Afeganistão e o dia 11 de Setembro
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Afeganistão e o dia 11 de Setembro
O 11 de setembro ficou marcado como o dia em que foram lançados ataques suicidas contra os Estados Unidos, perpetrados pela organização fundamentalista islâmica al-Qaeda em 11 de setembro de 2001. Os terroristas da al-Qaeda realizaram os ataques contra dois alvos – o World Trade Center, localizado em Nova York, e o Pentágono, localizado na capital dos Estados Unidos – Washington D.C. Quase três mil pessoas morreram nos atentados do 11 de setembro.
O Afeganistão
O Afeganistão é um país asiático com uma área de 647.497 quilômetros quadrados.
Um país montanhoso, sua principal cadeia de montanhas, Hindu Kush, tem uma altitude média de 4.270 m, com picos que chegam a 7.620 metros.
Os principais rios do país são Amu Darya, Kabul e Helmand.
Limites geográficos
- ao norte, Turcomenistão, Uzbequistão e Tadjiquistão
- à leste, a China, os estados hindus de Jammu e Kashmir e o Paquistão
- ao sul, o Paquistão
- à oeste, o Irã.
Principais cidades
Cabul, a capital, Kandahar e Herat.
Economia
Predominantemente rural. Aproximadamente 74,5% da população dedica-se à agricultura e à criação de gado. É um dos países mais pobres do mundo, com renda per capita de 2000 dólares e um alto nível de analfabetismo (61,8%).
População
A população, estruturada em tribos e clãs, é dividida em quatro grandes grupos étnicos: os patanes (42% da população), os tadjiques (27%), os uzbeques (9%) e os hazaras (9%).
Religião
Os muçulmanos constituem 99.7% da população. Cerca de 85% dos habitantes são muçulmanos, da ramificação sunita. O restante, especialmente os hazaras, são xiitas.
Línguas oficiais
Pushtu e persa (dari) , além de muitos dialetos.
Aspectos políticos
Até 1973, quando foi proclamada a república, o Afeganistão era uma monarquia. A Constituição de 1977 declarava um Estado unipartidário, com o islamismo como religião oficial. Em 1992, o poder foi tomado por um grupo que estabeleceu um conselho provisório.
História
No século VI a.C. a região fazia parte do Império Persa passando por volta de 330 a.C. para o domínio de Alexandre, o Grande.
Nos séculos III e IV, os persas invadiram o país. Os hunos tinham o controle do Afeganistão quando, no século VIII, os árabes conquistaram a região impondo como religião principal o islamismo.
No século X e no início do XI o controle político árabe foi substituído pelo domínio iraniano e turco. Vencido por Gêngis Khan (cerca de 1220), o país ficou sob o domínio mongol até o século XIV, quando Tamerlão, um outro mongol, apoderou-se do norte do Afeganistão.
Durante todo o século XVIII e parte do XIX, os afegãos ampliaram seu poder conquistando o Baluquistão (a leste do Irã), Caxemira e parte do Punjab. O emirado desintegrou-se em 1818 e, em 1835, Dost Muhammad, membro de uma notável família afegã, tomou o controle do leste do Afeganistão, recebendo o título de emir.
Em 1838 teve início a Primeira Guerra Afegã (1838-1842), quando o exército anglo-indiano invadiu o Afeganistão, capturando as principais cidades. Mas após uma rebelião, em dezembro de 1842, os britânicos foram forçados a abandonar o país e Dost Muhammad recuperou o trono. Em 1878, forças anglo-indianas invadiram novamente o Afeganistão. Após ter perdido a Segunda Guerra Afegã (1878-1879), Abd-ar-Rahman, neto de Dost Muhammad, subiu ao trono e cedeu o Passo de Khyber e outros territórios afegãos aos britânicos. Abd-ar-Rahman foi assassinado e seu sucessor, Amanullah Khan, declarou guerra à Grã-Bretanha.
