O Japão

Nome Oficial: Japão

Monarquia constitucional

Área: 377.873 km²

População: 127.253.000

Moeda: Iene

Língua oficial: Japonês

Bandeira do Japão

O Japão constitui a terceira maior economia do mundo. Após a derrota na Segunda Guerra Mundial, a recuperação econômica do Japão foi extraordinária. Esse país é uma potência industrial, conta com algumas das maiores empresas do mundo e é uma fonte de inovação e tecnologia.

O Japão é uma mescla de modernidade, inovação e tradição. A sociedade é bastante hierárquica. Desde cedo, crianças são ensinadas a respeitar países e empregadores e a trabalhar duro. A família e a empresa vêm em primeiro lugar.

A educação é muito valorizada no Japão. O Japão está sempre no topo dos rankings internacionais que medem a qualidade de educação dos países.

O Japão é o único país do mundo que ainda tem um imperador. O atual imperador se chama Akihito. Ele assumiu tal posição em 1989 e é o 125.º imperador do Japão. A figura do imperador é simbólica, representando a tradição japonesa.

Entre os países desenvolvidos, o Japão apresenta um dos mais baixos níveis de concentração de renda. Em 2016, a renda per capita era de $38,900.

Um dos grandes desafios para economia do Japão é o fato de que a população como um todo está envelhecendo. A população japonesa é de aproximadamente 127 milhões. Em 2016, 27% dos japoneses tinham mais de 65 anos. O país conta com uma das maiores expectativas de vida do mundo – 85 anos, sendo superado apenas por Mônaco. Estima-se que 65 mil japoneses tenham mais de 100 anos.

É notável que a população japonesa vem encolhendo nos últimos anos: no país há uma taxa negativa de crescimento.

Geografia Física

Japão é um arquipélago. As quatro maiores ilhas são Hokkaido, Honshu, Shikoko e Kyushu, mas o país é composto por milhares de outras pequenas ilhas/ilhotas.

Aproximadamente 85% do território japonês é coberto por montanhas, e o país tem um histórico de vulcões ativos. Seu clima é geralmente ameno e úmido; nas ilhas ao norte, os invernos são moderadamente frios e os verões frescos. Por causa da existência de tantas montanhas, apenas pequenas partes das terras japonesas são cultiváveis. As principais áreas de cultivo se localizam em pequenos vales de rios; a abundância de chuvas ajuda no cultivo de arroz, que é a principal safra japonesa.

A geografia japonesa exerceu uma importante influência na história do país: as montanhas dificultaram a unificação política da nação; o mar servia como fonte de alimento e transporte e também como uma proteção contra invasões de forças estrangeiras.

Mapa do Japão - Geografia Física

Geologia

  • Origem terciária recente. Surgiu de dobramentos da crosta terrestre, originando montanhas pontiagudas como os Alpes. Possui vários vulcões em atividade e é vítima de abalos sísmicos, tendo forma uma estrutura geológica não consolidada.
  • O arquipélago japonês faz parte do Círculo do fogo
  • 26% de seu território são formados por rochas vulcânicas. Possui mais 180 vulcões, sendo 59 deles ativos.
  • Em virtude da instabilidade vulcânica o Japão já sofreu inúmeros terremotos. Em 1923 ocorreu o mais violento, que acabou matando 110 mil pessoas.
  • Os tsunamis (maremotos) também assolam o país.
  • Em março de 2011, um tsunami no Japão causou um incêndio na Usina Nuclear de Fukushima. A radiação proveniente da explosão da usina causou mais de 1600 mortes indiretas. Tal acidente voltou a levantar sérias dúvidas a respeito do uso da energia nuclear.

ASPECTOS HISTÓRICOS

Um Novo Japão

O Japão passou por grandes mudanças após a derrota sofrida na Segunda Guerra Mundial. A nova Constituição de 1947 mostrou a influência dos Estados Unidos pois passou a incluir a garantia da educação e liberdade de expressão e religião. Aos trabalhadores foi dado o direito de negociar com as empresas que os empregavam. As mulheres conquistaram direitos políticos, econômicos e sociais. Mas as antigas tradições tentaram frear a adoção dessas novas medidas e direitos.

Durante séculos, boa parte do território japonês se encontrava nas mãos de grandes proprietários de terra, sendo que pequenos fazendeiros costumavam alugar a terra onde trabalhavam. Isso mudou após a Segunda Guerra Mundial, pois o governo japonês impôs limites na quantidade de terra que cada proprietário poderia possuir. O governo também comprou terras para vendê-las aos camponeses por preços relativamente baixos.

Outras reformas foram implantadas no país para diminuir a desigualdade social e econômica. As zaibatsu, grandes firmas industriais japonesas mantidas por um grupo de famílias poderosas foram forçadas a vender ações na bolsa de valores. Os empregados das fábricas foram incentivados a formar sindicatos.

O Japão também implementou mudanças em seu sistema educacional. Universidades foram construídas e métodos modernos de ensino foram adotados. Antes da Segunda Guerra Mundial, as escolas japonesas enfatizavam valores como lealdade e obediência ao imperador e à nação. Após a guerra, porém, as escolas passaram a ensinar valores democráticos.

