A base econômica da sociedade

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A base econômica da sociedade

A economia de uma sociedade baseia-se na produção de bens e na prestação de serviços. Bens são os objetos materiais produzidos para satisfazer as necessidades e os desejos de seres humanos. Os bens de consumo podem ser não duráveis, como no caso de alimentos e bebidas, ou duráveis, como no caso de imóveis. Os bens de capital são empregados para produzir outros bens. Exemplos de bens de capital são maquinários, equipamentos, edifícios etc.

Serviços são as atividades voltadas para a satisfação dessas necessidades e desses desejos e que não estão relacionadas diretamente à produção de bens.

Um remédio é um exemplo de um bem produzido para satisfazer a necessidade de pessoas. Já uma pizza é um bem produzido para satisfazer o desejo de muitas pessoas. O médico, diferentemente de um pizzaiolo, que produz um bem, pizzas, é um prestador de serviços, pois ele não produz um bem material. Mas ao prestar seus serviços, o médico emprega bens materiais: remédios, seringas, aparelhos médicos etc. É evidente que bens e serviços estão interligados, pois é quase impossível que haja a prestação de um serviço que não envolva algum bem.

Os bens e serviços resultam da transformação de recursos da natureza em objetos que sejam de utilidade para os seres humanos. Isto ocorre por meio de processos de produção.

Produção automatizada
Produção automatizada - fábrica de sorvete

Distribuição e consumo

A quase totalidade dos adultos participa da vida econômica do país onde vivem, tendo como atividades a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços. Quando um operário trabalha, ele está atuando na produção. E quando este mesmo operário compra um bem ou serviço, ele está participando da distribuição. Finalmente, quando ele consume o bem ou utiliza o serviço adquirido, está participando da economia como um consumidor.   

Processos de produção

O processo de produção é formado por três componentes principais: o trabalho, a matéria-prima e os instrumentos de produção. O trabalho é toda a atividade desempenhada pelo homem, física e mental, da qual resultam bens e serviços. Não existe trabalho exclusivamente físico ou exclusivamente mental. Mesmo um trabalho que aparenta ser exclusivamente físico requer pelo menos um pouco de esforço mental. E mesmo um trabalho que seja quase exclusivamente mental, como o de um cientista, requer algum esforço físico, como o manuseio de aparelhos e instrumentos de trabalho.  

O trabalho pode ser classificado conforme o grau de capacitação intelectual ou profissional que exige. O trabalho não qualificado pode ser realizado sem muita aprendizagem. O trabalho de um torneiro mecânico, por exemplo, se enquadra nesta categoria. Já o trabalho qualificado requer um certo grau de conhecimento técnico e de aprendizagem. Em geral, por exigirem mais anos de estudo e um maior grau de capacitação profissional, os trabalhos qualificados são melhores remunerados. Um médico, por exemplo, passou muitos anos da sua vida estudando. São poucas as pessoas que possuem a capacidade e as habilidades necessárias para se tornar um médico. É natural, portanto, que um médico seja mais bem remunerado do que alguém que exerce uma profissão que não requer muito estudo ou capacitação. Este é um dos principais motivos pelo qual é tão importante que um governo invista na educação e na capacitação profissional de seu povo. A educação é a chave do progresso e do desenvolvimento econômico.      

O segundo componente principal do processo de produção é a matéria-prima, que são os objetos que, no processo de produção, são transformados para constituírem o bem final. Exemplos de matérias-primas são o papel e a tinta utilizados por uma editora para publicar uma revista. Estes elementos passam a constituir a revista; se faltar papel ou tinta, a revista não poderá ser produzida. Antes de serem transformados em matérias-primas, esses componentes encontram-se na natureza em forma de recursos naturais. Um recurso natural é um elemento da natureza acessível e que pode ser incorporado à atividade econômica do homem.  O terceiro componente são os instrumentos de produção, que são as coisas que, direta ou indiretamente, nos permitem transformar a matéria-prima em bem final. No caso da editora, as máquinas que fazem as revistas são os instrumentos de produção.    

Juntos, os instrumentos de produção e a matéria-prima constituem os meios de produção.

As forças produtivas

Forças produtivas: o conjunto dos meios de produção somado ao trabalho humano.

As forças produtivas evoluíram muito ao longo da história. Antigamente, antes da Revolução Industrial, a produção era realizada por meio de instrumentos simples que eram acionados por tração animal ou força humana. A partir da Segunda Revolução Industrial, novas máquinas foram criadas. O vapor e, posteriormente, a eletricidade e o petróleo passaram a ser utilizados como fontes de energia.

Relações de produção

Em praticamente todo processo produtivo, as pessoas dependem umas das outras. É praticamente impossível que alguém consiga produzir todos os bens e serviços que necessita. Para produzir os bens e serviços de que necessitam, os seres humanos estabelecem relações entre si. Tais relações são chamadas de relações de produção.

Todo processo produtivo depende de pelo menos dois agentes sociais básicos: trabalhadores e proprietários dos meios de produção.

