Organizações Internacionais

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Organizações Internacionais

Organizações internacionais definem a agenda internacional e mediam negociações políticas. As organizações internacionais facilitam acordos governamentais e buscam os interesses de seus integrantes por meio de cooperação recíproca – algo fundamental na atual política internacional. Após o término da Segunda Guerra Mundial, foram criadas várias organizações internacionais com o intuito de manter a paz e a estabilidade econômica mundial.

Das organizações formadas, as que mais se destacaram no cenário mundial foram as Nações Unidas, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. A seguir, estudaremos o propósito e relevância dessas e de outras organizações.

A Organização das Nações Unidas

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial. Substituindo a Liga das Nações, a ONU tem como principal objetivo manter a paz e a segurança internacional e obter cooperação de diferentes países para resolver problemas econômicos, sociais, humanitários e culturais pelo mundo. Alguns exemplos de agências das Nações Unidas são a UNICEF, a UNESCO e a WHO.

Atualmente, a ONU é composta por 193 países membros, que representam praticamente todas as nações do mundo. 

bandeira da ONU

A Origem da Organização

A ONU foi precedida pela Liga das Nações, criada durante a Primeira Guerra Mundial (1919). A Liga das Nações também tinha o objetivo de manter a paz no mundo. Porém, ela foi incapaz de evitar a Segunda Guerra Mundial. Portanto, ela foi dissolvida e sucedida pela Organização das Nações Unidas. Os fundadores da ONU esperavam que esta nova organização fosse mais eficaz que a Liga das Nações.

O Tratado da ONU estabelecia as seguintes propostas: manter a segurança internacional, promover a colaboração entre seus países membros para solucionar problemas mundiais (por exemplo: segurança, questões socioeconômicas, culturais e humanitárias, pobreza, doenças e degradação ambiental), promover o respeito pelos direitos humanos e ajudar a construir e manter um bom relacionamento entre as nações. Porém, seu principal objetivo era o de manter a paz e evitar uma outra guerra mundial.

A ONU é constituída por países de todos os tipos e tamanhos e está aberta a qualquer nação que aceite seu tratado. Cada país tem direito a apenas um voto na Assembleia Geral da ONU, não importando seu tamanho ou poder. Porém, para assegurar que esse sistema democrático não ameace a soberania das grandes nações, a ONU concedeu aos seus cinco membros mais poderosos o direito de veto sobre ações e decisões do Conselho de Segurança. Esses cinco países são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

O Conselho de Segurança da ONU é constituído por 15 países. Cinco são membros permanentes e 10 são temporários, eleitos para um período de dois anos. Inicialmente, estes cinco países eram Estados Unidos, Reino Unido, França, União Soviética e China. Em 1991, após o desmembramento da União Soviética, a Rússia a substituiu.

O Conselho de Segurança visa a manter a paz e a segurança internacional. Cada um dos 15 membros tem direito a um voto. Contudo, qualquer um dos cinco membros permanentes pode vetar qualquer resolução.

De acordo com o tratado da ONU, todos os membros são obrigados a seguir as resoluções do Conselho de Segurança. Não obstante, a realidade é que muitos membros não as seguem.

O Conselho de Segurança pode autorizar o uso de força militar para manter a paz e a segurança internacional.

Fundo Monetário Internacional - FMI

À medida que a Segunda Grande Guerra terminava, os líderes aliados decidiram tomar medidas para estabilizar as relações financeiras internacionais. Na conferência de Bretton Woods, ocorrida em julho de 1944, o FMI foi fundado. Nesta conferência, representantes de 45 países concordaram em estabelecer um sistema de cooperação econômica, que foi desenvolvido para evitar a repetição das desastrosas políticas econômicas que contribuíram para a ocorrência da Grande Depressão na década de 30.

Fundado junto com o Banco Mundial (BIRD), o FMI foi criado para promover a cooperação e a estabilidade econômica internacional, estimular o crescimento econômico e fornecer assistência financeira temporária para países em crises.

O Fundo Monetário Internacional é uma organização composta atualmente por 189 países membros. O FMI empresta dinheiro aos países membros quando estes se encontram em crises financeiras. O FMI também desenvolve pacotes econômicos que devem ser implementados pelos países que tomam empréstimos do Fundo. Esses pacotes frequentemente impõem a reestruturação do sistema fiscal e a contenção de gastos públicos do país que recorreu ao Fundo.

As propostas básicas do FMI não mudaram muito desde a época de sua criação, mas a economia mundial progrediu drasticamente. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo tornou-se altamente globalizado; hoje em dia, o comercio exterior representa uma parte significante da economia de muitos países. O Fundo Monetário Internacional tem sido obrigado a rever muitos de seus conceitos econômicos que provaram ser um fracasso em países como a Argentina. Porém, apesar de ter cometido graves erros no passado, o FMI ainda é de ajuda fundamental para países em desenvolvimento que precisam de empréstimos e da reestruturação de sua dívida externa.