O Milagre Econômico Japonês

A recuperação econômica do Japão após a Segunda Guerra Mundial foi surpreendente e extraordinária. O país que fora praticamente destruído e sofrera dois ataques nucleares, se tornou uma das maiores potências econômicas do mundo, na segunda metade do século XX.

Entre 1946 e 1967, o PIB do Japão cresceu a uma taxa anual de aproximadamente 10%. Esta taxa superou a média da Alemanha Ocidental, que foi a economia de mais rápido crescimento na Europa durante o período pós-guerra. O Japão tornou-se o líder mundial na construção de navios, carros, câmeras, equipamentos eletrônicos e aço passaram a ser exportados pelo país em quantidade recorde. No final da década de 1960, o pequeno Japão, havia se tornado o terceiro maior poder econômico do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da União Soviética.

Como se explica o milagre econômico japonês? Primeiramente, mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, o Japão possuía tecnologia avançada, indústria bem desenvolvida e uma forte comunidade empresarial. Isto permitiu que a nação se reconstituísse após o término do conflito. Em segundo lugar, o governo japonês concedeu empréstimos para que importantes indústrias se expandissem. Em terceiro lugar, o Japão protegeu suas indústrias em crescimento ao manter altas tarifas de importação. Um outro motivo que explica esse notável crescimento foi que ao contrário dos trabalhadores de outros países, os japoneses enfatizavam o esforço coletivo: o sucesso da companhia era considerado mais importante que o sucesso individual. Os trabalhadores japoneses – fossem eles executivos ou operários – eram extremamente leais às empresas onde trabalhavam. Outros fatores que possibilitaram o crescimento econômico japonês foram: grande ênfase dada à educação; créditos concedidos pelos Estados Unidos para a reconstrução e desenvolvimento da indústria japonesa; ressurgimento dos grandes monopólios empresariais (os zaibatsu); a inexistência de gastos militares (exigência das forças aliadas após o término da guerra); grande oferta e abundância de mão de obra; a disciplina do povo japonês; produção em alta escala, objetivando o mercado externo; investimento em pesquisas científicas e tecnológicas; grande mercado interno e alto poder aquisitivo.

Mas apesar de tamanha prosperidade, o Japão continuava a enfrentar problemas devido à sua limitação física. Há no país uma escassez de terra e de recursos naturais. Mesmo adotando novas tecnologias agrícolas, o Japão não conseguia cultivar alimentos suficientes para toda população. O país era obrigado a importar quase toda a soja, o trigo e o açúcar consumidos, além de importar matéria-prima, como petróleo, minério de ferro e madeira.

Todo esse crescimento econômico também resultou em males sociais. O governo focava apenas no crescimento econômico da nação e ignorava a qualidade de vida do povo. Mais e mais japoneses migraram para cidades já super povoadas. Como outras nações industrializadas, o Japão passou a sofrer os males da poluição ambiental. A grande concentração de indústrias causou sérios problemas. O governo, por sua vez, estabeleceu leis bastante rígidas, o que provocou alterações na política industrial japonesa. Estas leis incluíam a instalação e o desenvolvimento de indústrias eletroeletrônicas e a transferências de indústrias japonesas para outros países latino-americanos, como o Brasil.

O Japão também passou a buscar mão de obra mais barata e esse foi um dos motivos do estabelecimento de indústrias japonesas em países como os chamados Tigres Asiáticos.

Mapa do Japão

Política Externa Japonesa

Na década de 1980, o saldo comercial do Japão era positivo. Isto significa que o país exportava mais que importava. Mas, frente ao grande crescimento econômico japonês, outros países passaram a exigir que o Japão passasse a exportar menos e a importar mais. Essa pressão vinha principalmente dos Estados Unidos, pois as indústrias automobilísticas e eletrônicas dos Estados Unidos perdiam mercado para os importados japoneses. Muitos norte-americanos passaram a comprar carros e produtos japoneses, em geral mais baratos e melhores que os americanos. Cedendo a pressões, no final da década de 1980, o primeiro-ministro japonês Noburu Takeshita prometeu abrir o mercado japonês para produtos estrangeiros.

Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o Japão e os Estados Unidos mantinham boas relações. Afinal, foram os Estados Unidos que investiram no Japão e ajudaram o país a se recuperar. Porém, no início da década de 1970, os Estados Unidos passaram a se aproximar da China comunista. O Japão havia servido como um aliado americano para limitar o expansionismo socialista na Ásia. Quando os Estados Unidos restabeleceram relações diplomáticas com a China, o Japão passou a temer que o comprometimento norte-americano para com seu país fosse enfraquecer.

Para evitar que o Japão voltasse a se tornar uma poderosa e, possivelmente perigosa, força bélica, a própria Constituição japonesa decretou que o país poderia manter apenas uma pequena força militar para defender o país. O Japão depende dos Estados Unidos para garantir sua segurança. Quando os Estados Unidos se aproximaram da China comunista – tradicional rival do Japão – muitos japoneses passaram a temer pela defesa de sua nação. Reagindo a essa nova realidade geopolítica, o Japão, durante a década de 1980, passou a fazer investimentos militares. O governo dos Estados Unidos aprovou a decisão japonesa de ampliar as forças armadas do país.

Sumário

- Geologia
- Aspectos Históricos
i. Um Novo Japão
- O Milagre Econômico Japonês
- Política Externa Japonesa
- O Japão Hoje

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