Formas e Transformações do Relevo

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Formas e Transformações do Relevo

A formação e transformação do relevo ocorrem por fatores internos ou externos. O tectonismo age na formação e transformação do relevo por meio dos movimentos das placas tectônicas ou litosféricas, que se chocam ou se afastam. Já os fatores externos de formação e transformação do relevo são a erosão, a água, o vento, o gelo e o homem.

Relevo é a forma assumida pela superfície da crosta terrestre após ser modelada pela atuação de agentes internos e externos. Os fatores fundamentais para a formação do relevo são os de origem tectônica, tais como a constituição de cadeias de montanhas e a ocorrência de atividades vulcânicas ou terremotos.

formação e transformação do relevo

As transformações das formas de terreno na superfície terrestre são geradas pelos movimentos das placas tectônicas e complementadas pela ação de agentes externos erosivos, como vento, chuva, rios, neve e gelo. Em termos bem simples, os agentes externos alteram as formas de terreno modeladas pelos internos. As principais formas de relevo são as montanhas, os planaltos, as planícies e as depressões.

os agentes externos alteram as formas de terreno modeladas pelos internos

Restinga

As montanhas são elevações no terreno que atingem grandes altitudes. Um conjunto de montanhas recebe as denominações de serra, cadeia ou cordilheira. No planeta Terra, os maiores conjuntos montanhosos são:

NOME

LOCAL

Cordilheira dos Andes

Montanhas Rochosas

Cordilheira do Himalaia

Cadeia dos Alpes

América do Sul

América do Norte

Ásia

Europa

Pico do Everest
Pico do Everest

Boa parte da população do Nepal vive na região montanhosa do Himalaia.

Na Cordilheira do Himalaia, situada na fronteira entre o Nepal e o Tibete (hoje dominado pela República Popular da China), é que se encontra o ponto culminante (mais elevado) do planeta Terra: o pico do Everest (8840 metros de altitude).

Os planaltos são forma de relevo onde a erosão predomina sobre a sedimentação, consistindo de terrenos, por vezes, planos e, em certos casos, bastante acidentados. Os planaltos mais elevados do planeta se encontram na Ásia, junto à Cordilheira do Himalaia, sendo denominados de telhados do mundo: os planaltos de Pamir e do Tibete.

As planícies são terrenos planos, formados por acumulação de sedimentos. Elas aparecem, fundamentalmente, nas baixadas fluviais, lacustres e litorâneas. Embora quase sempre a planície se diferencia do planalto pela altitude (planície é baixa e planalto é alto), isso nem sempre é verdadeiro. Na realidade, a diferença entre planalto e planície é a formação geológica: a planície consiste em rochas sedimentares acumuladas; o planalto é produto da erosão e da acumulação de rochas cristalinas e sedimentares. A maior planície do mundo é a Siberiana, situada na República da Federação Russa.

As depressões são terrenos com altitudes inferiores às das regiões próximas. Há dois tipos de depressões: relativa  e absoluta. A primeira consiste num terreno mais baixo em relação às áreas próximas, mais ainda assim acima do nível do mar. O exemplo clássico de depressão relativa é o pântano.

Em nosso país, destaca-se o Pantanal Mato-grossense. Por sua vez, a depressão absoluta consiste em terrenos situados abaixo do nível do mar. Em Israel, encontra-se a mais baixa depressão absoluta do planeta: o Mar Morto.

erosão regressiva

relevo estratificado

As Mudanças do Relevo

As Mudanças do Relevo

O relevo terrestre está em constante transformação desde a formação de nosso planeta. Essas mudanças, em alguns casos, ocorrem lentamente; por vezes, são violentas e rápidas. O relevo tem como fatores modificadores: agentes internos ou estruturais e agentes externos ou esculturais. Os primeiros, normalmente de ação muito rápida e violenta, são: o vulcanismo, o tectonismo e os terremotos. Por seu turno, os agentes externos, menos violentos e permanentes, são: as chuvas, os ventos, as geleiras, as águas correntes, quer marítimas ou fluviais, os animais e o próprio ser humano.

Os Agentes Estruturais

O primeiro agente estrutural modificador do relevo é o vulcanismo, isto é, a saída de magma, na forma de lava, através de aberturas em algumas montanhas. Este material é depositado na superfície terrestre, alterando o relevo. Todo vulcão está dividido em 4 partes:

PARTES DO VULCÃO

CONE VULCÂNICO:

a formação montanhosa gerada pelo magma.

CRATERA:

a saída ou "boca" do vulcão.

CHAMINÉ:

abertura do cone vulcânico por onde escapa o magma.

CÂMARA MAGMÁTICA:

base do vulcão onde estão acumulados os gases emitidos pelo magma.

partes do vulção

Estrutura de um vulcão

As zonas de maior atividade vulcânica são aquelas nas quais a crosta terrestre é bem fina, principalmente o fundo do mar, as áreas litorâneas e as grandes depressões. A região de maior atividade vulcânica do mundo vai da parte ocidental da América até o oriente da Ásia, área conhecida como o Círculo de Fogo do Pacífico. Normalmente, nos locais onde a atividade vulcânica é intensa aparecem também os gêiseres, fontes que expelem jatos de água ou vapor extremamente quentes. Os gêiseres são encontrados, fundamentalmente, na Islândia, no Japão, na Oceania e na América do Norte.