Em 1919, a Grã-Bretanha reconheceu o Afeganistão como Estado independente e Amanullah Khan tornou-se rei. Durante a década de 1920, o país passou por uma série de reformas e medidas de modernização, entre as quais a educação para as mulheres, que acabaram provocando revoltas internas.
Apesar da forte oposição de grupos tradicionais durante o reinado de Zahir Shah (na década de 1940), o programa de modernização foi intensificado e, em1946, o Afeganistão passou a fazer parte da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1973, o rei Zahir Shah foi derrubado e proclamou-se a República do Afeganistão.
Em 1978, após um violento golpe de Estado, um Conselho Revolucionário tomou o poder, dando início a um programa socialista que provocou a ira de parte dos muçulmanos a ponto de levá-los à resistência armada. Como o governo não conseguisse conter a rebelião, tropas soviéticas entraram no Afeganistão em 1979 para apoiar o regime pró-comunista e afastar a ameaça de que o país caísse nas mãos do fundamentalismo islâmico.
O Exército Vermelho foi derrotado por grupos guerrilheiros afegãos, que contaram com respaldo financeiro e militar norte-americano. Durante os nove anos de guerra no Afeganistão, a União Soviética perdeu quinze mil soldados e, apesar de todos os esforços, no decorrer da década de 1980 as forças governamentais e os soldados soviéticos não conseguiram derrotar os rebeldes. O fracasso soviético levou analistas internacionais a descrever o conflito como o "Vietnã dos soviéticos". Pressionada pela opinião pública internacional e fustigada pela guerrilha islâmica, em maio de 1988 a União Soviética começou a retirada de suas forças, completada em fevereiro de 1989. Estima-se que entre 1979 e 1989, dois milhões de afegãos foram mortos na guerra.
Porém, mesmo após a retirada soviética, a guerra civil interna continuou e, em abril de 1992, o presidente Mohamed Najibula, apoiado pelos soviéticos, deixa o poder e os rebeldes tomaram Cabul. O país torna-se um estado islâmico e, no ano seguinte, uma assembleia nacional, composta de varias facções rivais, líderes tribais e religiosos, aprova a criação de um parlamento e de um novo exército. Mas a união entre as várias facções dura pouco e o país acaba, mais uma vez, tornando-se palco de lutas internas. Isto permite, a partir de 1994, o crescimento de uma nova força política: os talibãs, um grupo fundamentalista islâmico financiado pelo Paquistão.
A era talibã
O movimento islâmico Talibã é um movimento religioso que se propunha a implantar a lei islâmica no país, desagregado pela queda do regime comunista. Era composto por jovens treinados em escolas religiosas islâmicas rurais, surgidas ao longo da década de 1980. Essas escolas haviam sido berço de militantes que lutaram contra a ocupação soviética no país. Em persa, Tálib significa "estudante"; talibã, o plural, significa "os estudantes". A maioria dos talibãs é da seita sunita e de etnia patane, predominante no leste e no sul do Afeganistão.
O objetivo dos líderes do Movimento Islâmico Talibã era estabelecer um regime de governo baseado na lei islâmica, na Charia (que significa, literalmente, "o caminho do bebedouro", ou seja, "o caminho que conduz a Deus"), que determina que os fiéis se entreguem com total submissão à vontade de Alá.
Em 27 de setembro de 1996, sete anos depois da retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, as milícias talibãs conquistam Cabul e vão estendendo seu domínio. Em 1998 já controlavam 90% do país. Contaram com o apoio do Paquistão e da Arábia Saudita para derrotar as facções rivais e, uma vez no poder, restabeleceram a ordem no país, impondo um severo regime islâmico.
O governo Talibã foi caracterizado por uma aplicação rígida da lei islâmica. Decretos do Ministério da Virtude e Supressão do Vício impuseram leis que incluem:
- Uma rígida segregação das mulheres. As meninas são impedidas de cursar a escola. Mulheres que trabalhavam em hospitais e escolas foram mandadas de volta para casa e obrigadas a cobrir-se dos pés à cabeça.
