Oriente Médio - pós Primeira Guerra Mundial

Após a Primeira Guerra Mundial, o nacionalismo cresceu no Oriente Médio. O Império Otomano, que controlava grande parte da região, foi derrotado durante a Grande Guerra, e perdeu suas posses territoriais. Diversos novos estados foram estabelecidos no Oriente Médio, mas os problemas geopolíticos da região continuam a existir até os dias de hoje.

Turquia

Após a conferência de Versalhes, as posses territoriais do Império Otomano se reduziram à Turquia. Em 1919, a Grécia, querendo se beneficiar da fragilidade de seu vizinho, invadiu a Turquia. O sultão ordenou que suas tropas, exaustas e frágeis, não resistissem aos gregos, mas um grupo de nacionalistas turcos seguiu em frente e enfrentou os invasores.

Liderados por um brilhante comandante chamado Mustafa Kemal, os nacionalistas turcos enfrentaram os gregos. Em 1922, os gregos se retiraram e o último sultão otomano foi deposto. No ano seguinte, a Turquia tornou-se uma república e Kemal seu primeiro presidente.

Mustafa Kemal Atatürk
Mustafa Kemal Atatürk

O objetivo de Kemal era de construir um estado turco forte e moderno. Ele adotou o nome de "Atatürk", que significa "o pai dos Turcos". Kemal estabeleceu um governo de um único partido e realizou grandes reformas no país, dentre elas:

1. Separação de Igreja e Estado

Kemal queria reduzir o papel do islã na vida dos turcos. Sob o reino dos sultões, todas as atividades da Turquia haviam sido regularizadas pela lei islâmica. Kemal aboliu os tribunais religiosos e criou um novo sistema legal baseado em códigos de lei europeus. Ele também substituiu as escolas religiosas por escolas administradas pelo estado.

2. Modernização

Durante o governo dos sultões, as mulheres turcas haviam vivido conforme rígidas tradições islâmicas, sob a autoridade de seus parentes masculinos. Kemal concedeu às mulheres direitos políticos, incluindo o de voto e de exercer um cargo público. Ele também mudou as leis do casamento: os homens não poderiam casar com mais de uma mulher, e as mulheres agora poderiam se divorciar de seus maridos.

Kemal criou até mesmo leis sobre como as pessoas deveriam se vestir. Os funcionários do governo agora eram forçados a usar ternos como empresários ocidentais. Todos os turcos foram proibidos de usar o fez, um chapéu sem abas que fazia parte de seu vestuário tradicional.

Em 1935, Kemal exigiu que todos os cidadãos turcos adotassem nomes ocidentais. Kemal também substituiu a escrita árabe, que era difícil de escrever, pelo alfabeto romano. Essa mudança fez parte de uma grande campanha do governo para educar os turcos por todo o país.

Escrita árabe
Escrita árabe

3. Desenvolvimento econômico

Outro importante programa instituído por Mustafa Kemal foi o financiamento governamental para a industrialização do país, que tinha como objetivo elevar o padrão de vida dos turcos. Para aumentar o comércio com o Ocidente, ele adotou o calendário ocidental e o sistema métrico de pesos e medidas.

Modernizando a Pérsia

Antes da Primeira Guerra Mundial, a Pérsia estava sob o domínio de Grã-Bretanha e Rússia. Após a guerra, quando a Rússia enfrentava turbulência interna, os britânicos tentaram tomar posse de toda a Pérsia. Essa tentativa dos britânicos causou uma revolta nacionalista na Pérsia e em 1925, um oficial do exército persa assumiu o trono do país.

O novo líder da Pérsia, Reza Shah Pahlavi, seguia políticas semelhantes àquelas do líder da Turquia, Mustafa Kemal. Na sua tentativa de construir um Irã poderoso (a Pérsia foi renomeada de Irã em 1935), Reza Shah modernizou a economia e adotou leis e costumes ocidentais. Ele enfrentou forte oposição dos grupos étnicos do Irã - que buscavam autogoverno - e de líderes religiosos que temiam a perda de seu poder. Reza Shah respondeu a essa oposição com ameaças e repressão.

