Capitalismo e Socialismo

Capitalismo e Socialismo

Capitalismo e Socialismo constituem dois tipos distintos de sistemas político-econômicos que organizam as relações nas sociedades. Durante a Guerra Fria, em que existia o mundo bipolar, Capitalismo e Socialismo disputaram a hegemonia no mundo. Os Estados Unidos representavam a ideologia do Capitalismo e a União Soviética, a do Socialismo.

Sistemas socioeconômicos

Ao longo da história, vários tipos de organizações socioeconômicas foram criadas visando a dar certa ordenação às atividades econômicas.

Em nosso século, duas dessas concepções disputaram domínio do mundo: Capitalismo e Socialismo.

Capitalismo - Sistema socioeconômico baseado na Economia de Mercado, ou seja, na "Lei da Oferta e da Procura". Como outras características, podemos citar:

  • acúmulo de capitais e meios de produção nas mãos de uma pequena minoria, a burguesia.
  • ideia de lucro.
  • divisão da sociedade em classes sociais.
  • economia movimentada pela iniciativa privada.
  • noção de propriedade privada.
  • trabalho assalariado.

A Primeira Revolução Industrial e o Crescimento do Capitalismo

A Primeira Revolução Industrial ocorreu após o surgimento da máquina a vapor, desenvolvida por James Watt entre 1765 e 1777. O aproveitamento de energia da combustão do carvão mineral e da água em ebulição e sua transformação em energia mecânica para fazer funcionar as máquinas permitiram o aumento da produção de bens.

A Primeira Revolução Industrial foi caracterizada pelos seguintes fatores: o processo de industrialização com base nas máquinas a vapor, a utilização do carvão como fonte principal de energia e a exploração dos trabalhadores. O Reino Unido (Inglaterra) foi o país que liderou o processo, tornando-se o principal exemplo de industrialização. As indústrias têxteis foram o setor de vanguarda. Os setores metalúrgicos, de transportes e de extração mineral sustentavam o ritmo de produção dos bens de consumo do setor têxtil.

A Primeira Revolução Industrial provocou uma revolução agrícola e urbana. As indústrias têxteis – agora com aceleração produtiva – passaram a demandar mais lã. O meio rural foi transformado para atender a essa demanda: famílias de trabalhadores rurais foram expulsas de fazendas, eliminando a produção de alimentos para subsistência e ampliando os rebanhos de ovelhas. Máquinas para ceifar o trigo e colheitadeiras levaram a uma Revolução Agrícola. A modernização no campo resultou em excedentes agrícolas. Isso viabilizou o aumento da quantidade de alimentos para a população urbana e de matérias-primas para as fábricas. Ao mesmo tempo, milhares de trabalhadores rurais foram expulsos do campo. Houve um êxodo rural – um afluxo enorme de pessoas que migraram para as cidades. Isso gerou excedentes de mão de obra para o setor industrial em expansão.

A industrialização resultou em grandes transformações nas relações sociais e de trabalho. Nasceram novas classes sociais. De um lado, nascia a burguesia industrial, que possuía os meios de produção. De outro, o proletariado ou operariado – a classe social que vendia sua força de trabalho à burguesia industrial em troca de um salário.

Na primeira fase da Revolução Industrial, a exploração dos trabalhadores representava uma enorme fonte de lucros para a burguesia industrial. Não havia leis trabalhistas. As jornadas de trabalho eram muito longas, a mão de obra infantil era utilizada e os salários eram baixíssimos.

O Nascimento do Socialismo

A terrível exploração dos trabalhadores os impulsionou a organizar sindicatos e exigir mudanças. Os trabalhadores reivindicavam a redução do horário de trabalho, maiores salários, direito a férias e proibição do trabalho infantil. 

Vários pensadores passaram a criticar o capitalismo. O mais influente deles foi Karl Marx, o idealizador do socialismo.

Idealizado no século 19 por Karl Marx, o Socialismo é caracterizado por:

  • planificação econômica pelo Estado.
  • ausência das ideias de acúmulo de capitais e lucro.
  • proibição da iniciativa privada.
  • ausência de classes sociais.
  • propriedade coletiva dos meios de produção (terras, máquinas, transportes).

Esse sistema, como foi idealizado, nunca foi colocado em prática, sendo conhecido como científico ou utópico.

Após a Revolução Bolchevista, em 1917, na então Rússia czarista, Vladimir Lênin introduziu várias modificações na teoria de Marx, surgindo o socialismo real ou a ditadura do proletariado. Em progressivas etapas, a partir da formação da União Soviética em 1922, o Estado assumiu o controle de todos os meios de produção. Planos governamentais definiam as prioridades do governo: a economia foi planificada. Como toda a produção econômica era estatizada, a oferta e os preços dos produtos eram fixados pelo governo. Além disso, quase todos os trabalhadores eram funcionários públicos.

Industrialização planificada – que foi o modelo utilizado pela União Soviética e por outros países socialistas – significa que o Estado concentrava esforços para ampliar a produção industrial pesada – siderurgia, metalurgia, petroquímica, etc. – em detrimento da produção de bens de consumo.  

Nas décadas após a Revolução Bolchevique e, em especial, após a Segunda Guerra Mundial, esse sistema chegou a dominar grandes áreas do mundo e a competir com o capitalismo. Durante a década de 1980, no entanto, entrou em decadência. Em 1991, caiu a União Soviética: as ex-repúblicas soviéticas se separaram e foi criada a Comunidade de Estados Independentes (CEI).

Concentração Financeira

Após a Primeira Revolução Industrial, o Capitalismo ganha força e surgem as empresas, que, em primeira fase, disputam o mercado entre si, visando a obter os maiores lucros possíveis. Como a capacidade de obter lucros não é igual em todas as firmas, logo, as mais capazes afastam as demais, tomando fatias do mercado para si e lutando acirradamente para mantê-las e ampliá-las.

Esse fenômeno leva à fusão de várias empresas de um mesmo setor econômico, em uma só, dando origem aos monopólios.

Monopólios e oligopólios: controle da produção e do mercado consumidor por uma empresa (monopólio) ou por um pequeno grupo de empresas (oligopólio).

Do ponto de vista econômico, a formação dos cartéis e trustes representou a passagem do capitalismo concorrencial e liberal ao capitalismo monopolista.

Cartel: Oligopólio formado por empresas independentes, que produzem produtos semelhantes e que firmam acordos para dominar o mercado entre elas.

Truste: Empresa formada pela incorporação de várias empresas para constituir uma única organização. Os trustes são horizontais quando atuam em um mesmo ramo de produtos ou verticais, quando controlam todo o processo de produção.

Cartéis e trustes prejudicam a livre concorrência, pois ao controlarem o mercado, restringem a oferta de produtos e manipulam os preços. Na maioria dos países, monopólios, oligopólios, trustes e cartéis são proibidos.

Sumário

- Sistemas socioeconômicos
- A Primeira Revolução Industrial e o Crescimento do Capitalismo
- O Nascimento do Socialismo
- Concentração Financeira
- O Capitalismo - As Fases do Capitalismo
- O Capitalismo do Século Xx
- O Capitalismo do Pós-Segunda Guerra Mundial
i. A Economia Mundial Pós-Segunda Guerra
ii. Nova "Divisão Mundial Do Trabalho"
- Conceitos e Definições
- As Vantagens da Globalização
- As Desvantagens da Globalização
i. As Vantagens do Capitalismo
ii. As Desvantagens do Capitalismo
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