O dinheiro do FMI é utilizado para amenizar os problemas imediatos de liquidez na economia de um país e para evitar que o país não possa pagar parcelas de sua dívida externa e caia em moratória. O FMI também empresta dinheiro para ajudar a manter a taxa cambial de um país em crise.

Banco Mundial

O Banco Mundial, ou o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), foi criado em 1944, junto com o FMI, após a Segunda Guerra. O objetivo do banco era de planejar a estabilidade da economia mundial, pois ao final da Guerra, uma forte crise financeira gerava instabilidade em várias economias, prejudicando o comércio internacional e o bem-estar de populações.

O Banco Mundial promove o desenvolvimento econômico de países subdesenvolvidos. O Banco financia projetos de infraestrutura, promovendo assim o desenvolvimento econômico. Projetos financiados pelo Banco Mundial incluem a construção de estradas, a melhora no abastecimento de água, construção de hospitais, etc.

O Banco Mundial trabalha junto com o FMI - um organismo complementa o trabalho do outro. Enquanto o FMI empresta dinheiro para resolver problemas imediatos de um país, o Banco Mundial empresta dinheiro para ser investido em Saúde, Educação, Infraestrutura e em outras necessidades básicas de uma nação, com taxa de juros inferior ao do FMI e com prazos de até 30 anos. Já os empréstimos do FMI limitam-se a um prazo de 5 anos.

O Banco Mundial financia vários empreendimentos no Brasil.

Outras Instituições:

Bancos Regionais de Desenvolvimento: Os continentes da Ásia, África e América do Sul, que são constituídos por vários países em desenvolvimento, têm seu banco regional de desenvolvimento.

OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)

mapa - OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)

Depois do bloqueio de Berlim pela União Soviética e da ascensão de socialistas no poder na Checoslováquia, os Estados Unidos e as nações da Europa Ocidental passaram a temer uma possível invasão soviética. Esse temor foi agravado pela vitória da revolução comunista na China e, pouco depois, pela Guerra da Coreia. Estrategistas do campo capitalista resolveram implantar um sistema de pactos e alianças em escala mundial para prevenir a disseminação da “ameaça comunista”. Com este objetivo foi criada uma força multinacional europeia, que se materializou, em 1949, com a formação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Esta organização militar é composta pela Bélgica, o Canadá, a Dinamarca, a Espanha, os Estados Unidos da América (desde sempre o país mais influente na OTAN, política e militarmente, e o principal financiador das atividades da organização), a França, a Grécia, a Holanda, a Islândia, a Itália, o Luxemburgo, a Noruega, Portugal, o Reino Unido, a Turquia e a Alemanha (antes da reunificação alemã, a República Federal da Alemanha – Alemanha Ocidental).  Em 1990, a recém-unificada Alemanha substituiu a Alemanha Ocidental como membro dessa aliança.

Em 12 de março de 1999, a Hungria, a Polônia e a República Tcheca tornaram-se membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Desde julho de 1997, essas três nações haviam sido convidadas a ingressar na OTAN. Elas foram os primeiros países provenientes do Pacto de Varsóvia a se incorporarem à aliança militar ocidental. Outros passaram a integrar a aliança posteriormente.

Desde 2004, os novos membros da OTAN são: Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Albânia, Croácia e Montenegro.

PACTO DE VARSÓVIA

Em resposta à criação da OTAN, foi formado o Pacto de Varsóvia – uma organização militar de países socialistas. O Pacto de Varsóvia foi uma aliança militar, criada em 14 de maio de 1955, pela União Soviética e pelos países socialistas do Leste Europeu. O tratado foi firmado em Varsóvia, capital da Polônia. Estabeleceu um acordo similar ao da OTAN: um compromisso de ajuda mútua entre seus países membros no caso de agressão militar.

Os países que firmaram o Pacto de Varsóvia foram aqueles em que, após a Segunda Guerra Mundial e devido à influência direta da União Soviética, foram instituídos governos socialistas. O Pacto de Varsóvia incluiu a União Soviética, a Alemanha Oriental, a Bulgária, a Hungria, a Polônia, a Checoslováquia, a Romênia e a Albânia. Esta se retirou em 1968. A União Soviética liderava o Pacto de Varsóvia, como os Estados Unidos lideravam a OTAN. A Iugoslávia, por oposição de seu líder, Marechal Tito, se recusou a ingressar no Pacto de Varsóvia.

