Os Estados Unidos

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ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Os Estados Unidos compreendem grande parte da América do Norte. O país é uma república constitucional federal composta por 50 estados e um distrito federal. A capital do país é a cidade de Washington D.C. Fundados em 1776, os Estados Unidos são um país novo comparado aos países europeus e asiáticos. Mesmo assim, no século XX, os Estados Unidos já haviam se tornado uma potência mundial. Hoje, é o país mais poderoso e influente do mundo.

Nome Oficial: Estados Unidos da América

República Presidencialista

Área: 9.363.520 km²

População: 332.600.000

Moeda: dólar norte- americano

Língua majoritária: inglês

Bandeira dos Estados Unidos da América

Após a Primeira Grande Guerra (1914-18), os Estados Unidos (EUA) tornaram-se uma potência mundial.  Inúmeros são os fatores dessa hegemonia:

  • colonização de povoamentos que evitou a exploração econômica por parte das nações metropolitanas europeias, ao contrário do que ocorreu na América Latina;
  • grandes riquezas naturais;
  • a chegada de imigrantes em grande quantidade, com relativa capacitação técnica e desejosos de ganhos materiais ("fazer a América", como se dizia na passagem do século XIX para o XX);
  • religião calvinista, que estimula o trabalho e a obtenção de bens materiais;
  • técnicas avançadas de produção;
  • amplo mercado consumidor interno;
  • o controle de vastas áreas de influência política e econômica no mundo capitalista

Mapa dos Estados Unidos

MOMENTOS HISTÓRICOS FUNDAMENTAIS

PRIMEIROS COLONIZADORES - no século XV, os espanhóis fundaram núcleos na Flórida, no Novo México, no Texas e na Califórnia.

SÉCULO XVII - início da colonização britânica com a chegada de imigrantes no navio "Mayflower" (1621)

SÉCULOS XVII E XVIII - progressivamente são fundadas as "13 colônias britânicas da América do Norte", todas elas situadas na costa leste

4 DE JULHO DE 1776 - representantes das 13 colônias, reunidos no Segundo Congresso Continental da Filadélfia, proclamam a independência

1776-1783 - a Guerra da Independência

1787 - a Convenção de Filadélfia elaborou a Constituição, até hoje em vigor

PARTIDOS POLÍTICOS PRESENTES NA CONSTITUINTE DE 1787- Partido Federalista (hoje, Partido Republicano), representando os interesses capitalistas do Norte; Partido Republicano (hoje, Partido Democrata), expressão dos fazendeiros da Virgínia

PROPOSTA DOS FEDERALISTAS - o país deveria ser uma federação, ou seja, com a existência de um governo central que delegasse relativa autonomia aos estados (líder federalista: Hamilton)

PROPOSTA DOS REPUBLICANOS - confederação, isto é, estados amplamente autônomos que delegassem algumas competências ao governo central (líder republicano: Jefferson)

SÉCULO XIX - "Destino Manifesto": a expansão para o Pacífico incentivada pelo "Homestead Act" ("Lei de Cessão de Terras"). A "corrida para o oeste" atraiu milhares de imigrantes europeus

ETAPAS DA EXPANSÃO NORTE-AMERICANA - a França vende a região da Louisiana para os Estados Unidos (1803); ocupação da Flórida (1819); o Texas, inicialmente território mexicano e, em seguida, estado independente na mãos de norte-americanos, foi anexado aos Estados Unidos da América após um conflito militar que durou 3 anos (1845); o Oregon, território britânico, é vendido aos Estados Unidos da América (1846); o México, pelo Tratado de Guadalupe-Hidalgo, reconhece a anexação do Novo México e da Califórnia aos EUA (1848); o México vende o Arizona pelo Tratado de Gadideu (1853); o Alasca é comprado da Rússia (1867)

A QUESTÃO DO ESCRAVISMO - os estados do Sul, caracterizados pelo latifúndio exportador, eram baseados na mão de obra escrava negra; os estados do Norte, que desde o início da colonização conheciam comércio, minifúndios e pequenas indústrias domésticas, não tiveram escravismo.  Na segunda metade do século XIX, o capitalismo nortista pressiona pela abolição, o que era inaceitável para os estados meridionais.  Resultou daí a "Guerra da Secessão" (1861- 65): os "confederados" (sulistas) contra a União (nortistas). A vitória do Norte consolidou a Federação

