Instruções para os dias das Provas da Unicamp:

• A prova deve ser feita a caneta esferográfica preta. Utilize apenas o espaço reservado (pautado) para a resolução das questões. 
• Na prova de Redação, deverão ser elaborados dois textos (Texto 1 e Texto 2). Os dois textos são de execução obrigatória. Não deverá haver nenhuma identificação pessoal (nome, sobrenome, etc.) nos textos. 
• Atenção: nas questões que exigem cálculo, não basta escrever apenas o resultado final. É necessário mostrar a resolução ou o raciocínio utilizado para responder às questões.

• A duração total da prova (Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa) é de quatro horas. 
• A duração total da prova (Ciências Biológicas, Física e de Química) é de quatro horas. 
• A duração total da prova (História, Geografia e Matemática) é de quatro horas.

Deverão ser elaborados dois textos (Texto 1 e Texto 2). Os dois textos são de execução obrigatória. Não deverá haver nenhuma identificação pessoal (nome, sobrenome, etc.) nos textos. 

REDAÇÃO

TEXTO 1 

Você integra um grupo de estudos formado por estudantes universitários. Periodicamente, cada membro apresenta resultados de leituras realizadas sobre temas diversos. Você ficou responsável por elaborar uma síntese sobre o tema humanização no atendimento à saúde, que deverá ser escrita em registro formal. As fontes para escrever a síntese são um trecho de um artigo científico (excerto A) e um trecho de um ensaio (excerto B). Seu texto deverá contemplar:

a) o conceito de humanização no atendimento à saúde;

b) o ponto de vista de cada texto sobre o conceito, assim como as principais informações que sustentam esses pontos de vista;

c) as relações possíveis entre os dois pontos de vista.

Excerto A

A humanização é vista como a capacidade de oferecer atendimento de qualidade, articulando os avanços tecnológicos com o bom relacionamento.

O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) destaca a importância da conjugação do binômio "tecnologia" e "fator humano e de relacionamento". Há um diagnóstico sobre o divórcio entre dispor de alta tecnologia e nem sempre dispor da delicadeza do cuidado, o que desumaniza a assistência. Por outro lado, reconhece-se que não ter recursos tecnológicos, quando estes são necessários, pode ser um fator de estresse e conflito entre profissionais e usuários, igualmente desumanizando o cuidado. Assim, embora se afirme que ambos os itens constituem a qualidade do sistema, o "fator humano" é considerado o mais estratégico pelo documento do PNHAH, que afirma:

(...) as tecnologias e os dispositivos organizacionais, sobretudo numa área como a da saúde, não funcionam sozinhos – sua eficácia é fortemente influenciada pela qualidade do fator humano e do relacionamento que se estabelece entre profissionais e usuários no processo de atendimento. (Ministério da Saúde, 2000).

(Adaptado de Suely F. Deslandes, Análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hospitalar. Ciência & saúde coletiva. Vol. 9, n. 1, p. 9-10. Rio de Janeiro, 2004.)

Excerto B

A famosa Faculdade para Médicos e Cirurgiões da Escola de Medicina da Columbia University, em Nova York, formou recentemente um Programa de Medicina Narrativa que se ocupa daquilo que veio a se chamar “ética narrativa”. Ele foi organizado em resposta à percepção recrudescente do sofrimento – e até das mortes – que podia ser atribuído parcial ou totalmente à atitude dos médicos de ignorarem o que os pacientes contavam sobre suas doenças, sobre aquilo com que tinham que lidar, sobre a sensação de serem negligenciados e até mesmo abandonados. Não é que os médicos não acompanhassem seus casos, pois eles seguiam meticulosamente os prontuários de seus pacientes: ritmo cardíaco, hemogramas, temperatura e resultados dos exames especializados. Mas, para parafrasear uma das médicas comprometidas com o programa, eles simplesmente não ouviam o que os pacientes lhes contavam: as histórias dos pacientes. Na sua visão, eles eram médicos “que se atinham aos fatos”. “Uma vida”, para citar a mesma médica, “não é um registro em um prontuário”. Se um paciente está na expectativa de um grande e rápido efeito por parte de uma intervenção ou medicação e nada disso acontece, a queda ladeira abaixo tem tanto o seu lado biológico como psíquico.

“O que é, então, a medicina narrativa?”, perguntei*. “Sua responsabilidade é ouvir o que o paciente tem a dizer, e só depois decidir o que fazer a respeito. Afinal de contas, quem é o dono da vida, você ou ele?”. O programa de medicina narrativa já começou a reduzir o número de mortes causadas por incompetências narrativas na Faculdade para Médicos e Cirurgiões.