Os trabalhadores participam da produção por meio de sua força de trabalho. Já os proprietários participam do processo produtivo como donos dos meios de produção. Desta forma, ambos estão vinculados no processo produtivo.

Cada tipo de sociedade tem suas próprias relações de produção. O conjunto de forças produtivas e relações de produção é denominado de modo de produção. O mundo conheceu vários modos de produção ao longo de sua história.

Os principais modos de produção

Como explicado acima, modo de produção é a maneira através da qual uma sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e como os distribui. Modo de produção é também chamado de sistema econômico. É possível que haja mais de um modo de produção numa sociedade. Porém, em toda sociedade há um modo de produção que é o dominante.

Alguns dos principais modos de produção são o comunal, o primitivo, o escravista, o feudal, o asiático, o capitalista e o socialista.

O modo de produção comunal primitivo surgiu nos primórdios da humanidade e existe, de forma um pouco diferente, entre alguns povos indígenas no Brasil. No modo de produção comunal, as pessoas trabalham em conjunto. A terra é o principal meio de produção. Tanto a terra quanto os frutos do trabalho são comunal, isto é, são propriedade coletiva, pertencendo a todos.

O modo de produção escravista existia na Grécia e Roma antigas, no Brasil e em outros países da América durante os séculos XVI e XIX. A economia escravista era basicamente agrária. Nas sociedades escravistas, os meios de produção e os escravos pertenciam ao senhor. O escravo era considerado nada mais que um instrumento de trabalho. As relações de produção eram relações de domínio e de sujeição. Alguns poucos senhores exploravam um grande número de escravos, que não tinham direitos.

O modo de produção asiático, também denominado de sociedade hidráulica, era predominante na Índia e no Egito antigo e nas civilizações dos incas, dos maias e dos astecas.

A sociedade hidráulica era caracterizada por possuir um Estado forte e uma burocracia muito eficiente que era capaz de manter o poder total do Estado. De fato, o Estado era absolutista e centralizador, encabeçado pelo faraó ou imperador. Os meios de produção e a força de trabalho pertenciam ao Estado.

A sociedade era dividida em castas – tipo de organização social hierarquizada. A casta sacerdotal era detentora do saber religioso; a casta dos escribas era a burocracia estatal administradora da produção agrícola e da edificação das obras hidráulicas; a casta militar era responsável pela defesa da comunidade. Havia ainda os camponeses e artesãos, que eram socialmente desprivilegiados, e, finalmente, os escravos, que eram forçados a levar adiante os trabalhos mais rudes.

O modo de produção feudal predominou na Europa ocidental durante os séculos V-XVI. A economia feudal se baseava no campo. Os proprietários dos meios de produção – nobres e bispos – viviam em seus feudos. Eles tinham seus próprios exércitos e eram relativamente independentes do rei.

No sistema feudal, senhores locais, proprietários de grandes terras, eram os donos do poder. Estes nobres, na tentativa de ganhar mais poder, firmavam alianças com outros nobres menos poderosos: em troca de assistência militar e prestação de outros serviços, um nobre cedia terrenos a outro menos poderoso. O nobre que fornecia a terra era chamado de senhor feudal; aquele que recebia a terra era chamado de vassalo. Essa relação era oficializada em uma cerimônia na qual o vassalo prometia lealdade ao senhor.

As relações de produção no feudalismo baseavam-se na propriedade do senhor sobre a terra e no trabalho agrícola do servo. Os servos não eram escravos. Eles não eram propriedade do senhor – não podiam ser comprados, alugados ou vendidos. Além disto, os servos tinham o direito de cultivar um pedaço de terra cedido pelo senhor. Em troca, eles pagavam impostos e rendas e trabalham nas terras do senhor sem serem renumerados. É importante ressaltar que o servo não podia comprar ou vender qualquer pedaço de terra que pertencesse ao senhor. Sendo que a primeira obrigação do servo era cultivar as terras do senhor, não sobrava muito tempo para ele trabalhar para si mesmo.

O feudalismo europeu deixou de existir devido a vários fatores: guerras prolongadas, epidemias e, acima de tudo, novos processos econômicos. O renascimento do comércio, que havia praticamente desparecido durante a Idade Média, e o renascimento urbano, que resultou no aparecimento de novas cidades, foram os principais motivos pelo fim do feudalismo. Foi originada uma nova classe social – a burguesia mercantil – cujos interesses entravam em choque com os privilégios da nobreza e com as principais características do modo feudal de produção.

O comércio e a produção manufatureira cresciam na Europa, exigindo um número cada vez maior de trabalhadores livres. Os servos abandonaram os feudos, pois foram atraídos pelo progresso das novas cidades e pelas novas oportunidades de trabalho. Já o campo se tornava cada vez mais perigoso, pois havia sucessivas revoltas camponesas.

À medida que crescia a população urbana, tornava-se necessário formar um novo tipo de sociedade, uma nova forma de organização produtiva. Foi estabelecido o modo capitalista de produção.  

Sumário

- Distribuição e consumo
- Processos de produção
- As forças produtivas
- Relações de produção
- Os principais modos de produção

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