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX - tem início a expansão imperialista dos EUA

ETAPAS DA EXPANSÃO IMPERIALISTA - pela Guerra Hispano-americana (1898), os EUA anexam Porto Rico e as Filipinas; no mesmo ano, o Havaí e Guam são integrados aos EUA; pela "Emenda Platt" (1901), os EUA fazem de Cuba seu protetorado , o que facultava intervenções militares na Ilha; construção e domínio do Canal do Panamá (1903); ocupação da Nicarágua (de 1912 a 1933); ocupação do Haiti (de 1814 a 1934); a Dinamarca vende as Ilhas Virgens aos EUA (1916)

AS PRIMEIRAS POLÍTICAS NORTE-AMERICANAS PARA A  AMÉRICA LATINA - "Doutrina Monroe" (1822): os EUA, desejosos de expulsar os europeus do continente, firmaram como princípio: "a América para os americanos"; a "Política do Big Stick" ("Política do Grande Porrete",  datada do início do século XX), definia o direito norte-americano de intervir na América Central de acordo com seus interesses políticos e econômicos, que não poderiam ser contrariados

1917 - os EUA entram na Primeira Guerra Mundial (1914-1918); a vitória dos EUA e dos seus aliados Inglaterra e França faz dos EUA uma potência mundial

ANOS 20 - "Era Coolidge" grande prosperidade econômica, período também conhecido como os "anos loucos" ou a "era do jazz".  Os norte-americanos não só se tornaram dominantes nos mercados mundiais como também impuseram seus valores culturais ao mundo através do cinema e da música ("American way of life")

1929 - a queda da Bolsa de Nova Iorque

ANOS 30 - a Grande Depressão (falências de indústrias; terras hipotecadas pelos pequenos proprietários que perdiam suas propriedades para os bancos; milhões de desempregados)

1933 - eleito Presidente dos EUA Franklin Delano Roosevelt, que dá início ao "New Deal" ("Novo Acordo"): intervenção estatal na economia de mercado para recuperar a prosperidade norte-americana

1941 - o Japão ataca a base norte-americana de Pearl Harbor (Havaí), levando os EUA a entrar na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945)

1945 - termina o conflito e os EUA são superpotência mundial

A PARTIR DA SEGUNDA METADE DA DÉCADA DE 1940 - "Guerra Fria": conflito ideológico, político e, por vezes, militar (guerras "limitadas") entre o Mundo Ocidental (capitalista) liderado pelos EUA e o Mundo Socialista, encabeçado pela União Soviética

Deve-se ressaltar que a expansão territorial norte-americana foi acompanhada de dois fatos fundamentais:

  • FERROVIAS - na segunda metade do século XIX, as companhias "Central Pacific" e a "Union Pacific" constroem a primeira ferrovia transcontinental das Américas, ligando a costa leste da oeste.  Esse processo de "ferroviarização" acelerou o desenvolvimento econômico dos EUA
  • IMIGRAÇÃO - a ampliação do território norte-americano estimulou uma política de fomento à imigração.  Em 1800, a população americana era da ordem de 7 milhões de habitantes; entre 1840 a 1900, entraram aproximadamente 30 milhões de imigrantes

A POPULAÇÃO

COMPOSIÇÃO ÉTNICA - ingleses, alemães, irlandeses, italianos, indígenas, afro-descendentes e latino-americanos formando uma sociedade multicultural

CONSUMO DE CALORIAS - País que consome o maior número de calorias per capita.

DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL

Parte Oriental

Concentra 70% da população do país. Os grandes centros urbano-industriais concentrados junto à Margem Sul, Grandes Lagos e à Costa Nordeste correspondem à mais alta densidade demográfica e formam duas megalópolis regionais: a da Costa Atlântica - BOSWASH - (de Boston a Washington) e a do sul dos Grandes Lagos (de Chicago a Pittsburgh).

