Queda do Muro de Berlim

Queda do Muro de Berlim

A Queda do Muro de Berlim, ocorrida na virada de 9 para 10 de novembro de 1989, foi um evento marcante na história mundial que simbolizou a queda da Cortina de Ferro e o início do fim do comunismo na Europa Oriental e Central. A Queda do Muro de Berlim deu início à reunificação da Alemanha.

 O Muro de Berlim, construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, se tornou o símbolo da Guerra Fria e da divisão entre o Leste socialista, liderado pela União Soviética, e o Oeste capitalista, liderado pelos Estados Unidos. O Muro dividia a Alemanha em duas entidades: a República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental) e a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental). O Muro dividiu a capital alemã, Berlim: Berlim Ocidental, capitalista, e Berlim Oriental, socialista. O propósito do muro era o de evitar a fuga de cidadãos da República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental, socialista) para o Ocidente. O Muro provocou a morte de 80 pessoas identificadas; 112 foram feridas e milhares foram aprisionadas ao tentar atravessá-lo.

A queda do Muro, ocorrida no dia 9 de novembro de 1989, simbolizou o fim do império socialista liderado pela União Soviética. Nesse dia, as duas Alemanhas foram reunificadas, formando a República Federal da Alemanha. Esse momento é considerado por muitos como sendo o fim da Guerra Fria. Terminava a era do mundo bipolar e surgia uma nova ordem mundial.

Mas com a queda do Muro de Berlim, descobriu-se o enorme "abismo" de desenvolvimento que existia entre as duas Alemanhas. A Alemanha Ocidental era muito mais rica e desenvolvida que a Oriental. Portanto, a partir de 1990, o governo da Alemanha reunificada investiu, anualmente, cerca de 100 bilhões de dólares para modernizar a ex-Alemanha Oriental. A unificação custou muito à economia da ex-Alemanha Ocidental: o déficit público, a taxa de juros, a inflação e o desemprego aumentaram muito no país. A Alemanha Ocidental, agora unificada com a Alemanha Oriental, formando uma só Alemanha, voltou a crescer economicamente apenas no meio da década de 1990.

Muro de Berlim
Muro de Berlim

O Fim do Regime Socialista no Leste Europeu

Ao final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com a dissolução do Império Austro-húngaro, nasceram os Estados nacionais da Polônia, Hungria e Iugoslávia, esta denominada de Reino Servo-Croata. Nos anos 1920, esses países caíram sob o domínio de regimes autoritários de inspiração fascista. Terminada a Segunda Guerra Mundial, foram ocupados por tropas soviéticas. A União Soviética impôs sobre esses países o regime socialista. Surgiram então as "democracias populares", denominadas no mundo ocidental de "nações satélites" da União Soviética, que as fechou dentro do que se denominou de a "Cortina de Ferro". A partir da década de 1980, com a queda da União Soviética, os países da Europa Centro-Oriental deram início a um processo de democratização política e abertura econômica, implantando sistemas econômicos capitalistas.

Transição Complicada

A queda do Muro de Berlim marcou o fim do controle soviético sobre as nações da Europa Oriental. Esses países, cujas economias socialistas haviam sido dirigidas pelo Estado durante décadas, sofreram uma dolorosa transformação econômica ao se tornarem economias de mercado. Durante esse período de transição econômica, as economias da Polônia, Hungria, República Checa, Eslováquia, Bulgária e Romênia defrontaram-se, em maior ou menor grau, com graves problemas econômicos e sociais.

As reformas econômicas implantadas por esses países seguiram o modelo neoliberal - modelo econômico dominante no mundo, atualmente. As reformas incluíram a liberação de preços (os preços não mais seriam determinados pelo governo, e sim, pela lei econômica de oferta e demanda), liberação do comércio exterior (redução de barreiras para importação, como cotas e tarifas), redução ou até eliminação de subsídios às indústrias, privatização de estatais e outras medidas que descentralizaram a economia.

Esses países em transição se defrontaram com típicos problemas econômicos: inflação, recessão, desemprego, falência de empresas, queda generalizada de produção e consumo e empobrecimento da população.

O processo de transição econômica também demandou uma mudança de ideologia. Faltava nesses países, tanto para os governantes quanto para a população, uma cultura capitalista. Isto foi uma consequência natural de um sistema econômico planificado que durou meia década.

Dos ex-satélites soviéticos, os que conseguiram melhores resultados foram a Polônia, a Hungria e a República Checa. A razão disso é que os três países contavam com uma base econômica mais sólida e haviam tentado introduzir reformas liberalizantes ainda enquanto sob o regime socialista. Mais ainda, devido à sua relativa homogeneidade cultural, esses países praticamente não sofreram tensões internas de caráter étnico-nacional. Não é de se surpreender que os três logo se tornaram integrantes da OTAN e da União Europeia.

Já países como Romênia, Eslováquia e Bulgária sofreram, após a queda da União Soviética, intensas tensões étnico-nacionais. Os conflitos internos ocorridos nesses países do antigo bloco soviético podem ser explicados, em boa parte, pela presença de expressivas minorias de origem turca na Bulgária, pela presença de húngaros étnicos na Eslováquia e pela presença de ciganos e húngaros étnicos na Romênia. Mas hoje em dia, esses três países também fazem parte da OTAN e da União Europeia. A Eslováquia passou a fazer parte da organização em 1 de maio de 2004. Em 1 de janeiro de 2007, a Bulgária e a Romênia também aderiram à União Europeia.

Sumário

- O Fim do Regime Socialista no Leste Europeu
i. Transição Complicada
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