Terceira Revolução Industrial
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Terceira Revolução Industrial
A partir da década de 1950, o padrão de produção industrial havia mudado. Contanto, foi apenas na década de 1970 que tais mudanças foram sentidas, constituindo a Terceira Revolução Industrial ou a Revolução Técnico-Científico-Informacional (TCI). Na Terceira Revolução Industrial, as indústrias que investem em tecnologia e qualificação da mão de obra assumiram a liderança, não apenas no segmento produtivo, mas também na administração, gestão financeira e nas estratégias de propaganda e comércio.
As indústrias das etapas anteriores – automóveis, metalurgia, siderurgia – continuam sendo muito importantes, mas o que sustenta as atuais “indústrias de ponta” são as atividades que produzem serviços de alta tecnologia, o setor terciário moderno ou o setor quaternário – informática, telecomunicações, robótica, gestão financeira, etc.
A Terceira Revolução Industrial se iniciou nos Estados Unidos, no Japão e na Europa Ocidental, em particular na Alemanha. No fim da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha e o Japão estavam destruídos e foram proibidos de manter forças armadas. Os Estados Unidos proveram ajuda financeira por meio de planos como o Marshall, para reconstruir tais países. A Alemanha e o Japão, que objetivavam se tornar potências econômicas, passaram a priorizar investimentos nos setores de Educação, Ciência e Tecnologia.
Os setores industriais mais representativos da Terceira Revolução Industrial são o microcomputador (PC) e o software, a robótica, a engenharia eletrônica e os semicondutores.
A tecnologia avançada passou a determinar as estratégias de mercado. No mercado financeiro, por exemplo, um maior número de transações passou a ser realizado em cada vez menos tempo. A interligação internacional de computadores possibilitou a transferência de grandes quantias em questão de segundos. Surgiu o conceito de fast money (“dinheiro rápido) ou “capitais voláteis”.
A transformação espacial mais significativa da Terceira Revolução Industrial foi a dispersão mundial da indústria. As transnacionais passaram a instalar filias em países periféricos que apresentavam vantagens locacionais comparativas, isto é, onde os custos de produção seriam menores, os salários mais baixos, os terrenos menos caros e a infraestrutura menos saturada. Além disso, tais países ofereciam incentivos e subsídios para atrair empresas para seu território, o que geraria mais empregos.
A consequência disso foi o surgimento de deseconomias de aglomeração: devido à fuga de indústrias, houve elevação de desemprego local, o que provocou um processo de emigração populacional e urbana nas regiões afetadas.
Ao mesmo tempo, surgiu a indústria globalizada. Uma empresa globalizada pode conceber um projeto em sua sede e executá-la em outros países, de acordo com as vantagens que cada um oferece. Uma empresa globalizada também realiza vendas em escala mundial. Portanto, não é apenas a produção que é globalizada, mas o mercado também. Essa dinâmica resultou em especialização industrial em diversos países e regiões do mundo. Consequentemente, aumentaram-se as trocas comerciais internacionais.
Uma empresa globalizada mantém centros de produção de desenvolvimento técnico-científico informacional em países onde a mão de obra é muito qualificada. As indústrias de alta tecnologia, como as de informática e telecomunicações, se concentram nos tecnopolos, que são centros urbanos em que a produção industrial está associada a centros de pesquisa e ensino universitário – fornecedores de mão de obra altamente qualificada.
O mais famoso tecnopolo norte-americano é o Vale do Silício (Silicon Valley). No Brasil, as cidades de Campinas (Unicamp), São José dos Campos (ITA), São Carlos (UFSCAR) e Resende (AMAN e UERJ) vêm se consolidando como tecnopolos.
É importante ressaltar que a eliminação de diversas categorias de empregos nas indústrias que incorporaram os avançados propiciados pela Terceira Revolução Industrial teve, incialmente, impactos negativos. Contudo, setor terciário (comércio, serviços e finanças) cresceu muito desde então. Novos empregos foram criados e novas atividades econômicas surgiram. Houve a expansão do turismo, da informática, das telecomunicações e das pesquisas científicas e tecnológicas. O aumento do setor terciário foi consequência da Terceira Revolução Industrial.