Parte Ocidental

Metade escassamente povoada dos EUA, essa região de relevo predominantemente montanhoso, clima semiárido, ou árido e de povoamento mais recente, apresenta as maiores concentrações populacionais na Costa do Pacífico, junto a Seattle, São Francisco e Los Angeles.

CRESCIMENTO POPULACIONAL

1ª fase do crescimento demográfico

Do início do século XIX até a II Guerra Mundial, os EUA receberam cerca de 40 milhões de imigrantes, sendo essa fase chamada de "crescimento imigratório" da população. A diminuição da entrada de imigrantes após 1920 deve-se à lei de Cotas de Imigração de 1924 e à crise econômica de 1929. Após a Segunda Guerra Mundial, a pequena entrada de imigrantes nos EUA deveu-se à mudança do fluxo migratório europeu, que de intercontinental passa a ser intracontinental (movimentos populacionais dentro da própria Europa).

2ª fase do crescimento demográfico

Após a Segunda Guerra Mundial, o crescimento populacional foi eminentemente vegetativo e, após a década de 60, a tendência à estabilização das taxas de natalidade levou a um "envelhecimento" da população americana.

ESTRUTURA POLÍTICA

A NAÇÃO - uma Federação composta por 50 estados, mais o Distrito de Colúmbia, onde se localiza a capital do país: Washington.

REGIME- presidencialista, sendo o Poder Executivo exercido por um Presidente da República eleito para mandato de 4 anos, podendo ser reeleito somente uma vez

SISTEMA ELEITORAL PARA PRESIDÊNCIA - a população (sufrágio não obrigatório) vota para eleger os representantes de cada estado no Colégio Eleitoral (a representação se dá conforme o número de habitantes em cada estado).  Esse Colégio Eleitoral é que escolherá o Presidente da República. 

PODER LEGISLATIVO - bicameral: Senado (2 senadores por estado) e a Câmara dos Representantes (um número de deputados proporcional à população de cada estado)

PODER JUDICIÁRIO - encabeçado pela Suprema Corte

PARTIDOS BÁSICOS - Partido Republicano (mais conservador) e Partido Democrata (mais liberal e favorável a maiores gastos sociais)

 White House - A Casa Branca
A Casa Branca

A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO AMERICANO

A formação do império americano começou, de fato, com a vitória da União sobre os "Confederados" sulistas na "Guerra da Secessão" (1861-1865), que foi a guerra civil norte-americana. O Norte, em processo de industrialização, consegue abolir a escravatura do Sul, ampliando os mercados consumidores para as maquinofaturas. Isso possibilitou uma precoce Revolução Industrial.

As duas Guerras Mundiais também tiveram um papel fundamental na formação do império norte-americano. Em função dos conflitos mundiais, os Estados Unidos forneceram armas e equipamentos aos países beligerantes e exportaram produtos industriais e agrícolas para todo o planeta, substituindo, assim, as nações europeias, cuja produção fora paralisada durante as guerras. A Europa passou a dever aos Estados Unidos, pois os norte-americanos forneceram materiais militares e bens de consumo nos pós-guerras, período marcado pela destruição da estrutura produtiva do Velho Continente. Enquanto isso ocorria, o parque industrial americano, intacto, supria as necessidades mundiais.

Após a Segunda Guerra Mundial, pelo Acordo de Bretton Woods (1944), o dólar americano se tornou o padrão monetário internacional. E no período pós-guerra, a evolução do capitalismo norte-americano gerou grandes conglomerados industriais e financeiros que continuam a atuar ao redor de todo planeta, acelerando a acumulação de capital dos Estados Unidos.

