Conflito na Irlanda
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Conflito na Irlanda
O conflito na Irlanda do Norte causou grande perda de vidas durante a segunda metade do século XX. O conflito na Irlanda do Norte foi uma luta entre a população protestante, que desejava manter os laços com a Grã-Bretanha, e a população católica, que era a favor da independência ou da integração da província com a República da Irlanda – país predominantemente católico.
Há duas Irlandas: a República Irlanda (Eire) e a Irlanda do Norte (Ulster), esta pertencente ao Reino Unido.
HISTÓRICO DO EIRE
MOMENTOS HISTÓRICOS FUNDAMENTAIS DO EIRE |
SÉCULO XVII - imigração de protestantes escoceses e ingleses |
1800 - Lei da União que incorporava a Irlanda ao Reino Unido |
FINAL DO SÉCULO XIX - criação de grupos nacionalistas |
1916 - "Páscoa Sangrenta" - levante nacionalista esmagado pelos ingleses; criação do Exército Republicano Irlandês (IRA) |
1922 - declaração de independência da Irlanda do Sul sob o nome de Estado Irlandês Livre, ainda sob domínio da Coroa britânica |
1949 - nascia a República da Irlanda, rompendo seus vínculos com a Comunidade Britânica de Nações |
HISTÓRICO DO ULSTER
MOMENTOS HISTÓRICOS FUNDAMENTAIS DO ULSTER |
DOMÍNIO POLÍTICO - Reino Unido |
PARTIDO MAJORITÁRIO - Partido Unionista de Ulster (pró-britânico) |
RELIGIÕES- maioria protestante e minoria católica |
SITUAÇÃO DOS CATÓLICOS - vítimas de discriminação e, até recentemente excluídos da política |
GRAVE PROBLEMA INTERNO - o terrorismo do Exército Republicano Irlandês (IRA), que propõe a unificação do Ulster ao Eire |
MANUTENÇÃO DA ORDEM - presença do Exército Britânico |
PARTIDO POLÍTICO CATÓLICO - Sinn Fein ("Nós Sozinhos"), braço político do IRA |
1998 - o acordo de paz, Acordo da Sexta-Feira Santa, foi assinado. Criando, pela primeira vez em Ulster, um governo misto: católicos e protestantes. |
28 de julho, 2005: O IRA ordena que suas unidades militares abandonem as armas. Assim, termina a luta armada do IRA contra a Grã-Bretanha. |
CONFLITO NA IRLANDA
A expansão inglesa na Irlanda teve início no século XII, quando o Papa cedeu o controle do país ao rei inglês. Cavaleiros ingleses invadiram a Irlanda, e muitos se estabeleceram lá para formar uma nova aristocracia. Os irlandeses, que tinham diferentes tradições ancestrais, cultura e língua, ressentiram a presença inglesa em seu país.
Nos séculos XVII e XVIII, os protestantes irlandeses estabeleceram leis limitando os direitos dos católicos, banindo-os de cargos públicos e forçando-os a pagar impostos para apoiar a Igreja da Irlanda, que era protestante. Além disso, o inglês foi firmado como língua oficial do país.
Em 1800, o parlamento britânico passou a Lei da União, que oficialmente incorporava a Irlanda ao Reino Unido; porém, não foi dado lugar no Parlamento à Irlanda. Sob pressão dos católicos irlandeses, o Parlamento posteriormente aboliu algumas das leis que discriminavam contra católicos no país.
No final do século XIX surgem os grupos nacionalistas na Irlanda. Em 1916 ocorre a "Páscoa Sangrenta", um levante nacionalista esmagado pelos ingleses. Como consequência é criado o Exército Republicano Irlandês (IRA). O IRA empregava terrorismo - o uso de violência e ameaças - contra protestantes irlandeses e britânicos. Diversos grupos protestantes se armaram e reagiram com violência. Bombardeios e batalhas armadas nas ruas das cidades irlandesas resultaram na morte de soldados e civis.
