Mudança Social

Mudança Social

Assim como as pessoas, as sociedades mudam. Na Sociologia, mudança social é definida como mudanças significativas em símbolos culturais, normas de comportamento, organizações sociais ou sistemas de valor. De acordo com os sociólogos, mudanças significativas significam as que resultam em profundas consequências sociais.

As mudanças que enxergamos na sociedade costumam ser graduais. A menos que seja consequência de um desastre natural, como um terremoto, ou uma revolução política, mudanças sociais se tornam visíveis apenas meses ou anos mais tarde. Esse tipo de mudança social pode ter diversas fontes: mudanças tecnológicas, mudanças no tamanho ou composição da população e mudanças culturais. Mas algumas mudanças sociais ocorrem graças aos esforços coletivos de pessoas que atuam em movimentos sociais para mudar a política social ou a própria estrutura do governo.

Um movimento social é um esforço sustentado e organizado que enfatiza algum aspecto da mudança social. Hoje, os sociólogos admitem o papel fundamental que os movimentos sociais desempenham em inspirar membros insatisfeitos da sociedade a buscar mudanças sociais. Movimentos sociais compreendem aqueles que visam a preservar o ambiente, promover a justiça racial, defender os direitos de diversos segmentos da sociedade ou defender certas crenças ou princípios.

Alguns exemplos de mudanças sociais significativas que tiveram impactos em longo prazo são a Revolução Industrial, a abolição da escravidão e o movimento feminista.

Modelos de Mudança Social

O empenho de compreender a natureza de mudança social em longo prazo, inclusive a busca por padrões e causas, levou muitos sociólogos a propor teorias a respeito da mudança. As principais teorias são a evolucionista, a funcionalista e de conflito

Teoria Evolucionista

Os sociólogos do século 19 utilizaram os estudos de Charles Darwin (1809-1882) sobre evolução biológica para formular teorias sobre mudança social. De acordo com a teoria evolucionista, as sociedades evoluem gradualmente: eram simples e evoluíram para formas mais complexas.

Evolucionistas sociais contemporâneos consideram que mudanças sociais são multilineares e não, unilineares. A teoria evolucionista multilinear afirma que mudanças podem ocorrer de várias formas e que não necessariamente seguem a mesma direção. Os teoristas multilineares apontam para o fato de que as sociedades humanas evoluíram de formas diferentes.

Teoria Funcionalista

O funcionalismo enxerga a sociedade como um sistema: um conjunto integral de partes interdependentes que forma um todo. Há uma relação entre todas essas partes e os agentes de socialização. Juntos, contribuem para a manutenção da sociedade.

A teoria funcionalista sobre mudança social enfatiza o que mantém – não o que muda – a sociedade. De acordo com essa teoria, a sociedade em seu estado natural se encontra em equilíbrio – estável e equilibrada. A teoria afirma que a sociedade muda naturalmente em direção ao estado de homeóstase. De acordo com a teoria do equilíbrio, mudanças em um aspecto da sociedade requerem mudanças em outros aspectos. Quando tais mudanças não ocorrem, perde-se o equilíbrio e ameaça-se a ordem social.  

De acordo com essa teoria, uma mudança gradual é necessária e desejável e geralmente advém de forças naturais como crescimento populacional, avanços tecnológicos e interações com outras sociedades, que resultam em novas formas de pensar e agir. Contudo, uma mudança social repentina é indesejável, pois perturba esse equilíbrio. Para evitar que isso ocorra, caso haja uma mudança repentina em um segmento da sociedade, os outros segmentos precisam fazer os ajustes necessários.

Os críticos do funcionalismo afirmam que essa teoria ignora o fato de que as pessoas poderosas da sociedade utilizam a força para manter a ilusão de estabilidade e integração. A teoria funcionalista é também criticada pelo fato de presumir que mudanças sociais repentinas são indesejáveis, pois tais mudanças podem ser necessárias para corrigir desigualdades e outros problemas na sociedade.

Teoria do Conflito

De acordo com a Teoria do Conflito, as pessoas ricas e poderosas da sociedade tentam preservar o status quo – as práticas e instituições que os favorecem. A mudança, portanto, exerce papel fundamental na correção de desigualdades e injustiças. O status quoé, portanto, caracterizado pela desigualdade social e outros problemas. Mudanças sociais repentinas – protestos ou revoluções – são, portanto, desejáveis e necessárias para reduzir ou eliminar desigualdades sociais e para tentar resolver outros problemas sociais. A teoria do conflito afirma que mudanças sociais frequentemente advêm dos esforços de movimentos sociais, que visam a efetuar mudanças no sistema social, econômico e político.

A teoria funcionalista presume que o status quo é geralmente desejável e que mudanças sociais repentinas são indesejáveis. Já a teoria do conflito presume o oposto. Outra diferença entre essas duas teorias diz respeito à industrialização. A teoria funcionalista considera que a industrialização foi um fenômeno positivo, que permitiu o nascimento da sociedade moderna. Já a teoria do conflito, que segue as teorias de Karl Marx, afirma que a industrialização resultou na exploração dos trabalhadores e, portanto, no aumento da desigualdade.

Em relação à teoria evolucionista, Karl Marx aceitou o fato de que as sociedades se desenvolvem de forma direcionada. Contudo, ele não concordava com a ideia de que cada etapa representava uma melhora em relação à anterior. Marx afirmava que a história caminhava em etapas: os ricos sempre exploravam os pobres e os fracos. De acordo com Marx, os escravos na Roma antiga e a classe operária eram explorados de forma similar. Ele ensinava que as duas principais classes sociais – os ricos e os pobres ou os capitalistas e o proletariado – tem interesses opostos e, portanto, estão sempre em conflito.

Marx acreditava que a mudança social precisava ser proativa: as pessoas não poderiam permanecer passivas frente à exploração e aos outros problemas da cultura materialista. Marx não concordava com a teoria funcionalista, que preza a estabilidade. Muito pelo contrário: Marx acreditava que o conflito era desejável e necessário para promover mudanças sociais e livrar a sociedade da desigualdade. Marx acreditava que apenas uma revolução socialista, liderada pelo proletariado (a classe trabalhadora), levaria à etapa final de desenvolvimento da sociedade: uma sociedade comunista, livre, desprovida de classes socioeconômicas.

As críticas ao marxismo apontam que a teoria do conflito não considera o fato de que mudanças sociais drásticas nem sempre levam a resultados positivos.

Sumário

- Mudança Social
- Modelos de Mudança Social
i. Teoria Evolucionista
ii. Teoria Funcionalista
iii. Teoria do Conflito
- Fontes de Mudança Social
i. Crescimento populacional
ii. Ambiente
iii. Isolamento e Contato
iv. Tecnologia
v. Guerras
- Resistência à Mudança Social
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