Conjuntos Numéricos - Operações com Conjuntos

Conjuntos Numéricos - Operações com Conjuntos

Os números racionais

  • = { 0, 1, 2, 3, ...} é o conjunto dos números naturais.
  • = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} é o conjunto dos números inteiros.
  • é racional um número que pode ser escrito como um quociente entre dois inteiros; assim, se p e q são números inteiros e é um número racional.

Por exemplo

são números racionais.

Os números inteiros são também números racionais; eles podem ser escritos como um quociente entre dois inteiros:

Um número racional pode, ainda, ser escrito na forma decimal, como por exemplo:

3,7
5,17
0,032
0,222....
2,131313...

Note que nos três primeiros números, a representação decimal "termina" e é simples escrever frações correspondentes que os representam:

Para os dois outros exemplos, a representação decimal "não termina", é um grupo de algarismos que repete-se uma infinidade de vezes: são as dízimas periódicas.

Podemos sempre determinar uma fração que é igual a uma dízima periódica qualquer, isto é, uma dízima periódica representa efetivamente um número racional.

Por exemplo, vamos obter uma fração que gera a dízima 0,222...

Temos:

x = 0,222... (1)

10 . x 2,222 ....(2)

Fazemos a subtração (2) - (1) , obtendo

10 x - x = (2,222....) - (0, 222....),

donde

9 x = 2

Os números reais

Certos números como não podem ser escritos como um quociente entre inteiros. Esses números não são racionais; eles são chamados números irracionais.

Um número irracional pode ser escrito na forma decimal; por exemplo:

Essa representação decimal apresenta uma infinidade de algarismos e não é periódica.

O conjunto constituído pelos números racionais e pelos números irracionais é denominado conjunto dos números reais, e é representado com a letra .

A reta numérica

Podemos nos utilizar de uma reta para representar o conjunto dos números reais.
Para construirmos essa representação, sobre uma reta selecionamos um ponto O - chamado origem - para representar o número zero; depois, "à direita" da origem marcamos um ponto U para representar o número 1. A distância entre O e U é então a unidade de comprimento.

Agora, observe que os números reais, não nulos, dividem-se em dois tipos distintos: os números positivos e os números negativos. Identificamos um número positivo a com o ponto da reta que está à distância a unidades "à direita" da origem. Se a é negativo, então o identificamos com o ponto localizado - a unidades "à esquerda" da origem.

A figura abaixo mostra o resultado dessa identificação.

A reta sobre a qual construímos uma representação para é denominada reta numérica ou reta real.

A identificação entre os números reais e os pontos de uma reta estabelece que cada número real corresponde a exatamente um ponto da reta e, inversamente, cada ponto da reta numérica corresponde a um único número real.

O ponto A identificado com o número real a é chamado gráfico de a; diz-se também que o ponto A tem abscissa a

Se A tem abcissa a, escrevemos:

A (a)

Intervalos

Na reta real, um segmento ou uma semirreta chamam-se intervalos. Há diferentes maneiras para representá-los, como descrevemos abaixo:

Sejam, então, a e b reais, com a < b; temos:

Notação de conjunto

Notação de intervalo

Gráfico

[ a ; b ]

] a ; b [

] a ; b ]

[ a ; b [

Fica convencionado, também, que escreveremos:

5. Inclusão

Vimos que todo número inteiro é um número racional; por exemplo, o inteiro 21 é racional pois pode ser escrito na forma , de um quociente entre inteiros. Em outras palavras:

  • todo elemento do conjunto é um elemento do conjunto

Traduzimos uma tal situação dizendo que está contido no conjunto , e escrevemos .

De um modo geral, temos:

Definição

Todos os conjuntos A e B, diz -se que A está contido em B (ou que A é um subconjunto de B), e indicamos A B, se todo elemento de A é também um elemento de B.

Note que :

Intersecção e união

Você se lembra de que um círculo D é o conjunto de pontos interiores a uma circunferência C mais a própria circunferência.

Na figura representamos dois círculos D1 e D2 e colorimos os pontos comuns a D1 e D2.

Esse conjunto (de pontos), assim destacado, chama-se intersecção de D1 e D2; o que se nota com D1 D2 e que se lê : "D1 inter D2."

Podemos também considerar o conjunto dos pontos que pertencem ao menos a um dos dois conjuntos, isto é, pertencem a D1, pertencem a D2, pertencem a D1 D2:

Diz-se que esse conjunto é constituído pelos pontos que pertencem a D1 ou a D2. é chamado de união de D1 e D2; o que se nota com D1 D2,que se lê: "D1 união D2."

Definição

Sejam os conjuntos A e B.

A intersecção desses conjuntos é o conjunto de todas os elementos comuns a A e a B.

A intersecção de A e B é notada com A B.

 

Definição

Sejam os conjuntos A e B.