- Os homens são obrigados a deixar a barba crescer. A televisão está proibida, assim como a música ocidental e os jogos de azar. As salas de cinema foram fechadas e a imprensa que não foi proscrita teve que banir das páginas fotos e imagens.
As punições para qualquer tipo de transgressão incluem açoites em praça pública para os que consumirem álcool; amputação para os culpados de roubo; e morte por apedrejamento para os adúlteros.
Apesar de ter sido denunciado por organizações internacionais de direitos humanos, o novo regime solicitou o reconhecimento da comunidade internacional, com o argumento de que havia restaurado a ordem na maior parte do solo afegão.
Os talibãs provocaram mais protestos mundiais ao promulgar uma lei que obrigava outros grupos étnicos, como os hindus, a usar um broche que os identificassem. Outra onda de protestos surgiu após os talibãs terem dado ordem para destruir esculturas de Buda em todo o país. Entre elas estavam duas gigantescas estátuas no vale de Bamiyan, próximo a Cabul, talhadas em pedra há mais de 1.500 anos. Uma delas, de 53 metros de altura, era a maior representação de Buda já construída. Ambas foram explodidas em março de 2001. A razão para a destruição dessas estátuas é a proibição islâmica de adoração de ídolos.
O radicalismo desses militantes foi opressivo para muitos afegãos e originou uma nova guerra civil. Novamente o país foi dividido entre os patanes, sob o domínio dos talibãs, e as outras etnias, que se concentraram no norte e se converteram no principal foco da luta armada.
Um dos graves problemas enfrentados pelos talibãs era a produção de narcóticos: o país era considerado o maior produtor mundial de ópio, matéria-prima para a fabricação de heroína. Em 27 de julho de 2000, o líder supremo dos talibãs proibiu o cultivo de papoula - da qual é extraído o ópio - nas áreas controladas pelo regime.
A "talibanização" da Ásia Central
Em dezembro de 1999, Ahmed Rashid, jornalista afegão especialista em talibã, publicou um artigo intitulado The Taliban: Exporting Extremism (O talibã: exportação de extremismo).
No artigo, o jornalista afirma que "é possível que a talibanização, a exportação desestabilizadora do islamismo radical afegão, seja um termo novo no vocabulário político americano. Mas no centro e no sul da Ásia, onde as repercussões do rígido regime dos talibãs são sentidas mais amplamente, o conceito já é muito familiar. Como a fragmentação política, o colapso econômico, a guerra étnica e o fundamentalismo islâmico afligem o Paquistão e a maior parte da região, o perigoso comportamento dos novos governantes não é mais um assunto local".
Terrorismo - Dia 11 de Setembro
Em outubro de 1999, o Conselho de Segurança da ONU exortou o Talibã a entregar Osama bin Laden, líder da organização terrorista al-Qaeda ("A base"), apontado pelo governo americano como mentor dos atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia em 1998. Após ser expulso do Sudão, em 1996, Osama bin Laden passou a viver no Afeganistão.
Em 11 de setembro de 2001, ocorreu o ataque às torres gêmeas do World Trade Center e ao Pentágono. Foi o primeiro ataque de um inimigo ao território continental dos Estados Unidos desde a Guerra de 1812. O ataque terrorista foi comparado ao que ocorreu em Pearl Harbor, durante a Segunda Guerra Mundial, só que desta vez na cidade de Nova York, e na capital Washington D.C., ao invés da ilha distante do Havaí. Aproximadamente 2.400 militares americanos morreram no ataque japonês à base de Pearl Harbor. No dia 11 de setembro de 2001, 3.000 civis americanos foram vítimas do terrorismo, incluindo 242 bombeiros que entraram nos prédios em chamas para ajudar a salvar vidas.
