China Comunista

 

Socialismo na China

A China Comunista é, hoje, a segunda maior economia do mundo. Desde que o Partido Comunista assumiu o poder na China, o país passou por grandes mudanças. Diferentemente do comunismo soviético, que era centrado na classe trabalhadora industrial, a China Comunista industrializou o país e transformou a tradicional economia agrária.

O conflito entre as forças nacionalistas e comunistas na China

O conflito entre as forças nacionalistas e comunistas na China teve início na década de 1920 e durou mais de duas décadas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a China foi palco de conflitos entre três diferentes forças: chineses nacionalistas, chineses comunistas e japoneses. Os governos do Ocidente apoiaram o governo nacionalista de Chiang Kai-shek contra os invasores japoneses. Os Estados Unidos deram aos nacionalistas milhões de dólares em ajuda militar, suprimentos médicos e gêneros alimentícios. Chiang Kai-shek, porém, considerava os chineses comunistas como sendo seu principal inimigo. Portanto, enquanto os Aliados guerreavam contra os japoneses, Chiang Kai-shek preservou suas tropas para que lutassem contra o Exército Vermelho de Mao Tsé-Tung.

Chiang Kai-shek
Chiang Kai-shek

Durante a Segunda Guerra Mundial, os comunistas chineses organizaram guerrilhas contra os japoneses para capturar suprimentos e armas. Mao Tsé-Tung estava se preparando para um grande conflito com os nacionalistas. O sucesso de seu Exército Vermelho lhe rendeu muito apoio, principalmente de chineses que estavam insatisfeitos com a corrupção do governo de Chiang Kai-shek. Mao tentava assegurar-se para que suas tropas tratassem populações civis com civilidade e justiça.

Ao fim da guerra contra o Japão, um conflito armado irrompeu entre as tropas de Mao e os nacionalistas chineses. Em 1949, os comunistas emergiram vitoriosos, tomando controle da China. Chiang Kai-shek e seus seguidores fugiram para a ilha de Taiwan, onde estabeleceram o que afirmavam ser o legítimo governo da China. Em 1 de outubro de 1949, Mao Tsé-Tung proclamou o nascimento da República Popular da China.

Em seguida, Mao e seus seguidores estabeleceram o Congresso Nacional do Povo, que foi composto por milhares de membros eleitos. Na teoria, esse Congresso governava o país, mas o verdadeiro poder na China estava nas mãos dos altos oficiais do Partido Comunista.

Para manter o poder, o Partido destruiu toda a oposição na China. O novo governo matou mais de um milhão de pessoas, enviou muitos outros para campos de trabalho forçado. Assim como na União Soviética de Stalin, o povo chinês era bombardeado com propaganda do governo.

Desenvolvimento Econômico

O novo governo da China enfrentou grandes problemas. As indústrias do país estavam produzindo menos da metade do que produziam antes da guerra. Ferrovias, pontes, portos e estradas precisavam de consertos. O comércio na China havia parado, e a inflação era tão alta que o papel moeda tinha valor quase insignificante.

Em 1953, Mao lançou o primeiro de seus Planos Quinquenais. O objetivo era aumentar a produção agrícola e industrial da China. O primeiro Plano Quinquenal criou grandes fazendas estatais muito parecidas com aquelas que Stalin havia estabelecido na Rússia. Em quatro anos, todas as fazendas da China haviam sido coletivizadas. O país ainda não colhia alimentos suficientes para alimentar todo seu povo, mas o racionamento e o controle de preços resultaram em uma distribuição mais justa de alimentos. A produção industrial, especialmente a produção de aço aumentou, mas a China permanecia uma nação agrícola.

O Grande Salto Adiante

Mao não estava satisfeito com os ganhos modestos do primeiro Plano Quinquenal. Em 1958, lançou um segundo e mais ambicioso plano, chamado de Grande Salto Adiante. Seus objetivos eram aumentar rapidamente a produção industrial e agrícola e transferir parte das riquezas da China das cidades para o interior.

Como a China não tinha capital e tecnologia para construir grandes fábricas industriais, o governo pediu ao povo chinês que construísse pequenas fábricas no interior. Contudo, essas fábricas rurais não eram bem planejadas, e os bens que produziam eram normalmente de baixa qualidade. Os objetivos de produção do Grande Salto Adiante não foram alcançados.

O governo também não alcançou seus objetivos agrícolas. Sob o Grande Salto Adiante, as fazendas coletivas foram unificadas em unidades ainda maiores. O governo esperava que nessas gigantescas fazendas, os alimentos fossem produzidos com mais eficiência. Mas muitos camponeses não estavam contentes vivendo em fazendas tão grandes, onde moravam em barracas e onde eram frequentemente separados de suas famílias. Além disso, o maquinário agrícola era escasso e os desastres naturais resultavam em colheitas muito pobres. Para evitar a fome, a China teve que comprar grãos do exterior.

A Revolução Cultural Chinesa

Em meados da década de 1960, os comunistas haviam quebrado muitas tradições chinesas, expandindo a educação e os direitos femininos e garantindo mais status a trabalhadores e camponeses. Porém, Mao temia que o espírito original da revolução estava sendo perdido e, em 1966, foi lançada a Revolução Cultural.

