Tipos de Globalização

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GLOBALIZAÇÃO

A globalização é o processo de integração de aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais entre países. Há diferentes tipos de globalização: globalização cultural, globalização econômica e globalização da informação. Vale ressaltar que todos os tipos de globalização impactam os setores da sociedade. O fenômeno da globalização é polêmico e muito criticado por muitos líderes políticos.

Globalização

O capitalismo conhece hoje uma nova etapa de seu desenvolvimento. Inicialmente, mercantil; depois, industrial livre concorrencial; no século XIX, oligopolista e imperialista; em meados do século XX, monopolista de estado e, atualmente, globalizado, neoliberal, informatizado e pós-industrial.

A globalização consiste em uma maior integração entre os mercados produtores e consumidores de diversos países. Tal integração causa uma interdependência política e econômica entre os países. As decisões em um país podem afetar a economia de outros. Atualmente, a globalização não é apenas econômica, mas também cultural

Há uma crescente internacionalização da produção industrial, dos serviços, das redes de comunicação e do sistema financeiro. O processo de globalização cultural e econômica é facilitado pela aceleração dos meios de transportes e de comunicação. Com a globalização, há uma maior circulação de bens, capitais e informação.

Produtos produzidos em diversos países conhecem uma ampla e rápida circulação mundial. Hoje, as empresas transnacionais produzem bens similares em diversos países: automóveis, calçados, eletrodomésticos e vestuário são praticamente idênticos independentemente de onde são produzidos. Essa mundialização econômica gera a padronização da tecnologia e dos métodos administrativos.

O processo de globalização é um fenômeno inerente aos fundamentos e à lógica do capitalismo: a permanente expansão em busca de mercados consumidores, de áreas fornecedoras de matérias-primas e regiões destinadas a aplicações financeiras.

Globalização do Sistema Financeiro

A globalização aumentou a interligação e a interdependência econômica e financeira entre os países. O sistema financeiro já se encontra, de fato, totalmente "mundializado". As aplicações financeiras, por exemplo, graças aos rápidos sistemas de comunicação existentes, são transferidas, entre as principais bolsas mundiais, em questão de segundos. A rapidez e integração trazem tanto benefícios como malefícios.

Alguns dos benefícios são: maior acesso a capital, dando a países e empresas maior facilidade de financiamento; maior eficiência em investimentos, dando a governos, empresas e indivíduos a possibilidade de investir em lugares mais lucrativos e com mais oportunidades; e a disponibilidade de maiores recursos e instrumentos financeiros.

Contudo, o sistema financeiro globalizado torna as economias mais vulneráveis. A rapidez das transferências financeiras em escala mundial cria para os países pobres o problema dos capitais voláteis, ou seja, necessitando de recursos cambiais para garantir suas moedas, os governos das nações subdesenvolvidas, além de obrigados a oferecer ao investidor externo altas taxas de juros - sacrificando o poder de compra de seus cidadãos - correm o risco permanente de "fuga" de investimentos. Ademais, tais investimentos são sempre improdutivos, pois não geram riquezas, consistindo em capitais estritamente especulativos.

Ao mesmo tempo, eventos em países distantes podem ter um grande impacto na economia de um país. Os países não podem simplesmente ignorar os problemas financeiros de outros países, pois, cedo ou tarde, eles também podem ser atingidos. Exemplificando: avanços tecnológicos no Japão afetam trabalhadores nos Estados Unidos; um aumento na produção têxtil da China afeta a indústria têxtil no Brasil; um conflito no Oriente Médio pode aumentar o preço do petróleo e prejudicar as economias de países que o importam.

Em 1997, houve a crise dos Tigres Asiáticos e, em 1998, houve uma crise financeira na Rússia. Graças a tais crises, muitos investidores perderam a confiança na economia de países emergentes, como o Brasil, o México e a Argentina. Consequentemente, passaram a investir menos dinheiro em tais países, afetando sua economia de forma significativa.

A Globalização do Comércio

A cada dia que passa, o comércio exterior torna-se mais globalizado. Produtos produzidos em diversos países conhecem uma ampla e rápida circulação mundial, apesar de cotas de importação e restrições protecionistas ainda prevalecentes.

