Nova Ordem Mundial

Nova Ordem Mundial

O termo Nova Ordem Mundial se refere ao atual contexto das relações políticas e econômicas internacionais de poder e faz alusão à decadência dos Estados Nacionais diante da Globalização. A Nova Ordem Mundial se iniciou com o término da Guerra Fria (Velha Ordem Mundial – Mundo Bipolar).

A queda do Muro de Berlim, que ocorreu no dia 9 de novembro de 1989, simbolizou a queda do Império Socialista liderado pela União Soviética. A queda do Muro levou à reunificação das duas Alemanhas, Ocidental e Oriental, que formaram a República Federal da Alemanha.

A queda do Muro de Berlim simbolizou o fim da Guerra Fria: o encerramento da era do mundo bipolar e o surgimento de uma nova ordem mundial.

A nova ordem mundial é o arranjo, tanto econômico como geopolítico, que caracteriza as relações entre os países dede o fim da Guerra Fria. Durante esse conflito, o mundo era basicamente dividido em dois: o Ocidente, capitalista e democrático, liderado pelos Estados Unidos, e o Oriente, socialista e ditatorial, liderado pela União Soviética. Havia uma bipolarização de poder entre essas duas superpotências e seus respectivos aliados.

Desde 1989 o mundo assistiu a uma série de acontecimentos que até então seriam quase inimagináveis: o fim da Guerra Fria de forma tão pacífica, a reunificação da Alemanha (ocorrida em 1990) e a dissolução do Pacto de Varsóvia (ocorrida em julho de 1991). Resumindo, chegava ao fim o conflito entre o Leste e o Oeste. Finalmente, em 1991, ocorreu a desagregação territorial da União Soviética. Após declarar a independência da Rússia, o presidente Boris Yeltsin reuniu-se com os chefes de Estado da Ucrânia e de Belarus, onde foi firmado o Acordo de Minsk, criando a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) que substituiria a União Soviética. A CEI seria constituída por 12 ex-repúblicas soviéticas, mas não seria um Estado, e sim uma aliança econômica e geopolítica entre países diferentes.

Com o fim da Guerra Fria, o medo de uma terceira Guerra Mundial, guerra nuclear que poderia aniquilar toda a humanidade, foi abrandado. Com o fim da Guerra Fria, os conflitos deixaram de ter uma conotação ideológica. A guerra entre o capitalismo e o socialismo se encerrou. Porém, o mundo ainda não é um lugar seguro: conflitos regionais, campanhas de genocídio e ameaças de terrorismo internacional são uma realidade no nosso dia a dia.

Rivalidades econômicas

Durante a Guerra Fria, o poder era medido pelo poderio militar de cada país. A competição entre Estados Unidos e União Soviética era, acima de tudo, militar. A queda da União Soviética não ocorreu por motivos políticos ou militares, mas econômicos. O colapso do socialismo soviético foi o principal motivo do fim da Guerra Fria. Desde o término desse conflito bipolar, o poder de países passou a ser medido pela sua capacidade econômica: índice de competitividade, nível de produtividade, disponibilidade de capital, avanços tecnológicos etc.

Guerra Fria
Guerra Fria

Após a Guerra Fria, países como Alemanha e Japão tornaram-se potências mundiais, apesar de não serem potências militares. Ao mesmo tempo, a Rússia, com todo seu poderoso arsenal nuclear, passou por um período de grande turbulência financeira e por um processo de empobrecimento, logo após a Guerra Fria. Como consequência, o país perdeu o poder e a influência política que tinha durante a Guerra Fria. A Rússia voltou a ser considerada uma potência mundial apenas quando, sob a liderança do presidente Vladimir Putin, cresceu economicamente de forma surpreendente, tornando-se uma das economias mais importantes do mundo.

Do ponto de vista econômico, o mundo pós-Guerra Fria tornou-se multipolar. Os Estados Unidos são a maior potência econômica, mas investidores japoneses e chineses detêm uma parte significativa dos bônus do tesouro americano, emitidos para financiar a dívida pública daquele país. Isto é um claro exemplo de que as relações econômicas entre os países são interdependentes. Apesar da superioridade econômica, os Estados Unidos dependem dos países que financiam sua dívida pública e dos países com os quais mantêm relações de comércio exterior, que são fundamentais para a sustentação e crescimento de sua gigantesca economia.

A criação do Euro, a moeda única da União Europeia, é uma forma da Europa competir com os Estados Unidos economicamente. Quando foi instituído como moeda no dia 1 de janeiro de 1999, o euro se desvalorizou em relação ao dólar: 1 euro valia menos de 1 dólar. Porém, com o enfraquecimento da economia americana nos últimos anos, o euro foi se valorizando frente ao dólar. No final de 2014, o euro valia 1.25 dólares.

Euro
Euro

A nova ordem mundial é caracterizada também pela formação de blocos econômicos. Isto é, muitos países se uniram para formar blocos econômicos. O objetivo de tais blocos econômicos é o fortalecimento da economia dos países que os constituem. Estes visam a se beneficiar comercialmente e a ampliar sua influência regional. 

Em termos geopolíticos, os Estados Unidos emergiram da Guerra Fria como o único país com o status de superpotência. De fato, a capacidade bélica e a influência política dos Estados Unidos, são, atualmente, superiores às de qualquer outro país. Muitos analistas, principalmente críticos dos Estados Unidos, alegam que após a Guerra Fria, o mundo deixou de ser bipolar para se tornar unipolar, e vive sob o domínio dos Estados Unidos.

Muitos analistas políticos e econômicos acreditam que o único país que, no breve futuro, possa fazer frente aos Estados Unidos é a China. Por ser o país mais populoso do mundo, possui o maior mercado consumidor em potencial e mão de obra extremamente numerosa e barata. A China, apesar de ser um país socialista, é um dos países que mais atrai capital estrangeiro e foi a economia que mais cresceu nas últimas décadas do século XX. No período de 1990-1999, estima-se que a economia chinesa cresceu quase 11%.

Além de ser uma superpotência econômica em potencial, a China é também uma potência militar. O país, além de possuir armas nucleares, tem uma política de fortalecimento militar. O fato de Hong Kong e Macau terem sido devolvidos à China em 1997 e 1999, respectivamente, é mais uma demonstração do fortalecimento daquele país.