A Igreja na Idade Média
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A Igreja na Idade Média teve papel importante do século V ao XV. A Igreja foi a instituição mais poderosa durante a Idade Média: era a grande senhora feudal e chegou a ser proprietária de quase dois terços das terras da Europa Ocidental.
A Igreja na Idade Média
Ao final do século X, a Igreja enfrentava muitas dificuldades internas e externas. Muitas pessoas, na Itália, consideravam o papado como um prêmio político, chegando-se a cometer intrigas e até assassinatos para que determinadas pessoas se tornassem papas. Esta situação enfraqueceu a autoridade do Papa.
Os problemas da Igreja não se limitavam a Roma. A Igreja havia perdido o controle sobre a escolha de bispos, que eram nomeados por reis e lordes. Os bispos eram frequentemente escolhidos por razões puramente políticas. Os governantes controlavam as igrejas e mosteiros situados em seus territórios. Além disso, houve um declínio nos valores espirituais de membros do clero. Muitos padres e monges demonstravam mais interesse em acumular fortunas e prazeres do que se ocupar dos assuntos religiosos.
Membros devotos do clero reivindicaram uma reforma. Em meados do século XI, um conselho da Igreja tentou abolir a politicagem na escolha dos papas. O conselho nomeou um grupo de líderes do clero, chamados de cardeais, que passaram a se responsabilizar pela escolha do Papa.
O mais árduo defensor da reforma foi um monge beneditino que se tornaria o Papa Gregório VII em 1073. Gregório acreditava que o objetivo principal de um papa era o de construir uma sociedade cristã na Terra. Declarava que todos os imperadores eram obrigados a se submeter e obedecer ao Papa. Tais afirmações resultaram em luta por poder entre Gregório e Henrique IV, imperador do Sacro Império Romano de 1056 a 1106.
A guerra política começou em razão do processo de nomeação de bispos. O Papa Gregório insistia que somente a Igreja tinha o poder de nomear bispos, mas Henrique não concordava. Os bispos alemães eram os mais importantes aliados do imperador do Sacro Império Romano. Se Henrique não mais pudesse apontar os bispos alemães, ele perderia o apoio destes.
Gregório alegava que o papa estava acima de qualquer imperador e, portanto, poderia depô-lo. Henrique, transtornado com tal declaração, escreveu uma carta alegando que Gregório não era Papa, mas sim um falso monge. Quando a carta chegou às mãos do Papa Gregório, ele decidiu excomungar Henrique, expulsando-o da Igreja. O decreto de excomunhão, decretado em 1076, determinava que Henrique deixava de ser rei da Itália e da Alemanha por se haver rebelado contra a Igreja.
Como resultado da excomunhão, os nobres alemães não mais deviam lealdade a Henrique. O conflito sobre a nomeação de bispos se tornara uma luta para decidir quem tinha o maior poder - o Sacro Imperador Romano ou o Papa.
Os bispos alemães tinham medo de apoiar Henrique e arriscar-se à excomunhão pelo Papa. Já os nobres alemães aproveitaram a oportunidade para se rebelar contra Henrique. Uma guerra civil logo tomou conta da Alemanha. A situação piorou quando os nobres convidaram o Papa Gregório a vir à Alemanha e coroar um novo imperador.
Para evitar a perda total de seu poder, Henrique foi à Itália em janeiro de 1077 para tentar persuadir Gregório a anular a excomunhão. Se o Papa concordasse, os nobres alemães não mais poderiam se rebelar contra Henrique.
Ao chegar à Canossa, durante três dias, Henrique permaneceu de pé, sem sapatos, sobre a neve, diante das muralhas do castelo até que o Papa Gregório concordou em perdoá-lo. A imagem de um imperador implorando por perdão fortaleceu o poder do Papa. Porém, Canossa também foi uma vitória para Henrique, pois o Papa desistiu de seu plano de apoiar os rebeldes alemães e entronar novo imperador.