DADOS ECONÔMICOS

Os EUA se dividem em três regiões geoeconômicas:

1. NORDESTE - região compreendida entre os Grandes Lagos e o litoral do Atlântico pode ser definida como uma área caracterizada por um "cinturão industrial", pois produz 40% dos maquinofaturados norte-americanos. Razões dessa concentração industrial: mão de obra qualificada; alto grau de organização, reservas minerais (carvão mineral nos Montes Apalaches e minério de ferro no Lago Superior); fontes energéticas (hidrelétrica, termelétrica e nuclear) e facilidades de transporte (rodoferroviário, aéreo e hidrofluvial), já que os Grandes Lagos são amplamente navegáveis e se interligam com a Bacia do Mississippi. Principais produtos do parque industrial do Nordeste: aço; automóveis (a maioria das fábricas sediada na cidade de Detroit, hoje em relativo declínio); química.

2. PLANÍCIES CENTRAIS - celeiro agrícola e de ricos depósitos petrolíferos; a agricultura nessa área é de monocultura, realizada em extensas propriedades e com grandes investimentos tecnológicos, formando os "belts", ou cinturões. Destacam-se três cinturões: "wheat belt", ou cinturão do trigo - no alto Missouri e no centro da planície, há a terceira maior produção mundial de trigo; "corn belt", ou cinturão do milho - na região ao sul dos Grandes Lagos, onde cultiva-se a maior produção mundial de milho, destinado à indústria de ração animal, principalmente para suínos; "cotton belt", ou cinturão do algodão - o sudeste das planícies centrais é responsável por uma das maiores produções mundiais de algodão. No sul das planícies centrais, no estado do Texas, estão as maiores reservas petrolíferas dos EUA. O petróleo é responsável pela predominância, na região, da indústria petroquímica. Na Louisiana, principalmente em Nova Orleans, concentram-se grandes complexos industriais de alimentos. Apesar da grande importância da produção industrial do nordeste, atualmente está ocorrendo uma grande concentração industrial no sul e sudeste ("sun belt" - cinturão do sol), caracterizado pela presença de empresas de "tecnologia de ponta" e de alimentos. A área está desfrutando do florescimento do turismo, principalmente na Flórida, onde a cidade de Miami, a Disneyworld e a Base Espacial do Cabo Kennedy (antigo Cabo Canaveral) são importantes polos de atração de visitantes.

3. OESTE - área que se estende das Montanhas Rochosas até o Pacífico. Além de grandes jazidas minerais (cobre, chumbo e prata), é praticada uma agricultura baseada na irrigação (dry farming) em função do clima árido e semiárido. No interior das Montanhas Rochosas, mais exatamente nos planaltos de Colúmbia e do Colorado, destacam-se a pecuária extensiva de bovinos (ranching belt - cinturão das fazendas pecuaristas) e a criação de ovinos. Na Califórnia, São Francisco é o grande porto e também concentra indústrias alimentícias, enquanto Los Angeles se caracteriza pela indústria cinematográfica. Em Seattle, sede da empresa Boeing Aircraft Corporation, predomina a indústria aeronáutica. A área é a sede do "complexo industrial" - militar (indústria armamentista) dos EUA. Por fim, na região está situado o "Vale do Silício", onde estão presentes empresas de alta sofisticação tecnológica, principalmente no setor de informática.

A ECONOMIA DO ALASCA

O Alasca é, simultaneamente, o estado norte-americano de maior extensão e menor povoamento. Seu território, cortado pelo Círculo Polar Ártico, é coberto, em boa parte, por gelos. Suas principais atividades econômicas são: extração de madeira, extração mineral (chumbo, prata e ouro), pesca (salmão e trutas) e exploração petrolífera.

A ECONOMIA DO HAVAÍ

Com 122 ilhas, o Arquipélago do Havaí está localizado na zona tropical do Pacífico e sua capital é a cidade de Honolulu. Seu solo é de formação vulcânica e suas ilhas não passam de picos de montanhas submersas (o ponto mais alto é o vulcão Mauna Loa, com 4168 metros). A população havaiana, inicialmente toda de polinésios, alterou sua composição étnica com a vinda, primeiro, de japoneses e, em seguida, de norte-americanos. Ocupado pelos EUA em 1893, o Havaí possui grandes instalações militares e serve de escala para as rotas aéreas internacionais.

A economia havaiana é fundamentalmente de produtos tropicais, notadamente o abacaxi e a cana-de-açúcar. No Arquipélago, inúmeras indústrias beneficiam esses gêneros, quase todas elas concentradas em Honolulu. Entretanto, a principal fonte de renda do Havaí é o turismo.

