Refração da Luz
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Refração da Luz
1 - Índice de Refração
Vimos que, no vácuo, a luz se propaga sempre com a mesma velocidade, qualquer que seja a cor da luz. Essa velocidade é representada por c e dada por:
c = 3,0 . 108 m/s (I)
No entanto, quando a luz se propaga em um meio material sua velocidade é menor do que c. Além disso, a velocidade depende da natureza do meio e da cor da luz. Assim, luzes de cores diferentes terão velocidades diferentes.
Considerando as cores do arco-íris, para um mesmo meio, a velocidade diminui do vermelho para o violeta:
vvermelho > vlaranja > vamarelo > vverde > vazul > vanil > vvioleta |
(II)
|
Consideremos uma luz monocromática propagando-se em um determinado meio. Define-se o índice de refração (n) dessa luz em relação a esse meio, pela equação:
onde v é a velocidade dessa luz nesse meio.
Levando-se em conta as relações II e a definição III, percebemos que, para um mesmo meio, temos:
nvermelho < nlaranja <namarelo < nverde <nazul <nanil < nvioleta |
Exemplo 1
Em um determinado tipo de vidro, temos:
v1 = velocidade da luz vermelha = 1,98 . 108 m/s
v2 = velocidade da luz violeta = 1,96 . 108 m/s
Para esse tipo de vidro, calcule:
a) o índice de refração da luz vermelha
b) o índice de refração da luz violeta
Resolução
a) O índice de refração é dado por onde c é a velocidade da luz no vácuo e v é a velocidade da luz no meio.
Como c = 3,0 . 108 m/s, para a luz vermelha temos:
nvermelha = 1,51 |
b) Para a luz violeta temos v2 = 1,96 . 108 m/s
Assim, o índice de refração é:
nvioleta = 1,53 |
Por extensão, definimos o índice de refração do vácuo:
nvácuo = 1 |
No ar, as velocidades das luzes das várias cores, têm velocidades muito próximas da velocidade da luz. Assim:
nar |
Índice de Refração Relativo
Consideremos dois meios A e B, de índices de refração nA e nB (para uma mesma luz monocromática). Definimos:
nAB = índice de refração de A em relação a B =
nBA = índice de refração de B em relação a A =
Para diferenciar do índice relativo, os índices nA e nB são chamados de índices absolutos.
Refringência
Suponhamos que dois meios A e B tenham índices de refração nA e nB, para uma mesma luz monocromática.
Se nA > nB, dizemos que:
A é mais refringente que B
ou B é menos refringente que A
2 - Leis da Refração e a Lei de Snell
Na Fig.1 representamos um raio de luz que passa de um meio A para um meio B. A reta r é a normal no ponto de incidência.
Sendo nA e nB os índices de refração dos dois meios, a experiência mostra que:
1° |
O raio incidente, o normal e o raio refratado estão num mesmo plano. |
2° |
nA . sen |
onde: | { | sen![]() ![]() |
sen ![]() ![]() |
Existem alguns ângulos cujos senos devemos memorizar:
sen 45° =
sen 60 ° =
sen 0 = 0
sen 90° = 1
Para os outros ângulos, consultamos uma tabela como a fornecida a seguir (ou usamos uma calculadora eletrônica)
TABELA DE SENOS, COSSENOS E TANGENTES |
|||||||
Ângulo |
sen |
cos |
tg |
Ângulo |
sen |
cos |
tg |
0° |
0,000 |
1,000 |
0,000 |
46° |
0,719 |
0,695 |
1,036 |
1° |
0,018 |
1,000 |
0,018 |
47° |
0,731 |
0,682 |
1,072 |
2° |
0,035 |
0,999 |
0,035 |
48° |
0,743 |
0,669 |
1,111 |
3° |
0,052 |
0,999 |
0,052 |
49° |
0,755 |
0,656 |
1,150 |
4° |
0,070 |
0,998 |
0,070 |
50° |
0,766 |
0,643 |
1,192 |
5° |
0,087 |
0,996 |
0,088 |
51° |
0,777 |
0,629 |
1,235 |
6° |
0,104 |
0,994 |
0,105 |
52° |
0,788 |
0,616 |
1,280 |
7° |
0,122 |
0,992 |
0,123 |
53° |
0,799 |
0,602 |
1,327 |
8° |
0,139 |
0,990 |
0,140 |
54° |
0,809 |
0,588 |
1,376 |
9° |
0,156 |
0,988 |
0,158 |
55° |
0,819 |
0,574 |
1,428 |
10° |
0,174 |
0,985 |
0,176 |
56° |
0,829 |
0,559 |
1,483 |
11° |
0,191 |
0,982 |
0,194 |
57° |
0,839 |
0,545 |
1,540 |
12° |
0,208 |
0,978 |
0,213 |
58° |
0,848 |
0,530 |
1,600 |
13° |
0,225 |
0,974 |
0,231 |
59° |
0,857 |
0,515 |
1,664 |
14° |
0,242 |
0,970 |
0,249 |
60° |
0,866 |
0,500 |
1,732 |
15° |
0,259 |
0,966 |
0,268 |
61° |
0,875 |
0,485 |
1,804 |
16° |
0,276 |
0,961 |
0,287 |
62° |
0,883 |
0,470 |
1,881 |
17° |
0,292 |