*A pergunta é feita por Jerome Bruner a Rita Charon, idealizadora do Programa de Medicina Narrativa.

(Adaptado de Jerome Bruner, Fabricando histórias: direito, literatura, vida. São Paulo: Letra e Voz, 2014, p. 115-116.) 

REDAÇÃO

TEXTO 2

Em busca de soluções para os inúmeros incidentes de violência ocorridos na escola em que estudam, um grupo de alunos, inspirados pela matéria “Conversar para resolver conflitos”, resolveu fazer uma primeira reunião para discutir o assunto. Você ficou responsável pela elaboração da carta-convite dessa reunião, a ser endereçada pelo grupo à comunidade escolar – alunos, professores, pais, gestores e funcionários.

A carta deverá convencer os membros da comunidade escolar a participarem da reunião, justificando a importância desse espaço para a discussão de ações concretas de enfrentamento do problema da violência na escola. Utilize as informações da matéria abaixo para construir seus argumentos e mostrar possibilidades de solução.

Lembre-se de que o grupo deverá assinar a carta e também informar o dia, o horário e o local da reunião.

Conversar para resolver conflitos.

Quando a escuta e o diálogo são as regras, surgem soluções pacíficas para as brigas.

Alunos que brigam com colegas, professores que desrespeitam funcionários, pais que ofendem os diretores. Casos de violência na escola não faltam. A pesquisa O Que Pensam os Jovens de Baixa Renda sobre a Escola, realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) sob encomenda da Fundação Victor Civita (FVC), ambos de São Paulo, revelou que 11% dos estudantes se envolveram em conflitos com seus pares nos últimos seis meses e pouco mais de 8% com professores, coordenadores e diretores. Poucas escolas refletem sobre essas situações e elaboram estratégias para construir uma cultura da paz. A maioria aplica punições que, em vez de acabarem com o enfrentamento, estimulam esse tipo de atitude e tiram dos jovens a autonomia para resolver problemas.

Segundo Telma Vinha, professora de Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e colunista da revista NOVA ESCOLA, implementar um projeto institucional de mediação de conflitos é fundamental para implantar espaços de diálogo sobre a qualidade das relações e os problemas de convivência e propor maneiras não violentas de resolvê-los. Assim, os próprios envolvidos em uma briga podem chegar a uma solução pacífica. Por essa razão, é importante que, ao longo do processo de implantação, alunos, professores, gestores e funcionários sejam capacitados para atuar como mediadores. Esses, por sua vez, precisam ter algumas habilidades como saber se colocar no lugar do outro, manter a imparcialidade, ter cuidado com as palavras e se dispor a escutar.

O projeto inclui a realização de um levantamento sobre a natureza dos conflitos e um trabalho preventivo para evitar a agressão como resposta para essas situações. Além disso, ao sensibilizar os professores e funcionários, é possível identificar as violências sofridas pelos diferentes segmentos e atuar para acabar com elas.

Pessoas capacitadas atuam em encontros individuais e coletivos

Há duas formas principais de a mediação acontecer, segundo explica Lívia Maria Silva Licciardi, doutoranda em Psicologia Educacional, Desenvolvimento Humano e Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A primeira é quando há duas partes envolvidas. Nesse caso, ambos os lados se apresentam ou são chamados para conversar com os mediadores - normalmente eles atuam em dupla para que a imparcialidade no encaminhamento do caso seja garantida - em uma sala reservada para esse fim. Eles ouvem as diversas versões, dirigem a conversa para tentar fazer com que todos entendam os sentimentos colocados em jogo e ajudam na resolução do episódio, deixando que os envolvidos proponham caminhos para a decisão final.

A segunda forma é utilizada quando acontece um problema coletivo - um aluno é excluído pela turma, por exemplo. Diante disso, o ideal é organizar mediações coletivas, como uma assembleia. Nelas, um gestor ou um professor pauta o encontro e conduz a discussão, sem expor a vítima nem os agressores. "O objetivo é fazer com que todos falem, escutem e proponham saídas para o impasse. Assim, a solução deixa de ser punitiva e passa a ser formativa, levando à corresponsabilização pelos resultados", diz Ana Lucia Catão, mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Ela ressalta que o debate é enriquecido quando se usam outros recursos: filmes, peças de teatro e músicas ajudam na contextualização e compreensão do problema.

No Colégio Estadual Federal (CEF) 602, no Recanto das Emas, subdistrito de Brasília, o Projeto Estudar em Paz, realizado desde 2011 em parceria com o Núcleo de Estudos para a Paz e os Direitos Humanos da Universidade de Brasília (NEP/UnB), tem 16 alunos mediadores formados e outros 30 sendo capacitados.