ESTADOS UNIDOS PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Os Aliados venceram a Segunda Guerra Mundial devido principalmente à participação militar dos Estados Unidos. Após o término da Guerra, a nação norte-americana decidiu exercer uma função ativa na política internacional. A sede da então recém-formada Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada na cidade de Nova Iorque e os Estados Unidos se tornaram um membro permanente do Conselho de Segurança. Como líder do capitalismo e maior oponente do socialismo, o país ajudou também a formar a OTAN.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos haviam se tornado a maior potência política, econômica e militar do mundo. Apenas a União Soviética fazia frente aos norte-americanos, e somente no âmbito militar.

A Europa e o Japão tiveram suas estruturas produtivas devastadas pela guerra; assim, os Estados Unidos por longo período lideraram as nações do chamado bloco capitalista.

O conflito entre o Ocidente capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o Oriente socialista, liderado pela União Soviética, levou ao que se convencionou chamar de "Guerra Fria", ou seja, a disputa pelo mundo (entende-se: mercados aliados). Estados Unidos e União Soviética, reinantes ao longo da "Guerra Fria", equilibravam as forças nas relações internacionais.

As duas nações lançaram-se a uma grande competição na construção de armamentos, cada vez mais sofisticados, e em maior número, pois os mesmos além de servirem a uma eventual guerra entre ambos, foram também vendidos ou mesmo "dados" a seus aliados, no contexto da Guerra Fria (Doutrina Truman). São exemplos dessa política as armas americanas "doadas" aos rebeldes do Afeganistão e as russas "doadas" aos Vietcongs. Ambas as nações gastaram trilhões também em suas 25.000 bombas nucleares, submarinos atômicos e na chamada "Corrida Espacial". Resultado: após cerca de três décadas e meia desse processo, ambos haviam montado um poderoso complexo industrial-militar, mas também viram suas economias abaladas, devido ao alto custo envolvido.

OS ESTADOS UNIDOS ATUALMENTE E A NOVA ORDEM MUNDIAL

Com o desaparecimento da União Soviética, os Estados Unidos tornaram-se a única superpotência mundial. Nos últimos anos, a China tem se tornado uma superpotência emergente. Contudo, os Estados Unidos ainda são a única verdadeira superpotência do mundo.

Numa nova era nas relações internacionais, o país teve que redefinir seu papel e seu envolvimento em assuntos externos. Guerras como a do Golfo (1990-1991), e as da Península Balcânica, foram lideradas pelos Estados Unidos.

O governo do democrata Bill Clinton (1993-2000) foi marcado pelo crescimento econômico. Apesar disto, Clinton não conseguiu eleger seu sucessor. O democrata Albert Gore, vice-presidente no governo Clinton, perdeu as eleições para o republicano George W. Bush, filho de George Bush, o presidente que liderou os Estados Unidos durante a Guerra do Golfo.

Em 2001, menos de um ano após George W. Bush assumir a presidência, os Estados Unidos sofreram o maior ataque terrorista de sua história: no dia 11 de setembro, terroristas da organização islâmica Al-Qaeda, encabeçada por Osama bin Laden, atingiram, com aviões comerciais que haviam sequestrado, as Torres Gêmeas de Nova Iorque e o Pentágono. Esses ataques terroristas de 11 de setembro custaram a vida de mais de 3000 pessoas. Em reação a essa atrocidade perpetrada, o governo de George W. Bush declarou guerra contra o terrorismo internacional e prometeu combatê-lo onde fosse necessário. O primeiro alvo norte-americano foi o Afeganistão, país que abrigava Osama bin Laden e membros de sua organização terrorista. O ataque dos Estados Unidos contra o Afeganistão teve como objetivo derrubar o governo Talibã, regime islâmico fanático, que apoiava o terrorismo internacional.