O Édito de Worms
Anos após do episódio em Canossa, a Igreja e um novo imperador do Sacro Império Romano, Henrique V, firmaram um acordo na cidade de Worms, na Alemanha. De acordo com o Édito de Worms, Henrique abriu mão de seu direito de nomear bispos. A partir daí, somente a Igreja poderia nomear bispos. Em troca, Henrique V manteve o direito de conceder terras e direitos políticos aos bispos.
Henrique V
O Édito de Worms confirmava a autoridade absoluta da Igreja em assuntos espirituais. Mas o acordo não determinou quem teria supremacia política. Durante muitos anos, os papas proclamavam que reis e imperadores deviam submeter-se ao seu poder. Os imperadores do Sacro Império Romano rejeitaram a exigência e tentaram controlar as prósperas cidades-estados no norte da Itália.
Nos anos 1154-1186, o Sacro Imperador Romano, Frederico I da Germânia, também conhecido como Frederico Barbarossa ("Barba Ruiva"), realizou seis expedições militares na Itália. Mas as cidades-estados italianas, que contavam com o apoio do Papa, foram capazes de resistir aos ataques, conseguindo, assim, enfraquecer o poder do imperador.
O poder do papado chegou ao ápice sob a liderança do Papa Inocêncio III (1198-1216). Ele proclamou que o Papa estava acima de todos os homens, tinha o direito de julgar todos eles, sem jamais poder ser julgado por outras pessoas. O Papa Inocêncio estabeleceu o papado como o centro da vida política europeia, intervindo nos assuntos de estado de qualquer reino.
A Igreja, liderada pelo Papa, lutou contra o que denominava de "heresia" - qualquer crença considerada "errada" pela Igreja. A heresia foi considerada o maior crime durante a Idade Média. A Igreja tentava convencer os "hereges" a desistirem de suas opiniões. Caso recusassem, seriam excomungados: expulsos da Igreja, abandonados pelos amigos e supostamente condenados eternamente.
No ano 1232, o Papa Gregório IX instituiu a Inquisição Pontifícia - um tribunal da Igreja que procurava por pessoas suspeitas de serem hereges para levá-las a julgamento. De vez em quando, o tribunal utilizava a tortura para extrair confissões de heresia. Se uma pessoa levada a julgamento admitia sua heresia, recebia uma punição amena. Caso contrário, a pessoa era severamente punida, perdendo suas posses e sendo condenada ao exílio e prisão. Algumas eram queimadas vivas pela Inquisição. (É importante lembrar que a Inquisição instituída pelo Papa Gregório IX não foi a Inquisição espanhola, que ocorreria séculos mais tarde).
Papa Gregório IX
A Ordem dos Frades
O entusiasmo religioso também levou à formação de duas novas ordens de frades - monges que não viviam em mosteiros, mas andavam entre as pessoas, pregando e fazendo boas ações - os dominicanos e os franciscanos.
A Ordem dos Dominicanos (também conhecida por Ordem dos Pregadores) foi criada por São Domingos de Gusmão (1170-1221), um nobre espanhol. Dentre os dominicanos estavam alguns dos principais mestres das universidades medievais. Estes intelectuais também trabalhavam como missionários e participavam ativamente da Inquisição em sua luta contra a heresia.
São Francisco de Assis
Um outro grupo de frades era denominado de Franciscanos (também conhecida por Ordem dos Frades Menores). O grupo foi nomeado em honra a seu fundador, São Francisco de Assis, que viveu de 1182-1226. Francisco nasceu em uma rica família de comerciantes italianos, mas abriu mão de seus pertences e começou a percorrer vilarejos italianos, pregando e conhecendo pessoas. Logo conquistou um grande número de fiéis que se tornaram frades franciscanos. Eles seguiam as diretrizes da Igreja e serviam como professores e posteriormente missionários na Europa Oriental, norte da África, Oriente Médio e até na China.
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Sumário
- A Igreja na Idade Média- O Édito de Worms
- A Ordem dos Frades