A instituição conta ainda com 28 professores habilitados e desde o começo deste ano o projeto faz parte da formação continuada. "Os casos de violência diminuíram. Recebo menos alunos na minha sala e as depredações do patrimônio praticamente deixaram de existir. Ao virarem protagonistas das decisões, os estudantes passam a se responsabilizar por suas atitudes", conta Silvani dos Santos, diretora. (...) "Essas propostas trazem um retorno muito grande para as instituições, que conseguem resultados satisfatórios. É preciso, porém, planejá-las criteriosamente", afirma Suzana Menin, professora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

(Adaptado de Karina Padial, Conversar para resolver. Gestão Escolar. São Paulo, no. 27, ago/set 2013. http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/conversar-resolver-conflitos-brigas-dialogo-762845.shtml?page=1. Acessado em 02/10/2014.)

REDAÇÃO: EXPECTATIVAS DA BANCA

TEXTO 1

Espera-se que o candidato compreenda os excertos, selecione as principais informações de cada um e estabeleça relações entre os pontos de vista neles expressos, convergentes e complementares, a fim de elaborar a síntese requerida.

O candidato deve destacar que o primeiro excerto apresenta uma definição de humanização de assistência à saúde que vincula o fator humano aos recursos tecnológicos: “a capacidade de oferecer atendimento de qualidade, articulando os avanços tecnológicos com o bom relacionamento”. Além disso, o candidato deve relacionar esse conceito com outras informações do texto, especialmente as relativas ao processo de desumanização do atendimento à saúde mencionado no documento do PNHAH (Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar). Destaca-se o fato de que nem a tecnologia nem a organização das instituições são capazes de, isoladamente, oferecerem um atendimento de qualidade na área da saúde, salientando-se a maior relevância do fator humano.

Espera-se que o candidato ressalte, em relação ao segundo excerto, a existência de um Programa de Medicina Narrativa da Faculdade para Médicos e Cirurgiões da Escola de Medicina da Columbia University, em Nova York, que tem reduzido o número de mortes devidas a “incompetências narrativas”, destacando no texto a exposição de um problema na área médica: o sofrimento (e, eventualmente, o óbito) causado pelo fato de médicos não ouvirem o que os pacientes têm a relatar sobre seu estado de saúde e como se sentem a respeito disso. Outras informações importantes no excerto a serem contempladas pelo candidato são os princípios assumidos por essa escola de formação médica – a medicina narrativa - de que uma vida é “mais que o registro em um prontuário” e de que o paciente é responsável por sua própria vida, sendo dever dos médicos escutá-lo antes de tomar decisões.

Por fim, espera-se que o candidato enfatize o fator humano como o aspecto mais estratégico no atendimento à saúde, o que fica evidente nos excertos quando se menciona a necessidade de os médicos escutarem o paciente antes de tomarem decisões e quando se recorre ao próprio conceito de humanização presente no documento do Ministério da Saúde.

TEXTO 2

Espera-se que o candidato se coloque no lugar de um grupo de alunos e, em nome desse coletivo, redija uma carta-convite endereçada à sua comunidade escolar, que compreende alunos, professores, pais, gestores e funcionários. Para elaborar a carta, terá de argumentar no sentido de convencer os destinatários a participarem da reunião, justificando a relevância do evento. A justificativa deve estar relacionada com a ocorrência de vários episódios de violência na própria escola e com a importância do envolvimento coletivo da comunidade escolar no enfrentamento desse problema, princípio explicitado na matéria que inspira a carta. O candidato deverá também assinar a carta e fornecer informações essenciais relativas ao evento, como dia, local e horário de realização.

A proposta instrui ainda que o candidato apresente possibilidades de solução do problema, explicitadas na matéria jornalística. De modo geral, as soluções indicadas sugerem a implementação de projetos institucionais de mediação de conflitos para a construção de uma cultura de paz. Tais projetos visam, essencialmente, a implantar espaços de diálogo sobre a qualidade das relações e os problemas de convivência e demandam planejamento de ações, tais como levantamento da situação de violência escolar e capacitação dos mediadores. O candidato pode mencionar as formas distintas de mediação para conflitos, desde os que envolvem duas pessoas até aqueles que atingem muitas pessoas ao mesmo tempo. Outra informação que pode compor o texto do candidato é a menção à iniciativa bem sucedida na escola em Brasília, na qual se investiu no protagonismo estudantil nas mediações e na formação dos mediadores (alunos e educadores).

Fonte: Unicamp

UNICAMP 2015 - Segunda Fase

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