Mas a guerra contra os inimigos dos Estados Unidos não se limitou ao Afeganistão. Em 2003, o governo norte-americano declarou guerra contra o Iraque de Saddam Hussein. O presidente George W. Bush alegou que os propósitos da guerra eram retirar o ditador iraquiano do poder e acabar com as armas de destruição em massa que o país possuía. Na sua aclamação contra o terrorismo internacional, o presidente Bush apontou Saddam Hussein como uma das maiores ameaças à segurança dos Estados Unidos e do mundo. De fato, sabe-se que, ao longo de sua ditadura, Saddam Hussein cometeu atos de barbárie e de genocídio contra a população: utilizou armas químicas contra os curdos de seu país, torturou e executou inúmeros opositores do regime, e apoiou e financiou o terrorismo internacional. Estima-se que Saddam Hussein tenha sido responsável pela morte de aproximadamente 1 milhão de pessoas. Porém, a alegação americana de que o Iraque possuía armas de destruição em massa nunca foi comprovada: nunca foram encontradas no país após a invasão dos Estados Unidos. Os opositores do governo Bush o acusam de ter fabricado tal alegação para utilizá-la como pretexto para invasão do país e derrubada do regime de Saddam Hussein.

A desaceleração da economia dos Estados Unidos

O presidente George W. Bush foi reeleito em 2004, obtendo o maior número de votos na história dos Estados Unidos. Porém, sua administração foi muito criticada durante seu segundo mandato. Mais de 4500 americanos morreram na guerra do Iraque. O conflito custou aos cofres norte-americanos aproximadamente 800 bilhões de dólares. Em 2011, os Estados Unidos se retiraram do Iraque: não mantiveram tropas residuais no país. A missão norte-americana no Iraque foi oficialmente encerrada.

A guerra do Iraque não foi o único motivo pelo qual o governo de Bush teve uma aprovação tão baixa. Durante o seu segundo mandato, a economia desacelerou: houve uma grave crise no setor imobiliário e um aumento no custo de alimentos; o barril de petróleo atingiu um recorde de alta, chegando a ultrapassar 140 dólares. Muitos economistas alegaram que os Estados Unidos estavam passando por uma recessão.

Porém, seria simplista culpar o governo de George W. Bush por todos os problemas econômicos enfrentados pelos Estados Unidos. O aumento no custo de petróleo e de gêneros alimentícios foi um fenômeno mundial, não norte-americano. É verdade que muitos americanos acreditam que o governo poderia ter feito mais para aliviar as dificuldades econômicas da população, mas é importante lembrar que apesar de o presidente Bush ser republicano, a maioria do Poder Legislativo é democrata. Ambos os partidos - Republicano e Democrata - são responsáveis pela administração do país. De fato, pesquisas de opinião demonstram que a população está insatisfeita não apenas com seu presidente, mas também com o Poder Legislativo.

BARACK OBAMA É ELEITO PRESIDENTE

Em novembro de 2008, o candidato do Partido Democrata, Barack Obama, foi eleito Presidente dos Estados Unidos. Obama é o primeiro negro a ser eleito à presidência norte-americana. Um jovem senador do Estado de Illinois, ele derrotou o candidato do Partido Republicano, um herói e prisioneiro de guerra, que é senador pelo Estado de Arizona, John McCain.

O Presidente dos Estados Unidos Barack Obama

Barack Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2009. Seu maior desafio é tirar os Estados Unidos da recessão econômica em que o país atualmente se encontra. No seu primeiro ano de governo, Obama conseguiu aprovar, no Congresso e no Senado, um plano de estímulo econômico no valor de US$ 787 bilhões. Este plano e outras medidas econômicas, que ajudaram bancos e empresas, evitaram um colapso econômico. Porém, a taxa de desemprego nos Estados Unidos continua alta. Esta é a maior preocupação do governo de Obama.

Outro grande desafio para o jovem presidente é a luta contra o terrorismo internacional. Por um lado, Obama reverteu algumas das medidas duras de combate ao terrorismo que foram implementadas pelo governo de George W. Bush. Mas, por outro lado, para combater a organização terrorista Al Queda e as milícias Talibãs, Obama decidiu enviar mais 30.000 tropas norte-americanas para lutar no Afeganistão.