Os principais vulcões do planeta são o Cracatoa (Indonésia), o Fujiama (Japão), o Hekla (Islândia), o Mauna Loa (Havaí), o Popocatépetl (México), o Cotopaxi (Equador) e o Etna, o Vesúvio, e o Strômboli (Itália).

Vulcão Villarica
Vulcão Villarica

Outro importante agente estrutural de modificação do relevo é o tectonismo, que consiste em fraturas ou dobras na crosta terrestre causadas por pressões do magma sobre as rochas. Se, na área pressionada, houver em abundância rochas duras e rígidas, ocorrerão fraturas, que provocam vales e elevações montanhosas. No Brasil, um bom exemplo desse fenômeno é a região que se estende entre as serras do Mar e da Mantiqueira, onde se localiza o Vale do Paraíba. Se, ao contrário, a região pressionada for de origem sedimentar, com rochas mais elásticas, o terreno sofrerá dobramentos, que gerarão montanhas. É o caso dos Alpes, do Himalaia, da Cordilheira dos Andes e das Montanhas Rochosas.

Formas de relevo

Também os terremotos, conhecidos como abalos sísmicos, são agentes estruturais de modificação do relevo. Eles consistem em dois tipos de tremores que acontecem na superfície do planeta: os chamados maremotos, se ocorridos no mar, e os terremotos propriamente ditos se abalarem as áreas continentais. Os terremotos têm como causas o tectonismo, o vulcanismo e os desabamentos e deslizamentos de terrenos.

Falha geológica
Falha geológica
Fonte: Observatório Sismológico da UNB

A carência ou o excesso de água e a desintegração de rochas calcárias nas camadas subterrâneas do planeta provocam deslizamentos ou desabamentos de terrenos, o que produz abalos sísmicos. Alguns países são sempre vitimados por terremotos, notadamente o Japão e a Nicarágua.

A quase totalidade dos terremotos tem origem tectônica, isto é, estão associados a falhas geológicas. Entretanto, terremotos podem ser também ocasionados por atividades vulcânicas ou pela própria ação do homem que, neste caso, recebe a denominação de sismos induzidos. Como exemplos significativos temos os sismos produzidos por explosões nucleares ou gerados pela criação de grandes reservatórios hidrelétricos.

Transformação do Relevo pela Ação dos Ventos e do Gelo

Como dissemos acima, os ventos, as águas correntes e o gelo são agentes esculturais ou modeladores do relevo. Em regiões não pavimentadas, o fluxo das águas abre valetas, ravinas ou voçorocas. Estas últimas são enormes buracos causados pela ação de correntes de águas quer superficiais, quer subterrâneas, sobre terrenos frágeis. Os principais agentes esculturais de transformação do relevo são a erosão e a acumulação fluvial. A erosão fluvial, que afetam o leito e as vertentes dos rios, gera os principais tipos de vales: garganta, calha, normal e assimétrico. Por sua vez, a acumulação fluvial cria planícies e ilhas em foz em forma de delta. A erosão marinha, também conhecida pelo nome de abrasão, ocorre em litorais de costas altas, denominadas de falésias ou penedias, e é provocada pela ação das ondas que destroem a base do litoral que, atingido pelo mar, desaba e recua. Já a acumulação marinha ocorre em costa baixa, formando praias, tômbolos, recifes e restingas.

Erosão/Destruição

As praias resultam de acumulação de areia, trazida pelas ondas do mar, em litorais baixos. Tômbolos são acumulações de areia que unem continentes e ilhas, gerando penínsulas. As restingas também são acumulações de areia que ocorrem nas entradas de golfos e baías.

Golfos são reentrâncias litorâneas com entradas largas e baías são reentrâncias litorâneas com entradas estreitas ("barras").

Formas de litoral
Formas de litoral

Os tômbolos e as restingas, quando totalmente formadas, geram recifes de arenito. Outro tipo de recife é o atol, composto por corais, ou seja, cascos de animais marinhos. Os atóis têm forma circular e abriga lagunas. Lagunas são pequenos lagos.

Falha de Santo André (Califórnia)
Falha de Santo André (Califórnia)
Fonte: Observatório Sismológico da UNB

Um dos mais importantes modeladores do relevo é o vento, que provoca a erosão eólica e a acumulação eólica. A erosão eólica ocorre de duas formas: pela deflação, quando o vento varre a superfície dos terrenos e remove os detritos ali existentes, e pela corrosão, quando o vento desgasta as partes baixas das montanhas e dos morros, criando relevos denominados de taças ou cogumelos. Na acumulação eólica, os ventos forma dunas e certos tipos de solo. As dunas podem ser costeiras ou litorâneas. Quando formadas por ventos que acumulam, em seu trânsito, material orgânico - principalmente os vegetais -, as dunas são estáveis e pouco perigosas para o ser humano. Já as dunas continentais ou desérticas são móveis, principalmente quando de tempestades de areia, que mudam a morfologia do terreno, podendo destruir povoados e plantações.

dunas continentais ou desérticas

Os ventos também modelam certos tipos de solo, pois carregam partículas que se acumulam em certos pontos do planeta. Exemplo disso é o chamado solo amarelo, localizado na planície chinesa que circunda o rio Amarelo.