A união desses conjuntos é o conjunto de todos os elementos que pertencem a A ou a B ( a pelo menos um dos conjuntos A e B )

A união de A e B é notada com A B.

Fatoração

1. A forma fatorada dos números naturais

Se um número natural a divide exatamente um segundo número natural b, a é um fator de b. Por exemplo, 3 divide 12, e é então um fator de 12.
Note que os fatores de 12 são:

  • 1, 2, 3, 4, 6, 12

pois cada um deles divide 12 exatamente.

Fatorar um número é escrevê-lo como o produto de outros números naturais. Se cada um desses fatores é um número primo, o número natural diz-se fatorado em um produto de fatores primos.

Exemplo

60 = 22 . 3. 5

140 = 22 . 5. 7

180 = 22 . 32. 5

O maior número natural que divide 60, 140 e 180 denomina-se máximo divisor comum desses três números. Indica-se:

  • MDC (60, 140, 180)

Note que 60, 140 e 180 têm dois fatores 2 e um fator 5, comuns, seu MDC é 22 . 5 = 20

Monômios algébricos como 3 p2.q.r, 6p3.q2.r e 9p4.q3 também têm MDC:

3 p2q r = 3.p.p.q.r

6 p3q2r = 3.2.p.p.p.q.q.r

9 p4q3 = 3.3.p.p.p.p.q.q.q.

Cada monômio tem um fator 3, dois fatores p e um fator q, comuns, então, o MDC dos monômios é:

3. p2.q

Soma e diferença de cubos

Para fatorarmos uma soma ou diferença de dois cubos, usamos os seguintes resultados:

(a + b) . (a2 - ab + b2) = a3 + b3

(a - b) . (a2 + ab + b2) = a3 - b3

Para verificarmos, por exemplo, a primeira das fórmulas, efetuamos o produto indicando no seu primeiro membro.

Fatoração de uma soma ou diferença de cubos

a3 + b3 = (a + b) . (a2 - ab + b2)

a3 - b3 = (a - b) . (a2 + ab + b2)

Exemplos

a3 + 8 = a3 + 23 = (a + 2) . (a2 - a2 + 22)

= (a + 2) . (a2 + 2a + 4)

27 x3 -64 y3 = (3x)3 - (4y)3

= (3x - 4y) . [(3x)2 + 3x . 4y + (4y)2]

= (3 x - 4 y) . (9x2 - 12 xy + 16 y2)

Equação do 1º grau

Equação do tipo a x + b = 0, x

Se a 0, a equação se escreve:

Note que a equação é do 1º grau e admite uma única solução:

Se a = 0, a equação se escreve:

x = - b.

Se b 0, a equação não admite soluções.

Se b = 0, toda x, x, é solução da equação.

Resumo - equação a x+ b = 0, x

    • a 0:

  • a = 0:

Equação do 2º grau

1. Trinômio do 2º grau

Definição

Um trinômio do 2º grau, na variável x é uma expressão da forma f (x) = a x2 + b x + c, onde a,b e c são números reais, e a 0.

2. Forma canônica do trinômio do 2º grau

Seja o trinômio f (x) = a x2 + b x + c, a 0. Temos :

(a em evidência)

E, sendo , vem:

que é a forma canônica do trinômio do 2º grau.

3. Equação do 2º grau: a x2+ b x + c = 0

Fazendo b2 - 4 ac = , a equação a x2+ b x + c = 0 é equivalente a:

Então, se < 0, a equação não admite soluções (um quadrado é não negativo).

Se = 0, a equação admite uma única solução:

x = -

Se > 0, a a equação admite duas soluções:

Teorema

Seja a equação a x2 + b x + c = 0, com a 0.

Seja S seu conjunto - solução

Torna-se = b2 - 4 ac; é o discriminante da equação.

  • < 0    S =
  • = 0    
    A única raiz x = -, diz-se raiz dupla da equação.
  • > 0     

4. Fatoração do trinômio a x2 + b x + c

Utilizando a forma canônica,

a x2 + b x +c = a .,

temos:

, o resultado é evidente:

a x2 + b x + c = a

> 0, escrevendo

,

fazemos aparecer uma diferença de dois quadrados:

Teorema

Sejam o trinômio do 2º grau ax2 + b x + c e = b2 - 4 ac o seu discriminante

Se > 0, o trinômio admite duas raízes x1 e x2 e, então:

a x2 + b x + c = a (x -x1)(x - x2)

Se = 0, o trinômio admite uma única raiz x0 -, então:

a x2 + b x + c = (x - x0)2

Relações entre as raízes e o coeficiente de uma equação do 2º grau

1. Propriedade

Seja a equação do 2º grau a x2 + b x + c = 0, cujas raízes são x1 e x2. Temos:

x1 =    e   x2 =

Então,

S = x1 + x2 = +==

P = x1 . x2 = .