0,956 |
0,306 |
63° |
0,891 |
0,454 |
1,963 |
18° |
0,309 |
0,951 |
0,325 |
64° |
0,899 |
0,438 |
2,050 |
19° |
0,326 |
0,946 |
0,344 |
65° |
0,906 |
0,423 |
2,144 |
20° |
0,342 |
0,940 |
0,364 |
66° |
0,914 |
0,407 |
2,246 |
21° |
0,358 |
0,934 |
0,384 |
67° |
0,920 |
0,391 |
2,356 |
22° |
0,375 |
0,927 |
0,404 |
68° |
0,927 |
0,375 |
2,475 |
23° |
0,391 |
0,920 |
0,424 |
69° |
0,934 |
0,358 |
2,605 |
24° |
0,407 |
0,914 |
0,445 |
70° |
0,940 |
0,342 |
2,748 |
25° |
0,423 |
0,906 |
0,466 |
71° |
0,946 |
0,326 |
2,904 |
26° |
0,438 |
0,899 |
0,488 |
72° |
0,951 |
0,309 |
3,078 |
27° |
0,454 |
0,891 |
0,510 |
73° |
0,956 |
0,292 |
3,271 |
28° |
0,470 |
0,883 |
0,532 |
74° |
0,961 |
0,276 |
3,487 |
29° |
0,485 |
0,875 |
0,554 |
75° |
0,996 |
0,259 |
3,732 |
30° |
0,500 |
0,866 |
0,577 |
76° |
0,970 |
0,242 |
4,011 |
31° |
0,515 |
0,857 |
0,601 |
77° |
0,974 |
0,225 |
4,33 |
32° |
0,530 |
0,848 |
0,625 |
78° |
0,978 |
0,208 |
4,70 |
33° |
0,545 |
0,839 |
0,649 |
79° |
0,982 |
0,191 |
5,14 |
34° |
0,559 |
0,829 |
0,674 |
80° |
0,985 |
0,174 |
5,67 |
35° |
0,574 |
0,814 |
0,700 |
81° |
0,988 |
0,156 |
6,31 |
36° |
0,588 |
0,809 |
0,726 |
82° |
0,990 |
0,139 |
7,16 |
37° |
0,602 |
0,799 |
0,754 |
83º |
0,992 |
0,122 |
8,14 |
38° |
0,616 |
0,788 |
0,781 |
84º |
0,994 |
0,104 |
9,51 |
39° |
0,629 |
0,777 |
0,810 |
85º |
0,996 |
0,087 |
11,4 |
40° |
0,643 |
0,766 |
0,839 |
86º |
0,998 |
0,070 |
14,3 |
41° |
0,656 |
0,755 |
0,869 |
87º |
0,999 |
0,052 |
19,1 |
42° |
0,669 |
0,743 |
0,900 |
88º |
0,999 |
0,035 |
28,6 |
43° |
0,682 |
0,731 |
0,932 |
89º |
1,000 |
0,018 |
57,3 |
44° |
0,695 |
0,719 |
0,966 |
90º |
1,000 |
0,000 |
|
45° |
0,707 |
0,707 |
1,000 |
Exemplo 2
Um raio de luz passa de um meio A para um meio B, como mostra a figura.
São dados: nA = 1,2 e nB = 1,5
Determine o valor do ângulo B
Resolução:
Nós sabemos que o seno de 60° é dado por:
Sen 60° =
Assim, pela 2ª lei da refração, temos:
nA . sen A = nB . sen
B
nA . sen 60° = nB . sen B
(1,2) (0,866) = (1,5) . sen B
Dessa equação tiramos:
sen B
0,693
Consultando uma tabela, ou usando uma calculadora eletrônica, vemos que o ângulo cujo seno é 0,693 é dado, aproximadamente, por 44°. Portanto:
|
Quando o raio de luz incide perpendicularmente à superfície de separação dos dois meios (Fig. 2) ele não sofre desvio.
Fig. 2
Observando a equação nA .senA = nB . sen
B percebemos que, onde nA for maior,
A será menor. Assim, por exemplo, no caso da Fig.3, como:
Fig. 3
A >
B
podemos concluir que:
nA < nB
isto é, o meio A é menos refringente que o meio B.
Dispersão da luz
Sabemos que no vácuo a velocidade da luz é a mesma para todas as cores. No ar, embora ele seja um meio material, a velocidade da luz é aproximadamente a mesma para todas as cores. Porém, nos outros meios materiais, a velocidade da luz depende da cor.
Suponhamos então que um feixe de luz branca (que é mistura de todas as cores), que se propaga inicialmente no ar, atinja um meio material transparente (Fig.4). Como o índice de refração depende da cor, cada cor terá um desvio diferente. Essa separação de cores é chamada de dispersão.
Fig. 4
Na realidade a figura está exagerada; a dispersão não é tão grande assim. Para aumentar a separação de modo que possamos observá-la, é usado um prisma de vidro como ilustra a fig.5.
Fig. 5
É a dispersão da luz nas gotas de água suspensas na atmosfera que explica a formação do arco-íris (fig.6)
Fig. 6
A luz do sol incide em uma gota d'água como ilustra a Fig. Ocorre aí uma primeira dispersão. No fundo da gota uma parte da luz é refletida e, ao sair da gota ocorre outra dispersão.
Fig. 7
O olho do observador recebe cada cor de gotas situadas em alturas diferentes (fig.8) de modo que enxerga o que está mostrado na fig. 9
Fig. 8
Fig. 9
Aulas relacionadas
Sumário
- Índice de Refraçãoi. Índice de Refração Relativo
ii. Refringência
- Leis da Refração e a Lei de Snell
i. Dispersão da luz
- Formação de imagens
- Lâminas de faces paralelas
i. Refração Atmosférica
- Prismas
- Reflexão Total
i. Miragens