O maior triunfo do governo de Obama ocorreu ao final de seu primeiro ano de governo: no dia 24 de dezembro de 2009, o Senado norte-americano aprovou um projeto de reforma para o sistema de saúde, proposta pelo presidente, que previa a extensão de seguro-saúde para 31 milhões de norte-americanos. Esse projeto legislativo de reforma foi formalmente chamado de Affordable Care Act (ACA).

O projeto é popularmente conhecido como Obamacare.

Em 2011, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou o final das operações militares norte-americanas no Iraque. A guerra no Iraque custou a vida de mais de 4500 soldados norte-americanos. A guerra custou para os Estados Unidos 800 bilhões de dólares.

Em 2011, Bin Laden, considerado o homem mais procurado do mundo, foi morto em uma missão secreta norte-americana. O líder terrorista vivia escondido em uma cidade do Paquistão. A execução de Bin Laden é considerada um dos maiores trunfos da presidência de Barack Obama.

O democrata Barack Obama foi reeleito em 2012. Durante os primeiros dois anos de seu primeiro mandato, ele havia conseguido que o Poder Legislativo aprovasse seus projetos, pois a maioria do Congresso e do Senado era constituída por membros do Partido Democrata. Contudo, a partir de 2011, houve conflitos entre o presidente e o Congresso norte-americano, agora constituído por uma maioria republicana.

Em janeiro de 2013, o Presidente Obama anunciou que iniciaria a retirada de tropas norte-americanas do Afeganistão. Dependendo do acordo firmado com o governo do Afeganistão, é possível que permaneça no país uma força residual norte-americana para treinar as forças afegãs e para exercer atividades antiterroristas. Duvida-se da capacidade das forças afegãs de manter a segurança no país na ausência das forças norte-americanas. Apesar de ter encerrado a guerra no Iraque, Obama não conseguiu fazer o mesmo no Afeganistão. Reverteu sua política de retirar todas as tropas norte-americanas do Afeganistão até 2016. A retirada de tropas do Afeganistão está sendo negociada por seu sucessor – Donald J. Trump.

Em dezembro de 2014, Obama anunciou a normalização das relações entre Cuba e os Estados Unidos. Em julho do ano seguinte, assinou um acordo nuclear com o Irã.

Em meados de 2014, Obama autorizou uma intervenção armada contra o Estado Islâmico no Iraque. Essas operações militares foram expandidas para a Síria, onde organizações terroristas, como o Estado Islâmico, passaram a operar e a conquistar territórios.

A eleição de Donald Trump

No dia 8 de novembro de 2016, o republicano Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos. Trump derrotou a democrata Hillary Clinton, esposa do presidente Bill Clinton. Clinton obteve mais votos do que Trump, mas este obteve mais votos de delegados do colégio eleitoral e, portanto, venceu a eleição.

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump
Fonte: http://www.cnbc.com/donald-trump/. Acesso: 28/07/2017.

O sucessor de Barack Obama é, de certa forma, a antítese de seu antecessor. De fato, nos seus primeiros meses de governo, Trump visou a reverter muitas das políticas de Obama. 

Trump se elegeu com um discurso populista. Diferentemente de Obama, que se considerava um líder mundial, Trump apoia a política de “America First” (os Estados Unidos em primeiro lugar). A ascensão política e vitória de Trump chocaram analistas políticos: não se esperava que ele fosse capaz de derrotar uma veterana política como Hillary Clinton. Vale lembrar que os esforços políticos de Trump no passado foram motivo de chacota.

Os ideias e opiniões políticas de Donald Trump mudaram muito ao longo de sua vida. Anos atrás, ele se considerava um democrata. Hoje, é líder de um governo conservador. O Partido Republicano elegeu o Presidente e controla tanto a Câmara dos Representantes como o Senado.

Muitas pessoas, tanto nos Estados Unidos como no restante do mundo, consideram Trump um político populista que fomenta o medo e o preconceito e que personifica o crescimento de movimentos de extrema-direita, que também se fortalecem no continente europeu.