Teorema

Quando a razão do 2º grau a x2 + b x + c = 0 admite as raízes x1 e x2, sua soma e seu produto são dados por

S = x1 + x2 =

S = x1. x2 =

Exemplos

1. Na equação 2 x2 + 3 x - 17 = 0, a soma e o produto das raízes são, respectivamente

S =

P =

2. Seja a equação 2 x2 -7 x + 5 = 0.

A relação 2 -7 +5 =0 mostra que x1 = 1 é raiz da equação. A outra raiz x2, verifica a condição 1 . x2 = , donde, x2 = .

2. Problema

Sejam S e P dois números reais dados. Existem dois números reais cuja soma é S e cujo produto é P? Se existem, como calculá-los?

Temos:

(x - x1) . (x -x2) = x2 - (x1 + x2) . x + x1 . x2

Note que os raios x1 e x2 são as raízes da equação (x - x1) . (x - x2) = 0, e portanto, são as raízes da equação x2 - (x1 + x2) . x + x1 . x2 = 0. Daí,

  • Se x1 + x2 = S e x1 . x2 = P, então x1 e x2 são necessariamente as raízes da equação x2 - S . x + P = 0.
  • Se x1 e x2 são as raízes de x2 - Sx + P = 0, então pelo teorema anterior, x+ x= S e x1 . x2 = P.

Teorema

Dois números reais têm por soma S e por produto P, se e somente se, eles são as raízes da equação

x2 - S . x + P = 0

O cálculo do discriminante da equação x2 - S . x + P = 0,

= S2 - 4P,

mostra que:

Existem dois números reais de soma S e de produto P se e somente se

S2 4P

Exemplos

1. Determine, se existem, dois números cuja soma é 4 e cujo produto é 1.

Resolução

Os números procurados são as raízes da equação

x2 - 4x + 1 = 0

Temos = 16 - 4 = 12 (então, os números existem...)

E, sendo = 4.3, isto é, , os números desejados são

,

ou,

3. Problema

Vamos formar uma equação do 2º grau que tenha como raízes os reais x1 e x2, dados.

Calculamos a soma e o produto de x1 e x2; obtemos:

x1 + x2 = S

x1. x2 = P

Então x1 e x2 são as raízes da equação

x2 - S. x + P = 0

Teorema

Dados os reais x1 e x2, uma equação cujas raízes são x1 e x2 é

x2 - S. x + P = 0,

onde S = x1 + x2 e P = x1. x2.

Exemplos

1. Formar uma equação do 2º grau raízes são e .

Resolução

Temos:

S = () + () = 6

P = () . () = = 9 - 2 = 7

Então, a equação desejada é

x2 - 6x + 7 = 0

A regra de três

Quando y varia diretamente com x a equação y = kx é equivalente a

Então se os pares (x1; y1) e (x2; y2) satisfazem y = kx, então cada uma das razões e será igual a k:

Essa proporção pode ser utilizada para resolver problemas de variação direta, quando não se requer a constante de proporcionalidade - é a regra de três.

O domínio da composta

Dadas as funções f e g, gof é uma função que se diz composta de g e f, definida por

(gof) (x) = g (f (x))

O domínio de gof é o conjunto de todos os x que pertencem ao domínio de f tais que f(x) pertence ao domínio de g

Exemplo

Dadas as funções f e g por

,

vamos determinar o domínio de g o f.

Demonstrações das leis dos logaritmos

Sejam M e N positivos, com b > 0 e b 1.

Vamos fazer

Passando para forma exponencial, temos

LEI - 1

Multiplicando membro a membro as equações ( 3 ) e ( 4 )

M . N = br . bs = br + s

Passando esta equação para a forma logarítmica vem

Daí, das equações ( 1 ) e ( 2 ) resulta

LEI - 2

Dividindo membro a membro as equações ( 3 ) e ( 4 )

Passando esta equação para a forma logarítmica vem

Daí, usando as equações ( 1 ) e ( 2 ) resulta

LEI - 3

Vamos fazer

Passando para a forma exponencial, temos

Substituindo ( 4 ) em ( 6 ), vem

Daí,

Usando as equações ( 5 ) e ( 2 ) resulta

Fórmula da Mudança de Base

Suponha que dado e desejamos

Seja

Passando para a forma exponencial vem

by = x

Tomando logaritmo na base a de ambos os membros

Mas, ; então

  • Aulas relacionadas

Sumário

- Os números racionais
- Os números reais
- A reta numérica
- Intervalos
- Inclusão
- Intersecção e união
- Fatoração
- Soma e diferença de cubos
- Equação do 2º grau
- Relações entre as raízes e o coeficiente de uma equação do 2º grau
- A regra de três
- O domínio da composta
- Demonstrações das leis dos logarítmos
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