Em 1914, o Parlamento britânico cedeu o direito de autonomia, mas somente para o sul da Irlanda. Porém, antes dessa medida ser implantada, eclodiu a Primeira Guerra Mundial na Europa. Em 1922, a Irlanda do Sul declara sua independência sob o nome de Estado Irlandês Livre, ainda sob domínio da Coroa britânica. Em 1949 - nascia a República da Irlanda, rompendo seus vínculos com a Comunidade Britânica de Nações.
IRLANDA DO NORTE
A Irlanda do Norte permanecia sendo um grave problema de política externa para a Grã-Bretanha. A Irlanda do Sul (República da Irlanda) tornou-se independente, porém, a Irlanda do Norte permaneceu como parte da Grã-Bretanha. O governo da Irlanda do Norte era dominado por protestantes, e a minoria católica no país tinha muito pouco poder. Muitos católicos esperavam que a Irlanda fosse reunificada e independente.
A partir de 1968, aumentaram as ações terroristas do Exército Republicano Irlandês (IRA), forçando a intervenção britânica e, complicando a situação, foram criados grupos paramilitares protestantes. Na Irlanda do Norte (Ulster), teve início uma guerra civil. Os antagonistas são: de um lado, a maioria protestante, que quer continuar vinculada ao Reino Unido e, de outro, a minoria católica, que deseja a integração com a Irlanda do Sul (Eire).
Em 1969, tropas britânicas foram enviadas à Irlanda do Norte para sufocar levantes políticos e religiosos. Os britânicos se estabeleceram de forma permanente para garantir a autoridade da Grã-Bretanha sobre o país. Em 1972, aboliram o Parlamento da Irlanda do Norte e impuseram um governo direto. Em 1973, o país, por meio de um referendo, optou pela manutenção da união com a Grã-Bretanha. Porém, esse referendo foi boicotado pela maioria da população católica.
Para lutar contra o domínio britânico, o IRA (Irish Republican Army - Exército Republicano Irlandês), um grupo terrorista católico e reintegralista, perpetrou uma onda de ataques terroristas contra alvos britânicos e protestantes. No dia 31 de agosto de 1994, a organização anunciou um cessar-fogo incondicional e propôs o início de conversações de paz. Em fevereiro de 1996, porém, o IRA rompeu o cessar-fogo ao perpetrar um atentado terrorista em Londres.
O Acordo de Belfast
Também conhecido como o Acordo de Sexta-feira-Santa, o Acordo de Belfast foi assinado em 10 de abril de 1998 pelos governos britânico e irlandês. O acordo foi apoiado pela maioria dos partidos políticos norte-irlandeses e pela maioria da população votante na Irlanda do Norte e na República da Irlanda. O acordo visava pôr um fim ao conflito entre católicos e protestantes.
O Acordo de Belfast estabelecia que o futuro constitucional da Irlanda do Norte seria decidido pelo voto de seus cidadãos e que católicos e protestantes utilizariam apenas meios pacíficos e democráticos para atingirem seus objetivos. Foi estabelecida a Assembleia da Irlanda do Norte com poderes legislativos e foram criados um "poder-partilhado" para a atribuição de ministros aos principais partidos e um Conselho britânico-irlandês. O acordo também previa a libertação de guerrilheiros pertencentes às organizações que acatassem o cessar-fogo e nova legislação sobre policiamento e direitos humanos na Irlanda do Norte. Finalmente, foram modificados os artigos 2 e 3 da Constituição da Irlanda, referentes à reivindicação do território da Irlanda do Norte pela República da Irlanda.
O IRA anuncia formalmente o fim de sua campanha armada de 36 anos. "Todas as unidades militares do IRA foram ordenadas a abandonar as armas", afirma o grupo em um comunicado. "Todos os voluntários foram instruídos a ajudar no desenvolvimento de programas puramente políticos e democráticos por meios exclusivamente pacíficos. Os voluntários não devem se envolver em nenhuma outra atividade."
Sumário
- Histórico do Eire- Histórico do Ulster
- Conflito na Irlanda
- Irlanda do Norte
- O Acordo de Belfast
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