No mundo globalizado de hoje, a economia de um país depende significativamente de acordos internacionais de comércio, de políticas de câmbio e da saúde econômica de outros países.

A globalização traz uma maior padronização de produtos, causando um consumo de produtos idênticos ou similares pelo mundo. O exemplo mais icônico é do IPhone – que pode ser visto nas ruas da China, do Brasil, dos Estados Unidos e em grande parte do mundo.

Há, contudo, uma contradição no atual mundo globalizado: por um lado, a facilidade na circulação de bens, produtos e capitais; por outro, uma rigorosa restrição à circulação de pessoas. Os países mais ricos e desenvolvidos estabelecem barreiras migratórias que não permitem fluxos migratórios de países mais pobres.

A Globalização da Cultura

Houve também a globalização da informação. Isto é, os meios de comunicação possibilitam a interatividade com o mundo e entre indivíduos e facilitam o acesso à informação.

O avanço dos meios de comunicação criou um mundo mais globalizado, conectado por redes e fluxos de informação. A enorme circulação de ideias e informações impacta o Brasil e o mundo. O conhecimento e a informação chegam através da tecnologia. Lemos as últimas notícias em Smartphones, falamos e vemos alguém do outro lado do mundo via Skype, vemos fotos via Instagram, nos comunicamos via mensagens de texto (e-mails), what’s app e diversos outros recursos. O mundo se tornou menor. 

A comunicação globalizada cria uma cultura mundial. Os mesmos programas podem ser vistos no mundo inteiro, notícias podem ser obtidas de canais como a CNN, padronizando as informações recebidas. Programas de televisão, filmes e competições esportivas são acompanhados pela imensa maioria dos cidadãos do planeta, cujos hábitos de consumo e valores estéticos são cada vez mais semelhantes.

A circulação de ideias e informações também gera novos comportamentos, um desejo por maior liberdade e a universalização de valores democráticos.

Ocorre também uma uniformização de hábitos de consumo junto com o contato entre diferentes culturas. Assim, o mundo se torna cada dia mais globalizado. 

O maior símbolo de hábitos globalizados talvez seja o McDonald’s. Essa rede de comida fast food, que possui 33,000 estabelecimentos, está presente em seis continentes e em aproximadamente 120 países.

A Globalização e as Relações Exteriores

O mundo, hoje, está organizado sobre novas bases. Antigamente, as relações internacionais tinham como agentes os Estados Nacionais, que defendiam os seus interesses, por vezes ideológicos, como ocorreu durante o período da "Guerra Fria", quando o capitalismo enfrentou o socialismo. Na ocasião, o grande temor mundial era a eventual eclosão da guerra nuclear. Atualmente, são mais relevantes as questões do desenvolvimento econômico e da cooperação econômica mundial. O mundo se tornou interdependente e a globalização exige uma maior cooperação internacional.  

A redefinição das relações políticas, econômicas e culturais entre os países causou uma mudança tanto no papel como no significado das fronteiras nacionais. A globalização enfraquece o poder do estado. Os defensores da globalização alegam que tal fenômeno promove a paz de forma direta – reduz o risco de conflitos militares – e de forma indireta – promove a prosperidade e a democracia.

A globalização pode enfraquecer certos Estados nacionais, pois os compele a competir no mercado mundial. Ao mesmo tempo, a integração de mercados ajuda a conter guerras e conflitos internacionais. Se um país é dependente da economia de outros, hesitará em iniciar um conflito militar e arriscar se isolar economicamente.

Vale ressaltar, porém, que alguns países, como Cuba e Coreia do Norte, estão fechados para o comércio exterior e, portanto, não fazem parte do mundo globalizado.

Divisão mundial do trabalho

A nova divisão internacional do trabalho permite que grandes conglomerados empresariais exerçam uma dominação crescente no setor industrial e de serviços. Graças ao processo de globalização, as grandes corporações passaram a ter maior mobilidade espacial e maior capacidade competitiva.