Ordem de Imigração

No dia 27 de janeiro de 2017, alegando preocupação com a segurança nacional dos Estados Unidos, o presidente Trump assinou uma ordem executiva suspendendo a entrada de cidadãos destes sete países por um período de 90 dias: Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. A ordem executiva também visava a proibir indefinitivamente a entrada de refugiados da guerra civil síria. Refugiados que chegaram aos Estados Unidos quando a ordem foi assinada foram barrados e detidos nos aeroportos norte-americanos.

No dia 6 de março, Trump mudou a ordem executiva: agora, seria permitida a entrada de pessoas advindo do Iraque e de pessoas com visto ou que fossem residentes permanentes dos Estados Unidos. A nova ordem executiva também deixou de fazer distinção entre refugiados advindo da Síria e de outros países.

As ordens de imigração de Trump foram contestadas em tribunais federais. 

Além de considerar a lei injusta e preconceituosa, críticos ressaltam que o governo de Trump não suspendeu a entrada de cidadãos advindo de países muçulmanos que mantêm relações financeiras com as empresas de Trump, a Trump Organization. Eles lembrar que os terroristas que perpetraram os atentados de 11 de setembro de 2001 advinham da Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito.

Durante a campanha para presidente, Trump prometeu construir um muro na fronteira entre Estados Unidos e México. O objetivo desse muro seria impedir que mexicanos e outros imigrantes latinos adentrassem o território norte-americano ilegalmente. Trump chegou a afirmar, repetidamente, que o próprio México teria de pagar pela construção do muro. A promessa de lutar contra a imigração ilegal aos Estados Unidos fez com que Donald Trump conquistasse o apoio de muitos ultraconservadores norte-americanos.

Após chegar ao poder, Trump instituiu uma política de zero tolerância em relação a imigrantes ilegais. Em 2018 - 2019, o mundo se chocou ao ver cenas de crianças, que tentavam imigrar ilegalmente para os Estados Unidos, atrás de grades. Algumas crianças entraram nos Estados Unidos desacompanhadas e outras foram separadas de sua família na fronteira do país.

Segundo a política de separação familiar, as autoridades federais separaram milhares de crianças dos pais ou responsáveis com quem entraram nos Estados Unidos. Os adultos foram processados e mantidos em prisões federais, e as crianças colocadas sob a supervisão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA e mantidas em gaiolas.

A política de separação familiar não incluía medidas para reunir as famílias que haviam sido separadas. Em alguns casos, as crianças foram separadas sem documentação clara tomadas para controlá-los, a fim de reuni-los com seus pais. Algumas dessas crianças são muito jovens. A política terminou oficialmente em julho de 2019.

Relações do governo Trump com a imprensa

O governo de Trump é marcado por suas más relações com a imprensa. Já no primeiro dia de seu governo, Trump atacou a imprensa, acusando-a de relativizar o número de pessoas que compareceram à sua posse. Trump chamou a mídia de “desonestos, fora de controle” e a acusou de estar prestando um desserviço ao povo norte-americano. Também afirmou que os jornais e canais de notícias, como o The New York Times, a NBC, a ABC, a CBS e a CNN são “inimigos do povo americano”.

Trump frequentemente acusa a mídia de elaborar e propagar “Fake News” – notícias falsas, principalmente quando o que é noticiado não o agrada.

Uso do Twitter

Uma característica peculiar do governo Trump é que o presidente utiliza sua conta particular na rede social Twitter para enviar tweets que são frequentemente impulsivos e vingativos. Muitos desses tweets são publicados de madrugada.

Trump utiliza as redes sociais para responder a críticas e para atacar seus opositores. Também envia tweets em busca de apoio popular para certas medidas de seu governo. Seus principais alvos no Twitter são a mídia, Hillary Clinton e Barack Obama.

Sumário

- A População
i. Distribuição Populacional
ii. Crescimento Populacional
- Estrutura Política
- A Formação do Império Americano
i. Dados Econômicos
ii. Estados Unidos Pós Segunda Guerra Mundial
- Os Estados Unidos Atualmente e a Nova Ordem Mundial
i. A Desaceleração da Economia dos Estados Unidos
- Barack Obama é Eleito Presidente