Durante a Revolução Cultural, muitos membros antigos do Partido Comunista foram expulsos. Algumas pessoas que eram acusadas de terem sido corrompidas por privilégios de classes ou ideias ocidentalizadas foram enviadas para trabalhar nas grandes fazendas coletivas ou nas fábricas. Outros foram aprisionados ou mortos. Artistas eram pressionados a glorificar o homem comum em suas obras.

Os seguidores mais zelosos da Revolução Cultural foram os milhões de jovens comunistas que se uniram às unidades militares do Exército Vermelho. O governo fechou escolas para que esses jovens pudessem viajar pela China atacando qualquer pessoa que mantivesse ideias tradicionais. Seu livro-guia, apelidado de "O Livro Vermelho", era uma coleção de citações de Mao Tsé-Tung.

A Guarda Vermelha percorria as cidades chinesas, frequentemente cometendo barbaridades. Seus membros brutalizavam e às vezes matavam empresários, professores e outros que não demonstravam suficiente espírito revolucionário. A Guarda Vermelha até mesmo voltou-se contra o exército, o governo e oficiais do Partido. Percebendo que o grupo havia ido longe demais, Mao encerrou a Revolução Cultural em 1968.

Mao morreu em 1976. Após uma pequena luta por poder, Deng Xiaoping, um veterano da Longa Marcha tornou-se líder da China. Deng decidiu que as políticas econômicas de Mao haviam atrasado o desenvolvimento da China. Na época de Mao, toda atividade econômica estava sob firme controle do governo, e as pessoas não podiam melhorar seu padrão de vida por meio de seus próprios esforços. Durante a década de 1980, Deng e seus seguidores decidiram fazer grandes mudanças econômicas na China.

Deng Xiaoping
Deng Xiaoping

As reformas de Deng tinham como objetivo dar ao povo chinês mais incentivos de trabalhar. As grandes fazendas coletivas foram dissolvidas, as pessoas foram encorajadas a fundar pequenos negócios, e os oficiais locais ganharam mais liberdade nas questões econômicas. O governo recorreu ao Japão e ao Ocidente para obter ajuda tecnológica e empresarial. Para lidar com sua crescente população, o governo tentou convencer os casais a terem apenas um filho.

A China na Guerra Fria

Nos anos após a vitória comunista em 1949, a República Popular da China teve pouco contato com países não comunistas. As nações do Ocidente e os vizinhos chineses na Ásia viam o novo regime com suspeita.

Os Estados Unidos em particular estavam alarmados com a ideia de uma China controlada por comunistas. Muitos norte-americanos temiam que os chineses comunistas tomassem a Ásia, assim como os soviéticos haviam feito na Europa Oriental.

Outra fonte de conflito entre China e o Ocidente era Taiwan. Os Estados Unidos e as Nações Unidas reconheceram o governo de Chiang Kai-shek em Taiwan como sendo o único legítimo governo da China. No início da década de 1950, os Estados Unidos assinaram um tratado de mútua defesa com Chiang Kai-shek e deram a Taiwan apoio militar e econômico.

Durante vários anos após a Revolução Chinesa, a República Popular da China e a União Soviética foram aliadas. Após 1956, porém, as relações entre os dois governos começaram a se deteriorar. Os chineses viam as políticas de Kruschev de destalinização e de coexistência pacífica com o Ocidente como sinais de fraqueza. Logo, os líderes soviéticos e chineses denunciavam publicamente uns aos outros.

Em 1966, os dois países tiveram uma disputa de fronteiras. Os chineses reivindicavam 1.200.000 quilômetros quadrados de terra soviética ao longo do Rio Amur. Em março de 1969, irrompeu nessa área uma batalha entre China e União Soviética. Apesar do conflito não se tornar uma guerra de larga escala, os dois gigantes comunistas mantiveram grandes exércitos em ambos os lados da fronteira.

Enquanto a aliança entre União Soviética e China deteriorava, as relações entre China e Estados Unidos melhoravam. Com o fim da Revolução Cultural, a China passou a ter uma visão mais positiva do Ocidente. Os chineses perceberam que a tecnologia norte-americana poderia acelerar a modernização de seu país. Eles também esperavam por ajuda norte-americana, caso os soviéticos atacassem a China.

Em 1971, o Presidente norte-americano, Richard M. Nixon aceitou um convite para visitar a China no ano seguinte. Com essa mudança na política norte-americana em relação aos chineses, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou em novembro de 1971 para que a República Popular da China, e não mais Taiwan, fosse o representante oficial da nação chinesa. Em 1 de janeiro de 1979, a China comunista e os Estados Unidos formalmente estabeleceram relações diplomáticas.

A melhora nas relações chinesas com o Ocidente continuou durante a década de 1980. O líder chinês Deng Xiaoping também conseguiu firmar uma relação amigável com Mikhail Gorbatchev da União Soviética. Ambos, Gorbatchev e Deng Xiaoping tentavam trazer reformas para seus países e, portanto, havia o menor nível de conflitos ideológicos entre as duas nações desde o início da década de 1950.

Sumário

- Desenvolvimento Econômico
i. O Grande Salto Adiante
- A Revolução Cultural Chinesa
- A China na Guerra Fria

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