A economia mundial apresenta, nos dias de hoje, a seguinte divisão mundial do trabalho:

  • nações que vendem "tecnologia de ponta", produzem bens sofisticados e são donas de fabulosos excedentes de capital aplicados em escala mundial (EUA, República Federal da Alemanha, França, etc.);
  • países que adotaram um "modelo econômico exportador" de bens de consumo durável (automóveis, aparelhos de vídeo, etc.), sem grandes investimentos na pesquisa científica e tecnológica, optando por copiar e baratear os produtos das nações tecnologicamente desenvolvidas. Em momentos de prosperidade mundial, o "modelo exportador" gera uma rápida acumulação de capital, ciclicamente interrompida pelas crises recessivas (Japão e os outros "tigres asiáticos", tais como Coreia, Taiwan, Malásia, Indonésia e Singapura);
  • nações capitalistas periféricas exportadora de matérias-primas (Emirados Árabes, República do Congo, Arábia Saudita, etc.); 
  • nações capitalistas periféricas relativamente industrializadas, caracterizadas pelo baixo investimento em pesquisa, diferenças econômico-sociais marcantes e produção industrial baseada em tecnologia importada (Brasil, México, Índia, etc.);
  • nações economicamente retardadas, destituídas de industrialização, produtora de gêneros primários para a difícil subsistência de seus habitantes e exportadoras de bens de baixo custo no mercado mundial. Entre tais países estão a maioria das nações do continente africano.

As desvantagens da globalização

Estudamos acima algumas das vantagens da globalização. Lamentavelmente, a "globalização", também apresenta uma série de aspectos negativos.

A globalização aumenta a concentração de riqueza entre países e dentro dos próprios países.  A globalização aumenta as diferenças entre as nações desenvolvidas (dotadas de tecnologia avançada) e as subdesenvolvidas (carentes de tecnologia avançada). A "mundialização" da economia pressupõe "tecnologia de ponta" só apropriada e desenvolvida pelas grandes potências, graças aos recursos financeiros investidos na educação e em pesquisas. Os países mais carentes de poupança e ainda vitimados pela existência de analfabetismo e "bolsões" de pobreza não têm condições de acompanhar o progresso tecnológico, tornando - se, cada vez mais, dependentes das nações hegemônicas ou até mesmo excluídos da modernidade. Atualmente, os países pobres pagam caro pela importação de métodos administrativos e técnicos sofisticados.

As diferenças entre as classes sociais também aumentam, pois as pessoas que tiveram o privilégio de frequentar uma boa escola e faculdade recebem altos salários. Já as que não tiveram tais oportunidades, mesmo quando conseguem um emprego, costumam ser mal pagas.

A globalização também provoca o desemprego estrutural. Tradicionalmente, os surtos de desemprego coincidiam com períodos recessivos da economia mundial. Retomado o desenvolvimento econômico, aumentava a oferta de trabalho. Hoje, conhecemos um fenômeno inédito: altas taxas de desenvolvimento acompanhadas de desemprego. Isto ocorre pelo fato de que as grandes corporações transnacionais, buscando minimizar seus custos e maximizar lucros, produzem, cada vez mais, baseadas em "tecnologia de ponta", dispensando mão de obra. A informatização e a robotização crescentes são responsáveis pela tragédia do desemprego hoje experimentada por milhares de trabalhadores. Se a modernização tecnológica, de início, marginalizou os países mais pobres, atualmente assusta operários e técnicos das nações desenvolvidas. Pessoas sem estudo e sem treinamento adequado estão perdendo seus empregos.

Como sempre, a mais importante tarefa da humanidade, continua sendo a de edificar uma sociedade melhor e mais justa, capaz de fornecer a todos saúde, educação, vestuário, habitação e lazer. Três são os obstáculos imediatos à construção de uma comunidade internacional mais harmônica:

  • as discrepâncias de padrão de vida entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos;
  • os ódios étnicos e a xenofobia crescentes contra as levas de migrantes em todo planeta;
  • as questões ambientais, tais como a preservação das florestas, a despoluição dos rios e Oceanos, a preservação da camada de ozônio e a proteção às espécies de animais e vegetais sob ameaça de extinção.

Sumário

- Globalização do Sistema Financeiro
- A Globalização do Comércio
- A Globalização da Cultura
- A Globalização e as Relações Exteriores
- Divisão Mundial do Trabalho
- As Desvantagens da Globalização