O Pacto de Varsóvia não chegou a enfrentar, de forma aberta, a OTAN. As principais ações dessa organização de países socialistas ocorreram dentro dos próprios países membros: revoltas internas foram esmagadas. Em 1956, tropas do Pacto reprimiram manifestações populares que ocorreram na Polônia e na Hungria. Em 1968, as tropas do Pacto de Varsóvia reprimiram, na Checoslováquia, a Primavera de Praga: um movimento liderado por intelectuais do Partido Comunista Tchecoslovaco que desejavam promover grandes mudanças na estrutura política, social e econômica do país.

No final da década de 1980, devido às mudanças geopolíticas ocorridas na Europa Oriental, à queda de governos socialistas, ao fim do Muro de Berlim e, principalmente, à crise na União Soviética e fim da Guerra Fria, o Pacto de Varsóvia foi extinto em 31 de março de 1991.

Seis anos mais tarde, a OTAN convidou ex-membros do Pacto de Varsóvia – a República Tcheca, a Hungria e a Polônia – a ingressarem na organização. Isso demonstrou uma mudança drástica na realidade geopolítica da Europa na era pós-Guerra Fria.    

G-7 e G-8

O Grupo dos Sete (G-7) é um fórum político e econômico dos sete países mais industrializados do mundo: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos. O G-7 nasceu de modo informal na década de 1970; não dispõe de sede, nem conta com uma estrutura formal. Em 1998, a Federação Russa foi considerada membro de pleno direito do fórum, fazendo com que esse fórum passasse a ser chamado de Grupo dos Oito, ou G-8. Em 2004, a Rússia foi expulsa do G-8 em retaliação à anexação russa da Crimeia. O grupo, portanto, voltou a ser chamado de G-7.

G-20

O G-20 ou Grupo dos 20 é formado pelos Ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.

O G-20 é constituído por: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia.

Os líderes do G-20 se reúnem anualmente para discutir os grandes desafios econômicos mundiais. O G-20 visa a fortalecer a economia global e a melhorar a regulação do sistema financeiro internacional.

O G-20 foi criado em 1999, após a crise financeira asiática de 1997. A reunião de 14-15 de novembro de 2008, que ocorreu diante da crise econômica mundial, foi a primeira em que se reuniram não apenas os Ministros de Finanças dos países membros, mas os chefes de Estado. A partir então, a organização passou a ser o novo conselho internacional permanente de cooperação econômica. As medidas tomadas pelo G-20 foram fundamentais para a recuperação econômica da economia global.

Fazem parte do G-7 apenas países ricos. Já o G-20 é constituído tanto por países desenvolvidos como por países em desenvolvimento com uma grande economia. Os países que fazem parte do G-20 representam dois-terços da população mundial, 85% do PIB mundial e 75% do comércio internacional.

Por meio do G-20, países em desenvolvimento participam de debates econômicos sobre a economia mundial. Nas reuniões, a organização discute crises políticas internacionais, mudanças climáticas, terrorismo, desenvolvimento sustentável e o funcionamento de organizações internacionais como as Nações Unidas, o FMI e o Banco Mundial.

BRICS

O termo BRICS é utilizado para designar o grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Antes da inclusão da África do Sul, ocorrida em 2010, o grupo era chamado de BRIC.

O BRICS é um grupo de países de grandes economias emergentes que exercem influência regional e global. Todos os cinco países que constituem tal grupo fazem parte do G-20.

Os países com economias emergentes se tornaram participantes ativos na economia global. O desenvolvimento econômico de países como os que constituem o BRICS torna a economia global mais racional e equilibrada.

Os países membros que constituem o BRICS visam ao desenvolvimento e à prosperidade. A cooperação entre esses países não é dirigida contra qualquer outro país ou sistema econômico. É importante ressaltar que o BRICS não constitui um bloco econômico.

Há grandes diferenças entre os países membros da organização. Portanto, reuniões são promovidas para melhorar a cooperação entre eles.

O Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank – NDB), ou “banco do BRICS”, foi criado em 2015 e é operacional desde 2016. É a inciativa mais ambiciosa da organização. Tem como objetivo financiar projetos de infraestrutura e sustentabilidade nos países que fazem parte do BRICS e, também, em outros países em desenvolvimento. O objetivo do banco do BRICS é complementar e competir com o Banco Mundial e outras instituições financeiras.

Os países que fazem parte do BRICS reivindicam há vários anos uma reforma no Banco Mundial e no FMI para dar mais voz aos países em desenvolvimento. O banco surge como uma alternativa a essas instituições.

Sumário

- A Organização das Nações Unidas
i. A Origem da Organização
- Fundo Monetário Internacional – FMI
- Banco Mundial
- OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)
- Pacto de Varsóvia
- G-7 e G-8
- G-20
- BRICS