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Floração e Reprodução
Raiz, caule e folhas são órgãos vegetativos das plantas em geral. As angiospermas - monocotiledôneas e dicotiledôneas - são os grupos vegetais mais evoluídos na atualidade. São classificadas como fanerógamas devido à formação de flores como órgãos de reprodução que já não dependem da água para efetivar a fecundação entre gametas.
As gemas apicais e axilares (laterais) são estruturas do caule que contêm meristemas. A partir desses tecidos indiferenciados poderão crescer e diferenciar-se diferentes estruturas adultas: raízes adventícias, ramos caulinares, novas folhas, espinhos, gavinhas, flores. O controle para cada uma dessas diferenciações em tempo e velocidade adequadas ocorre com a contribuição de fatores internos e externos ao vegetal.
O quadro abaixo mostra que os botões florais são diferenciados a partir das gemas caulinares. Os fatores internos são orientados pelo código genético a fim de formarem hormônios e enzimas específicas. Os fatores externos dependem de componentes físico-químicos sem os quais a genética não pode efetivar a reprodução com flores.
O complexo processo metabólico no interior dos meristemas é estimulado, como regra geral, pela presença de O2, temperatura ambiente "ótima" (em torno dos 25oC) e energia luminosa por período adequado (semanas ou meses).
Ao período de exposição à luz (ciclos dia / noite) indispensável para que a planta floresça chamaremos de fotoperiodismo.
Plantas de dia curto = florescem quando a duração do dia claro (fotoperíodo) é igual ou menor que o fotoperíodo crítico da planta. Portanto, florescem na época em que os dias são curtos e as noites são longas (sem interrupção!).
Plantas de dia longo = florescem quando a duração do dia claro é igual ou maior que o fotoperíodo crítico da planta. Portanto, florescem na época do ano em que os dias são longos e as noites são curtas. Essas plantas, como a íris e o alface, florescem no fim da primavera ou no verão. Se houver um único lampejo no período de escuro, não irão florescer.
Àquelas plantas que independentemente da duração do fotoperíodo sempre florescem, chamaremos de plantas indiferentes.
As plantas de crisântemo, em condições naturais, florescem no final do verão, no outono ou no inverno. Nesse período os dias são curtos e as noites são longas. Elas são plantas de dia curto porque só florescem se a duração da noite (período de escuro) for igual ou maior que determinado valor, denominado fotoperíodo crítico.
O fotoperíodo crítico do crisântemo é de 16 horas. Assim, para florescer ela precisa de 16 horas ou mais de escuro por dia. Se o período de escuro for inferior a 16 horas, não florescerá. Se um único lampejo interromper o período de escuro, a floração é inibida.
As plantas anuais florescem uma vez no ano e as bianuais florescem a cada dois anos. Excepcionalmente há aquelas que florescem a "cada dezenas de anos" (bambu, por exemplo, a cada 40 anos), utilizando, portanto, processos assexuados de reprodução (pedaços de caule com gemas).
Não são muitas as espécies de plantas que precisam passar antes por um período (semanas ou meses) de frio (vernalização) antes de florescerem. Assim ocorre, por exemplo, com a variedade conhecida como trigo de inverno.
Fitocromos
A sensibilidade ao fotoperíodo é realizado por fitocromos que se encontram nas folhas. Esses pigmentos são proteínas de cor azul-esverdeada.
Os fitocromos se apresentam em duas formas interconversíveis: fitocromo R ou FV (forma inativa) e fitocromo F ou FVe (forma ativa). O fitocromo R (do inglês, red, vermelho) transforma-se em fitocromo F (do inglês, far red, vermelho longo) ao absorver luz vermelha com o comprimento de onda na faixa de 660 nanômetros (nm). O fitocromo F se converterá em fitocromo R ao absorver luz vermelha na faixa dos 730 nm (vermelho de onda mais longa). Ambos os comprimentos de onda vermelhos estão presentes na luz solar.
Durante o dia as plantas apresentam as duas formas de fitocromos. À noite, por ser mais instável o fitocromo F (ativo) se converte em fitocromo R (inativo), total ou parcialmente, dependendo do período de escuridão.
Nas plantas de dia curto o fitocromo F é inibidor da floração. Nessas plantas as noites longas acumulam muito fitocromo R, deixando o fitocromo F (forma ativa) em baixa concentração, o que provoca como resposta biológica, a floração. Nas plantas de dia longo, por ter noites curtas, os fitocromos F (forma ativa) serão mantidos em maior concentração, funcionando como indutores da floração.
Nas folhas, a absorção da energia luminosa através dos fitocromos estimula a formação de florígenos (um ou mais tipos) que são hormônios específicos. Os florígenos migram através do floema e vão induzir a formação dos botões florais a partir das gemas vegetativas.
Os fitocromos estão presentes também nas sementes. Há sementes fotoblásticas positivas que só germinam, induzidas pelo fitocromo F (forma ativa), se receberem luz (alface). As fotoblásticas negativas são sementes que só germinarão se estiverem "escondidas" da luz (melancia).
Sumário
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