Na manhã do dia 11 de Setembro de 2001, 19 terroristas sequestraram quatro aviões comerciais, cheios de passageiros e de combustível, visando a maior destruição possível. Os terroristas colidiram dois dos aviões contra as Torres Gêmeas de Nova York e o terceiro contra o Pentágono, sede do departamento de Defesa dos Estados Unidos. Acredita-se que o quarto avião tinha como alvo o presidente dos Estados Unidos, mas foi intencionalmente derrubado pelos passageiros, que quando descobriram o que estava ocorrendo, heroicamente enfrentaram os terroristas.
Foi um dia de tragédia para os Estados Unidos. Foi um dia de choque para o mundo que olhava de seus televisores a famosa cena dos aviões entrando nas Torres Gêmeas, localizadas no centro financeiro da cidade de Nova York. As Torres explodiram em chamas e depois se implodiram. O combustível dos aviões e o impacto da colisão transformaram os aviões de carreira em bombas. As Torres Gêmeas construídas entre 1966 e 1973 foram desenhadas para resistir ao impacto de um avião, porém os aviões da época eram bem menores e continham menos combustível que os aviões Boeing 767, que foram sequestrados pelos terroristas. O intenso calor causado pela explosão do combustível fez com que a estrutura de suporte de metal das Torres derretesse e os prédios desmoronassem.
Os terroristas suicidas foram identificados como membros da al-Qaeda, organização terrorista que tem como líder Osama Bin Laden. Os terroristas eram sauditas, egípcios e de outras nacionalidades árabes, e haviam feito cursos de aviação nos Estados Unidos. Os sequestradores também haviam obtido treinamento em campos militares da al-Qaeda no Afeganistão.
Osama Bin Laden Osama Bin Laden, nascido em 1957 na Arábia Saudita, é um homem de milhões de dólares de herança da família e fundador da organização terrorista al-Qaeda. Bin Laden usa os recursos de sua herança para construir uma teia de células terroristas em vários países, financiando ataques terroristas. Em 1994, a Arábia Saudita lhe retirou a cidadania. Em 1996, Bin Laden se estabeleceu no Afeganistão, onde o regime Talibã sustentava suas ideias extremistas. Bin Laden financiou as forças armadas do Talibã e compartilhou sua fortuna com os líderes. Com o apoio dos Talibãs, Osama Bin Laden fundou campos de treinamentos da al-Qaeda no país, onde voluntários são treinados em terrorismo. Em 1998, Bin Laden declarou ser uma obrigação de cada muçulmano, seja em seu país ou em outro, matar americanos e seus aliados, quer sejam civis ou militares. Osama Bin Laden é um antigo inimigo dos Estados Unidos. Considerado o responsável pelos ataques terroristas com carros bomba em 1998 às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, que mataram 256 e feriram 5100 pessoas. Bin Laden é tido como a mente e o dinheiro por trás dos ataques do dia 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos. Desde o ataque, ele periodicamente enviava à imprensa árabe gravações suas com mensagens ameaçadoras que incitavam o terrorismo. Em 2011, Bin Laden, considerado o homem mais procurado do mundo, foi morto em uma missão secreta norte-americana. O líder terrorista vivia escondido em uma cidade do Paquistão. A execução de Bin Laden é considerada um dos maiores trunfos da presidência de Barack Obama. |
Guerra ao Terror
Os alvos escolhidos pelos terroristas foram alguns dos principais símbolos financeiros, políticos e militares dos Estados Unidos. Devido a ameaças de futuros ataques, os Estados Unidos tomaram medidas ofensivas para lutar contra o terrorismo internacional. O presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou que, após os ataques de 11 de setembro, a prioridade de seu governo passou a ser a luta contra o terrorismo internacional. Bush declarou que seu país lutaria não só contra organizações terroristas, mas também contra os países e governos que as acolhem e financiam. Ele chamou esses países do Eixo do Mal, destacando o Iraque, o Irã e a Coreia do Norte. Esta decisão do governo dos Estados Unidos marcou o prelúdio para as guerras no Afeganistão e Iraque. Sua nova doutrina de segurança nacional, a Doutrina Bush, ficou conhecida como a Guerra ao Terror ou Guerra ao Terrorismo.
