A História dos Modos de Produção

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A História dos Modos de Produção

Modos de produção referem-se à forma como uma sociedade produz, utiliza e distribui bens e serviços. Os modos de produção de uma sociedade são constituídos por forças produtivas e pelas relações de produção.

A história da humanidade vem evoluindo por meio da sucessão de diferentes modos de produção. Chamamos de modo de produção as diversas maneiras pelas quais os homens se organizaram socialmente para produzir os bens necessários à sua sobrevivência.  A produção econômica sempre necessitou de definir as funções profissionais de cada indivíduo dentro da comunidade à qual pertence: o tipo de sua  relação com a natureza, relação direta quando ele trabalha com suas próprias mãos para transformar o meio ambiental, e indireta, enquanto proprietário,  possuindo escravos ou contratando assalariados com o objetivo de obter lucros. A organização econômica de uma sociedade (maior ou menor desenvolvimento dos instrumentos de produção e o tipo de relação entre os homens e a natureza) determina as diferenças sociais, o tipo de governo e as ideias e valores da comunidade.  Por exemplo, numa sociedade baseada na propriedade privada (tipo de organização econômica) haverá diferenças de importância social (classes sociais), o governo tenderá a proteger os proprietários e todos dirão que roubar é crime, pois o roubo prejudica os proprietários.  No gráfico que se segue, veremos, debaixo para cima, os níveis de uma sociedade.

NÍVEL IDEOLÓGICO- AS IDEIAS, OS PENSAMENTOS, OS PRECONCEITOS E VALORES DA COLETIVIDADE

NÍVEL POLÍTICO - O TIPO DE GOVERNO

NÍVEL SOCIAL - AS DIVERSAS E HIERARQUIZADAS CLASSES SOCIAIS

NÍVEL OU BASE ECONÔMICA - A PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO DE BENS

No Ocidente, ao longo dos tempos, os modos de produção foram: o escravismo, o  feudalismo, o capitalismo  e ocorreu uma tentativa hoje fracassada de socialismo. 

Os escravismo, modo de produção típico da Antiguidade (Grécia e Roma antigas), apresentou  as seguintes características:

- O escravo é propriedade das pessoas dominantes, as que formam a elite da sociedade;
- O escravo não recebe salário;
- O escravo somente recebe um mínimo de alimentos e de roupas;
- O escravo pode ser vendido;
- O escravo não é considerado gente, mas "coisa". Por exemplo, se o proprietário matá-lo, não é crime.

escravos

Com o fim do Império Romano (século V d.C.), teve início a Idade Média (período que se estendeu entre os séculos V e XV).  O modo de produção típico da época foi o feudalismo, cujas características foram:

- RELAÇÃO SOCIAL FUNDAMENTAL -  servos eram subordinados aos senhores. Estes eram donos da terra e ofereciam ao servo proteção e o direito de utilização de seu solo em troca de trabalho.  Parte da produção era destinada à subsistência dos servos; outra parte, a maior, era possuída pelos senhores.

- DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA - na Idade Média, não existiam países como nós conhecemos hoje (Inglaterra, França, Brasil). Havia feudos, porções de terra sobre as quais os senhores tinham posse e poder político. Os senhores não eram só donos dos feudos, eram também seus governantes.

- VASSALAGEM - os senhores feudais ou nobres mantinham entre si relações de fidelidade, visando a proteção mútua.  O vassalo, que era um nobre, jurava fidelidade e apoio ao suserano,  nobre de maior importância e em situação superior.

- MÍNIMO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - praticamente não havia comércio; a produção era destinada a abastecer o próprio feudo ("economia de subsistência")

- MORTE DAS CIDADES - na Idade Média, as cidades quase desapareceram e a maioria da população vivia no campo e se dedicava à agricultura e à pecuária.

feudalismo

Com a morte do feudalismo, processo iniciado por volta do século XIV, começava a longa história do capitalismo. As razões da queda da estrutura feudal foram: o crescimento demográfico que provocou a falta de mercadorias; o êxodo rural, o desenvolvimento das cidades, a utilização crescente da economia monetária (dinheiro) e pelo aumento de trocas comerciais. Tem início uma maior demanda (exigência) de bens. Isto foi matando as maneiras, os regimes, da produção feudal. Quais eram esses regimes?

REGIMES DA PRODUÇÃO FEUDAL

ARTESANATO - sistema de produção onde não existe uma separação entre o produtor e os meios de produção, isto é, o artesão é dono da matéria-prima, da oficina, das ferramentas, do produto e é o próprio vendedor. Defeito do artesanato: produz pouco e assim não consegue atender os desejos de consumo da comunidade.

REGIME DOMÉSTICO DE PRODUÇÃO - tentando produzir mais, o artesão dividiu o trabalho entre os membros da família. Início da divisão do trabalho.

MANUFATUREIRO - o artesão contratava outros artesãos, estabelecia salários e assim conseguia uma maior produtividade. Nascia a divisão social do trabalho. O regime manufatureiro foi o sistema de produção de transição para o capitalismo propriamente dito.

"DEFEITO" DO REGIME MANUFATUREIRO - nesse regime, a produção ainda era feita à mão. Isso valorizava a habilidade manual, prestigiando o bom trabalhador, que podia exigir maiores salários, o que não era do agrado do proprietário.

O aumento das trocas comerciais e a ampliação de mercados criaram uma nova profissão: o comerciante. Se antes, o próprio artesão vendia seus produtos, agora ele os vende para o comerciante, que se encarrega da circulação de bens nos mercados. Nascia, no final da Idade Média (período compreendido entre os séculos V e o XV), o capitalismo comercial ou mercantil, que duraria até o século XVIII. O capitalismo comercial é a fase na qual o principal polo de acumulação de capital era o circulador de mercadorias. Em outras palavras, o comerciante ganhava mais dinheiro do que  o produtor da mercadoria. A essa etapa do capitalismo se dá o nome de período da acumulação primitiva de capital. Foi essa acumulação inicial de capitais que possibilitou o modo de produção capitalista propriamente dito.

Comércio no final da Idade Média

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