Lucas coordena um fórum no Orkut que reúne 70 000 fãs da banda de rock Panic! At the Disco. Ele também frequenta outras cinquenta comunidades na internet. Uma delas tem mais de 250 000 participantes. Como se vê, a atividade de Lucas na rede mundial de computadores é intensa. Diariamente, confere uma centena de recados postados por integrantes do fã-clube on-line, cuja maioria tem entre 13 e 18 anos. Responsável pela página, tem o dever de vigiar o comportamento alheio. “Não permitimos ofensas contra a banda ou contra algum membro da comunidade”, explica. Para completar, ainda precisa ser ativo na militância roqueira. Recentemente, ele e alguns amigos lançaram um ataque cibernético para abarrotar as caixas de e-mail de gravadoras e órgãos de imprensa. Os milhares de mensagens exigiam a vinda do Panic! ao Brasil. Para dar conta de toda essa atividade, Lucas passa cinco horas diárias diante do computador. “Acho que num dia tenho contato com mais gente do que meus pais tiveram a vida toda”, diz.
        A rotina on-line de Lucas é condizente com hábitos de sua geração. A antropóloga americana Anne Kirah, que trabalhou na Microsoft e hoje está num centro de estudos da inovação, na Dinamarca, cunhou a expressão “nativos da geração digital” para definir os jovens que não conheceram o mundo antes do e-mail. Os “nativos” dedicam bastante tempo aos sites de relacionamento, nos quais podem compartilhar conhecimento, músicas, fotos, filmes e muita conversa furada. (...)

(Érica Chaves e Lia Luz. Veja Tecnologia, agosto de 2007.)


Os dois textos que você acabou de ler, bem como os demais que servem de base para as questões que compõem esta prova, abordam questões ligadas à infância e à juventude de diversas épocas e lugares, referentes a diferentes grupos sócio-econômico-culturais e abordadas segundo perspectivas variadas (jornalística, poética, ficcional). O que leva a pensar que, embora essas etapas da vida humana costumem ser frequentemente idealizadas e concebidas como conceitos fechados, homogêneos e unívocos – geralmente de conotação positiva –, são, na verdade, conceitos bastante relativos e marcados simultaneamente por traços de universalidade e por um alto grau de especificidade, que aponta para a diversidade de experiências. Com base nessas considerações, nos textos lidos ou mesmo na sua história pessoal, elabore um texto dissertativo sobre o tema Infância, infâncias.

UEA 2010 - 2ª Prova

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