A vida mudou muito nos Estados Unidos a partir de 11 de setembro de 2001. A população passou a ter menos liberdade: novas medidas de segurança e novas leis para prevenir o terrorismo resultaram em menos liberdade e privacidade para os cidadãos. De fato, foi um choque saber que os terroristas do 11 de setembro haviam morado e trabalhado nos Estados Unidos. As autoridades de segurança declararam que para evitar futuros atos terroristas, precisariam de mais recursos. Os Estados Unidos aumentaram os orçamentos e investimentos militares e de serviços de inteligência.
Como consequência, foi fundada uma nova agência federal: O Departamento de Segurança Interna. Os objetivos desta organização governamental são os de prevenir futuros ataques terroristas contra alvos norte-americanos, reduzir a vulnerabilidade do país e preparar planos de resposta e auxílio no caso de outro ataque terrorista.
Em outubro de 2001, o governo norte-americano aprovou o "Patriot Act", legislação que dá mais poder aos órgãos de segurança pública. Tornou-se legal grampear telefones e monitorar computadores e e-mails. O governo norte-americano passou a monitorar a circulação de informações – telefonemas, e-mails, sites visitados, mídias sociais – nos Estados Unidos e no restante do mundo.
O "Patriot Act" é uma lei polêmica; muitos norte-americanos consideram que sua privacidade e seus direitos estão sendo violados. Porém, outros asseguram que esse é o preço a ser pago para se viver com mais segurança. A realidade é que já se passaram quase duas décadas desde os ataques de 11 setembro de 2001, mas os Estados Unidos ainda temem que ataques de tal magnitude – perpetrados pela al-Qaeda ou outras organizações terroristas – ocorram em solo norte-americano.
Suspeitos de terrorismo apreendidos pelos Estados Unidos são enviadas a uma prisão norte-americana na Baía de Guantánamo, Cuba. Já que a Prisão de Guantánamo não se encontra dentro dos Estados Unidos, as leis norte-americanas – como os direitos legais e a proibição da tortura – não se aplicam aos prisioneiros. Os prisioneiros não têm direito a uma defesa legal e não contam com qualquer tipo de proteção do sistema jurídico norte-americano. À luz dessa realidade, organizações de direitos humanos clamam pelo fechamento da Prisão de Guantánamo.
Os serviços de inteligência dos Estados Unidos e de países aliados cooperam para que a Guerra ao Terror tenha êxito. Um dos motivos para essa aliança é que certos países ocidentais, como França, Inglaterra e Alemanha, também são considerados alvos para os terroristas. De fato, trocas de informações entre os países aliados preveniram muitos ataques terroristas em diversos países. Não obstante, houve diversos ataques terroristas mesmo após o início da Guerra ao Terror.
Uma das formas de lutar contra o terrorismo é dificultar o financiamento de terroristas. Isso requer que seja monitorado o sistema internacional financeiro.
Os Estados Unidos e outros países também empregam drones para atacar alvos terroristas. Países suspeitos de sediarem terroristas, como o Iêmen, são alvo de ataques de forças militares norte-americanas.
A Guerra ao Terrorismo é retratada como a guerra do Ocidente contra o Fundamentalismo Islâmico. Esse fenômeno é alarmante e se manifesta dentro dos próprios países ocidentais, como os Estados Unidos e as nações europeias, que combatem o terrorismo no Oriente Médio e na África.
A Guerra dos Estados Unidos no Afeganistão
Os atentados de 11 de setembro, que destruíram as Torres Gêmeas (World Trade Center - Centro Mundial de Comércio), em Nova York, e parte do Pentágono, em Washington, mudaram o rumo da história norte-americana. Logo após os atentados, os Estados Unidos obtiveram informações de que os terroristas eram liderados por Osama bin Laden.