Reza Shah Pahlavi
Reza Shah Pahlavi

A Unificação da Arábia

Assim como estudamos anteriormente, as tribos nômades viveram na Arábia por milhares de anos. A lealdade dos árabes era mais para sua tribo que por sua nação, e apenas a fé no islã os unia. Após a queda do Império Muçulmano no século XIII, a Arábia retornou a ser marcada por desunião política.

Em 1902, Ibn Saud, um membro de uma poderosa família árabe, iniciou um movimento para unificar a Arábia. Em 1932, ele nomeou o novo reino com o nome de sua família - Arábia Saudita.

Ibn Saud
Ibn Saud

Ibn Saud governou por mais 20 anos. Diferente de Kemal na Turquia e de Reza Shah no Irã, ele não desejava modernizar o país. Um muçulmano devotado, ele seguia os ensinamentos do Alcorão - o livro sagrado da religião islâmica - e governava como chefe absoluto. As leis criadas no país exigiam a prática da religião islâmica e baniam o álcool, cujo consumo é proibido para muçulmanos. As mulheres deveriam obedecer aos seus familiares masculinos e usar véus pesados quando saíssem em público. Aparelhos modernos como o telefone e o automóvel foram proibidos.

Os Mandatos Franceses e Britânicos no Oriente Médio

De acordo com o Tratado de Versalhes, a França recebeu a Síria e o Líbano como mandatos. Tropas francesas ocuparam esses países, permanecendo lá apesar da oposição local. A Grã-Bretanha recebeu mandatos sobre o Iraque, Transjordânia (atual Jordânia) e Palestina. A Jordânia tornou-se independente em 1928 e o Iraque em 1932, mas a Palestina representava um grande desafio geopolítico para os britânicos.

A Palestina é a antiga terra do Povo Judeu. Durante 2.000 anos, desde que a antiga Israel foi conquistada pelos romanos, essa terra foi dominada por diferentes grupos de invasores e nações. No final do século XIX, a Palestina tornou-se parte do Império Otomano cujos habitantes eram muçulmanos. Na mesma época, a perseguição aos judeus na Europa, particularmente na Rússia, levou ao crescimento do sionismo: o movimento para o estabelecimento de um estado judaico na antiga Terra de Israel. No final do século XIX e início do século XX, um pequeno número de judeus imigrou para a Palestina para restabelecer sua antiga pátria.

Mapa do Estado de Israel

Em 1917, o governo britânico, que havia obtido a Palestina dos otomanos, proclamou a Declaração de Balfour, que dizia que a Grã-Bretanha apoiava o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina e que os direitos de não judeus na Palestina deveriam seriam respeitados. Durante as décadas de 1920 e 1930, mais e mais judeus imigraram para a Palestina. No final da década de 1930, os judeus representavam 30% da população local.

O crescimento da população judaica alarmou os árabes na Palestina, que não queriam viver como minoria em um estado judeu. As tensões cresceram entre os dois grupos, levando a ataques surpresa e a muitas mortes de judeus.

A Importância do Petróleo

Durante o final do século XIX e início do século XX, as nações ocidentais começaram a utilizar produtos derivados de petróleo, como óleo e gasolina, para aquecimento e transporte. No início do século XX, as companhias ocidentais foram aos governantes do Oriente Médio e pediram o direito de extrair petróleo na região. Os governos aceitaram esses pedidos em troca de uma parte dos lucros.

Durante as décadas de 1920 e 1930, a demanda crescente por petróleo resultou em mais exploração, e grandes depósitos foram encontrados nos países do Golfo Pérsico. Com essas descobertas, o Oriente Médio se tornou de grande importância para o Ocidente. Mas enquanto o petróleo trazia lucros para muitas nações do Oriente Médio, ele também encorajava as nações ocidentais a tentar dominar a região.

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