REDAÇÃO
Na sociedade contemporânea, constroem-se as mais diversas imagens sobre os mais variados aspectos. Na reportagem parcialmente reproduzida abaixo, por exemplo, procurou-se construir, a partir de pesquisas, uma imagem sobre a geração dos “ultrajovens”.
Considerando-se o caráter cultural da natureza humana, na sua percepção, como é a natureza da geração ultrajovem?
Para responder à questão proposta, elabore um texto dissertativo-argumentativo, com título sugestivo, no qual você apresente a sua imagem, confrontando-a com a apresentada pelo texto O poder dos ultrajovens.
Em cerca de 25 linhas, você deverá apresentar a sua imagem dos chamados “ultrajovens”, indicar, entre as duas imagens construídas, pontos de identificação e/ou de afastamento e, de forma clara, coerente e bem fundamentada, manifestar o seu ponto de vista. Serão valorizadas a pertinência e a originalidade de seus argumentos.
Todos os textos constantes desta prova podem ser reproduzidos, em parte, na sua redação, em forma de paráfrase ou de discurso indireto, com as devidas fontes mencionadas.
O poder dos ultrajovens
A geração que vai romper (e já está rompendo) com tudo o que se quis e se imaginou
Por Nina Finco
De acordo com pesquisas recentes, se depender da geração que tem por volta dos 20 anos, estão encrencados os hotéis, as lojas de departamentos, as cadeias de restaurantes, a indústria automobilística, o comércio de diamantes, a produção de guardanapos e de canudinhos, os programas de fidelidade de hotéis e cartões de crédito, os jogos de azar, os bancos, a produção de amaciantes de roupas, o sonho da casa própria, a ideia de casamento estável, os acasos felizes, as viagens de cruzeiro, as emissoras de TV aberta, os políticos de ocasião, os planos de aposentadoria, Paris e até o milk-shake do Bob’s.
Eles resolvem a vida (para o bem e para o mal) pelo celular, sorvem coisas de cor verde (comer virou questão de identidade), têm um pendor para medicamentos identificados com uma tarja preta, passam a noite em claro, não se sabe se estão trabalhando ou relaxando, gostam de empunhar bandeiras universais, mas se preocupam mesmo é com sua persona nas redes sociais, pensam igual a quase todo mundo da mesma geração, comportam-se como adolescentes apesar de terem idade de adultos, tecnologia lhes é tão intrínseca como respirar, ser de esquerda é do jogo, ter o nariz em pé é condição sine qua non, gostam de Insta Stories porque dura pouco, arriscam tudo por terem pouco a perder, rechaçam qualquer coisa que contenha plástico, gostam de viajar para lugares onde podem mostrar novidades no Instagram. Eles são o que são ou são o que querem parecer ser?
“Eles se tornam personagens de suas próprias vidas, preocupados com narrativas, contextos, motivações. Estão sempre esperando pelo terceiro ato – que nunca chega”, diz um estudo da Box1824, conduzido pelos pesquisadores Sean Monahan e Sophie Secaf nos Estados Unidos, sobre o que chamaram de GenExit, a geração que opta por experimentar novas possibilidades identitárias, mais livres e menos deterministas, mas não menos disruptivas.
Revista Época, uma edição de 20 anos, Rio de Janeiro, 28.05.18.