Em outubro de 1999, o Conselho de Segurança da ONU exortou o Talibã a entregar Osama bin Laden, líder da organização terrorista al-Qaeda ("A base"), apontado pelo governo americano como mentor dos atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, em 1998. Após ser expulso do Sudão, em 1996, Osama bin Laden passou a viver no Afeganistão.
O Afeganistão, que abrigava Bin Laden e a organização Al-Qaeda, recusou-se a entregar o terrorista à justiça norte-americana. Como consequência, os Estados Unidos classificaram o Afeganistão como sendo um país que abriga terroristas. Em retaliação aos atentados de 11 de setembro, os Estados Unidos lançaram uma ofensiva militar contra o governo Talibã do Afeganistão. O alvo principal foram as bases de treinamento da Al-Qaeda. Ao mesmo tempo que atacavam o Afeganistão, os Estados Unidos lançaram comida e medicamentos para a população local, que sofria com a miséria do país e com o regime totalitário de seu governo.
Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais insistiram que estavam travando uma guerra contra o terrorismo, e não contra o islamismo. A luta no Afeganistão não foi contra o povo afegão, e sim, contra o regime Talibã que deu condições para Osama bin Laden perpetrar os atos terroristas de 11 de setembro. A campanha militar dos Estados Unidos resultou na remoção do regime Talibã e na destruição das células terroristas no país. Porém, Osama Bin Laden - o líder da al-Qaeda, o homem mais procurado pelos Estados Unidos - não foi encontrado. Acredita-se que muitos líderes da al-Qaeda fugiram para o Paquistão ou se esconderam nas cavernas e montanhas do Afeganistão.
O serviço de inteligência dos Estados Unidos divulgou que células terroristas da al-Qaeda estão presentes em mais de 50 países. O presidente Bush declarou ao seu povo que a guerra contra o terrorismo internacional será longa.
Em 2003, os Talibãs iniciaram uma insurgência contra o governo supostamente democrático do Afeganistão e contra a presença de tropas estrangeiras no país. Desde 2006, os Talibãs cometeram vários ataques terroristas, inclusive contra civis. Um relatório das Nações Unidas revela que, em 2009, os Talibãs foram diretamente responsáveis por 76% das mortes de civis no Afeganistão. A Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão declarou que a luta dos Talibãs contra a população civil afegã é um crime de guerra. Líderes religiosos muçulmanos condenam os ataques terroristas dos Talibãs e afirmam que tais atos violam a ética islâmica. No dia 1 de dezembro de 2009, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que os Estados Unidos enviariam 30.000 soldados adicionais para lutar, por um período de seis meses, no Afeganistão. Mas o presidente Obama também estabeleceu uma data limite para a guerra: as tropas norte-americanas deixariam o solo afegão em 2014. Contudo, em 2018, ainda havia tropas norte-americanas lutando no Afeganistão.
Em 26 de janeiro de 2010, na Conferência Internacional sobre o Afeganistão, ocorrida em Londres, o presidente afegão, Hamid Karzai, revelou que pretendia oferecer aos líderes Talibãs uma proposta de paz. A resposta dos Talibãs a tal declaração foi uma intensificação de assassinatos e atos terroristas.
Em 2011, Bin Laden, considerado o homem mais procurado do mundo, foi morto em uma missão secreta norte-americana. O líder terrorista vivia escondido em uma cidade do Paquistão. A execução de Bin Laden é considerada um dos maiores trunfos da presidência de Barack Obama.
Em janeiro de 2013, o presidente Barack Obama anunciou que retiraria as 66.000 tropas norte-americanas do Afeganistão. No início de 2020, durante o governo do presidente Donald Trump, ainda havia cerca de 10.000 tropas norte-americanas no Afeganistão.
As forças norte-americanas treinam as forças afegãs para que estas exerçam atividades antiterroristas. Contudo, é improvável que as forças afegãs consigam manter a segurança no país na ausência das forças norte-americanas. Os Talibãs já conseguiram retomar parte do território.