Um ciclone é uma tempestade violenta causada por grandes massas de ar animadas de grande velocidade de rotação e que se deslocam a velocidades de translação crescente até a tempestade se desfazer.

Área varrida por um ciclone
Área varrida por um ciclone

Um importante agente modelador do relevo é a geleira, que é uma paisagem típica das zonas polares e das áreas montanhosas bem elevadas, onde ocorrem a erosão e a acumulação glaciária. O fenômeno da erosão glaciária acontece quando há um deslizamento das geleiras pela declividade de um terreno, o que alisa o relevo. Os sedimentos transportados pelas geleiras se acumulam na parte mais plana do terreno, formando as morainas ou morenas. A este processo se dá o nome de acumulação glaciária, responsável, por exemplo, pela formação dos lagosda Finlândia.

Lago formado por acumulação glaciária.
Lago formado por acumulação glaciária
Fonte: KODAK

O Homem: um importante agente modificador da natureza

O ser humano, desde quando surgiu na Terra, vem sendo um dos mais importantes modificadores da paisagem. Nas épocas primitivas, o homem, dispondo de técnicas produtivas muito primitivas, pouco interferia na natureza. O homem, por longo tempo, foi servo da paisagem. Enquanto foi caçador e pilhador, estágio que durou desde o inicio da humanidade até aproximadamente 10.000 antes da era cristã, a ação humana sobre o mundo natural limitou-se à interferência em certas cadeias alimentares, quando se restringia a colher vegetais e a caçar animais. Nesse período, o ser humano pouco alterou o cenário natural da Terra. Num certo momento, não sabemos quando, descobriu o fogo, pelo qual podia cozinhar alimentos e se aquecer nos dias frios. A capacidade destrutiva do fogo já começou a abalar o equilíbrio da natureza, mas ainda de maneira muito modesta.

Pouco a pouco, as comunidades humanas descobriram técnicas agrícolas mais sofisticadas e desenvolveram a pecuária, tornando-se sedentárias. Essa fixação em determinadas zonas do planeta, iniciada há cerca de 10.000 anos antes da era cristã, começou a aumentar o impacto humano sobre a natureza. Em muitos lugares, teve inicio a derrubada das florestas para possibilitar a prática da pecuária e da agricultura, além de proporcionar madeira para a construção de habitações mais confortáveis e da obtenção de lenha. A natureza já começava a ser vitimada, em função da extinção de algumas espécies vegetais e animais, da erosão dos terrenos, abalados por atividades agrícolas impróprias, pela queima das matas e pela poluição do solo da água. Em resumo, a sobrevivência do homem depende do seu trabalho, o que altera, por vezes de maneira positiva, e, em certos casos de forma negativa, a natureza.

A Revolução Neolítica (a sedentarização do homem), ocorrida há mais ou menos 4.500 anos, teve também como consequência o surgimento das primeiras cidades (Revolução Urbana). Em razão da maior oferta de alimentos, a população humana passou a crescer num ritmo muito rápido, o que aumentou o impacto da presença humana sobre o meio ambiente, ainda de uma forma limitada e localizada. Ao longo da Antiguidade e da Idade Média ocidentais, os progressos tecnológicos foram muito lentos, assim como o crescimento populacional. Ainda eram pequenos os impactos da ação humana sobre a natureza.

Nos séculos XVIII e XIX, o mundo ocidental conheceria a Revolução Industrial, quando se consolidou o modo de produção capitalista por meio da utilização de máquinas. Progressivamente, os homens abandonaram, até certo ponto, os campos e se fixaram nas cidades. A urbanização mudou a paisagem terrestre.

Uma cidade americana na década de 1920
Uma cidade americana na década de 1920
Fonte: Livraria do Congresso (EUA)

A partir da Revolução Industrial, o homem ocidental adquiriu uma enorme e perigosa capacidade de afetar a natureza. Embora tenha uma incrível capacidade de recuperação e de regeneração, principalmente quando os abalos por ela sofridos são esporádicos, a natureza não suportará por muito tempo as violações à que está submetida atualmente. Hoje, pela primeira vez na história, o ser humano está colocando em risco sua própria sobrevivência, em função dos profundos desequilíbrios causados pela sua brutal interferência na natureza. A consciência de que ele é parte integrante do meio ambiente é o principal fator dos movimentos ecológicos que, atualmente, afloram em todos os países do globo.

Mina de carvão francesa
Mina de carvão francesa

Sumário

- As Mudanças do Relevo
- Os Agentes Estruturais
i. Estrutura de um vulcão
- Formas de relevo
- Transformação do Relevo pela Ação dos Ventos e do Gelo
- O Homem: um importante agente modificador da natureza