Em fevereiro de 2020 – após 18 anos de guerra – os Estados Unidos e o grupo Talibã finalmente assinaram um acordo de paz. Este estipula que os Estados Unidos reduzirão suas tropas no Afeganistão: até julho de 2020, será permitida a permanência de apenas 8.600 soldados norte-americanos no país. Os países que lutaram ao lado dos Estados Unidos na guerra do Afeganistão também concordaram em reduzir significativamente o número de soldados que mantêm no país.
O acordo de paz também prevê que as forças norte-americanas se retirarão gradualmente do Afeganistão – em 14 meses, no máximo. Contudo, a retirada ocorrerá apenas se o governo Talibã cumprir o que foi acordado.
O acordo de paz firmado entre o governo de Donald Trump e os talibãs também estipula a troca de prisioneiros de guerra: foi acordado que cinco mil prisioneiros talibãs serão libertados em troca de mil membros da força de segurança afegã. Ademais, os Estados Unidos levantarão as sanções econômicas impostas conta os talibãs. Estes, por seu lado, comprometeram-se a não permitir que a al-Queda ou outros grupos extremistas atuem em seu território.
É importante ressaltar que ativistas e Grupos de Direitos Humanos temem que a retirada das forças norte-americanas do Afeganistão, que certamente fortalecerá o poder dos talibãs, será muito prejudicial à situação das mulheres do país.
O conflito no Afeganistão é a guerra norte-americana de maior duração. Já custou mais de 1 trilhão de dólares e 2.300 vidas norte-americanas.
Ataque com Drones
Drones são veículos aéreo não tripulados que podem ser usados para fins civis e militares. Muitos civis possuem drones pequenos e empresas, como a Amazon nos Estados Unidos, estão utilizado drones para fazer entregas.
Drones podem ser utilizados por serviços militares e de inteligência para fazer reconhecimento e monitorar aereamente um local. Militarmente, os drones são utilizados em situações em que seria muito arriscado enviar um avião pilotado. Uma das vantagens dos drones é que costuma atingir alvos com precisão. Isso evita bombardeios maciços, que podem resultar na morte de pessoas que não sejam combatentes.
Os Estados Unidos começaram a usar os drones durante a presidência de George W. Bush, mas foi a administração de Barack Obama que aumentou seu uso de forma significativa para executar terroristas no Paquistão e no Iêmen. O Presidente Trump expandiu ainda mais o uso de drones.
O Presidente Obama argumenta que ataques feitos por drones causam menos danos e mortes do que ataques executados pela força área norte-americana. Contudo, ele admite que o uso de drones, por ser um instrumento bélico mais discreto que a força área, “pode levar um presidente e seus assessores a acreditar que são uma cura completa para o terrorismo”.
O uso de drones se tornou um assunto polêmico. Centenas de pessoas morreram no Paquistão, vítimas dos drones norte-americanos. Várias dos mortos foram civis. Muitos paquistaneses se opõem aos drones, pois acreditam que seu uso, mesmo que seja para executar terroristas, viola a soberania do Paquistão e resulta na morte de civis.
O governo do Paquistão declarou em outubro de 2013 que 3% das 2.227 pessoas mortas desde 2008 por drones norte-americanos eram civis. Esse número é bastante baixo em comparação ao número de civis mortos em operação militares. Contudo, há pessoas que afirmam que o uso de drones é injustificável, pois resulta na morte de pessoas inocentes.
Ataques realizados por drones norte-americanos ocorreram no Iraque, Afeganistão, Iêmen, Somália, Líbia, Síria e Paquistão.
Sumário
- História- A era talibã
- A "talibanização" da Ásia Central
- Guerra ao Terror
- Terrorismo - Dia 11 de Setembro
- A Guerra dos Estados Unidos no Afeganistão
- Ataque com Drones
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